Sorrisos e Sussurros. escrita por Jajabarnes
Notas iniciais do capítulo
Hey there! Voltei!
Espero que gostem do capítulo. Nos vemos nas notas finais!
Lembro-me vagamente de ter achado estranho o fato de Tariq ter aparecido por aqui tão próximo ao meu casamento, mas não lembro de ter compartilhado esse pensamento com outra pessoa. Agora fazia sentido. O que quer que ele estivesse tramando contra a coroa narniana, teria como palco o casamento.
–Por isso ele estava ganhando tempo nas negociações, para ainda estar aqui quando o casamento chegasse. - afirmou Pedro, enquanto andávamos. - Sabia que nossa polidez não o mandaria embora com uma festa tão próxima e sim o convidaria a ficar. E era tudo o que ele queria.
Caspian soltou com o ar, firme em sua determinação:
–Mas não vai acontecer.
Edmundo
Saímos todos juntos em marcha nos dividindo pouco depois. Pedro mandou Eustáquio e Jake chamarem os hospedes para a sala do trono como se nada tivesse acontecido. Enquanto isso, o restante de nós seguia para a sala do trono determinados a pôr um fim naquilo. Caspian, meu irmãos e Ripchip iam mais a frente, falando coisas entre si, e eu atrás. Quando passamos por uma pequena câmara, escutei vozes.
Eles não ouviram, por que as vozes pararam quando os passos altos deles se aproximaram, eu notei aquela coisa estranha e os deixei passar para que o silêncio viesse e me deixasse ouvir o que quer que as vozes voltassem a dizer. Os outros seguiram em frente sem sequer notar que eu havia ficado para trás e seria melhor assim. Aproximei-me da câmara em silêncio.
Reconheci as vozes de imediato. Eram os concelheiros de Tariq que conversavam aos sussurros com uma mulher, provavelmente a acompanhante deste. Meu coração acelerou junto com o crescimento de minha raiva a medida que os ouvia. Então decidi que ouvira o suficiente e quando me preparava para afastar-me a porta se abriu de súbito e eles me viram.
–Ora, ora, Rei Edmundo. - disse a tal mulher - Que pena encontrá-lo por aqui. Vigiem. - disse aos outros.
–Não posso dizer o mesmo. - rebati, pronto para sacar a espada, mas quando percebeu o que eu ia fazer, a bruxa estendeu a mão para mim, não consegui mais me mover para pegar a espada e muito menos para correr dali.
–Acho que não. - ela sorriu de lado. - Espero que não tenha escutado muito, me dará menos trabalho.
–O suficiente para executá-la. - vociferei, lutando para que meus pés me obedecessem. - E a todos vocês!
Desviei o rosto quando ela tentou tocá-lo, mas não consegui me afastar o suficiente, visto que não conseguia me mexer.
–Tolinho, não dificulte as coisas. - ela tocou meu rosto.
E tudo apagou no mesmo instante.
Susana.
Quando nos aproximamos da sala do trono encontramos Tariq e os outros surgindo do lado oposto do mesmo corredor. Entramos primeiro e permanecemos no degraus, ao lado de Caspian enquanto os outros se aproximavam. Lúcia olhou em volta.
–Onde está Edmundo? - perguntou. Pedro e eu olhamos em volta. Nem sinal de Edmundo.
–Eles estava bem atrás de nós. - lembrei.
–Jake, Eustáquio, me acompanhem. - Lúcia falou logo saindo com eles. Caspian virou para Pedro e assentiu uma vez. Pedro se afastou para falar com alguns guardas que logo saíram.
–Bem – disse Tariq. - Achei que já tínhamos encerrado nossa reunião por hoje, Majestades. E da próxima vez que tivermos que retomar a reunião após um intervalo eu gostaria de ser informado...
–Chega, Tariq. - interrompeu Caspian, nem um pouco gentil. - Seu teatro pode acabar.
–Desculpe, acho que não entendi o que...
–Então eu explico. - dessa vez Pedro o cortou. - O fato de você complicar tanto as negociações, ter chegado aqui faltando poucos dias para um evento importante e de sua acompanhante ser uma bruxa, deixa bem claro que você não veio aqui para um absurdo tratado de paz.
–Bruxa?! Mas o que...?! - começou um Tariq que parecia realmente confuso. Caspian ergueu-se de seu trono, interrompendo-o outra vez, naquela postura autoritária de Rei.
–Deixe Nárnia nesse exato momento e nada mais grave acontecerá.
–Majestades, não sei o que posso ter feito para...
–Ah, você sabe muito bem. - disse Pedro. - Saia de Nárnia antes que nossos soldados precisem lhe obrigar a isso.
Jake.
Sem entendermos muito bem, deixamos a sala do trono assim que chegamos quando Lúcia passou por nós, rumo à saída.
–Jake, Eustáquio, me acompanhem. - falou ela sem parar os passos, saindo da sala.
Demos meia volta e a seguimos.
–Algum problema, Lúcia? - perguntou Eustáquio assim que saímos e os guardas fecharam as portas.
–Edmundo – explicou ela, andando ligeiro. - Estava bem atrás de nós quando vínhamos para cá, mas não chegou conosco.
Ele podia ter desviado o caminho sem avisar aos irmãos, mas eles estavam indo resolver algo sério, o que o levaria a não mudar o rumo sem mais nem menos. Seguíamos Lúcia em silêncio enquanto ela refazia o caminho de volta e não precisou muito para que dobrássemos num corredor próximo.
–Edmundo! - ela gritou, correndo até o irmão que estava caído no meio no caminho. - Ed! - ela ajoelhou-se ao lado dele e nós a imitamos. Lúcia balançou-o. - Edmundo, acorde. Por Aslam, Ed, o que houve?! Edmundo!
Aos poucos, com o chacoalhar dela, ele foi tornando a si. Quando pareceu despertar-se, sentou num salto de susto, alarmado, para logo arfar de dor pondo as mãos na cabeça.
–Calma, calma, Ed. - falei, pondo a mão em seu ombro. Lúcia o olhava com olhos aflitos.
–O que houve, Ed? - perguntou Eustáquio, alguns segundos depois. Edmundo ainda respirava com alguma dificuldade devido a forte dor de cabeça, mas aos poucos foi se situando novamente.
–Ed – chamou Lúcia, um pouco mais calma. - O que aconteceu?
Ele a olhou por alguns instantes, como se tentasse organizar os pensamentos para encontrar a resposta.
–Eu... Eu... Eu não sei... Não lembro... - ele estava tão confuso quanto nós. - O que houve?
–Estávamos indo para a sala do trono, você vinha conosco, mas quando chegamos lá você não estava mais. Voltamos para encontrá-lo e o achamos caído aqui. - explicou Lúcia. - Tem certeza que não se lembra de nada?
Ele assentiu.
–Lembro de estar indo com vocês, vocês estavam... Bem à minha frente, mas aí... Eu acho que ouvi alguma coisa, então tudo apagou... - ele respondeu, de sobrancelhas unidas, parecia ainda mais confuso.
–Você sente mais alguma coisa? - perguntei.
–Só uma dor de cabeça terrível. - resmungou.
–Venha, Ed – Lúcia se levantou, ajudando-o a fazer o mesmo. Ajudamos também. - Vamos levá-lo aos seus aposentos, você precisa descansar.
Susana.
–Majestade, não entendo o que possa ter acontecido...? - começou Tariq.
–Não haverá tratado nenhum. Você e sua comitiva devem deixar Nárnia ainda hoje. - Caspian explicou, impassível.
Tariq parecia ainda um pouco confuso, mas orgulhoso. Já seus concelheiros, pareciam orgulhosos e profundamente ofendidos.
–Sendo assim, meu caro Tisroc, é melhor irmos e oferecermos nossos benefícios a uma nação que realmente saiba apreciá-los. - respondeu Andreas.
Caspian conseguiu segurar a risada, mas ela não passou despercebida, acredito eu.
–Espere, espere! - protestou Tariq, erguendo as mãos. Aguardamos para que continuasse. - Acho que tenho o direito de saber o por que de estar sendo mandado embora assim.
–Os motivos já foram expostos claramente, Tariq. - disse Pedro.
–Falo de provas! - disse firme. Certamente não estava gostando nada daquilo e o modo gentil não surtiria mais efeito algum.
Caspian assentiu, lançando um breve olhar para Pedro que se afastou e chamou os soldados que aguardavam do lado de fora. Eles entraram trazendo uma caixa de madeira semelhante à que Storm descrevera, era um pequeno baú. Pedro o abriu e eu o vi tensionar o maxilar. Ele pegou o frasco que Storm falara, que tinha um líquido vermelho como sangue e amarrado à rolha, estava o coldre de Dramus, pelo qual sua espada estava pendurada.
–O que é isto? - perguntou Tariq.
–Sua acompanhante recebeu esta caixa de seu conselheiro Tashest. - contou Pedro. - Está vendo esta espada? Pertencia a Dramus, um de nossos guerreiros, que desapareceu ontem. Creio que este seja sangue dele, não?
–Tábata – Tariq se voltou para a moça que o acompanhava, os olhos flamejantes.
–Acho que esta é uma prova bastante clara de que vocês não estão aqui ávidos por um tratado de paz. - disse Caspian. - Quero todos bem longe de minhas terras.
Eles foram escoltados pelos guardas que já revistavam suas coisas e um grupo especial foi designado para garantir que eles ultrapassariam as fronteiras.
–Acho que eu estou ficando bom em expulsar pessoas de Nárnia. - comentou Caspian, depois que eles saíram. Nós rimos um pouco. O frasco e a espada de Dramus foram entregues a Ripchip, para que fossem prestadas as devidas homenagens.
–Como faremos para ter certeza de que está tudo seguro pelo castelo? - perguntei.
–Uma varredura completa. - disse Pedro. - Eu me encarrego disso, vocês já tem bastante coisas para se preocupar. - agradeci com um leve sorriso. Pedro olhou em volta. - Onde estão os outros?
–Fez bem em lembrar. - falei. - Edmundo vinha conosco para cá, bem atrás de nós, mas quando chegamos ele não chegou. Lúcia, Jake e Eustáquio foram procurá-lo.
Pedro uniu as sobrancelhas.
–Estranho, ele... - foi interrompido por Eustáquio que entrara na sala do trono.
–Acharam Edmundo? - perguntei.
–Sim. - respondeu sério. - É melhor vocês virem, aconteceu alguma coisa com ele.
Trocamos um olhar preocupado e partimos imediatamente com Eustáquio rumo ao aposentos de Edmundo. Lá encontramos o mesmo deitado em sua cama com uma bolsa de gelo na cabeça, Lúcia sentada ao seu lado na cama e Jake de pé. Todos olharam para nós quando entramos.
–Argh – resmungou Edmundo. - Entrem sem tanto barulho.
–O que aconteceu? - perguntei, quando chegamos até eles.
–Não sabemos. - respondeu Lúcia. - Voltamos para procurá-lo e o encontramos caído num dos corredores, o fizemos acordar e ele estava se queixando de uma dor de cabeça horrível.
–POXA, Edmundo, você está com DOR DE CABEÇA? - falou Pedro fazendo Edmundo encolher a cada vez que aumentava a voz. Dei-lhe uma cotovelada. Pedro e Caspian riram. Rolei os olhos.
–Ed, o que houve? - perguntei. Todos aguardamos pela resposta que veio um pouco confusa, a mesma confusão que estava nos olhos dele. Edmundo parecia querer saber a mesma coisa.
–Eu não sei... - respondeu, olhando-nos. - Não lembro.
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Ficaremos livres dos calormanos, não? Bom, pelo menos aparentemente falando. Não esqueçam dos reviews!
Beijokas!!