Sorrisos e Sussurros. escrita por Jajabarnes


Capítulo 23
Por Aslam, Ed, o que houve?!


Notas iniciais do capítulo

Hey there! Voltei!
Espero que gostem do capítulo. Nos vemos nas notas finais!



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Lembro-me vagamente de ter achado estranho o fato de Tariq ter aparecido por aqui tão próximo ao meu casamento, mas não lembro de ter compartilhado esse pensamento com outra pessoa. Agora fazia sentido. O que quer que ele estivesse tramando contra a coroa narniana, teria como palco o casamento.

–Por isso ele estava ganhando tempo nas negociações, para ainda estar aqui quando o casamento chegasse. - afirmou Pedro, enquanto andávamos. - Sabia que nossa polidez não o mandaria embora com uma festa tão próxima e sim o convidaria a ficar. E era tudo o que ele queria.

Caspian soltou com o ar, firme em sua determinação:

–Mas não vai acontecer.

Edmundo

Saímos todos juntos em marcha nos dividindo pouco depois. Pedro mandou Eustáquio e Jake chamarem os hospedes para a sala do trono como se nada tivesse acontecido. Enquanto isso, o restante de nós seguia para a sala do trono determinados a pôr um fim naquilo. Caspian, meu irmãos e Ripchip iam mais a frente, falando coisas entre si, e eu atrás. Quando passamos por uma pequena câmara, escutei vozes.

Eles não ouviram, por que as vozes pararam quando os passos altos deles se aproximaram, eu notei aquela coisa estranha e os deixei passar para que o silêncio viesse e me deixasse ouvir o que quer que as vozes voltassem a dizer. Os outros seguiram em frente sem sequer notar que eu havia ficado para trás e seria melhor assim. Aproximei-me da câmara em silêncio.

Reconheci as vozes de imediato. Eram os concelheiros de Tariq que conversavam aos sussurros com uma mulher, provavelmente a acompanhante deste. Meu coração acelerou junto com o crescimento de minha raiva a medida que os ouvia. Então decidi que ouvira o suficiente e quando me preparava para afastar-me a porta se abriu de súbito e eles me viram.

–Ora, ora, Rei Edmundo. - disse a tal mulher - Que pena encontrá-lo por aqui. Vigiem. - disse aos outros.

–Não posso dizer o mesmo. - rebati, pronto para sacar a espada, mas quando percebeu o que eu ia fazer, a bruxa estendeu a mão para mim, não consegui mais me mover para pegar a espada e muito menos para correr dali.

–Acho que não. - ela sorriu de lado. - Espero que não tenha escutado muito, me dará menos trabalho.

–O suficiente para executá-la. - vociferei, lutando para que meus pés me obedecessem. - E a todos vocês!

Desviei o rosto quando ela tentou tocá-lo, mas não consegui me afastar o suficiente, visto que não conseguia me mexer.

–Tolinho, não dificulte as coisas. - ela tocou meu rosto.

E tudo apagou no mesmo instante.

Susana.

Quando nos aproximamos da sala do trono encontramos Tariq e os outros surgindo do lado oposto do mesmo corredor. Entramos primeiro e permanecemos no degraus, ao lado de Caspian enquanto os outros se aproximavam. Lúcia olhou em volta.

–Onde está Edmundo? - perguntou. Pedro e eu olhamos em volta. Nem sinal de Edmundo.

–Eles estava bem atrás de nós. - lembrei.

–Jake, Eustáquio, me acompanhem. - Lúcia falou logo saindo com eles. Caspian virou para Pedro e assentiu uma vez. Pedro se afastou para falar com alguns guardas que logo saíram.

–Bem – disse Tariq. - Achei que já tínhamos encerrado nossa reunião por hoje, Majestades. E da próxima vez que tivermos que retomar a reunião após um intervalo eu gostaria de ser informado...

–Chega, Tariq. - interrompeu Caspian, nem um pouco gentil. - Seu teatro pode acabar.

–Desculpe, acho que não entendi o que...

–Então eu explico. - dessa vez Pedro o cortou. - O fato de você complicar tanto as negociações, ter chegado aqui faltando poucos dias para um evento importante e de sua acompanhante ser uma bruxa, deixa bem claro que você não veio aqui para um absurdo tratado de paz.

–Bruxa?! Mas o que...?! - começou um Tariq que parecia realmente confuso. Caspian ergueu-se de seu trono, interrompendo-o outra vez, naquela postura autoritária de Rei.

–Deixe Nárnia nesse exato momento e nada mais grave acontecerá.

–Majestades, não sei o que posso ter feito para...

–Ah, você sabe muito bem. - disse Pedro. - Saia de Nárnia antes que nossos soldados precisem lhe obrigar a isso.

Jake.

Sem entendermos muito bem, deixamos a sala do trono assim que chegamos quando Lúcia passou por nós, rumo à saída.

–Jake, Eustáquio, me acompanhem. - falou ela sem parar os passos, saindo da sala.

Demos meia volta e a seguimos.

–Algum problema, Lúcia? - perguntou Eustáquio assim que saímos e os guardas fecharam as portas.

–Edmundo – explicou ela, andando ligeiro. - Estava bem atrás de nós quando vínhamos para cá, mas não chegou conosco.

Ele podia ter desviado o caminho sem avisar aos irmãos, mas eles estavam indo resolver algo sério, o que o levaria a não mudar o rumo sem mais nem menos. Seguíamos Lúcia em silêncio enquanto ela refazia o caminho de volta e não precisou muito para que dobrássemos num corredor próximo.

–Edmundo! - ela gritou, correndo até o irmão que estava caído no meio no caminho. - Ed! - ela ajoelhou-se ao lado dele e nós a imitamos. Lúcia balançou-o. - Edmundo, acorde. Por Aslam, Ed, o que houve?! Edmundo!

Aos poucos, com o chacoalhar dela, ele foi tornando a si. Quando pareceu despertar-se, sentou num salto de susto, alarmado, para logo arfar de dor pondo as mãos na cabeça.

–Calma, calma, Ed. - falei, pondo a mão em seu ombro. Lúcia o olhava com olhos aflitos.

–O que houve, Ed? - perguntou Eustáquio, alguns segundos depois. Edmundo ainda respirava com alguma dificuldade devido a forte dor de cabeça, mas aos poucos foi se situando novamente.

–Ed – chamou Lúcia, um pouco mais calma. - O que aconteceu?

Ele a olhou por alguns instantes, como se tentasse organizar os pensamentos para encontrar a resposta.

–Eu... Eu... Eu não sei... Não lembro... - ele estava tão confuso quanto nós. - O que houve?

–Estávamos indo para a sala do trono, você vinha conosco, mas quando chegamos lá você não estava mais. Voltamos para encontrá-lo e o achamos caído aqui. - explicou Lúcia. - Tem certeza que não se lembra de nada?

Ele assentiu.

–Lembro de estar indo com vocês, vocês estavam... Bem à minha frente, mas aí... Eu acho que ouvi alguma coisa, então tudo apagou... - ele respondeu, de sobrancelhas unidas, parecia ainda mais confuso.

–Você sente mais alguma coisa? - perguntei.

–Só uma dor de cabeça terrível. - resmungou.

–Venha, Ed – Lúcia se levantou, ajudando-o a fazer o mesmo. Ajudamos também. - Vamos levá-lo aos seus aposentos, você precisa descansar.

Susana.

–Majestade, não entendo o que possa ter acontecido...? - começou Tariq.

–Não haverá tratado nenhum. Você e sua comitiva devem deixar Nárnia ainda hoje. - Caspian explicou, impassível.

Tariq parecia ainda um pouco confuso, mas orgulhoso. Já seus concelheiros, pareciam orgulhosos e profundamente ofendidos.

–Sendo assim, meu caro Tisroc, é melhor irmos e oferecermos nossos benefícios a uma nação que realmente saiba apreciá-los. - respondeu Andreas.

Caspian conseguiu segurar a risada, mas ela não passou despercebida, acredito eu.

–Espere, espere! - protestou Tariq, erguendo as mãos. Aguardamos para que continuasse. - Acho que tenho o direito de saber o por que de estar sendo mandado embora assim.

–Os motivos já foram expostos claramente, Tariq. - disse Pedro.

–Falo de provas! - disse firme. Certamente não estava gostando nada daquilo e o modo gentil não surtiria mais efeito algum.

Caspian assentiu, lançando um breve olhar para Pedro que se afastou e chamou os soldados que aguardavam do lado de fora. Eles entraram trazendo uma caixa de madeira semelhante à que Storm descrevera, era um pequeno baú. Pedro o abriu e eu o vi tensionar o maxilar. Ele pegou o frasco que Storm falara, que tinha um líquido vermelho como sangue e amarrado à rolha, estava o coldre de Dramus, pelo qual sua espada estava pendurada.

–O que é isto? - perguntou Tariq.

–Sua acompanhante recebeu esta caixa de seu conselheiro Tashest. - contou Pedro. - Está vendo esta espada? Pertencia a Dramus, um de nossos guerreiros, que desapareceu ontem. Creio que este seja sangue dele, não?

–Tábata – Tariq se voltou para a moça que o acompanhava, os olhos flamejantes.

–Acho que esta é uma prova bastante clara de que vocês não estão aqui ávidos por um tratado de paz. - disse Caspian. - Quero todos bem longe de minhas terras.

Eles foram escoltados pelos guardas que já revistavam suas coisas e um grupo especial foi designado para garantir que eles ultrapassariam as fronteiras.

–Acho que eu estou ficando bom em expulsar pessoas de Nárnia. - comentou Caspian, depois que eles saíram. Nós rimos um pouco. O frasco e a espada de Dramus foram entregues a Ripchip, para que fossem prestadas as devidas homenagens.

–Como faremos para ter certeza de que está tudo seguro pelo castelo? - perguntei.

–Uma varredura completa. - disse Pedro. - Eu me encarrego disso, vocês já tem bastante coisas para se preocupar. - agradeci com um leve sorriso. Pedro olhou em volta. - Onde estão os outros?

–Fez bem em lembrar. - falei. - Edmundo vinha conosco para cá, bem atrás de nós, mas quando chegamos ele não chegou. Lúcia, Jake e Eustáquio foram procurá-lo.

Pedro uniu as sobrancelhas.

–Estranho, ele... - foi interrompido por Eustáquio que entrara na sala do trono.

–Acharam Edmundo? - perguntei.

–Sim. - respondeu sério. - É melhor vocês virem, aconteceu alguma coisa com ele.

Trocamos um olhar preocupado e partimos imediatamente com Eustáquio rumo ao aposentos de Edmundo. Lá encontramos o mesmo deitado em sua cama com uma bolsa de gelo na cabeça, Lúcia sentada ao seu lado na cama e Jake de pé. Todos olharam para nós quando entramos.

–Argh – resmungou Edmundo. - Entrem sem tanto barulho.

–O que aconteceu? - perguntei, quando chegamos até eles.

–Não sabemos. - respondeu Lúcia. - Voltamos para procurá-lo e o encontramos caído num dos corredores, o fizemos acordar e ele estava se queixando de uma dor de cabeça horrível.

–POXA, Edmundo, você está com DOR DE CABEÇA? - falou Pedro fazendo Edmundo encolher a cada vez que aumentava a voz. Dei-lhe uma cotovelada. Pedro e Caspian riram. Rolei os olhos.

–Ed, o que houve? - perguntei. Todos aguardamos pela resposta que veio um pouco confusa, a mesma confusão que estava nos olhos dele. Edmundo parecia querer saber a mesma coisa.

–Eu não sei... - respondeu, olhando-nos. - Não lembro.


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Notas finais do capítulo

Ficaremos livres dos calormanos, não? Bom, pelo menos aparentemente falando. Não esqueçam dos reviews!
Beijokas!!