Heirs escrita por Jajabarnes


Capítulo 5
Bem-vindos


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, mas felizmente, minhas férias estão chegando e vai chover capítulos novos!!!!
Boa leitura ;D



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Alysson.

Margaret estava parada na porta, acompanhada de quatro pessoas estranhas. Eles pareciam ter nossa idade, todos louros de olhos azuis. O silêncio que sufocou o refeitório foi pesadíssimo, todos estávamos em choque, ninguém jamais suspeitaria que Margaret apareceria ali a essa hora, geralmente ela só voltava de madrugada!

-O que... Significa isso?! - perguntou ela, pausadamente, com as mãos na cintura, como se estivesse preste a ter um ataque.

Olhei para trás, por cima do ombro, trocando um olhar com Juh e Léo que estavam ao fundo, depois olhando para a direita, onde Rick e Jazz estavam sobre o balcão, paralisados. Ninguém respondeu, o que a deixou mais zangada. Margaret empinou o nariz, e ergueu o dedo em nossa direção.

-Vocês – apontou para as crianças, falando com desprezo. - Limpem essa bagunça. E vocês cinco. - lançou um olhar fulminante para meus primos e eu. - Me acompanhem.

Deu-nos as costas, caminhando desengonçada sobre aquele par de salto alto, atravessando, sendo seguida pelas quatro pessoas desconhecidas.

Rick e Jazz saltaram do balcão, Juh e Léo chegaram até nós e juntos seguimos atrás da bruxa. Eu estava nervosa. Sempre que Margaret nos pegava fazendo algo que ela julgava ser errado, algum de nós sempre pagava caro, e o principal alvo dela eram as Gêmeas. Não sei por que, mas Margaret sempre as trata pior do que a nós – não que ela nos trate com algum zelo.

Chegamos a sala dela, o único lugar dígno naquele prédio que caía aos pedaços. Com uma gentileza assombrosa, ela pediu para que as pessoas misteriosas sentassem no sofá que havia encostado a uma das paredes e ali eles ficaram, com movimentos delicados e leves, como se fossem feitos de porcelana.

Margaret dirigiu seu olhar maligno para nós, com passos firmes, contornou sua mesa, sentando em sua cadeira por trás da mesma, nos encarou por trás do pincenê com um olhar sério, furiosamente controlado.

Entreguei Mary para Jazz, pondo-me a frente, pronta para falar. Em todo caso, era sempre eu que tomava a frente em questões parlamentares, tinha uma veia forte para isso.

-Expliquem-se. - disse ela, entredentes. Suspirei.

-Hoje é aniversário delas, Margaret – indiquei minhas primas. - Queriamos apenas comemorar de um jeito especial...

Ela debochou.

-Como se fosse algo especial. Se esquecem de quem foi essa data que os pais delas as deixaram? As largaram ali naquele portão? Se nem eles tinham essa data como especial, por que vocês faria-na especial?

-Você não sabe que motivos eles tiveram! - berrou Juh, lá de trás, mas Margaret a ignorou.

Engoli com raiva.

-Só queríamos comemorar, afinal...

-Ora, poupe-me. - ela fez cara de deboche. - Vocês aproveitaram minha ausência para transgredir as regras e ainda influenciaram os outros montros que estão lá fora a fazerem o mesmo. Não preciso de explicação. Não preciso falar mais nada também, sabem que vão pagar por isso.

-Então dê a punição somente a nós, não faça nada contra as crianças. - falou Richard.

-E por que não? Eles também me desobedeceram.

-Mas você mesma acabou de dizer que nós os influenciamos, eles não têm culpa. - Juh argumentou.

-Que castigo vocês sugerem, meus queridos? - dirigiu-se para os desconhecidos com um sorriso assustadoramente doce.

-Quem são eles? - perguntou Jazz, lá de trás, balançando Mary nos braços.

-Poupe-me da sua voz irritante, Pevensie. - ordenou, firme, em seguida suspirou. - Pensarei na punição adequada depois. - se levantou, rodeando a mesa, ficando de frente para nós. - Estes são os mais novos moradores de nossa instituição, vieram transferidos de um outro orfanato. Quero que vocês os levem para conhecer as instalações e dizer-lhes as regras, precisarei me ausentar novamente e espero que se comportem. - disse seriamente antes de pegar a bolsa e sair da sala, fechando a porta.

-O que será que ela vai fazer? - perguntou Richard, encarando a porta fechada.

-O que você acha? Achar o melhor meio de nos infernizar. - respondeu Jazz. Suspirei, e voltei-me para os novatos.

-Eu acho que devo dizer “bem-vindos”. - Sorri amarelo para eles, que se puseram de pé. - Como se chamam?

-Meu nome é Lorena – disse uma das garotas. - E esses são meus irmãos, Lavínia, Luke e Lance.

-Muito prazer – troquei um aperto de mãos com todos. - Eu sou Alysson Pevensie e esses são meus primos Richard, Julia, Jamim e Leonardo Pevensie. - indiquei cada um. - Venham, vou levá-los para conhecer tudo. Rick, Léo, vocês poderiam ir com a Jazz cuidar das crianças? Juh e eu podemos mostrar tudo...

-Claro. - respondeu Leonardo, se dirigindo para a saída com os outros.

-Nos vemos depois. - Richard fechou a porta.

-Vamos? - chamei. Eles nos seguiram e caminhamos porta à fora. Juh e eu os guiamos primeiro pelo térreo. - Bom, vocês já viram o refeitório, a cozinha também fica lá, mas Margaret mantem tudo trancado para que nós não peguemos nada.

-Ela sai todo dia de manhã, e só volta tarde da noite, assim temos a casa toda para nós. - completou Juh. - Quando sai, ela deixa o depósito e a cozinha fechados, se dependesse dela nós morreríamos de fome. A sorte é que o Léo é ótimo em abrir portas trancadas. - ela riu.

-Bom, nós também limpamos a casa, o jardim, e fazemos todas as outras tarefas domésticas. É absolutamente proibido qualquer manifestação artistica, musical ou outra coisa do gênero. Antigamente, quando a responsável pelo orfanato era a Srt. Wilson, esse lugar era o paraíso e poucas crianças queriam ser adotadas. Nós tínhamos aulas, brincadeiras e uma sala de música completamente recheada de instrumentos, mas hoje em dia, Margaret mantem todos esses espaços trancados. - falei.

-É, ela trancou essas portas e abriu outra. Quando fazemos algo que ela julgue errado, ela nos puni deixando-nos trancados no porão. É um lugar horrível, escuro, fechado, úmido... - Juh abraçou a si mesma. - Já estive lá algumas vezes. Margaret joga os “desobedientes” lá dentro, tranca, e os deixa lá, sem comer nem beber por sabe-se lá quanto tempo... - disse ela. E eu assenti com a cabeça.

-Bem, vocês duas ficarão aqui – indiquei um dos quartos. Juh abriu a porta para elas. - É pequeno, mas não impossível de ser usado. - brinquei. - Rapazes, podem ficar ali – apontei para uma outra porta, do outro lado do corredor, duas portas a frente.

-Bom, o resto das coisas vocês aprenderão com o decorrer do tempo. Nosso quarto é bem ali – indicou a porta do nosso ovo. - Qualquer coisa, é só chamar.

-Não é o melhor lugar do mundo, com certeza, mas o que realmente importa é a companhia, as crianças são adoráveis, tenho certeza de que se sentirão acolhidos. - sorri e eles entraram em seus quartos sem dizer palavra.

Juh e eu trocamos um olhar e demos de ombros antes de voltar para o refeitório, para ajudar os outros. Os novatos não parecem muito comunicativos, mas, de qualquer forma, acho que vai ser bom te gente da nossa idade por aqui.

Luke.

Lance e eu entramos no quarto minúsculo e asqueroso. O ambiente era úmido e tudo tinha uma aparência velha e suja, as crianças pareciam monstrinhos hiperativos e irritantes. Margaret é uma megera, sem dúvida, e com certeza usaríamos isso a nosso favor.

Sentei na cama enquanto Lance olhava tudo com cara de nojo. Logo depois a porta do quarto abriu e Lorena adentrou o lugar com uma cara nem um pouco amigável.

-Lory, tente se acalmar, lembre do nosso objetivo aqui. - Lavínia fechou a porta enquanto nossa outra querida irmã andava de um lado para o outro no pouco espaço que tinha, tropeçando em nossos pés.

-Por que ela está assim? - perguntou Lance.

-Como assim “por que”?! - Lorena estava irritada, e isso não era bom. - Olhe em volta, Lance! Me explica como viemos parar nesse lugar horroroso?! Tudo aqui me causa repulsa, aquelas pestes que correm de um lado para o outro devem ter doenças contagiosas, esse prédio parece que vai desabar a qualquer momento, e ainda tem aqueles cinco idiotas! Agora me diga, me diga como fomos nos meter numa coisa dessas?!

-Você sabe muito bem por que. - intervi. - Fomos alertados sobre tudo isso aqui, Lory, então, por favor, guarde suas reclamações para outro momento.

-Luke tem razão. - disse Lavínia. - Temo coisas importantes a fazer por aqui, você sabe. Além disso, de idiotas eles não tem nada, muito pelo contrário, os meninos são umas gracinhas. - ela deu um sorriso de lado.

-Principalmente o lourinho. - Lorena abriu um sorriso.

-Luke estava de olho na ruivinha, estava quase babando em mim. - disse Lance. Joguei um travesseiro nele, que riu.

-Se é assim, temos que por o plano em prática logo, quero sair daqui o quanto antes. Lory deixou o quarto, seguida de Lavínia, batendo a porta.

Senti o travesseiro bater contra meu rosto.

-Você está sim de olho na ruivinha.


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Notas finais do capítulo

Reviews!

Beijokas!!



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