A garota de capa preta andava pela escuridão. Mesmo o capuz de cor escura não escondia seus cabelos alaranjados, lisos, mas com cachos rebeldes. Os olhos azuis claríssimo estavam semisserrados, tentando enxergar na penumbra. A pele branca fazia um contraste incrível com a capa preta, e um sorriso atrevido perpassava os lábios.
Chovia, e a garota, ou melhor dizendo, Allith Newengard, a bruxa das Trevas, se escondia em baixo da capa. Seus passos chapinhavam na rua molhado, e pesadas gotas de chuva batiam contra sua pele.
Um trovão estourou, e um clarão ofuscou a visão da ruiva.
-Klaus!- gritou- Klaus, é você?
Mais um trovão seguido de um clarão. E, com um estalo, um garoto materialixou- se na frente de Allith.
De braços cruzados, a boca retorcida em uma expressão de desgosto, se encontrava Klaus Newengard. Completamente diferente da irmã, não só na aparência, sendo que Klaus tinha cabelos negros, oljos castanhos e estatura alta. Quase sempre estava sorrindo, mas quando se tratava de Allith...
-Allith Newengard!- gritou ele, dando um passo a frente e ficando cara a cara com Allith.- O que você pensa que está fazendo?
Allith abriu a bica para responder, o sorriso atrevido ainda nos lábios:
-Eu vi um vampiro aqui, Klaus. Um vampiro!
A expressão séria do irmão pareceu que iria dar lugar a um sorriso por um breve instante. Mas retomou a expressão de seriedade, como se nada tivesse acontecido.
-Allith, isso é trabalho para o Conselho!- ele sussurrou para a irmã, ainda bravo.- Não podemos fazer isso sozinhos.
Finalmente o sorriso da ruiva se transformou em uma careta de decepção.
-O Conselho não pode dizer o que eu faço ou o que eu não faço, Klaus. - ela disse, séria.
-Na verdade pode, Allith.- disse o garoto, começando a dar um meio sorriso.
-Mas não vai me obrigar.- ela disse, se soltando dos braços do irmão.
-Mas eu posso.- disse Klaus, olhando nos olhos da irmã.
Por um momento, ela pareceu não entender. Mas depois...
-Você não se atreveria.- ela disse, em um sussurro desesperado.
-Me atreveria sim.- respondeu ele, redobrando o aperto no braço de Allith.
-Klaus!
-Eu não quero que você morra!- disse ele, com lágrimas nos olhos.
-Você prometeu que deuxaria, Klaus. E eu sei que você nunca, NUNCA usaria seus poderes em mim!
-Eu vou deixar, Allith. Mas não agora. E,- ele disse, olhando nos olhos da ruiva de novo.- você não sabe o que eu faria para te proteger.
-Você não estaria me protegendo, Klaus. Não estaria.
Allith soltou- se do aperto de Klaus novamente.
-Não me obrigue a fazer isso!- gritou ele.
Virando- se de costas para o irmão, a garota sussurrou, muito baixo.
-Eu só queeo vingança, Klaus. Será tão difícil entender? Eu sei que você também quer. Me ajude, Klaus. Eles mataram nossos pais, e nos matarão se tiverem chance.
-Allith...- chamou o moreno. Ela se virou novamente para ele.
E a chuva continuava caindo em cima dos dois irmão, mudos, se encarando. A lua cheia iluminava a rua, onde podia- se ver duas pessoas, de capa preta, pensando. Pensando no que fazer, pensando na morte dos pais, pensando nos Demônios. Pensando em vingança.
Vingança.
E a noite de lua cheia logo se transformaria em dia.