Digimon Adventure 03 - Em Busca Do Espaço Zero escrita por Sillycone br


Capítulo 9
Digi data – Unleash!


Notas iniciais do capítulo

Estou, tão feliz, tão feliz de ter retomado esse projeto, que não consigo me expressar com palavras.

Hoje eu fiquei muito feliz de entrar no Nyah e descobrir que eu tinha uma recomendação para a Fic. Sério, muito obrigado mesmo à B_Star_Fic. Você, que sempre me apoiou e nunca deixou de me acompanhar, merece ser lembrada de novo.

E por conta dessa felicidade toda, está aí: 3º capítulo em uma semana! Pode isso arnaldo? =D

Mas falando sério, vou tentar postar um capítulo por semana, mas não é nada garantido não.

Estou meio triste, usei mais palavras do que eu queria. Dava pra colocar mais coisas. Mas dane-se, esse capítulo merece!

Obrigado de novo pelo apoio, e fiquem com o capítulo 9!

Ps: Dicionário no final para os confusos e curiosos!



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“Ele nos traiu.” – repetia Takeru, em voz alta. – “Não dá pra acreditar.”

Patamon se apoiava no chapéu de seu parceiro, escutando suas palavras atentamente. Ken, Miyako e seus digimons ainda tentavam entender o que eles tinham acabado de ver.

O loiro afirmava que, quando eles chegaram neste castelo, Hibiki estava acabado. Do tipo que não seria capaz de se levantar nem mesmo para salvar sua vida. A conclusão que eles tiveram foi que ele recebeu ajuda. O Cavaleiro negro e o Digimon coelho que arrombou o portão deveriam ter uma espécie de aliança.

E então, o poder que o Digivice do rapaz tinha era algo inquestionável. O que ele fez com o corpo do parceiro Digimon dele era algo que o D3 não poderia realizar. Mas Ken não deixou de reparar que, qualquer que fosse a origem daquele poder “milagroso”, deveria ter seus riscos. Cada vez que era obrigado a usá-lo, o rapaz de vestes negras parecia ficar ainda mais exausto.

Eram informações magníficas, realmente. Tinham descoberto um pouco mais sobre Hibiki, mas nada daquilo ajudava em nada. Porque, mesmo sendo perfeitamente capaz de libertá-los daquela prisão, o Cavaleiro negro não fez nada. Simplesmente se reuniu com Dorumon e foi embora.

“Alguma coisa não está bem explicada.” – disse Ken, enquanto Takeru continuava a resmungar sozinho. – “Se ele podia se recuperar e fugir quando quisesse, porque simplesmente não evoluir Dorumon e escapar?”

“Não é obvio?” – afirmou Miyako, levantando o indicador como se a ideia lhe ocorresse de repente: -- “Ele queria ser capturado. Porque aquele coelhão gigante poderia libertá-lo. Mas o que ele iria querer aqui, no meio da base dos caras malvados?”

“A amiga dele.” – respondeu Takeru, arregalando os olhos de repente. – “A garota que ele queria salvar. Será que ela está por aqui?”

A pergunta do garoto pairou no ar. Os outros concordavam com a opinião dele, mas de que aquelas indagações adiantariam? Sem ninguém para salvá-los, eles continuariam presos, independente do que eles pensassem sobre o assunto.

Então, do lado de fora, eles começaram a ouvir alguém se aproximando. O som que eles escutavam era quase robótico, como se cada passo fosse de algum tipo de armadura mecânica. O dono daqueles passos parou, olhou para o buraco que havia onde antes havia a porta e entrou no salão, dizendo:

“Eim? Que bagunça vocês fizeram aqui!”

E em seguida, os digiescolhidos passaram a analisá-lo.

O Digimon que acabara de entrar tinha a forma de um andróide. Era magro, mas a armadura preta que cobria seu corpo dava a ele uma aparência muito mais imponente e dinâmica. A parte baixa da armadura cobria apenas os pés e uma pequena parte de sua cintura, deixando visível o pedaço da perna que a bota preta e metálica não podia cobrir.

O torso da armadura tinha ombreiras prateadas. Os braços do Digimon eram cobertos por algum tipo de mecanismo que armazenava mísseis. Nas costas, ele carregava um dispositivo com três canos pretos da cada lado, que provavelmente carregava mais explosivos. As longas orelhas do Digimon eram cobertas por um aparelho especial, que funcionava como um radar. A máscara que escondia o rosto dele só deixava visíveis os seus dois olhos vermelhos.

“É, estou surpreso.” – continuou o recém-chegado – “Duke-Chan vai pensar duas vezes antes de subestimá-los de novo.”

A forma despreocupada com que ele se referia ao paladino prateado era o suficiente para Takeru entender que os dois eram aliados. Os digiescolhidos permaneceram calados, não dando àquele Digimon qualquer informação que lhe fosse útil.

“Nossa, como vocês são chatos.” – resmungou o digimon negro, chateado por estar sendo ignorado. – “Se vocês não vão falar para onde eles foram, tudo bem! Eu não preciso forçar vocês.”

De repente, ele produziu um som que lembrava um apito. Só que mais agudo e mais alto, como se estivesse ecoando dentro da cabeça dos garotos e se espalhando por todas as direções.

E então, o barulho cessou. Takeru se viu tirando as mãos dos ouvidos quando, envolta do andróide, surgiram vários digimons. Eles, na verdade, atravessaram as sólidas paredes do castelo, como se seus corpos fossem etéreos. Cada um deles parecia ser coberto por um lençol branco que escondia a sua verdadeira forma.

“Qual é a emergência, Lorde BlackRapidmon?” – indagou um Bakemon, curvando a cabeça em respeito.

“Parece que alguém quer brincar de pique e pega.” – brincou o andróide, deixando escapar uma risada sarcástica. – “Por algum motivo, meu radar não é capaz de localizá-lo. Vocês poderiam ser gentis e avisar aos outros que temos um fugitivo?”

Os Bakemons acenaram em concordância. A pedido de BlackRapidmon, dois dos monstros passaram a vigiar a porta quebrada. Os outros desapareceram e se espalharam para todas as direções do castelo. Ele deu as costas ao grupo de Takeru e passou pelos escombros da porta para ir embora. Mas antes de ir, ele deixou escapar um aviso:

“Não saiam daqui, esta bem? Podemos ter que matar um de vocês para ele aparecer.”

E quando o digimon negro deixou o salão,  a desconfiança dos digiescolhidos no Cavaleiro Negro e em seu Digimon parecia mais justificada do que nunca.

(...)

“Eu falhei.” – repetia Hibiki, encolhido em um canto daquele salão escuro. – “Eu não acredito que eu falhei.”

Ele e Dorumon ainda não tinham saído da sala. O rapaz só ficava repetindo aquelas palavras. Seu coração estava disparado e os olhos arregalados, encarando o vazio. Seus pensamentos só tinham lugar para uma sentimento: desespero.  Ele tentava se abraçar, esperando em vão que a tremedeira passasse e o frio se esquentasse.

O garoto se recusava a chorar. Não por outro motivo que não fosse seu estado de choque. Ele não conseguia sentir nada.

Tentou então esconder, como ele sempre havia feito, seus medos e suas fraquezas nas boas lembranças de seu passado. Ele fechou os olhos e a imagem do rosto sorridente de Kiara invadiu seus pensamentos. Ela estendia as mãos e o convidava para uma caminhada em uma bela planície gramada. Ela ria, mais uma vez. Aquele sorriso, para ele, era único e inesquecível.

Mas, pensando bem, isso só deixava tudo pior. Porque, querendo ou não, aqueles tempos de paz se foram. E o que torturava o Cavaleiro Negro era a dor de ser obrigado a dizer adeus àquelas lembranças tão especiais. Não havia mais um bom motivo para continuar vivo.

Sua última chance de resgatar Kiara se fora. Ele nunca mais iria vê-la.

E lá estavam elas: As lágrimas. A única coisa que ele não se permitia fazer, agora fugiu de seu controle. Elas escorriam de seus olhos avermelhados, quando foram acompanhadas de um grito.  Um lamento dolorido, que não era o suficiente para lavar tanta dor que se acumulava em seu coração.

Ele chorou até que não restassem lágrimas. Gritou até que não houvesse voz. E tudo que Dorumon fez foi baixar suas orelhas e observar, em silêncio, o antes tão orgulhoso Hibiki desmoronar no meio de seu próprio sofrimento.

Quando ele finalmente se acalmou, o rapaz estava de joelhos e com os dois braços tocando o chão. Foi se controlando à medida que seus pensamentos ficavam mais claros.  E ele então começou a se fazer a seguinte pergunta:

De quem era a culpa?

Reapermon? ChaosDukemon? Dos outros digiescolhidos? Para o garoto, isso não importava. Todos deviam ser queimados vivos nas chamas do seu ódio.

E aquela estranha sensação começou a tomar conta dele de novo. Uma aura sinistra, mais poderosa do que qualquer outra, começou a envolver o corpo do Cavaleiro negro e de seu Digimon. Os dois começaram a flutuar no ar quando  uma onda de poder das trevas os engoliu.

Ali, perdido naquela escuridão, uma voz diabólica, terrível, nefasta, sussurrou nos ouvidos do garoto:

Liberte o seu ódio. Só o seu ódio poderá me libertar.”

E assim, o rapaz silabou as palavras: “Digidata – Unleash.”. Sua dor sumiu. Seus sentimentos o abandonaram. Ele se entregou para as trevas e abraçou-as de frente, quando o que restava de sua consciência se esvaiu e só o que sobrou foram as sombras.

(...)

Takeru segurava o chapéu nas mãos e caminhava sem parar, de um lado para o outro. Os outros acompanhavam com os olhos o movimento do loiro. E isso já estava deixando-os loucos de tanta apreensão.

“Fique calmo, Takeru.” – pediu Patamon, com um rosto preocupado – “Vai ficar tudo bem.”

“Bem?” – repetiu o loiro, com um tom elevado – “Olhe à sua volta, Patamon. O que você acha que está bem?”

“Takeru...” – murmurou o pequeno Digimon.

Foi então que o garoto reparou que Ken, Miyako e os outros digimons olhavam diretamente para ele. Não deu pra não sentir uma pontada de culpa por aquela pequena explosão. Afinal, não era ele que nunca deveria perder a esperança? Ele murmurou um pedido de desculpas sincero, que os outros aceitaram de bom grado.

“Você não precisa se desculpar.” – garantiu Hawkmon.

“Concordo.” – disse Ken – “Estamos todos cansados e machucados. Não estamos pensando direito.”

“Vocês não entendem...” – afirmou o loiro, recolocando o chapéu sobre a cabeça. – “Eu prometi para a Hikari que a protegeria. Eu prometi ao Taichi que cuidaria dela. E até agora, só o que eu fiz foi colocar meus amigos em perigo...”

Miyako se levantou e abraçou o rapaz, que se viu surpreso com a atitude da amiga. Ela arrumou os óculos redondos que tinha em seu rosto para dizer:

“Ei, não foi culpa sua. Hikari é nossa amiga também.” – ela sorriu, o que fez com que todos à sua volta rissem também. – “E eu não me preocuparia com o Iori, ou com o Daisuke. Pelo que eu sei, aquele maluco de cabelo espetado poderia estar entrando por aquele buraco agora mesmo!”

Ela falou de brincadeira e todos começaram a rir aos custos do líder dos Digiescolhidos. Foi quando, para a surpresa deles, um raio lazer em formato de X atingiu um dos Bakemons, que desapareceu na forma de dados.

O outro guarda se assustou com o ataque repentino. Antes que tivesse tempo de reagir, uma labareda de fogo azul incinerou o pano branco que cobria seu corpo, até que o último guarda também foi derrotado.

Takeru e Patamon olhavam para o corredor, sem entender nada. De repente, dois digimons tentaram forçar a sua entrada no salão ao mesmo tempo. Mas como o buraco da porta era muito pequeno e seus corpos muito grandes, os dois ficaram entalados.

De um lado, os digiescolhidos reconheceram ExVeemon, o parceiro de Daisuke.  Do outro, um Digimon ainda mais inesperado: um lobo de pele branca, azul e prateada, tão dura quanto o lendário metal raro Mithril. Tinha quatro garras vermelhas em cada uma de suas quatro patas. Seus olhos amarelos eram de um predador e sua mandíbula contava com grandes presas afiadas.

No meio dos dois, também esmagados entre o que restava da porta destruída, estavam duas pessoas que os digiescolhidos conheciam muito bem.

Um deles era o ruivo de cabelos espetados, seu “brilhante” líder. Ele tentava, em vão, empurrar a barriga de seu parceiro Digimon, que ameaçava prensar todos os seus ossos contra a parede.

“Droga ExVeemon!” – exclamou Daisuke, sem conseguir se mover – “Você está precisando de uma dieta!”

“Que maldade, Daisuke! Eu não estou gordo!” – protestou o dragão azul. – “Pra falar a verdade, não como nada faz quase dois dias!”

“Vocês dois!” – disse o digimon lobo, em um tom autoritário – “Alguém de um passo para trás. Não dá pra entrar todo mundo ao mesmo tempo! Eu vou acabar machucando vocês!”

“Não consigo!” – alertou ExVeemon – “Estamos presos!”

Os digiescolhidos presos na cela de energia ficaram encarando aquela cena bizarra. Típica de Daisuke, na verdade. Estavam prestes a sugerir uma solução quando uma voz masculina falou:

“Francamente! Você não tem cérebro, por acaso? Digidata – Scan!”

E, como resposta àquelas palavras, o lobo azul começou a brilhar em uma luz amarela e regredir para sua forma Seichouki: um lobo menor que andava em suas duas patas, usando um casaco de pele e portando um chifre amarelo no meio da testa.

Takeru reconheceu aquela última voz de imediato. Ele o os outros repararam que o recém chegado usou o mesmo comando que Hibiki havia usado, alguns momentos atrás.

 “Onii-Chan!” – afirmou o garoto. – “É você?”

E pela primeira vez, ele se sentiu livre para ter esperança novamente. Porque se existia alguém que fazia o garoto se sentir seguro, esse alguém era seu irmão mais velho, Ishida Yamato.

 O rapaz era um pouco mais alto que seu irmão mais novo, compartilhando os mesmos olhos azuis e um cabelo loiro um pouco mais longo. Digno do visual que deixava qualquer garota da idade dele louca. E não é só porque Yamato fazia parte de uma banda como vocalista, ou por sua aparência atraente.  Suas forma de se vestir sempre foi um tanto descolada.

ExVeemon também esgotou suas energias e retornou para a forma Seichouki. Yamato caminhou até onde Daisuke estava esticando os músculos, grato por não ter sido esmagado. Então, o loiro mais velho acertou-lhe um belo cascudo na cabeça. O ruivo gemeu de protesto, quando seu agressor disse:

“Eu te disse antes, não foi? Temos que ser discretos e não perder tempo! Imagina se nos descobrem aqui?”

“Yamato...” – murmurou Gabumon, o parceiro Digimon do rapaz – “Não temos tempo para isso. Vamos libertá-los e cair fora daqui!”

Não foi preciso dizer duas vezes. Veemon acertou uma cabeçada nas grades de energia e Gabumon soprou uma pequena labareda de fogo. A energia se espalhou em uma rajada de luz, e a cela que rodeava Takeru e os outros sumiu.

“Venham, nós temos que correr.” – chamou Yamato, colocando-se na direção do corredor.

“Mas espere, eles provavelmente já sabem que escapamos.” – alertou Miyako – “O que nós fazemos agora?”

“Nós corremos mais rápido.” – disse Takeru.

O irmão dele sorriu e acenou em concordância. O restante dos digiescolhidos e seus digimons trataram de sair pelo corredor e dar o fora dali, o mais depressa que puderam.

(...)

LadyDevimon passou dias e mais dias voando sobre o mar. Depois de diversos experimentos fracassados, a mulher de cabelos prateados finalmente estava próxima de cumprir seu objetivo.

Seus esforços incansáveis levaram-na a atravessar o oceano em busca do seu próximo alvo. Podia senti-lo, mesmo agora. Seus poderes sombrios agora a guiavam para qualquer fonte de luz poderosa que ainda existisse no Digimundo.

E pensar que sua busca iria levá-la para onde tudo começou. Ela pousou sobre a terra firme e, depois de tanto tempo, voltou a ser BlackTailmon.

A gata sacudiu-se, livrando-se da exaustão que lhe consumia já fazia horas. E depois de piscar os olhos, ela se viu novamente em Fairu Tou.

O lugar da ilha era rodeado de um deserto escaldante. À direita, uma densa floresta. À esquerda, mais distante, uma grande fábrica de metal.  Logo à frente dela estava o antigo vilarejo dos Pyokomons.

Era um pequeno território com casinhas minúsculas, um lago grande o suficiente para caber um navio e um poço de água mais adiante. A água, pelo que a gata lembrava, vinha direto da Montanha Panorama, que ficava ali perto. Alguém lhe disse que tinha um sabor delicioso. Sem cerimônia, a felina mergulhou o rosto na fonte mais próxima e tratou de beber.

Quando saciou sua sede, fez uma pequena caminhada pelo terreno. Mesmo com sua insistência, não encontrou ninguém. O vilarejo parecia ter sido abandonado há muito tempo.

“Se está procurando por mais uma vítima, chegou meio tarde.” – avisou uma Digimon, saindo de trás de seu esconderijo. – “O cavaleiro negro não chegou a te avisar que matou todos por aqui?”

Foi quando BlackTailmon  se virou e deu de cara com quem ela queria: Uma ave de penas rosas, olhos azuis e um bico vermelho. As suas asas também se adaptaram para servir como braços. Como conseqüência, sua capacidade de voar era comprometida. Tinha garras vermelhas na ponta dessas asas e no extremo de suas patas amarelas inferiores. Ela tinha um colarinho e uma cauda feitos de penas, assim como uma espécie de anel na testa em formato de caracol.

“O que você quer?” – perguntou Piyomon, sem demonstrar muita curiosidade – “Não sobrou muito para que você destruír. Quer dizer, você veio com Reapermon, não é?”

“Acalme-se.” – disse BlackTailmon, em um tom incrivelmente calmo. – “Eu só estou aqui para conversar.”

(...)

As paredes do Castelo Flutuante tremiam devido ao impacto. Em algum lugar, em algum dos andares superiores ou inferiores, deveria estar ocorrendo uma batalha terrível. Isso porque a cada golpe desferido, toda a ilha parecia estar sofrendo um terremoto. O chão balançava para um lado e para o outro, por pouco não fazendo tudo desabar encima das cabeças de nossos heróis.

Mas qualquer que fosse o motivo dos tremores, o grupo liderado por Yamato e Daisuke era grato a ele. Porque, devido àquilo, não restou um guarda atento pelo caminho deles. Os desatentos acabaram pagando o preço por tentar impedi-los de passar.

“Estamos quase lá!” – Anunciou o loiro mais velho, sem parar de correr – “É logo ali na frente!”

E então, para a surpresa de todos, um dos corredores em que eles estavam passando foi bloqueado por uma figura já conhecida. Porém, BlackRapidmon já não estava tão bem quanto pouco tempo atrás.

Qualquer que tenha sido oponente dele, fez o peito da armadura preta rachar, parte do mecanismo que cobria a orelha direita se partir e inutilizou praticamente todo o seu armamento. Não havia sinal de cortes ou arranhões. Parecia que as partes tinham sido arrancadas ou esmurradas, peça por peça.

“Vocês...” – silabou o Digimon negro – “O que vocês fizeram com ele? Porque ele está tão poderoso?”

O androide ia murmurar outra coisa, quando algo o interrompeu: Um dinossauro de pele laranja, com listras azuis e chifre marrom investiu contra ele. Blackrapidmon se chocou contra uma das colunas do castelo e o teto começou a rachar.  Os digiescolhidos e seus digimons olhavam para cima, desesperados, quando uma voz familiar lhes chamou:

“Por aqui! Rápido!”

Taichi estava a alguns passos deles, carregando alguém nas costas. O garoto apontava com a cabeça para um corredor logo à frente, correndo naquela direção logo em seguida. Os outros o acompanharam, seguidos por Greymon, a forma evoluída do parceiro do rapaz. Devido ao seu tamanho, o dinossauro gigante levou também alguns pedaços das paredes e das portas consigo.

Eles chegaram a um salão gigantesco, agora lotado de Bakemons e outros digimons das trevas. O grupo de digiescolhidos não teve tempo de parar. Seguindo as ordens de Taichi, eles se mantiveram juntos, em formação V. Os digimons se separaram e aqueles que podiam se transformaram imediatamente.

Iniciaram então sua corrida. Greymon foi obrigado a segurar sozinho dois DarkTyranomons, chifrando um e cuspindo fogo no outro. Angemon disparou um raio de luz que derrubou um Devidramon, empurrando-o para longe da formação dos digiescolhidos.

E eles corriam. Stingmon segurou a cabeça de um Airdramon e afastou-o do caminho. ExVeemon atingiu alguns digimons minúsculos que lembravam a forma de uma aranha com seu lazer laranja. Hawkmon arremessou a pena que havia em sua testa como uma Shuriken, fazendo um pedregulho enorme cair encima de vários inimigos.

Garurumon se colocou na frente dos Digiescolhidos e cuspiu uma nova labareda de fogo azul. Os Bakemons que estavam diante dele, coitados, nem tiveram chance.

Finalmente, os garotos cruzaram o portão principal e saíram em uma planície árida e sem vida.  As formas evoluídas de seus digimons seguiram o grupo, escapando por muito pouco do desabamento que ocorreu na parte norte do castelo. Arfando, suando, eles pararam um segundo para olhar à sua volta.

E voltaram a se desesperar.

Estavam cercados. Um exército ainda maior, cercado de digimons negros,  cada um mais nefasto que o outro. Todos encaravam os garotos com seus olhos vermelhos e amarelos. Eles engoliram o seco. Os digimons rodearam seus parceiros humanos e se prepararam para a batalha.

Quando de repente, todos eles ouviram um som agudo. Um disparo, uma verdadeira onda de energia colossal, vinda do castelo, varreu uma parte do exército gigante do mapa. O raio de luz verde, que parecia ter vários metros de diâmetro, durou apenas alguns segundos e desapareceu.

Tantos os digimons malignos quanto os digiescolhidos foram forçados a olhar quando, no espaço que havia entre os grupos, uma gigantesca cratera se abriu, seguida de mais um dos terremotos que tanto assolavam aquele castelo.

No meio da cratera, havia dois guerreiros de armadura. Um deles segurava a mascara do outro e pressionava contra o chão, como se quisesse esmagar a cabeça do adversário contra a força da palma de sua mão.

O guerreiro que estava no chão murmurou alguma coisa. O guerreiro de pé interrompeu seu ataque e olhou fixamente para seu adversário. Naquele momento, Takeru e os outros reconheceram que o que estava no chão era o próprio paladino prateado, ChaosDukemon. Mas seu estado era deplorável. Com partes da armadura faltando, o peitoral todo rachado e suas armas quebradas.

O guerreiro que estava de pé não disse nada. E no instante em que todos achavam que a luta tinha acabado, ele acertou o calcanhar direito no peito de ChaosDukemon com pura violência. O paladino prateado urrou de dor, quando a cratera em volta deles afundou ainda mais devido ao impacto. Ele perdeu a consciência e desabou.

E então, se afastando da erosão com passos rápidos, finalmente o guerreiro que estava de pé mostrou sua face. Sua armadura era completa, negra como a noite. Ombreiras, luvas, botas, peitoral e uma máscara, tudo totalmente preto, coberto de linhas douradas com algumas partes vermelhas. Seu Design tinha toques draconianos, com três garras douradas nos pés. Em suas costas, havia uma capa azul e algum tipo de mecanismo que lembrava a forma de duas asas.

O guerreiro ergueu a palma de sua mão para os Digiescolhidos e uma energia verde, igual a que disparou do castelo há pouco tempo, começou a brilhar.

Na hora, Takeru, Daisuke e os outros que o conheciam sabiam quem era.

Aquela era a descrição perfeita para um Cavaleiro Negro.

(...)

Continua!


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Notas finais do capítulo

Permitam-me dizer. Eu estava LOUCO para usar essas palavras no final. Desde que criei Hibiki e Dorumon, eu esperei por esse momento.

Estou plenamente satisfeito.

NÃO se esqueçam... Dos comentários! =D


Dicionário do capítulo:

Duke-chan: Uma maneira carinhosa de se referir à ChaosDukemon. Da a impressão que paladino é algum tipo de criança, o que indica uma possível provocação ao paladino prateado.


Onii-Chan: Irmão mais velho. Um termo japonês para isso, que eu não posso me deixar escrever de outra forma. Fica realmente feio tentar traduzir, mas é bom que saibam o significado.


DigiData Unleash: Liberar, quebrar as barreiras, expandir. Explicações melhores nos próximos capítulos.


Fairu Tou: Ilha arquivo. O lugar onde Taichi e os outros Visitaram o digimundo pela primeira vez.


Draconianos: Usei essa palavra no seguinte sentido: Que tem a forma de um dragão. Escamas, partes do corpo, patas, etc... Nem sei se é possivel, mas vá lá... xD



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