Digimon Adventure 03 - Em Busca Do Espaço Zero escrita por Sillycone br


Capítulo 4
Quando um coração é consumido pelas Trevas


Notas iniciais do capítulo

Voltamos com mais um capítulo!

Foi particularmente difícil de escrever alguma cenas neste capítulo, e por eu escrever rápido, talvez tenha um ou outro erro que eu tenha que alterar. Mas como estou cansado agora, vou postar do jeito que está e vocês que me avisem nos comentarios o que estiver ruim pra eu consertar! xD

Importante: Estou deixando aqui o link que dá numa lista com todas as trilhas sonoras de Digimon Adventure 01.

http://www.youtube.com/watch?v=Mz_NPhSUFuA&list=PLC2F41D0424F298BF

Lembrando que não tenho qualquer direito sobre a trilha, e os créditos por postar no youtube são todos de "OSTDigimon"

Ainda não usei nenhuma do adventure 02, e é por isso que não vou colocar o link aqui.

Se vocês notarem bem, saberão que há alguns números sublinhados em negrito em alguns locais do texto.

Se alguém tiver à fim de mais emoção enquanto lê as cenas, basta clicar neles. Você vai entender do que eu estou falando.

EDIT: Os links das trilhas sonoras serão arrumados posteriormente!

É isso, e boa leitura pra vocês. Qualquer coisa vou editar aqui.



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“Eu discordo!” – afirmou Takeru. –“Nós temos é que acabar com isso agora!”


Hibiki teve um pequeno espasmo. Sentiu uma forte dor da costela, e imaginou se a havia quebrado. Notou que seus pulsos e pernas estavam amarrados por algum tipo de corda ou cipó. O cheiro de umidade e o som de água caindo fizeram o rapaz imaginar que estavam em uma caverna. Ele não chegou a abrir os olhos, mas escutava a conversa atentamente.

“Espera ai, Takeru!” – retrucou Daisuke, alterando sua voz. – “Esqueceu que esse cara salvou a gente?”

“Salvou a gente!?” – repetiu o loiro, em um tom irônico – “Você viu bem o que aconteceu! Ele matou cada um daqueles digimons!”

“Que iam acabar com a gente, se ele não tivesse aparecido!” – contestou o líder, batendo o pé – “Além do mais, ele pode saber alguma coisa sobre a Hikari e Tailmon!”

“Talvez, mas eu acho que temos que ser cuidadosos...” – lembrou Iori, pensativo – “Mesmo se ele disser alguma coisa, não podemos confiar nele...”

“Eu não sei não, pessoal...” – murmurou Miyako – “Pelo que vocês estão dizendo, ele é perigoso! Quem garante que se ele acordar, não vai tentar matar a gente!?”

“A Miyako está certa.” – disse Takeru, em um tom mais sombrio. –“Ele foi capaz de usar o poder das trevas para realizar a Ankoku Shinka por vontade própria. Quem sabe o que ele pode fazer?”

“Quer mesmo descobrir?” – perguntou Hibiki, rispidamente.

Todos se chocaram ao ver que o Cavaleiro Negro havia acordado. Ken se juntou aos outros quatro e eles fizeram uma fila, rodeando o corpo do rapaz que estava escorado em um canto da caverna.

“O que vocês fizeram com meu Digimon?” – inquiriu Hibiki, de forma acusadora.

“Como é? Não fizemos nada!” – exclamou Daisuke, como se sentisse ofendido – “Nós todos caímos da cachoeira e ele não acordou. Deixamos ele ali atrás da caverna, com os outros Digim...”

#27

Os garotos deram um passo para trás, vendo que o Cavaleiro reuniu forças para se apoiar sobre as rochas e se colocar de pé. Dando um passo em falso, Hibiki caiu para frente com o rosto no chão, ainda estando preso às amarras em seus pés.

“O... O que você está fazendo!?” – berrou Miyako –“Pare! Você ainda está ferido! Precisa...”

O Cavaleiro, porém, não lhe deu ouvidos. Claramente não tinha chance nenhuma de se levantar, sem levar em conta as cordas que o prendiam. Ainda assim, ele se arrastou pelo chão, ferindo o queixo e os braços nas imperfeições da caverna.

Nenhum dos outros Digiescolhidos ousou pará-lo. Ele prosseguiu lentamente até o círculo que Veemon e os outros haviam feito envolta de Dorimon. Os digimons abriram caminho em silêncio e o rapaz rastejou até o corpo de seu pequeno parceiro.

Jogando os braços de uma maneira forçada, ele apertou Dorimon contra o peito. Aproximou o rosto e percebeu que o coração do digimon havia parado de bater. Hibiki prendeu o ar nos pulmões, com lágrimas caindo de seus olhos. Os digiescolhidos e seus digimons baixaram a cabeça, em sinal de respeito àquele momento.

Uma luz começou a brilhar, rodeando o corpo do Cavaleiro Negro com um calor reconfortante. Daisuke e os outros contemplaram, maravilhados, aquela energia poderosa se espalhar pelas paredes, até que Hibiki gritou:

Digi Data! Reload!”

O Digivice que estava no bolso do rapaz se iluminou como um farol. A energia que parecia advir do meio do peito de Hibiki foi absorvida pelo aparelho e redirecionada para o corpo de Dorimon.

Imediatamente, o garoto perdeu os sentidos, enquanto seu parceiro Digimon foi envolvido com uma luz dourada e evoluiu para sua forma seguinte, Dorumon. A luz que iluminava a caverna se extinguiu e tudo mais ficou quieto.

O dragão roxo sacudiu a cabeça. Olhou para os lados, ainda meio perdido, vendo tantos rostos estranhos lhe observando, até que perguntou:

“O que houve? Onde está você, Hibiki?”

“Hibiki?” – exclamaram Daisuke e Takeru ao mesmo tempo, lembrando aquele nome não se sabe de onde.

Só então Dorumon colocou os olhos em seu parceiro. O Digimon tocou de leve o rosto do garoto. A lesão em sua testa estava aberta e sangrando novamente.

O que diabos está acontecendo aqui?” – indagou Takeru, perdido em seus pensamentos.

“Hibiki!?” – chamou o Digimon dragão, com uma voz desesperada – “Qual é, o que foi que você fez pra ficar assim? Me responde! Hibiki? HIBIKI!”

(...)

Mais tarde, quando já havia escurecido naturalmente, o Cavaleiro Negro voltou a abrir os olhos. Estava sentado novamente sobre o chão, se apoiando sobre as rochas na parede. Dorumon se jogou sobre o corpo do rapaz, o que provocou mais uma grande quantidade de dor.

“Você acordou, Hibiki!” – murmurou o digimon, sorrindo de felicidade –“Aquilo foi muito irresponsável, sabia? O que você estava pensando!?”

“Não enche...” – resmungou o rapaz – “Um “obrigado” já seria o suficiente...”

O Digimon dragão se afastou com cuidado, consciente de que seu parceiro ainda estava bastante dolorido por conta dos seus machucados. Então, Hibiki e Dorumon passaram a observar os Digiescolhidos e seus digimons, que até o momento tinham se mantido calados e passaram a encarar a dupla com um olhar severo.

“Por quanto tempo eu fiquei desacordado?” – quis saber Hibiki.

“Algumas horas...” – Respondeu Ken, com a voz calma.

“Você estava com um ferimento feio da testa...” – disse Miyako, em um tom mais tímido – “Não tínhamos nenhum curativo, então encontramos alguns numa mochila que estava com você e...”

A garota interrompeu sua fala quando percebeu que o olhar de Hibiki ficou sério de repente. Ele parecia estar pensando em alguma coisa, até que finalmente falou:

“Toquem nas minhas coisas novamente e não vai ser com os monstros do lado de fora dessa caverna que vocês vão ter que se preocupar.”

A ameaça não foi muito bem recebida pelo grupo. Hawkmon colocou-se à frente de sua parceira de modo protetor, como se tivesse medo que ela fosse atacada a qualquer momento. O restante dos Digimons deu um passo para frente, quando Dorumon se levantou.

“Esperem.” - pediu o parceiro do Cavaleiro.

Os outros mantiveram em alerta, até que o dragão roxo fez uma reverencia em direção a Miyako e Hawkmon, dizendo:

“Ele não quis dizer isso. Obrigado por salvar a vida de Hibiki para mim.”

Ele manteve a cabeça abaixada, até que a garota lhe lançou um sorriso sincero e respondeu:

“Sem problemas.”

O Cavaleiro começou a tossir, até que foi amparado por Dorumon. Os dois sorriram um para o outro, quando seus olhares se encontraram com o de Daisuke.

“Não podemos continuar aqui.” – disse Hibiki –“Temos que ir embora. Agora.”

“Do que está falando?” – perguntou o líder dos Digiescolhidos –“Você nem consegue se mover!”

“Não é seguro.” – afirmou Dorumon –“Reapermon não desistiria de sua presa assim tão facilmente. Se ele ainda estiver nos procurando, com certeza vai nos encontrar aqui.”

“Como pode ter certeza disso?” – Questionou Iori – “Ele nos viu caindo da cachoeira! Deve pensar que estamos mortos há essa hora.”

Hibiki começou a rir daquele comentário. Armadimon bateu as patas no chão, tomando as dores do parceiro.

“Ei, o que é tão engraçado?” – perguntou o digimon mamífero.

“Vocês não tem ideia do que está acontecendo...” – silabou o Cavaleiro, em um tom sarcástico – “Porque não vão lá fora agora e acabam com ele então? Ou melhor ainda, porque não tentam me atacar?”

“Hibiki!” – Dorumon advertiu-lhe.

“Eu vou dizer por quê.” – continuou o Cavaleiro, em um tom mais sombrio – “Porque vocês não conseguem. Seus digimons não conseguem Digivolver. Vocês me seguiram pelo portal que eu abri e vieram ao Digimundo porque estão atrás de alguma coisa que eu não sei o que é. De tão incompetentes que são, aposto que um de vocês está perdido e vieram pra cá procurá-lo. Não é isso?”

Todos congelaram diante daquela declaração impressionante. Na condição precária em que estava, o fato do garoto de conseguir fazer uma análise tão precisa dos acontecimentos que levaram à situação atual era completamente assustador. Com certeza a cara de surpresa deles não passou despercebida por Hibiki, que voltou a se escorar contra as paredes e ficar de pé.

“Vocês deviam voltar para o lugar de onde vieram.” – disse o rapaz – “Esse mundo não é mais lugar pra gente como vocês.”

“Como assim, não é lugar para nós?” – Takeru repetiu, ainda sem entender. – “O que você quer dizer com isso?”

“A maioria dos que vem parar aqui é ingênuo. Fraco. Fácil de ser manipulado.” – murmurou Hibiki, caminhando em direção à saída da caverna. – “Não há mais espaço nessa realidade para gente assim. Mesmo se sobrevivessem ao D-Virus, não iam duram mais que alguns...”

“Espere!” – pediu o loiro – “Mesmo que sobrevivêssemos ao D-Virus? Você está falando da praga que Reapermon espalhou pelo Digimundo?”

“Parece que alguém andou fuçando no que não devia” – disse Hibiki, dirigindo um olhar acusador para Takeru. – “Façam como vocês quiserem. Não preciso sujar minhas mãos com baratas tontas que vão acabar morrendo sozinhas.”

“Como é?” – respondeu Miyako, perdendo a paciência com o Cavaleiro –“Trate de se explicar direito!”

“É bem simples.” – disse Hibiki – “Todos os servos de Reapermon estão infectados com o D-Virus. Se um deles pegar um de vocês, vocês também ficam infectados. Se forem fracos, vocês morrem. Se resistirem, seu coração é consumido e você vira escravo das trevas para sempre.”

“Então é isso?” – exclamou Daisuke, indignado –“Você está dizendo que se um dos nossos Digimons for infectado, vai ser contaminado pelo tal de D-Virus? É por isso que está matando todos no Digimundo?”

“Eu não estava falando só dos Digimons...” – afirmou Hibiki, com uma voz fria.

(...)

#22

“Não adianta...” – suspirou Tailmon – “Ninguém vai vir...”

Ela esperou pelo que lhe parecia uma eternidade. Chamou por todos os nomes que conhecia. Implorou várias vezes para que Hikari abrisse seus olhos, mas não foi o suficiente. Ela ficou sozinha naquela cúpula de vidro, olhando para o corpo inerte de da menina à sua frente, que por vezes gritava de dor quando uma corrente elétrica a atingia.

Já chega...” – pensava a gata –“Eu não aguento mais. Quero ir embora. Quero sair daqui...

Então você sabe o que tem que fazer...” – uma voz grave silabou.

A névoa branca envolta da cúpula começou a tomar uma coloração mais escura. Ao que parece, seu carcereiro estava de volta e parecia ainda mais determinado.

“Porque está fazendo isso?” – perguntou Tailmon –“O que você quer de mim?”

Quero que me jure lealdade.” – respondeu a voz. –“Renuncie aos seus sentimentos. Faça isso e eu lhe prometo que essa dor irá passar...”

Essa era uma proposta tentadora. Tentadora demais, para alguém que não conseguia ver um único ponto de luz diante daquela situação desesperadora. Curvando-se sobre suas duas patas, a Digimon felina baixou a cabeça.

“Eu lhe darei o que quiser...” – sussurou ela –“Só me tire daqui...”

E então, uma risada maligna se seguiu.

Tailmon sentiu algo atingir o seu peito. Como se alguém estivesse apertando o seu coração e o jogado fora. Seu pelo branco foi perdendo a sua luz, até que ficou totalmente preto. As luvas das patas dianteiras passaram a ser azuis e pretas, com a mesma coloração se espalhando pelo rabo e pelas orelhas.

Então levante-se, BlackTailmon.” – a voz grave ordenou – “Eu lhe concedo o poder da Ankoku Shinka. Erga-se como minha serva e realize as minhas vontades...

E, com seu anel sagrado escorregando-se de sua calda e caindo no chão com um baque surdo, BlackTailmon respondeu:

“Assim eu o farei, Lorde Reapermon.”

(...)

#44

Hibiki e Dorumon caminhavam lentamente pela floresta escura. Em seu encalço, Daisuke e seu grupo os seguiam a uma distância segura. Iori fazia questão de não se aproximarem demais dos estranhos já que, como haviam concordado em um momento anterior, suas ações eram muito imprevisíveis.

O dragão roxo espiou os Digiescolhidos timidamente sobre o ombro direito e olhou novamente para seu parceiro. O rapaz continuava com um olhar sério, o que fez o Digimon suspirar.

“Hibiki...” – sussurou Dorumon de modo que ninguém pudesse escutar além dos dois – “Eles ainda estão seguindo a gente...”

“Estou ciente...” – silabou Hibiki, com franzindo a sobrancelha – “Não se incomode com eles.”

“Mas Reapermon com certeza vai mandar alguém atrás da gente...” – continuou o Digimon – “Se eles continuarem nos seguindo, podem acabar se machucando!”

“O problema não é meu.” – respondeu o Cavaleiro. – “Eles nem podem Digivolver. Digo, um deles pode, mas nenhum deles é um adversário digno para Reapermon ou para nós.“

Dorumon sorriu de leve, olhando para o rosto indecifrável do parceiro humano, até que murmurou:

“Sabe... Se eu não te conhecesse, eu diria que você está preocupado com eles.”

“Eu...” – começou o garoto, de maneira suspeita – “Ora, não diga besteiras! Estou preocupado, mas não do jeito que você está falando! Não tenho tempo para bancar a babá. Você sabe muito bem que não temos energia para sair voando por aí. Portanto, nós estamos presos no chão até amanhã de manhã.”

“Sei...” – disse Dorumon, como se tivesse se esforçando para acreditar naquilo. – “Você pode se esconder em uma armadura de aço, meu caro Cavaleiro Negro. Mas eu sei que lá no fundo tem um garoto muito gentil...”

“Vê se cala essa boca!” – murmurou Hibiki, acertando um soco na cabeça do Digimon e fazendo-o morder a própria língua -- “Apenas fique quieto e continue andando.”

Miyako e Hawkmon observavam a cena com um olhar curioso. O dragão roxo levou as patas à boca e a chegou a lacrimejar de dor.

“Imagino o que eles estão conversando...” – disse a garota, com um interesse sincero.

“Os dois parecem mesmo ser bons amigos...” – observou o Digimon pássaro.

“Vocês tem certeza que esse garoto é perigoso?” – perguntou Ken, alternando olhares entre Daisuke e Takeru.

“Pode acreditar...” – respondeu o loiro, com uma cara fechada. – “Vocês não viram o que a gente viu...”

Iori manteve-se em silêncio ao lado de Armadimon, com o olhar fixo em Hibiki.

Então, esse tal de D-Virus não afeta somente digimons?– pensou o garoto de cabelos curtos, lembrando-se da conversa que tiveram ainda há pouco. –“ O que será que ele quis dizer com ter o coração consumido e se tornar um escravo das trevas?

Dentre tantas outras dúvidas que brotavam de sua mente curiosa, sua principal preocupação no momento era a possibilidade de estarem sendo levados para uma armadilha.

“Eu só quero chegar logo...” – reclamou Daisuke, bocejando –“Quer dizer, ele tem que estar indo para um lugar seguro, certo? Já está muito tarde! Me diz, se eles podem voar, porque precisam arrastar a gente a pé até o meio do nada?”

Para a surpresa do grupo, Hibiki e Dorumon interromperam a caminhada. O rapaz de vestes negras abriu a mochila que tinha em suas costas e dela tirou um travesseiro pequeno e um saco de dormir do seu tamanho. Encontrando uma posição confortável ao lado uma árvore, ele e seu Digimon simplesmente se deitaram no chão e dormiram.

Todos ficaram olhando aquela cena, completamente pasmos.

“Tá de sacanagem com a minha cara?” – Daisuke gritou bem alto para que Hibiki pudesse escutar. – “Tanto tempo andando e você resolve dormir aqui? No meio do mato? E se algum Digimon atacar no meio da noite?”

“Não sobrou Digimon nenhum!” – o Cavaleiro gritou de volta– “E dá pra calar a boca? Tem gente tentando dormir aqui!”

Aquela atitude deixava o líder dos digiescolhidos irado. Esqueça a história que TonosamaGekomon contou, que descrevia Hibiki como um assassino a sangue frio que matou vários digimons por aí. A pessoa que estava ali, na sua frente, não passava de um garoto preguiçoso, exibido, desleixado e convencido.

“E agora, o que a gente faz, Daisuke?” – perguntou Veemon, reparando que estava muito escuro para procurarem outro lugar para passar a noite.

“A gente monta um acampamento aqui mesmo.” – afirmou o rapaz de cabelo espetado – “Eu tenho certeza que esse garoto sabe de mais coisas do que ele está disposto a falar. Ele estava na sala de informática. Tem que saber pra onde a Hikari foi.”

“Eu devia ter imaginado.” – disse Miyako, com aquele seu sorriso mal-intencionado. – “Essa motivação toda só podia ser para ganhar mais alguns pontos com ao Hikari, não é?”

“Hã? Eu...”

O rosto do líder ficou quase tão vermelho quanto a cor de sua camiseta. Todos riram da cara de bobo que ele fez, com a exceção de Takeru, que retomou o assunto do acampamento.

“Se vamos passar a noite aqui, Patamon e eu vamos pegar lenha para uma fogueira.” – disse o loiro, com uma expressão séria. — “Não vamos nos demorar.”

“Espere um pouco, nós vou com você!” – ofereceu-se Ken, com Wormmon pulando em seu ombro e se aprontando para ir.

“Me deixem!” – gritou Takeru, tomando o seu chapéu nas mãos – “Eu quero ir sozinho! Não me sigam!”

E assim garoto arremessou o chapéu no chão e desapareceu na escuridão da noite, deixando seus amigos preocupados. Daisuke e Veemon fizeram menção de segui-los, mas Iori e Armadimon os seguraram.

“Deixe-o. Patamon está com ele, vai ficar tudo bem. Takeru só precisa de um tempo pra pensar.”

“Ei, bando de imbecís!” – chamou Hibiki, com uma voz irritada – “Qual parte do “Calar a boca” é difícil de entender?”

(...)

#16

Caminhando pelo deserto, Blacktailmon tinha um olhar determinado em seu rosto. A gata estava coberta por uma capa preta de viagem, protegendo-lhe do frio da noite e dos fortes ventos que ameaçavam soprá-la para longe.

Seu novo objetivo estava claro. Seu novo Lorde havia lhe dado uma nova perspectiva de encarar os fatos. Nunca antes em toda a sua vida a Digimon Felina estivera mais lúcida.

Preciso encontrar os novos hospedeiros...” -- pensava ela – “Não há um segundo a se perder...

Ainda havia um longo caminho pela frente. E com isso, tempo suficiente para pensar sobre tudo o que aconteceu. Seu pensamento sem querer voltou em Hikari e às horas que ficou ali, presa, tendo que assistir à tortura de sua parceira.

Parceira...” – repetiu BlackTailmon, em sua mente. Aquela palavra não tinha mais significado para ela. –“Ela me abandonou. Todos me abandonaram. Não... Eu sempre estive sozinha...”

Deslizando pela areia, tudo o que ela conseguia pensar era em como sua vida tinha sido infeliz. Em como, desde a época que nasceu de um digitama, ela se sentia solitária. Quer dizer, quantas vezes ela já tinha sido abandonada?

Primeiro foi Wizarmon, que a deixou mesmo sendo o único que havia se importado com ela. Depois foi Hikari, que novamente retornou ao seu mundo e a deixou só, por três longos anos. E enfim, todos os outros que ela chamava de amigos. Ninguém veio ao seu resgate. Nem ao dela, nem ao de Hikari.

Eu deveria sentir raiva, agora.” – refletia a Gata – “Deveria tentar culpar alguém. Eu sei que eu deveria, mas... Não consigo. Não sinto nada. Só esse imenso vazio.

Sim, aquele vazio. Um sentimento que a consumia por dentro. Fazia com que ela duvidasse de suas próprias lembranças, como se nenhuma delas fossem reais. E talvez não fossem. Não se surpreenderia se toda a sua vida fosse uma mentira. Suas memórias estavam nubladas, e ela só conseguia enxergar o que ela queria.

Mas ainda assim, BlackTailmon continuava caminhando. Confusa, mas decidida. Não conseguia sem importar com mais nada. Tudo o que interessava é que ela tinha poder. Força suficiente para levá-la para onde ela quiser.

A felina chegou a uma cidade abandonada. Os prédios eram cercados por uma gigantesca cúpula de vidro esférica, com a base feita de metal. Um antigo portão que cercava o perímetro do local estava em ruínas, sem nenhum guarda à vista. BlackTailmon invadiu aquele território sem maiores complicações.

De repente, uma nova recordação lhe veio a mente: Houve uma ocasião em que a gata e Hikari ficaram presas no digimundo naquela mesma cidade. Enquanto tentavam livrar aquela área das garras do Digimon Kaiser, o único portal da região foi destruído. Com isso, Takeru e Daisuke tiveram que retornar ao digimundo para resgatar as duas.

Nos resgatar, não é?” – afirmou Blacktailmon, de maneira ressentida – “Se eles se preocupam tanto comigo, porque me abandonaram então?

Sacudindo a cabeça, ela se lembrou da informação que queria: a identidade de um dos digimons máquinas que protegiam a cidade. Era um Digimon ciborgue de nível Kanzentai, que sozinho era capaz de derrubar as Armor-Shinka de Veemon e Patamon com um único golpe.

Então era isso. Seu lorde ordenou que seguisse seus instintos e encontrasse digimons poderosos para servir ao seu propósito maligno. Suas memórias haviam guiado a felina até ali. Seu alvo com certeza estava escondido no meio daqueles destroços. Só o que restava era encontrá-lo.

Não preciso mais deles.” – pensou ela. –“Posso evoluir sem a ajuda de Hikari. Ela e os outros vão me pagar por terem me deixado para trás...

(...)

Continua!


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Notas finais do capítulo

E então? Bom? Ruim? Triste?

Comentem o quanto quiserem!

Pra quem interessar, Reapermon é o único nome que eu uso da versão em inglês.

O nome em japones dele é Gokumon e o nome dos seus ataques originais também é diferente dos que eu vou usar.

Mas optei pelo nome Reapermon por dois motivos:

1-Gokumon me lembra Goku, DBZ. Não da medo nenhum. Reapermon lembra "Grim Reaper" do inglês, muito mais assustador.

2-Os nomes dos ataques em inglês são mais fáceis da gente associar com o golpe. Com a "gente" eu digo o pessoal do ocidente.

E a pergunta que não quer calar: Se você ouviu as trilhas sonoras, qual que você TEVE que ouvir mais de uma vez?

Queria perguntar se alguém aí conhece um site chamado fanfiction.net ?

http://www.fanfiction.net/

Pelo que eu vi, é um site estrangeiro sobre fanfics, tipo o Nyah, só que parece que é mais movimentado. Estava pensando em fazer uma conta lá pra ajudar com a divulgação da fic!

Mas é tudo em inglês, e eu não estou tão pilhado à ponto de traduzir tudo de novo só para conseguir publicar.

Bom, se alguem tiver mais informaçoes, por favor deixar nos comentarios. Obrigado pelo seu tempo e nos vemos no capítulo 5!