Digimon Adventure 03 - Em Busca Do Espaço Zero escrita por Sillycone br


Capítulo 2
O conto do Lorde Gekomon


Notas iniciais do capítulo

Seguimos então com o capítulo 2!

Gostaria de avisar aos recém chegados que, essa Fanfic foi reformulada. Como cada capítulo anteriormente tinha uma média de 4000 a 4500 palavras. Ficava impossivel de arrumar tempo pra ler.

Eu fiquei ciente disso diante de um comentário que me mandaram. Mesmo depois de me sentir desestimulado, resolvi reformular toda a fanfic.

A partir de agora, teremos uma média de 3500 palavras. Melhor, não?

Espero que gostem, e não esqueçam de deixar seu comentário.

Agradeço pelo seu tempo, e boa leitura!



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Depois que tudo ficou mais calmo, Daisuke tomou coragem e passou pela porta entreaberta. Os outros o seguiram de perto, atentos a qualquer inimigo que representasse alguma ameaça.

Depois de uma rápida inspeção no recinto, tudo o que eles encontraram na sala foi um único computador ligado. Por algum tempo, ninguém teve coragem de dizer nada.

“Vocês acham que Hikari e Tailmon foram procurar em outro lugar?” – questionou Daisuke.

“Acho que não.” – respondeu Takeru. – “Não esbarrei com elas em nenhuma sala do colégio e ela não iriam juntas lá para fora.”

Patamon e Veemon murmuraram em concordância. De fato, o único lugar onde as duas poderiam estar era na sala onde eles estavam agora. Mas elas não podiam ser vistas em lugar nenhum.

O pensamento de Takeru retornou para a voz grave e a estranha conversa que eles ouviram agora pouco.

E se continuar a me desobedecer, matarei as duas humanas que tenho comigo.” – repetiu o loiro, pensativo. – “Espere, você não acha que uma dessas humanas pode ser Hikari, não é?”

O líder dos Digiescolhidos arregalou os olhos enquanto os digimons prenderam a respiração. Se o loiro estivesse certo, era um sinal de que as Hikari e Tailmon estavam em perigo.

“Eu não gosto disso, Takeru.” – disse Patamon, se apoiando no chapéu do parceiro – “Aquela voz grave me assusta.”

“É, foi mesmo perturbador.” – Takeru comentou – “Imagino de quem seriam aquelas vozes...”

“Acho que você devia deixar essa sua boca calada.” – exclamou Daisuke, grosseiramente –“Não precisamos ficar com mais medo do que já estamos...”

“Quer dizer que você também sente medo, Daisuke?” – provocou o loiro, sorrindo.

“Qual parte do “Boca calada” você não entendeu?”

Takeru assentiu, tentando segurar a vontade de rir. Hikari tinha razão, era muito fácil deixar o líder dos digiescolhidos irritado.

“Nós temos que salvá-la!” – exclamou o ruivo de cabelos espetados. – “Mas como nós vamos saber pra onde ela foi?

Como se respondesse àquela pergunta, a tela do computador se iluminou com uma luz azul, assustando o Veemon e os outros. Depois de um breve momento para recuperar do susto, Takeru se aproximou do monitor com cautela, até que murmurou:

“Você só pode estar de brincadeira...”

O mapa do Digimundo estava aberto ali. Era uma superfície quadriculada, onde cada área era representada por um quadrado específico. Estava um pouco diferente do mapa que eles usaram para entrar e sair daquele mundo quatro anos atrás.

Na parte norte do mapa, uma das áreas estava piscando em vermelho. Com a seta do mouse, os garotos clicaram uma única vez sobre o quadrado correspondente, e uma nova tela se abriu:

“É o portal!” – exclamou Veemon –“E está aberto!”

Daisuke retirou o D3 azul do bolso e ia apontá-lo diretamente para o monitor, quando Takeru o segurou pelo braço.

“Espere, e se for uma armadilha?” – perguntou o loiro.

“E você por acaso tem alguma idéia melhor?” – retrucou o líder.

“O que eu sei é que tudo isso está muito estranho...” – disse Takeru, soltando o braço do colega –“Talvez seja melhor pedir ajuda para o Ken, ou para o Koushiro...”

“Eles não virão...” – resmungou Daisuke – “E mesmo que viessem, não saberiam dizer onde a Hikari está.”

Sem lhe dar ouvidos, Takeru tomou em suas mãos seu D-Terminal. Era um aparelho como um mini-computador, mas que era possível carregar nos bolsos. O garoto tratou de escrever uma mensagem pedindo ajuda e enviou para todos os digiescolhidos que conseguiu se lembrar. Ainda assim, quando guardou o dispositivo no bolso, seus pensamentos voltaram para Hikari.

Veemon e Patamon baixaram a cabeça, sem saber o que dizer. Claro que todos estavam preocupados com a garota, mas não era disso que Takeru estava falando. O loiro estava com a sensação de que alguma coisa estava errada desde que ouviu sobre os pesadelos da irmã de Taichi. Eles não sabiam, porém, o quão perigoso estaria por lá.

“De qualquer forma, eu tenho que protegê-la.” – pensou Takeru – “E essa pista é o melhor que nós temos agora...”

“Eles podem não saber, mas aquele garoto que estava aqui sabe!” – afirmou Daisuke, já convencido de que era verdade – “E aposto que o portal que ele abriu foi esse aqui! Você vem comigo ou não, Takeru?”

“É, vamos lá, Takeru!” – exclamou Patamon.

O loiro olhou uma última vez para a janela do lado de fora. Seus pensamentos o levaram até sua mãe, seu pai, seu irmão Yamato e todos os seus outros amigos. Por um instante, imaginou se todos estariam congelados também ou se, como ele, tinham escapado de alguma maneira. Por fim, os garotos ergueram os seus D3 para a tela e em alguns instantes, os quatro atravessaram o portal que os levaria para mais uma aventura inesquecível.

(...)

Tailmon abriu os olhos. Ainda estava meio zonza, sem conseguir enxergar direito. Aos poucos, a visão foi clareando. Ela encontrou forças para se levantar e tentar descobrir onde estava.

Estava rodeada por um tipo de cúpula. Uma semi-esfera redonda de vidro que não tinha nenhum tipo de abertura, com a base fixa no chão. Dentro da esfera era havia uma pequena fonte de luz, mas do lado de fora estava tudo escuro e nublado. A digimou felina se aproximou do vidro e bateu de leve algumas vezes. Era uma superfície bem sólida, apesar da aparência. Para todos os efeitos, ela estava presa ali dentro.

Do lado de fora da cúpula era ainda mais estranho. Não dava para enxergar nada, o que a fez presumir que havia anoitecido. O céu, porém, não tinha lua nem sol. O chão não tinha árvores, nem montanhas, nem prédios, nem ruas. Só havia um monte de nada. Um terreno vazio em que não dava para enxergar um palmo além do vidro, com uma névoa que cobria qualquer direção que ela olhasse.

“Onde estou?” – perguntou Tailmon –“Será que estou no Digimundo?”

Aqui não é o Digimundo.” – uma voz grave respondeu.

O tom daquela voz deixou os pelos da Digimon felina eriçados. Era como se a própria morte estivesse sussurrando em seus ouvidos. O medo que começou a sentir era algo fora do normal. Pensou em chamar Hikari, mas lembrou-se que estava presa ali, sozinha.

Este é o Espaço Zero.” – continuou a voz – “É o meu mundo e, ao mesmo tempo, a fonte de todo o meu poder...

“Quem esta aí?” – gritou Tailmon, olhando para os lados –“O que você fez com a Hikari!?”

A humana está viva. ” – silabou a voz, em tom de ameaça – “E se você concordar em me servir, não precisará mais dela.

“Do que está falando!?” – berrou a Digimon felina – “Eu quero ver a Hikari AGORA!”

Como se respondesse ao seu apelo, uma luz se acendeu logo à frente da cúpula de Tailmon. A luz iluminava um cilindo de vidro, de onde a digimou pode ver o corpo de uma garota flutuando no ar aparentemente desacordado.

“Hikari!” – chamou a Digimon felina – “Hikari!”

Ela não vai escutar você” – Disse a voz, com desdém.

Tailmon batia no vidro, desesperada, mas nenhuma resposta veio de sua parceira. Quando tentou atacar o vidro para se libertar, uma corrente elétrica a atingiu no peito, arremessando-a para longe. Contorcendo-se de dor, a gata levantou-se com dificuldade e atacou o vidro novamente. Tudo o que conseguiu foi outro choque, o que a fez desistir daquela idéia.

Você pode não entender agora...” –disse a voz áspera—“Mas vai aprender a obedecer ao seu Deus. Por hora, deixe-me ouvir os seus gritos de desespero...

Naquele instante, o mesmo tipo de corrente elétrica que atingiu Tailmon começou a percorrer o cilindro da garota. Ela começou a berrar de dor, enquanto tudo que sua parceira Digimon podia fazer era observar a cena sem poder fazer nada.

Se pelo menos eu pudesse evoluir...” - lamentou-se a gata em seus pensamentos.

Vai ter que me perdoar...” – silabou a voz – “Intrusos acabaram de atravessar o meu portal. Devo me encarregar de remover esse lixo pessoalmente...

E a voz se calou, deixando Tailmon naquela situação terrível. Lágrimas escorriam de seus olhos enquanto ela observava o sofrimento da menina à sua frente.

“Taichi...” – murmurou a Digimon felina –“Takeru... Qualquer um... Por favor, nos ajude...”

(...)

“As roupas mudaram!” exclamou Daisuke.

O garoto de olhos castanhos se inspecionou, surpreso. Agora, estava com uma blusa branca por baixo de uma jaqueta vermelha simples que cobria até os cotovelos, botas e shorts azuis. Ainda manteve suas luvas amarelas e os óculos que recebeu de Taichi sobre o cabelo ruivo espetado.

Takeru nem reparou que tinha crescido tanto. Suas roupas tinham um visual mais vivo, com uma camiseta e botas verdes e um short marrom. Manteve o chapéu que também usava na outra aventura cobrindo o seu cabelo loiro e seus olhos azuis.

Em seguida, os garotos e seus digimons resolveram observar melhor a área ao seu redor, na esperança de descobrir em que lugar do Digimundo o portal havia sido aberto.

A primeira impressão que tiveram foi a de estarem entrando em bairro do antigo período Edo do Japão. As pequenas casas tinham as paredes feitas de madeira leve, com portas que deslizavam para o lado se alguém quisesse entrar. Havia alguns becos que separavam uma casa da outra. Mais à frente, as ruas convergiam em um grande palácio oriental.

“Espere um pouco...” – murmurou Takeru – “Patamon, já não vimos isso em algum lugar?”

“Eu estava pensando a mesma coisa...” – respondeu o Digimon— “Mas onde será que eu já vi isso antes?”

Enquanto examinavam os espaços entre as casas, Takeru reparou que, em um dos becos, havia um bueiro.

“Eu sabia!” – exclamou o garoto, apontando direto para o beco –“Esse é o vilarejo dos Otamamons e dos Gekomons!”

Na hora, todos se lembraram do que aconteceu naquele local durante suas aventuras anteriores. Na ocasião, eles estavam sendo perseguidos por uma multidão de Digimons enfurecidos, que haviam se tornado escravos do Digimon Kaiser. Para escapar, eles acabaram se escondendo em uma rede subterrânea, descendo por um daqueles mesmos bueiros. A lembrança os fez rir um pouquinho.

“Mas, da última vez, havia vários Floramon e Mushmon vivendo por aqui.” – lembrou Veemon –“Para onde será que eles foram?”

O vento soprou nos ouvidos do grupo, enquanto a pergunta de Veemon pairava no ar.

Eles continuaram andando por um tempo até que Daisuke ergueu seu braço e pediu para todos pararem. Ignorando as perguntas que estavam lhe fazendo, ele tocou os lábios pedindo silêncio e se aproximou cautelosamente de um beco logo a frente.

Dois pequenos digimons anfíbios estavam encolhidos no final daquele beco. Ambos tão desatentos que não repararam na aproximação dos garotos.

“Acha que eles já foram embora – tama?” – perguntou o primeiro Digimon.

“Como eu vou saber – geko?” – silabou o segundo, tentando falar mais baixo –“Isso não teria acontecido se eu não tivesse te escutado – geko!”

“Mas a gente precisava de comida – tama!” – contestou o primeiro –“Não tem mais ninguem na cidade, então ninguém vai se importar se nós...”

“Ei!” – chamou Daisuke, se aproximando dos dois –“Com licença, podem repetir o que disseram sobre...”

Antes que ele terminasse, os dois digimons escondidos no beco gritaram. Sem dar tempo do rapaz se explicar, eles passaram voando pelos quatro e saíram correndo rua abaixo.

“E olha que eu ainda pedi licença!” – irritou-se o garoto.

(...)

Takeru e os outros acabaram encurralando os fugitivos em uma esquina próxima ao palácio. Os dois digimons se abraçaram e começaram a chorar, gritando juntos:

“Por favor! Poupem nossas vidas! Não estamos infectados, nós juramos!

“Ei, calma aí!” – disse Takeru –“Não estamos aqui para machucar vocês!”

“Vocês são Otamamon e Gekomon, não é?” – perguntou Patamon.

Engolindo o choro, os dois digimons anfíbios não tinham a menor intenção de largar um do outro. Ainda encaravam os digiescolhidos e seus parceiros com um olhar desconfiado, até que finalmente reconheceram os garotos.

“Então é verdade – Tama!” – exclamou Otamamon –“São os humanos que vieram aqui há muito tempo – Tama!

“Os digiescolhidos – geko!”– relembrou Gekomon – “Mas o que estão fazendo aqui –geko?”

“Estamos procurando por uma amiga.” – disse Daisuke, retirando uma foto de Hikari do bolso direito. –“É essa garota aqui. Vocês a viram?”

Os dois digimons deram uma boa olhada na fotografia, mas sacudiram a cabeça em sinal negativo.

“Espera um pouco, Daisuke! De onde você tirou essa foto da Hikari?” – perguntou Takeru, tentando esconder sua surpresa.

“Er, bem...” – respondeu o líder, com vergonha –“Eu meio que carrego comigo... Sabe, pra dar sorte...”

O loiro não gostou nada daquele comentário. A idéia de que Daisuke estivesse andando por ai com a imagem da garota no bolso o incomodava. Porém, quaisquer que fossem seus pensamentos, Takeru guardou para si mesmo.

“Nós não vimos essa humana – geko...” – continuou Gekomon –“Mas se tinha mesmo algum andando por aí, já deve ter sido capturado por Reapermon– geko.”

“Reapermon?” – disse o grupo de Daisuke, todos ao mesmo tempo.

“Como assim – tama?” – questionou Otamamon – “Vocês não sabem o que está acontecendo – tama?”

Foi a vez dos digiescolhidos balançarem suas cabeças, negando a resposta. Os dois digimons anfíbios encararam os quatro, sem conseguir acreditar na ignorância deles. Por fim, Gekomon levantou-se e disse:

“Não é seguro conversarmos aqui – geko. Sigam-nos até o palácio – geko.”

(...)

“Pegue aqui, Hibiki.” – disse Dorumon, entregando para o parceiro algumas frutas.

“Obrigado, Dorumon.” – respondeu o rapaz.

Ele separou a comida em dois montes. Um menor para si e um maior para o seu parceiro Digimon. Colocou então os dois montes em uma mesinha improvisada com galhos e folhas, enquanto ele e Dorumon se sentavam no meio da floresta para comer.

“Ei, isso é injusto, Hibiki!” – afirmou o digimon, olhando para o tamanho do seu monte –“Você devia comer mais um pouco!”

“Estou bem.” – disse o garoto –“Será pior se você não tiver energia para evoluir quando nós precisarmos.”

Era um argumento válido, mas não impediu Dorumon de continuar tentando convencê-lo do contrário. Como sempre, Hibiki era bastante inflexível. Não aceitava “não” como resposta. Franzindo o cenho, o digimon acabou desistindo e decidiu comer.

No meio da refeição, o garoto sentiu um leve mal estar. Guardou aquela sensação para si até o ponto que não pôde mais suportar. Respirando com dificuldade, acabou quase desmaiando. Com um movimento rápido, Dorumon saltou para frente de seu parceiro. Segurando-se no pescoço do Digimon, Hibiki sacudiu a cabeça e recuperou os sentidos.

“O que foi?” – perguntou Dorumon, visivelmente preocupado – “Hibiki, está tudo bem?”

“Não foi nada...” – o garoto respondeu – “Vão precisa mais do que isso para...”

Mas ele não conseguiu terminar de se gabar. Tossiu duas vezes, tapando a boca com as mãos. Seu parceiro Digimon lhe encarava, preocupado...

“Já chega Hibiki!” – pediu Dorumon –“Você não está agüentando! Se continuar absorvendo o D-virus no seu corpo, você não vai conseguir controlar...”

“Eu ficarei bem!” – afirmou Hibiki –“Eu preciso fazer isso e você sabe!”

“É assim que você quer salvar a Kiara?” – berrou o digimon –“Se deixando consumir pelas trevas?”

Só a menção do nome “Kiara” fez o garoto gelar. Por vezes, ele se esquecia que Dorumon podia compreendê-lo melhor do que qualquer pessoa. Pensando nisso, ele baixou a cabeça, procurando escolher bem as suas palavras.

“Não importa o que aconteça comigo.” – murmurou o rapaz, por fim –“Se for necessário, eu me atirarei no poço mais fundo. Mergulharei na própria escuridão. Eu vou tirar ela de lá. Não pretendo me sacrificar, como ele fez...”

Acabou não terminando sua fala. Ele começou tremer descontroladamente e uma única lágrima escapou de seu rosto. Dorumon se aproximou e colocou a cabeça sobre o seu ombro.

“Ei, Hibiki.” – murmurou o digimon –“Estamos juntos nessa. Nós vamos salvá-la juntos, certo?”

“Claro, parceiro.” – sussurou o garoto, tentando se acalmar –“Nós iremos...”

O céu começou a escurecer rapidamente, o que fez Hibiki interromper a fala. Os dois podiam ouvir claramente uma risada maligna ecoar na floresta de todas as direções. O som das risadas foi se afastando, até um momento que não podiam mais ser escutado. Enxugando o rosto, o rapaz levantou-se e encarou o seu parceiro. Os dois sabiam o que aquilo significava.

“Ele saiu do trono... O que pode ter acontecido!?” – indagou Hibiki.

Sem esperar a ordem, Dorumon saltou no ar e seu corpo começou a brilhar com uma luz dourada. Hibiki ergueu o Digivice em suas mãos.

“Dorumon Shinka!” – “Dorugamon!”

Com um rugido, Dorugamon levantou vôo, derrubando algumas árvores no processo. Hibiki saltou, com sua jaqueta preta se sacudindo no ar e aterrissou nas costas do parceiro evoluído. O rapaz se segurou no pescoço do dragão, enquanto os dois desapareciam naquela escuridão.

(...)

“Mas que traição é essa - geko?” – vociferou o gigante TonosamaGekomon – “Porque - geko? Tantos dos nossos morrendo para esses ordinários, e vocês trazem DOIS deles à minha presença - geko?

O Lorde dos Gekomon batia os pés no chão com tanta força que fazia todo o seu palácio tremer. Daisuke e seu grupo estavam em um grande salão, sentados sobre o chão, enquanto esperavam o resultado daquela discussão. Gekomon e Otamamon se abaixaram, tentando se proteger da ira do seu lorde.

“Ei! Não fique bravo com eles! –gritou Daisuke, se colocando de pé – “Somos nós, os digiescolhidos, não se lembra? Nós ajudamos vocês na época do Digimon Kaiser!

O lorde olhou o garoto de cima a baixo, como se não tivesse idéia do que ele estava falando.

“Até que é verdade...” – Patamon sussurou baixinho para Takeru –“Mas que eu me lembre, Daisuke foi quem sugeriu cortar o cabelo do Lorde para remover a espiral negra...”

O loiro e seu Digimon estavam se segurando para não rir. Veemon os encarou com um olhar curioso, enquanto Daisuke lhes lançou uma carranca, como se soubesse do que eles estavam falando.

“Isso foi há muito tempo – geko!”—protestou TonosamaGekomon –“Vocês já nos fizeram muito mal para me pedir clemência agora – geko!”

“Mas o que nós fizemos de mal?” –quis saber Daisuke – “Temos o direito de saber do que você está acusando a gente!”

O digimon ergueu sua sombrancelha gigante, encarando os garotos de maneira suspeita. Não saberia dizer se eles estavam só fingindo ignorância ou se estavam falando a verdade. E, para todos os efeitos, só havia uma maneira de descobrir:

“Muito bem – geko. Vou lhes dizer porque estou acusando vocês – geko.” – o lorde anfíbio respondeu.

Daisuke se sentou ao lado de Veemon e de Takeru, e o grupo passou a escutar atentamente as palavras do soberano. Otamamon e Gekomon engoliram o seco, se juntando ao grupo deles.

E então, a história teve início. Aparentemente, o Lorde Digimon e seus servos viveram pacificamente por muito tempo depois da época do Digimon Kaiser. Questionado sobre o que aconteceu com seus servos, os Gekomons e Otamamons que povoavam o vilarejo, o Lorde dirigiu aos garotos um olhar deprimido.

“Tudo começou quando esse Reapermon apareceu - geko” – continuou o lorde –“Ele se proclamava o novo Deus do digimundo e exigiu que todos nós o adorássemos – geko. Nós negamos e ele começou a espalhar um tipo de praga maligna. Disse que iríamos provar do seu poder – geko.”

Daisuke e os outros engoliram o seco. O Lorde Digimon respirou fundo e depois retomou a fala:

“Foram tempos difíceis - geko. Vi muitos dos meus queridos Otamamon e Gekomon adoecerem e desaparecerem para sempre. Nunca chegaram a retornar como Digitamas. Com medo, nos fechamos neste castelo para tentar nos proteger daquela ameaça, mas não foi o suficiente - geko.”

Gekomon e Otamamon estavam segurando a vontade de chorar, mas não conseguiam deixar de se emocionar com o relato de seu líder.

“Com o tempo, restaram poucos de nós – geko”. –prosseguiu o gigante – “Reapermon apareceu novamente, mas continuamos a recusar suas exigências – geko. Furioso, ele nos fez uma ameaça. Afirmou que, se não fossemos servi-lo, não tínhamos nenhuma utilidade para ele - geko. Então, ele enviou seu emissário até nós. E esse mensageiro das trevas nos exterminou, um a um, como se fossemos animais, até que só restamos eu e esses dois - geko.”

Ele apontou para Gekomon e Otamamon, que moveram a cabeça, em sinal de concordância. Os garotos e seus Digimons ficaram em silêncio.

“E esse mensageiro? Quem é ele?” – perguntou Daisuke, quase adivinhando a resposta.

Tonosamagekomon encarou o garoto com um olhar acusador.

“Um humano – geko.” – afirmou o lorde –“Uma criança com vestes negras, e um tipo de aparelho igual ao que vocês carregam - geko. Montado em seu dragão, dizem que ele foi o responsável pela maioria dos Digimons que pereceram – geko. O chamam de Cavaleiro Negro. Aos poucos, ele está eliminando digimons em todas as partes do Digimundo - geko.”

Todos ficaram em choque. A idéia de que um Digiescolhido estaria por aí, assassinando digimons inocentes era absurda. Takeru e Daisuke se entreolharam, quase que adivinhando os pensamentos um do outro.

“Daisuke...” – murmurou Takeru –“Você acha que o Ken pode...”

“Não!” – contestou Daisuke – “O Ichijoji nunca faria uma coisa dessas, ele...”

Suas palavras se perderam ao lembrar-se da época em que Ken Ichijoji se proclamou o Digimon Kaiser. Pensou em todo o sofrimento que os Digimons tiveram que enfrentar por conta daquelas atitudes horríveis. O líder dos digiescolhidos tentou afastar aquelas lembranças de sua mente, convicto de que Ken era seu amigo e esse problema era parte do passado.

Veemon ia dizer algo para animar seu parceiro, quando o chão começou a tremer. O barulho de uma pequena explosão pôde ser ouvido do lado de fora do palácio. Alguém, ou alguma coisa, começou a se chocar contra as paredes, até que tudo começou a desmoronar.

O Lorde Gekomon colocou o corpo sobre o local onde estavam os garotos e seus servos Digimon. Acabou protegendo-os do entulho que caiu sobre suas costas, levantando uma grande quantidade de poeira.

“Mas o que? O que foi isso?” – exclamou Takeru, tossindo entre as palavras.

Quando a poeira baixou, os garotos podiam ver estava muito escuro. Onde antes existiam paredes, marchava um verdadeiro exército de digimons negros que os encaravam furiosamente. No chão, DarkTyrannomon que rosnavam de maneira ameaçadora. Do ar, Devidramons davam rasantes, encarando o grupo com seus quatro olhos vermelhos.

“Pessoal!” – gritou Daisuke, apontando para seu grupo e para os digimons anfíbios –“Corram!”

(...)

Continua!


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Notas finais do capítulo

Teoricamente, era para ter uma batalha neste capítulo. Mas, enfim, precisou ser adiada.

Portanto, ficou o capitulo mais chatinho até agora! O próximo será bem mais emocionante!

Agradeço pelo seu tempo, e lhes aguardo nos comentários!