A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 23
Corredor


Notas iniciais do capítulo

Ah, cara... Acho que daqui a alguns capítulos, eu vou finalizar essa edição. Então, fiquem de olho, logo que terminar aqui vou escrever outra em seguida. Mas não vou falar que acabou. Ah, dane-se, vocês me entenderam.

E também vou trocar a capa, viu?



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Quando Mary olhou para trás, xingou em voz alta. Viu que os monstros estavam atrás dela. Aliás, o que não estava? Vampiros, monstros... O que mais poderia vir?

Ela apressou o passo, indo em direção a saída do Instituto. Talvez, quando estivesse longe, poderia se transportar e deixá-los confusos. Mas o que deixava-a intrigada era o que eles estavam fazendo. E o porquê.

Puxando uma flecha da aljava presa á cintura, Mary se virou rapidamente para trás e atirou uma em uma dracaena, atingindo-a em seu rosto e a fazendo virar pó. Mas ela voltou a correr, saindo do perímetro do Instituto. De lá, ela pode ver algum dos vampiros e os Nelphins lutando. Estava com vontade de gritar para que parassem, mas, perseguida do jeito que estava, não iria conseguir nem mesmo soltar um gemido.

Mary tateou o esterno de seu corpo, vendo se o colar já havia voltado. Para o seu azar, não encontrou nada além do tecido macio do vestido. Praguejando, e continuou a correr e atirou uma flecha em um vampiro que vinha em sua direção, acertando seu tórax e o fazendo cair e se contorcer de dor. Meio abalada pela cena, preparou outra flecha. E continuou a correr.

Já estava longe do Instituto. Umas três quadras, pelo menos. Mas ela estava muito cansada. Tinha uma distância boa de seus perseguidores, mas os vampiros, como acabava de descobrir, conseguiam se mover muito rápido. E ela os liquidava com as flechas, que causava a tortura nas criaturas.

Diferentemente dos monstros. Eles só ficavam feridos. Mas continuavam avançando, sem trégua. Algumas de suas armas já haviam atingido Mary, passando de raspão pelo braço, ou rasgando e se alojando na saia do vestido. Mas nenhuma flecha estava realmente atingindo-a. Seus instintos estavam de hora extra, e ela manipulava as sombras para se proteger um pouco.

Ela estava já chegando a um parque. Podia ver as árvores mal iluminadas ao longe, e tentou ir mais rápido. Olhando rapidamente para trás, ela viu que faltavam poucos perseguidores. Ela atirou em uma harpia, mas a flecha se alojou em sua perna, fazendo-a somente diminuir a velocidade. E é claro, deixa-la irritada.

A garota sempre achava estranho o fato de os mortais nunca verem nada de estranho. Lá estava ela, sendo perseguida por uma dezena de monstros, correndo por uma rua movimentada e bem iluminada do Brooklyn. Mesmo com a neve densa que caía, ela conseguia enxergar bastante a sua frente.

Ela adentrou o parque, sem se importar com os xingamentos que levou quando empurrou as pessoas para o lado. Como a Névoa era maligna, até. Então, fora do alcance de visão dos monstros, ela parou.

Mary arfava com o esforço feito da corrida. Nunca pensou que demônios pudessem ser mais rápidos do que monstros. Na verdade, ela nunca havia pensado que eles existiam. Ela tocou suavemente a marca feita em seu antebraço, logo abaixo do pulso. Seguiu as linhas que foram feita com aquela estranha estela, e aquele estranho mundo que lhe foi apresentado. Ela preferiria muito mais ficar na sua, sendo uma Caçadora.

Mas é claro, não podia desistir.

Ainda cansada, apalpou o externo procurando algum sinal do colar. Logo quando sentiu algo gelado por cima do vestido, ela puxou, com a mão esquerda, e colocou o arco preso em suas costas com a outra mão livre. Nisso, esperou os monstros, preparada para o que der e vier.

Mas ela esperou e esperou. Tudo estava silencioso, e Mary já podia sentir os seus braços congelando com a neve do inverno de Nova Iorque. Desconfiada, ela deu alguns passos silenciosos e cuidadosos na direção em que veio, se preparando para qualquer tipo de ataque que pudesse aparecer.

Mas ela escutou gritos de mortais e alguns barulhos de luta. Se esquecendo de tudo, foi correndo, com a espada na mão fazendo alguns cortes nas árvores que passava e retirando-lhes a vida. Eram dríades, e logo conseguiu sentir outras lhe jogando sementes e galhos, como uma espécie de vingança por ter matado as companheiras. Mas Mary nem ligou.

Quando chegou mais perto, já a ponto de poder ver o que havia acontecido, alguém lhe puxou pelo braço com força, fazendo-a cair para o lado. Irritada, ela procurou a pessoa na escuridão.

– Calma! - Escutou John dizer. Ele não estava nada longe dela. Se concentrando, pode ver entre as sombras eu corpo, com uma espada negra apontada para o pescoço. Ela abaixou a arma. - Sou eu.

– Por que me puxou? - Ela disse, fazendo gestos com os braços. - Tem uma batalha acontecendo ali!

– Não é nenhum dos meus, Mary. Eles... Bem, são meio parecidos com você.

Ela ficou encarando-o, já conseguindo identificar as cores que faziam parte do ambiente. Seus rosto estava sério, e ela duvidava muito de que ele estava mentindo. Semideuses? Mas por quê? O que eles faziam lá?

– Vamos voltar ao Instituto - ela por fim disse, fria como o vento que lhes congelavam. - Como está a situação lá?

– Bem, depois que você saiu correndo, muitos foram atrás de você. Todos os monstros e alguns vampiros. O Instituto está meio danificado, mas nada demais. Vamos conseguir arrumar aquilo em somente alguns dias.

Mary assentiu silenciosamente com a cabeça, mas duvidou que ele pode ver. Logo, ela tocou seu braço, e, quebrando a barreira de som, estavam de volta a um destruído Instituto. Armas e poeira estavam espalhados para lá e cá, e alguns Caçadores estavam cuidando de seus companheiros. Mas, apesar da parede destruída e os feridos, as coisas não pareciam tão ruins assim.

John pegou a mão de Mary e a puxou para um canto. Ela se sentiu embaraçada por ele ter feito aquilo, mas o seguiu mesmo assim. Eles passaram pelos guerreiros, adentrando o prédio. Mas John não pegou o elevador, ele seguiu na direção oposta. Logo, estavam em um corredor frio e úmido, com as paredes de pedra.

– Onde estamos indo? - Ela perguntou, preocupada.

– Ver Jake - ele respondeu, sem olhar para ela. - O cara que quer te matar.

– Você está levando-me para um sacrifico? - Ela disse, com os olhos arregalados.

John parou e olhou para trás, ainda segurando a mão dela. Estava com uma expressão estranha no rosto, ele parecia querer dar risada, mas estava com medo de envergonhar a garota.

– Por que você fala estranho? - Ele por fim disse.

A pergunta pegou Mary de surpresa. Falar estranho? Essa é a pergunta que ele fez depois de uma guerra?

– Mania. - Ela respondeu, ainda sem saber se ficava séria ou ria.

– Você realmente é do século XVIII? - Ele chegou mais perto, e agora sua testa estava franzida com a pergunta. Ele parecia acreditar, mas algo lhe dava algum motivo para desconfiar. E era isso que preocupava Mary. Ninguém conseguia confiar nela. Ninguém.

Em resposta, só balançou a cabeça afirmativamente. Seu rosto adquiriu uma forma estranha á luz das tochas. Seus olhos dourados pareciam pegar fogo, e o cabelo castanho escuro parecia, em alguns locais, pintados de loiro. Ele inspirou longamente, tirando o olhar do rosto da garota. Depois, virou e voltou a levar Mary para algum lugar.

Sem dizer uma palavra, eles chegaram no final do corredor, que dava pra duas enormes portas. Havia um Caçador de Sombras em cada canto, e Grissom estava na frente delas, claramente esperando-os. John fez algum sinal com a cabeça, e seu tutor abriu as portas. Pareciam pesadas e tinham dois "C"s entrelaçados em cada uma.

Lá dentro, era tudo de um mármore branco e sólido. Não havia janelas, somente tochas que iluminavam o local. Pilares se estendiam para sustentar o teto, celas se amontoavam nas paredes, e havia uma fonte com um anjo segurando uma espada e um cálice, com água jorrando de seus olhos, no meio da sala. Ao menos, Mary pensou que era uma fonte. Havia um enorme espelho na última parede, dando a sensação de o lugar ser bem maior.

Mas o que realmente lhe chamou a atenção foi o garoto sentado em um divã perto da fonte. Ele estava de costas, mas quando eles estavam perto, se levantou e se virou.

E era o vampiro que queria lhe matar.


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Notas finais do capítulo

Reviews, povo lindo, maravilhoso e divino!! Mandem pra mim, nem que não digam nada! Hahaha



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