A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 4
O primeiro cavaleiro




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Depois que os aventureiros saíram da vila, algo inesperado aconteceu: alua mudou de cor. O paladino Sobekk sacou sua marreta, esperando um ataque silencioso, quando de repente os dois ouvem um barulho de cavalgadas:

–Ouviu isso? Esconda-se, Sammus!- Sammus correu e pulou atrás de um arbusto cheio de neve. Sobekk se apoiou em sua arma e esperou alguém aparecer, mas só viu um vulto preto passar na sua frente. Ele levantou sua arma e Sammus também pegou seu arco, quando rapidamente alguém montado em um cavalo negro corre na direção deles e os ataca, derrubando o paladino e acertando Sammus em cheio. O paladino se levanta e o ataca, mas o cavaleiro é mais rápido e se desvia do golpe. Sammus levanta seu arco e mira no cavaleiro, que percebe o que ele iria fazer e rapidamente o derruba com uma rasteira, o fazendo bater a cabeça em uma pedra e desmaiar. O cavaleiro amarra o elfo e o coloca em cima de seu cavalo, logo em seguida fugindo para o sul.

O paladino, que ainda estava se recuperando do golpe quase mortal, se levanta e vê apenas a sombra do cavaleiro negro indo embora. Sobekk se recompôs e continuou a viajem para Lumiera. Depois de cinco longos dias de viajem, o paladino finalmente chegou a nevi´lla, a capital de Lumiera.

Lumiera é o país mais rico das terras do sul. Sua capital nevi´lla abriga um grande comércio de armas e equipamentos vindos do mundo inteiro. Sobekk procurou Sammus pela cidade inteira, até que chegou a uma praça onde havia uns cartazes colados nas colunas, dizendo: “invasão de humanos mata vários elfos na floresta, tudo pelas jóias da deusa!”. O paladino se enfureceu e foi até um bar local para esfriar a cabeça. Chegando lá, ele viu vários humanos e elfos sentados lado a lado no balcão de madeira, bebendo cerveja amanteigada e rum das terras do ferro. Ele se sentou e pediu uma caneca de cerveja e perguntou às outras pessoas:

–Algum de vocês não viu um jovem elfo passar por aqui de cavalo?- os caras ficaram encarando ele, até que um elfo caçador respondeu:

–Você não sabe, não é? Depois da invasão dos humanos nos Campos Genuínos, todos estão com medo de acabarem do mesmo jeito que aqueles pobres elfos da floresta.

–Como assim? Acabar de jeito?- o elfo riu da cara do paladino, e então respondeu:

–Mortos. –O paladino não conseguia acreditar. Todos os elfos da floresta estão mortos enquanto ele bebe uma caneca de cerveja amanteigada. Se os humanos mataram mesmo aqueles elfos, haverá uma grande guerra entre alianças, e não irá demorar.

–Você sabe se alguém já encontrou alguma relíquia?

–Provavelmente aqueles humanos bárbaros de Barrens encontraram uma na floresta dos elfos. Foi por isso que eles invadiram aquele lugar. E pior de tudo é que Tanneridan, o filho do deus dos mares, voltou a atacar se alto intitulando o próprio Tristan.

–Eu sei. Eu lutei contra ele faz uma semana, ele estava atacando uns viajantes que vinham para cá! –Sobekk pagou a bebida, se levantou e saiu. Enquanto andava, ele olhava para o céu azul, pensando onde poderia está o pequeno elfo. Seus cabelos loiros e suas orelhas pontudas cortavam o vento que rumava para o noroeste, como se quisessem levá-lo para lá. Ele continuou caminhando sob a neve que caía, pensando em um jeito de encontrar o garoto, até que vê um vulto preto correndo para a floresta de prata, que ficava á oeste de nevi´lla. Ele pegou um cavalo que estava em um estábulo próximo, montou e correu atrás do vulto preto. Depois de um tempo, ele viu que o vulto na verdade era um cavaleiro que carregava alguma coisa pesada, que poderia ser Sammus. Ele se espantou, pois cavaleiros da morte só ficam nas terras do norte ou no máximo nas terras do ferro, e não poderia chegar até Lumiera sem ser visto. Ele o seguiu cuidadosamente até uma caverna repleta de cristais brancos e diamantes. O cavaleiro negro desceu do cavalo, olhou em volta e então disse algumas palavras em uma língua antiga que Sobekk não conseguiu entender, e logo em seguida desapareceu. Ele foi até a caverna e viu Sammus desacordado no chão, agonizando de dor. Ele pegou do bolso um pequeno vidro de poção e deu para Sammus beber, que rapidamente acordou. O garoto olhou em volta e disse:

– Onde estamos?

–Nós estamos em uma caverna de cristal, na floresta de prata. O que aconteceu com você? Para onde o cavaleiro te levou?

–Ele disse que ia me levar para as terras de ferro, pois eu era o próximo. O que isso quer dizer?

–Que você será o próximo a ser eliminado. Provavelmente os cavaleiros da morte já capturaram algum herdeiro, e quando os herdeiros dos três grandes cavaleiros da morte forem encontrados, vocês serão mortos. –O paladino hesitava em contar outra noticia ruim, mas era inevitável. –Tem mais uma coisa que tenho que te contar. Aquela invasão dos humanos do leste na floresta causou algo terrível...

–O que aconteceu? – Sammus começou a ficar preocupado.

–Um cara no bar disse que os elfos daquela floresta estão todos mortos. Sinto muito. –Sammus foi tomado por um sentimento de ódio e tristeza. Todas as suas lembranças, amigos e felicidades estavam ali.

Ele foi até a floresta, pegou alguns galhos e pedaços de tronco e voltou para a caverna para fazer uma fogueira. Ele pegou o arco e saiu para caçar algo para comer, tentando esquecer tudo isso. Depois de meia hora caminhando, Sammus chegou a um rio cor de prata que fluía lentamente para o sul, carregando várias folhas secas e um pequeno colar dourado que brilhava no fundo da água. Sammus não conseguiu parar de olhar para o colar, que parecia chamá-lo para a água. O garoto o pegou e colocou em seu pescoço, o que o deixou incrivelmente feliz, apesar da noticia que acabara de receber. De repente, uma sensação estranha percorreu seu corpo e o deixou apavorado, e com motivo: outro cavaleiro da morte estava seguindo-o e finalmente o tinha encontrado.

–Quem é você? Por que está aqui?

–Sou um dos cavaleiros negros da ordem dos cavaleiros da morte. Fui eu quem te sequestrou antes, por que achei que estava com uma das joias. Mas agora que você a encontrou para mim entregue-a e eu te matarei rapidamente para que não sofra. – O cavaleiro carregava uma espada vermelha bastante afiada, que poderia cortar até aço, se quisesse. Sammus sabia que não teria chance contra ele se lutasse, então, ele fugiu.


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