A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 24
Sammus e Luna




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       Sob a luz do luar, os corajosos aventureiros desbravavam a belíssima floresta de prata, cujas árvores protegiam o antigo castelo de Andhorar. Sobekk já havia andado por essa região e estava guiando todos até o castelo ancestral, onde deveriam ficar as cincos relíquias da deusa Eiwa. Conforme eles andavam, os animais corriam e o barulho das árvores e outras criaturas diminuía gradativamente, até se silenciar por completo.

-Esse lugar está me assustando um pouco... –disse Luna, percebendo um repentino silencio na floresta.

-Também não estou gostando desse lugar. –Continuou Sammus, vendo os animais fugirem.

Eles encontraram uma trilha sinuosa por entre os pinheiros e seguiram por ela até chegarem a um espaço aberto, onde havia um pequeno acampamento de faunos selvagens.

-Podemos pedir ajuda a eles, talvez saibam um caminho seguro até Andhorar!- Disse Martin.

-Talvez, mas eles não me parecem muito amigáveis. –Respondeu Grimm.

-O druida tem razão. Eu não confio em faunos, principalmente vindos daqui. – concluiu Sobekk.

Os aventureiros se esconderam atrás de algumas árvores próximas ao acampamento, espionando os faunos sitiados. Depois de chegarem a uma conclusão, os heróis decidiram pedir informações aos faunos, para chegarem ao castelo o quanto antes. Sammus e Aladar foram até lá cautelosamente e tentaram se comunicar com as criaturas, que responderam com hostilidade:

-Vão embora daqui, elfos, esse território é nosso! –Disse o maior de todos eles.

-Não sou um elfo, sou o rei Aladar. Precisamos de um atalho até o castelo dos elfos de luz.

-Eu me chamo Lenar, e sou o único em toda a floresta que possui um mapa completo. Eu conheço tudo e todos por aqui, pois sou o guardião da floresta. – O barulho de cascos batendo no chão incomodava os ouvidos de Aladar, e Sammus não tirava os olhos dos chifres dos sátiros.

-Nos ajude então! – rogou Sammus- O destino de Tarkarian depende disto! –Lenar tirou das costas sua lança e os outros faunos fizeram o mesmo.

-Não podemos deixar que forasteiros passem. Entretanto, se deixar algo em troca, poderá negociar conosco. – Ao ouvir isso, o paladino saltou de trás da arvore e chamou Luna para si.

-Aceitamos. – Disse Sobekk.

-O que?- esbravejaram todos ao mesmo tempo.

-Confiem em mim. Dê um passo à frente, Luna. –sem entender, a princesa fez o que Sobekk lhe pediu, e quase simultaneamente Lenar a puxou pelo braço rudemente.

-Ei, o que está fazendo com ela, paladino? –Sammus ficara deveras nervoso vendo Sobekk usando a princesa como moeda de troca, mas logo depois percebeu o plano do paladino.

-Acalme-se Sammus. –Disse Grimm.

-Está aqui seu mapa. Cuidado, viajante. –Lenar entregou o mapa a Sobekk e os mandou ir embora. Entretanto, ao guardar o mapa em sua mochila, o paladino gritou aos quatro ventos:

-Luna, corra! –Luna não sabia o porquê, mas fez isso mesmo assim. Ela correu o mais rápido que pôde e Sammus foi atrás dela. Antes de Lenar conseguir pegá-la, Grimm usou seus poderes para prender as patas do fauno com as raízes de um pinheiro próximo. Os outros dois faunos iniciaram o ataque, mas que foram bloqueados por Sobekk e Aladar. Enquanto eles lutavam contra os sátiros, Luna percorria a floresta vigorosamente, até que chegou a uma fonte de água cristalina que nutria as belíssimas árvores Moonroots. Diferente das outras, essas árvores tinha folhas brancas e verdes também, com frutos deliciosos dedicados aos deuses. Em geral, alcançavam os trinta metros de altura, e sua principal função era proteger a fonte de invasores. Luna se sentou em um tronco caído para descansar, e percebeu que estava perdida e não sabia qual direção seguir. Ela bebeu um pouco da água cristalina para se acalmar, e foi então que ouviu um grito vindo do lado sul da fonte. Ela olhou para todos os lados, e ouviu novamente aquela voz familiar que dizia “Luna! Estou chegando!”. De repente, uma flecha voou por de trás da princesa e acertou uma serpente venenosa que vinha em sua direção. Quando se virou, a princesa avistou Sammus com seu arco na mão esquerda e três flechas na outra mão, correndo ofegante e gritando:

-Você está bem, Luna?

-Estou. Obrigada por me salvar, Sammus! –Por um instante, o arqueiro corou e ficou olhando o chão, até que Luna pegou em sua mão e disse:

-Por que está assim? Eu fiquei tão feliz por ter me encontrado, mas você não disse nada...

-Me desculpe por não ter demonstrado isso. Eu também fiquei feliz, princesa. –Sammus estava cada vez mais nervoso por está ali, com Luna segurando sua mão, cara a cara com ela. Mas ele sabia que o que ele sentia por ela não deveria nem existir, pois ele era apenas um arqueiro, que vivia em uma aldeia no meio da floresta. Não obstante, ela não ligava para isso, mas deveria cumprir com seus deveres de princesa. Ela era rica, poderosa, herdeira de um reino inteiro e filha da deusa da lua, Elune. O elfo pensava: “esqueça, você não está no nível dela, Sammus. É melhor ir embora daqui.” Entretanto, algo inesperado aconteceu: Luna segurou seu pescoço de leve e o beijou apaixonadamente, como nunca havia feito. Os elfos se sentiram como deuses, e se esqueceram de todos os problemas que estavam enfrentando naqueles tempos. Durante instantes, os dois amantes ficaram ali, se olhando sem entender bem o que havia acontecido há pouco tempo.

-Eu sei que não devia ter...

-Não se arrependa. Foi a melhor coisa que me aconteceu desde que saí dos Campos Genuínos. Eu te amo muito, Luna, e quero repetir isso sempre! –A princesa estava estupefata, sem saber o que fazer. A única coisa possível de se dizer naquele momento era:

-Também te amo, Sammus.

Uma luz intensa desceu como um raio dos céus, e por alguns instantes, a lua desapareceu. Uma silhueta podia ser vista em meio a fumaça produzida pela queda, e só depois e um tempo é que Luna conseguiu identificar aquela bela forma. Era sua mãe, a deusa Elune, que estava de pé próxima aos dois.

-Venham garotos, eu ajudarei vocês a saírem daqui.

-obrigada mãe! Mas e os outros?

-Eles já estão chegando. –Sammus estava hipnotizado com a beleza intensa de Elune, com seus cabelos branquíssimos, com sua forma perfeita, mas Luna percebeu isso e deu uma cotovelada de leve no arqueiro. Eles riram um pouco, e logo depois Sobekk, Grimm e Aladar chegaram ao local com algumas feridas de batalhas. Depois de curá-los, Elune abriu caminho por entre as árvores milenares até uma pequena cabana, onde todos se alimentaram e descansaram para o dia de amanhã. A deusa deu um beijo de boa noite em todos, e logo retornou ao seu palácio lunar.


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Notas finais do capítulo

Finalmente essesd dois se entenderam!!!



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