A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 25
Revelações de familia




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 A noite passara muito rápido, e os heróis acordaram bastantes dispostos para seguirem ao seu destino final. Luna havia acabado de levantar e Sammus já estava de pé ao seu lado com algumas frutas e um cantil d água. Depois de se alimentarem, os seis viajantes caminharam em uma trilha de pedras brilhantes, que seguia até um grande lago onde bebiam cervos, alguns pássaros, coelhos e um belo pégaso. Este belo animal caminhava ao redor do lago com uma benevolência deveras singular, comparado ao lugar onde estavam. Ao avistarem a criatura, todos mudaram seu semblante, ficando mais calmos e aliviados. De algum modo, o pégaso trazia uma calma aos heróis, que se sentiam privilegiados ao estarem na presença de um ser de tamanha beleza.

    Já eram 7 horas da manhã, e o sol já estava alto. Ninfas do vento corriam para lá e para cá, enquanto as fadas cuidavam dos animais e das plantas mais jovens. Havia pinheiros, macieiras, castanheiras, todos espalhados por todo o lugar, acompanhados por elas orquídeas brancas. A vegetação rasteira era tão fofa, que os viajantes não resistiram em deitar um pouco nela, usando como travesseiro as enormes raízes das castanheiras milenares.

-O que faremos agora? –Perguntou Luna.

-De acordo com o mapa, os limites da floresta não estão muito longe. Devemos andar um pouco até chegarmos a Andhorar. –respondeu Sobekk.

-Então vamos logo, pois cada minuto é crucial em nossa jornada. –Disse Aladar.

      Enquanto o pégaso continuava bebendo água, os heróis ficaram ali, observando-o, atentamente, De vez em quando ele pastava, e logo depois se deitava na grama fofa. Sammus retirou do bolso seu anel mágico e começou a observá-lo com atenção. Luna fez o mesmo com o cálice que pegou do cavaleiro da morte em Kringodh, enquanto Martin estudava seu bracelete de prata que fora disputado na aldeia de yath´kall, nos Campos Genuínos. Ao ver as três relíquias reunidas, os olhos do pégaso começaram a brilhar intensamente e suas asas se expandiram ao máximo, com mais de três metros de envergadura. Ele ficou sobre os dois cascos traseiros, logo em seguida alçando vôo em direção ao castelo de Andhorar.

  Alguns minutos depois, no salão principal do castelo de Andhorar...

   No trono principal do castelo, estava sentada a bela e sábia rainha dos elfos, Candice Arcoleve. Ao seu lado, estava o poderoso Tanaris Sombralunar, o rei de Andhorar. Eles conversavam com alguns sacerdotes e conselheiros quando um soldado carregando uma espada entrou no Hall dos espíritos (sala do trono) dizendo:

-Majestade, o pégaso Estrela Cadente acaba de chegar!

-Então a idéia de enviá-lo para ver se as relíquias estavam seguras deu certo. Preparem todos do castelo para a chegada daqueles que carregam as joias! –após dizes isso, a rainha Candice foi até a janela do salão, de onde se era possível ver a floresta de prata.

-O que está olhando? –Perguntou Tanaris.

-Nada. Estou apenas sentindo a energia das relíquias sagradas.

-Eu posso senti-la, também. Espero que as joias cheguem a tempo.

    

Na floresta, Sammus, Luna, Aladar, Martin, Grimm e Sobekk aproveitavam o sol da manhã para se exercitarem.

-Que tal um duelo, Aladar? –Sugeriu Martin.

-Acho uma boa idéia!

-Mas tenham cuidado, pois não irei carregar nenhum ferido!  -Concluiu Sobekk.

Martin atacou primeiro, tentando acertar as pernas. Entretanto, a cada tentativa, Aladar conseguia se desviar facilmente, o que irritava Martin. Diversas vezes suas espadas produziam faíscas ao se encontrarem, e a cada vez a tensão aumentava. Era notável a superioridade de Aladar na esgrima, e isso irritava bastante o elfo, que não queria perder de jeito nenhum. O jovem rei deferia golpes fracos, mas Martin tentava acertá-lo com muita intensidade. Foi quando o Paladino percebeu o que se passava e resolveu tomar uma atitude:

-Acho que já está bom de luta por hoje.

-Concordo. – disse Luna.

     Martin aproveitou que ninguém estava olhando para dar um breve passeio pela floresta. Ele caminhou alguns metros ao leste até chegar a um pequeno espaço, onde havia uma lápide que dizia: “aos que vierem, saibam que estarei sempre aqui para protegê-los” e embaixo estava assinado “Sammus Zhí´whang III”. Martin tonteou. Seria ele um parente de seu amigo Sammus? E por que a lápide fora escrita em primeira pessoa?

Sem hesitar, ele escavou com as próprias mãos o suposto túmulo de Sammus III. Depois de alguns minutos ele finalmente encontrou algo interessante: uma bela coroa intacta, com algumas esmeraldas incrustadas nela e um belo rubi no centro. Sem pensar, ele pegou o objeto e correu como nunca até o lago onde todos estavam.

-Onde você estava? –perguntou Luna.

-Não importa. Olha só o que eu encontrei! –Martin mostrou a todos o que havia achado na floresta, e Sobekk ficou em estado de choque.

-O que aconteceu Sobekk? –perguntou Sammus.

-Nada. Onde encontrou isso?

-Bom, eu estava caminhando por ali, quando de repente vi uma lápide estranha e resolvi escavá-la.

-“Resolvi escavá-la”? –Sammus brincou.

-É sério, Sammus. Na lápide onde eu a encontrei, estava escrito: aos que vierem, saibam que estarei sempre aqui para protegê-los. E que abaixo dizia: “Sammus Zhí´whang III”.

Todos se assustaram com a notícia. Após verificar o artefato, Sobekk concluiu:

-Essa é a quinta relíquia de Eiwa!

-Também acho que seja, pois emana a mesma energia das outras relíquias.

-Espere um pouco... Sammus, este que enterrou a coroa lá é o seu pai? –perguntou Aladar.

-Talvez. Eu nunca soube nada de minha família. Só lembro-me de chegar aos Campos Genuínos em um pequeno barco, com um homem loiro guiando-o - Sobekk e Grimm se entreolharam.

-Então você não sabe de onde veio? –Luna perguntou.

-Não. E nem sei sobre meus antepassados.

-Mas eu sei. –disse Sobekk - Os Zhí´whang sempre reinaram nas Terras Flutuantes de Altersunna, um paraíso suspenso acima do grande oceano. As pessoas nunca ficavam doentes, passavam fome ou sede, e todos viviam em harmonia.

-Parece perfeito! –disse Luna.

-Sim, mas em um dia chuvoso, dia da coroação do rei Sammus III, Ellian apareceu para destruir tudo. Ninguém era páreo para ele, e quando tudo parecia ruim, uma tropa de malignos montados em gárgulas chega nesta bela terra e matam a todos.

-Desgraçado... –bufou Sammus.

Apenas três pessoas sobreviveram, e sem alternativa, pularam no oceano. Como Altersunna estava a milhas acima do nível do mar, Ellian deduziu que eles haviam morrido. O rei nadou até a costa, onde tomou como retiro esta floresta.

-E os outros dois? –Sammus perguntou.

-Sammus, ainda bebê e seu irmão nadaram até os Campos Genuínos, com a ajuda dos elfos do mar. Lá eles encontraram abrigo e comida.

-Nossa... Mas como você sabe de tudo isso?

-Eu sei por que sou aquele que pulou com Sammus na água. Eu sou o irmão de Sammus IV!


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