A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 23
Martin e o druida




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Sammus, Aladar, Luna e Sobekk partiram de Kringodh em direção à floresta de prata, onde se localiza Andhorar: o reino dos light elves. Sob a luz do sol poente, eles caminharam por entre montanhas e vales durante dias, sem encontrar seu destino á frente. Mas quando a chuva começou a cair, os ventos sopraram forte em suas costas, e seus espíritos começaram a desanimar finalmente eles puderam avistar um belo e imponente castelo no topo de uma montanha, que era rodeado por uma floresta de árvores frutíferas com folhas extremamente brancas.

–Vejam! Estamos perto de Andhorar, o maior reino de elfos desse mundo. Apressem-se ou pegarão um resfriado nessa chuva!- avisou Sobekk, animado.

–Desde que saímos de Kringodh, você não nos diz o que viemos fazer aqui. Por que nos trouxe até esse lugar?

–Acalme-se, princesa Luna. Logo saberá.

Enquanto o Paladino fazia mistério em torno de sua ida até aquele maravilhoso lugar, alguém sobrevoava as montanhas de mitiril, lar dos mestres ferreiros anões. Ele estava montado em uma fênix cor-de-fogo, que carrega em seu pescoço um estranho colar de runas com um totem no centro. Eles aterrissaram nas proximidades de Alta Forja, a maior fábrica de armas e equipamentos do todo o grande continente, e também o reino dos anões. Ao descer, o viajante encontrou um solo áspero e gelado, devido aos minérios e pedregulhos espalhados pelo chão. Foi quando ele se deu conta de que começara a chover e nevar também. Ele deixou sua montaria a uns 10 metros da entrada da cidade e, coberto por vestes passou despercebido pelo portão principal e avançou rumo ao castelo de pedra.

Em um pátio próximo á ala das forjas, o misterioso viajante pôde ver seres de todo tipo: Elfos, homens, anões e até orcs, todos negociando armaduras, armas, espadas, escudos, entre outras coisas. Cada armamento que era trazido de lá e de cá impressionava o encapuzado, mas algo em especial chamou sua atenção: uma bela armadura feita de mitiril brilhava intensamente no lado leste do pátio. Curioso, ele foi até lá para apreciar de perto sua intensa beleza, e percebeu que alguém a polia e lustrava constantemente. Interessado na armadura, ele perguntou:

–Belo equipamento! Quanto quer nela? – o homem que cuidava do produto citado pelo misterioso se virou e respondeu:

–Essa armadura foi forjada pelo mais habilidoso dos anões, Thorin Modan, e não acho que você possa pagar por ela.

–Eu insisto. Preciso de um bom equipamento urgentemente, pois logo entrarei em uma batalha que decidirá o destino de todos nós. Por isso, diga-me o seu preço! – sob a neve que caia graciosamente, aquele que cuidava da armadura com tanto afeto e cuidado deu sua palavra final:

–Que tal esse brilhante artefato que você leva no braço? - o zelador da armadura apontava para um belo bracelete de bronze que o homem usava no pulso esquerdo, e que chamava muita atenção devido ao seu brilho intenso.

–Desculpe, mas esse artefato não é negociável.

–É uma pena, pois é o seu único bem aparente cujo valor se equivale ao da armadura. – lamentou o vendedor.

–E que tal essa arma? – o encoberto de vestes retirou da bainha uma bela espada de lâmina resplandecente e vincos que pareciam imitar raios.

–Ela foi forjada pelo meu pai nos Campos Genuínos, mais especificamente no reino de Flora, e por isso vale muito. –O vendedor pegou a espada e levou a lâmina à altura dos olhos, avaliando sua qualidade e resistência. Quando terminou, guardou-a em um baú de madeira e respondeu:

–Bom, é realmente um produto de qualidade! Aceito a troca, pode levar sua nova armadura! –Depois de vestir seu novo equipamento, o curioso homem coberto retornou ao pátio central, logo em seguida indo embora de Alta Forja.

Após sua parada na capital anã, o jovem que montava a bela fênix vermelha continuou o que estava fazendo: seguindo um grupo de viajantes composto por um arqueiro, um espadachim, uma feiticeira e um paladino. Entretanto, sem perceber ele acabou abaixando demais sua altitude, possibilitando que o mais velho deles descobrisse sua localização. Antes que conseguisse fugir, o paladino retirou rapidamente uma longa corda de sua mochila e laçou as patas da fênix, logo em seguida trazendo ao chão o seguidor que a tanto perturbava os sentidos do paladino.

–Mostre seu rosto, para vermos quem nos segue á dias!

–Como sabia dele? –perguntou Sammus.

–Percebi sua presença faz muito tempo, e agora veremos que é e o que faz aqui! –Quando o capturado revelou seu rosto, Sobekk e Sammus tontearam ao verem sua face: era Martin quem estava atrás deles todo o tempo!

O jovem elfo desmontou da fênix e correu para cumprimentar seu velho amigo Sammus, o qual não via há muito tempo. Eles não resistiram e se abraçaram, mostrando a todos a verdadeira amizade. Quando eles explicaram tudo que havia acontecido até o presente momento, Martin também começou a contar:

–Quando você e Sobekk partiram para Lumiera eu retornei a nossa aldeia na floresta de yath´kall. Foi então que o druida que havia descoberto que você era o herdeiro do Grande rei me disse que eles quase perderam a batalha contra os soldados de Kalindore, mas com dificuldade venceram.

–Isso é ótimo! –se animou Sammus.

–Nem tanto, velho amigo. Aqueles homens são do continente de Barrens, o ultimo lugar que eu escolheria para visitar. Não perdoam fácil, e logo irão se vingar. Por isso nós viemos junto com a relíquia que se abrigava lá, por segurança.

–“nós”? –indagou Luna.

–Sim, eu e o Druida. –de repente, uma fumaça verde implodiu próximo a eles e alguém s levantou um pouco atordoado, logo em seguida dizendo:

–me chamo Grinm Tharion, e sou o líder espiritual de nossa aldeia. – o druida se libertou da corda do paladino e foi ate eles. Ele vestia uma túnica verde e trazia no pescoço um colar de runas com um toten no centro, nos pés usava apenas sandálias de couro. Não era um elfo muito velho, mas seus “dreadlocks” azuis lhe adicionaram alguns anos.

–Eu e Martin viajamos durante muito tempo, e vimos os estragos causados pelos cavaleiros da morte. Os Bárbaros de Barrens se aliaram a Ellian por dinheiro, e estão destruindo tudo por onde passam.

–Entendo. Nós estamos indo para Andhorar, pois lá é o lugar mais seguro para as joias da deusa Eiwa. –disse Aladar.

–Sim, mas temos que ser rápidos. Essa floresta de prata pode ser enganosa, e se não agirmos sabiamente, poderemos ficar presos para sempre. – completou Grinm.

Depois de alguns minutos, eles entraram na floresta de prata com algum receio, mas depois viram que não teria mais volta. A noite já viera, e a lua brilhava intensamente com toda sua magnitude no céu pontilhado de estrelas, que a coroavam como a rainha dos céus negros. Os ventos sacudiam as gigantescas arvores milenares que se mantinham imponentes diante do grupo de pequenos elfos. Os pássaros noturnos voavam para lá e para cá livremente, mas alguns animais se escondiam quando eles passavam. As trilhas se abriam em meio às plantas, e pequenas trincheiras podiam ser vistas cortando o caminho dos viajantes, a floresta não parecia ser tão perigosa assim, pensaram eles, até ouvirem um som assustador...





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Notas finais do capítulo

adorei o final desse capítulo!



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