A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 22
A batalha dos deuses mortais




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No interior do castelo, Sammus, Luna e Aladar comemoravam a vitória do trabalho em equipe contra a tirania do rei Tanatius, cujo corpo permanecia inerte no chão ensopado de sangue. Enquanto a princesa tratava dos ferimentos de Aladar, Sammus decidiu ir até o lado de fora do castelo para averiguar como estavam Tyr, Sobekk, Sylvanna e Ritchie lutando contra as criaturas malignas que tentavam invadi-lo. Mas quando ele chegou lá, avistou algo diferente do que imaginava encontrar: Amarth e Sylvanna se afrontando com suas armas em punho, prontos para uma grande batalha. Quando viu seu amigo paladino sobressaltado com seu martelo em mãos, Sammus indagou:

–O que houve Sobekk? Por que está desse jeito? –o paladino virou-se e respondeu:

–Temos que ir embora daqui, Sammus. Chame seus amigos agora, ou não escaparemos.

–Por quê? O que está acontecendo? –Sammus pegou seu arco e uma flecha quando avistou Amarth, mas Tyr o impediu, logo em seguida respondendo a sua pergunta:

–Por que logo terá inicio a maior batalha presenciada por um mortal. Sylvanna na verdade é a própria deusa Eiwa habitando em um corpo mundano, e Amarth é apenas um boneco que abriga o espírito de Ellian. Eles irão se enfrentar agora, e sugiro que não fique aqui, ou irá morrer. –Sammus espantou-se com a notícia, e então percebeu que aquele sonho que ele teve com a mãe de Luna, a deusa Elune, fazia sentido. Mas havia algo que o elfo ainda não compreendera: quem era o guerreiro que estava ao lado de Amarth?

A princesa Luna e o jovem rei Aladar não obtiveram sucesso na busca pela relíquia perdida, e se decepcionaram ao não conseguirem ajudar Sammus em sua missão. Quando foram para o lado de fora reportar o fracasso na procura, se assustaram quando viram Sylvanna e Amarth envolvidos em spells de energia e anéis de eletricidade. Os olhos da deusa mortal brilhavam intensamente na cor verde esmeralda, e de seus dedos subiam videiras que se enroscavam nos seus braços formando uma leve armadura natural. Da sola de seus pés descalços brotaram folhas que se unificaram até se tornarem botas ultra-resistentes, que liberavam de vez em quando pequenos trovões azuis. O deus Ellian ergueu sua mão direita aos céus e ao pronunciar de uma palavra, vórtices desceram das nuvens e o envolveram criando uma densa armadura de sombras, que era aparentemente indestrutível. Seu cajado escureceu e ossos incrustaram-se ao redor do mesmo, tornando a arma algo assustador. Os dois irmãos estavam preparados para a batalha, suas armas estavam em mãos, a fúria e a adrenalina cresciam em ritmo acelerado, os espectadores estavam indo embora...

Mas algo interrompeu o início da peleja: A legião de meio-sangues liderados por Blade Wind finalmente chegara, e para completar um antigo serviço. O titã Killmatheas deu um passo à frente e disse:

–Nossa maior criação, os meio-sangues. O que fazem aqui?

–Nós viemos aqui para anunciar sua sentença: Você foi condenado a passar a eternidade nas masmorras de Neraka!

–Eu sou um dos cinco Titãs, Blade Wind, vocês meio-sangues não podem nos prender.

–É o que veremos. –Killmatheas fugiu para os céus, para não ser preso pelos meio-sangues, mas Blade Wind o seguiu. Talvez nunca mais seja vistos; poderão ficar correndo através dos mundos por milênios. Mas a batalha dos deuses iria começar, e os garotos ainda estavam lá.

–Luna –disse Sammus- vamos embora, depressa.

–Tudo bem. –Sammus, Aladar, Luna e Sobekk fugiram para o norte, montados em velozes cavalos que estavam em um estábulo próximo. Tyr fugiu para o oeste, e apenas Sylvanna (Eiwa) e Amarth (Ellian) permaneceram no local.

Ellian fixou o olhar em Eiwa e disse:

–Minha irmã, minha bela e doce irmã. Nós nascemos no crepúsculo do mundo, quando os deuses ainda eram jovens. Podemos resolver isso agora, você só precisa restaurar meu poder e junto a mim dominará o universo!

–Não posso fazer isso. Eu protegerei a vida desse mundo até não poder mais, e se tentar destruí-lo, eu o impedirei! –O rosto de Ellian se fechou, e com uma frase, ele respondeu:

–Que assim seja. –Ele ergueu seu cajado e sombras brotaram do chão e correram na direção da deusa. Eiwa conseguiu se desviar delas, e rapidamente atirou três flechas seguidas que liberavam labaredas flamejantes que as davam bastante velocidade.

–Dessa vez você não me escapa! –Ellian bateu o cajado no chão e um dragão negro emergiu das sombras, voando freneticamente na direção de Eiwa. Antes de ser atingida, ela correu para fora da fortaleza e espetou o chão com cinco flechas, e ao pronunciar de um mantra, um belo dragão verde coberto de folhas e galhos apareceu próximo ao castelo e atacou o monstro negro evocado por Ellian. As duas criaturas de aproximadamente 40 metros de comprimento se chocaram e começaram a lutar em pleno ar. Abaixo deles, os dois deuses lutavam bravamente, sem medirem esforços. Eiwa atirava flechas tão rápidas que seu irmão mal podia se desviar, mas seus spells ofensivos contra-atacavam e os defendiam.

–Você é mais forte do que aparenta! –desdenha Ellian.

–E você é mais fraco do que parece! - retribui Eiwa. Ele se enfurece e corre em sua direção, com a raiva nos olhos que se acumulou durante os séculos em que foi menosprezado pelos deuses devido ao enorme poder de sua irmã. Ela, por outro lado, estava com medo de machucá-lo, e não queria lutar. Mas não tinha mais volta. Ele fizera sua escolha, e agora sofrerá as consequências.


Luna, Sammus, Sobekk e Aladar cavalgaram até o povoado de Kings Bridge para descansarem de suas batalhas no castelo de Kringodh. Ao se instalarem em um pequeno hotel, os jovens heróis foram para seus quartos e a princesa de Lumiera lhes mostrou um artefato curioso. Ela retirou de sua mochila um belo cálice dourado, que brilhava intensamente á luz dos lampiões que iluminavam o cômodo.


–O que é isso, Luna? – perguntou Sammus.

–Acredito que seja uma das relíquias de Eiwa. Ela está emanando um poder muito grande, Algo que não é normal para um utensílio doméstico.

–Bom, nós possuímos o anel, e agora esse cálice. Morgan tem em mãos o colar que lhe dá poderes de levitação, e as outras duas relíquias estão perdidas. Temos que ir para o reino dos elfos de luz o mais rápido possível, onde esses poderosos artefatos ficarão seguros. –conclui Sobekk.

Longe dali, duas entidades poderosas duelavam pelo destino de Tarkarian, tal qual com seus interesses. Eiwa estava pronta para defender suas criações e todas as vidas que habitavam esse planeta a todo custo, mas seu irmão não queria isso. Ellian pensava apenas em destruir os deuses e se tornar o ser mais poderoso do universo, recriando tudo do seu modo como sempre quis. A deusa estava em seu corpo mortal, e por isso muito de seus poderes eram limitados. Ela se lembrou disso quando suas flechas acabaram e não conseguia conjurar mais, e viu que seu irmão percebera isso.

–Então está sem flechas? Acho que nossa batalha termina aqui! –O deus da morte bateu com seu cajado no chão e simultaneamente cinco ossos enormes saíram da terra e prenderam a deusa, a deixando impotente e vulnerável.

–Solte-me Ellian! –esbravejou Eiwa.

–Adeus, minha irmã. –Antes de dar o golpe final que acabaria com a vida de seu oponente, uma luz muito forte cegou Ellian temporariamente e o bloqueou por completo. De repente, uma bela mulher de cabelos branquíssimos e brilhantes, usando um vestido exuberante e uns laços azuis em suas pernas e braços desceu dos céus e com uma lança azul espetou o coração do deus do submundo, fazendo jorrar o plasma dourado dos deuses.

–Como... Ousa... –O deus da morte tentava falar, mas a dor em seu corpo mortal era muita.

–Você não vencerá dessa vez, Ellian. –respondeu Elune. A deusa da lua libertou sua irmã, mas ela estava muito enfraquecida devido à prisão de ossos. Eiwa caiu, e sua irmã a pegou nos braços, lamentando o atual estado da deusa.

–Elune... Proteja meu corpo que está guardado no castelo de Andhorar. Se nossos heróis conseguirem chegar até lá, ajude-os a me ressuscitar. –Elune respondeu afirmativamente, mas se espantou ao ver que o corpo de Ellian começara a se desfazer. Foi então que ela viu o mesmo acontecendo com Eiwa, e que nada poderia fazer para ajudar. Suas lágrimas escorreram de seus olhos, e caíram sobre o espírito de sua querida irmã que caminhava para um lugar distante.

*

O grupo de heróis que viajou pelo mundo para tentar salvá-lo estava agora partindo em direção a Andhorar, o reino dos elfos de luz.


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