A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 21
Revelações




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Finalmente Aladar alcançou seu objetivo de enfrentar Tanatius, seu antigo protetor que lhe roubou o trono do reino de Kringodh e que o expulsou do castelo. Eles ficaram se encarando por um bom tempo, até que o tirano fez o primeiro movimento e atacou o garoto de frente. Aladar conseguiu esquivar para o lado, e logo em seguida girou o corpo rapidamente e atacou seu adversário com toda a raiva que tinha sobre ele. Tanatius tentou desviar-se do ataque, mas não foi rápido o suficiente para com a espada. A lâmina o acertou no braço esquerdo, e rapidamente ele sentiu o efeito do golpe. O sangue começou a fugir de seu braço, mas ele não se importou e continuou lutando contra o garoto, que se defendia de cada ataque dele. As espadas se chocavam constantemente, e faíscas podiam ser vistas ao longe por Sammus e Luna.

         No lado de fora do castelo, Tyr e Sobekk continuavam lutando contra as entidades malignas que foram trazidas a esse mundo pelos cavaleiros da morte.  O paladino e o bardo não estavam tendo problemas, mas eles eram muitos e o cansaço estava chegando. Por um momento, Sobekk pensou ter visto alguém descendo do céu junto de um monstro, mas logo depois se convenceu de ser apenas sua cabeça lhe pregando uma peça. Mas então Tyr também avistou a criatura e eles perceberam que não era apenas uma ilusão de ótica, mas sim algo real.  Quando a figura se aproximou, eles viram que o monstro era na verdade um dragão enorme, e ao seu lado descia pairando em nuvens negras um homem alto e de longos cabelos negros, que vestia uma bela armadura completa e na mão direita carregava uma espada cuja lâmina produzia pequenos trovões em volta da arma. Quando já estavam á uns dez metros de distância do chão, o dragão se metamorfoseou em um alguém que o paladino conhecia bem: o sacerdote Amarth. A um simples movimento de mão, todas as criaturas malignas que atacavam o castelo desapareceram, sobrando apenas Tyr, Sobekk, Amarth e o misterioso guerreiro. Eles ficaram se encarando por um tempo, até que Amarth diz:

-Então conseguiram fugir e derrotar meus cavaleiros da morte... Sinto dizer, mas tudo que fizeram até o presente momento fora em vão. Agora que o convidado de honra chegou, não teremos problemas com vocês.

-Do que está falando, animago? –perguntou Sobekk, intrigado.

-Nós finalmente teremos o poder para dominar todo o universo, e com a ajuda dele, iremos triunfar em derrotar aqueles deuses medíocres de uma vez por todas! –Nesse momento, Sylvanna aparece na entrada da fortaleza com seu arco na mão e, vendo que Tyr e o Sobekk não estavam compreendendo a situação, ela resolveu explicar:

-Esse que está ao lado de Amarth se chama Killmatheas, o titã destruidor. Ele foi banido para a dimensão inferior por tentar roubar algo precioso dos deuses, mas de algum jeito ele conseguiu se libertar e vim para o mundo de Tarkarian. –Todos ficaram surpresos com a informação fornecida por ela, e foi então que Tyr, o bardo, perguntou:

-E como você sabe de tudo isso? –A arqueira olhou o céu azul do fim da manhã, tomou coragem e finalmente disse:

-Eu tenho conhecimento de toda a situação por que sou uma deusa. Meu nome verdadeiro não é Sylvanna, mas Eiwa, a senhora da vida e da natureza. –Sobekk deixou cair seu martelo de tanto espanto, enquanto Amarth se virou lentamente, temendo ser verdade. Killmatheas, o titã, não expressava emoção nenhuma, apenas segurava sua magnífica espada enquanto era observado por Tyr, que mantinha o rosto neutro apesar de estar surpreso com a presença da deusa.

-Não pode ser... Os espíritos, as pequenas divindades, o conselho mundial de paladino e até os sacerdotes e arcebispos diziam que a senhora estava morta... Sagrado seja vosso retorno! – paladino a agraciava, mas ela continuou:

-Meu espírito estava divido não só nas joias, mas também no corpo de uma pequena elfa. Eu me misturei com os mortais e me habituei aos costumes mundanos, para que nenhum cavaleiro da morte me rastreasse. Depois que Ellian foi expulso do palácio celestial, ele foi enviado ao submundo, muito enfraquecido. Mas eu descobri que ele também havia doado uma parte de sua alma para um animago, que cedeu seu corpo para que meu meio irmão pudesse renascer.

-E agora você está de volta pensando que poderá derrotar Ellian e a ordem dos cavaleiros da morte... Tenho pena de você. É apenas uma pequena deusa sem força alguma. –Sobekk não suportou tanta blasfêmia vinda do animago e partiu para o ataque, furioso. Ele retomou do chão sua arma e tentou acertar o sacerdote, mas antes que o fizesse, Killmatheas se moveu rapidamente e repeliu o ataque com apenas a mão esquerda. O paladino não se machucou, mas se assustou com tanta velocidade e prescisão do Titã.

-Sobekk, filho da natureza e servo dos deuses, não enfrente esses dois, pois não sairá vivo. Killmatheas é um dos titãs, protetores dos deuses, e Amarth... -A deusa parou por um momento.

-O que tem Amarth?

-Ele é o meu meio irmão, o deus dos mortos, Ellian. – todo o castelo pareceu se calar diante a revelação de Eiwa. De repente, Sobekk e Tyr se sentiram fracos e impotentes, e deram um passo para trás, com rosto de espanto.

-Isso mesmo, querida irmã. Eu recuperei boa parte do meu poder e agora estou apto a derrotá-la e ao resto dos deuses, para que eu e Killmatheas possamos governar esse mundo e eu possa restaurar minha honra vencendo-a em um duelo.

-Será um prazer, Ellian. –Amarth (Ellian) retirou de suas costas seu poderoso cajado e bateu sua base no chão, produzindo pequenos raios azuis que circularam seu corpo. Sylvanna (Eiwa) pegou três flechas de sua aljava e as incendiou com apenas o toque dos dedos, e em seguida as armou no seu belo arco de madeira vermelha.

        No castelo, os dois reis ainda se enfrentavam ferozmente, mas a luta parecia estar chegando ao fim. Aladar atacava com toda sua fúria, se desviando da lâmina inimiga e devolvendo a ofensiva rapidamente. Tanatius estava começando a ficar cansado, e seu ferimento do braço o atrapalhava constantemente, fazendo-o se defender e lutar com apenas uma mão. O garoto se aproveitou disso e tentou atacar o lado danificado do seu oponente, mas antes que conseguisse, o rei tirano percebeu sua tática e se abaixou rapidamente, fazendo-o prender a espada na parede que estava alguns centímetros atrás deles. Desarmado, Aladar ficou impossibilitado de se defender e foi acertado em cheio no abdômen por Tanatius, que menosprezou o garoto dizendo:

-Aconteceu como eu previ: você derrotado e eu como sempre superior. Ajoelhe-se agora e clame por misericórdia!

-Acontece que eu não me ajoelho a malditos traidores como você. –retrucou o garoto.

-Veremos. – Tanatius segurou sua espada com as duas mãos e com o punho da arma acertou o lado esquerdo da cabeça de Aladar. O golpe foi tão violento, que o garoto caiu no mesmo instante no chão e aos poucos o sangue descia de seus ferimentos. Muito fraco, ele não conseguiu se levantar, apenas ficar de joelhos diante do seu oponente. –eu disse que você fracassaria pirralho. Agora morra de uma vez!

-Não se eu puder impedir! Rajada de trovões!– De longe, Tanatius avistou Luna com seu cetro místico, produzindo fagulhas azuis e em seguida um trovão que correu pela vasta sala do rei e o acertou com força máxima, atirando-o no chão ao lado de Aladar. Ele se levantou cambaleando e tentou acertar sua arma em Luna, mas com dificuldade, o jovem rei se esforçou ao máximo e conseguiu ficar de pé para pegar sua espada de volta. Antes que a espada de Tanatius fosse lançada para matar a feiticeira, Aladar ergueu sua poderosa lâmina e a desceu a toda velocidade no braço do tirano, decepando o membro que segurava a sentença final da princesa.

-Como ousam? Eu matarei vocês dois! -antes que ele pudesse retomar a arma do chão, Sammus atira de longe uma flecha rápida e certeira, que atinge o coração do rei maléfico. Agora, só resta aos três encontrar a jóia escondida no castelo de Kringodh e recuperar por completo o poder da deusa.


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