A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 10
os trolls renegados




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Uma névoa envolveu Morgan e Luna e num piscar de olhos eles desapareceram diante de todos ali presentes. Os viajantes estavam impressionados com o que Morgan havia dito sobre a princesa, dizendo que ela é a herdeira e líder dos cavaleiros da morte. Entretanto, Sammus custava a acreditar no que o raptor havia falado. Durante esse período em que passaram juntos, o arqueiro e a princesa criaram um vínculo inquebrável, mesmo se provocando a todo o instante. Naquele momento, sua vontade de resgatá-la era maior do que a de ressuscitar Eiwa e salvar o mundo, mas mesmo assim ele manteve a cabeça no lugar.

Já eram dez horas quando Sammus e Amarth saíram da floresta de Redwood. A legião de meio-sangues havia ido embora, o que trouxe alívio para Zhinor e o resto dos duendes. Eles pegaram uma estrada que dava em uma serra, com um gramado bem cuidado ao redor e um poço de pedra cinco metros à frente. Como o sol já estava queimando naquela hora da manhã, eles foi até lá para beber um pouco d’água, mas algo os impediu. Ela estava fechada com uma porta de alçapão de madeira, com uma alça de aço para que se pudesse abrir. Sammus a abriu, mas não conseguiu pegar a corda para puxar o balde com água para cima. Ele então se debruçou para frente para conseguir beber água, porém um grito vindo de lá de dentro o assustou e o fez cair lá embaixo.

–Sammus! Você está bem? – Amarth tentou falar com o garoto, mas não obteve resposta. Ele então pulou lá dentro para tentar salvar o amigo dos perigos que corria lá embaixo. Com apenas dezessete anos, Amarth era um dos sacerdotes lendários do novo mundo. Seu incrível poder de cura garantiu com que a aliança da natureza não perdesse a grande guerra mística, e todo esse poder lhe deu segurança para descer sem medo algum.

Ele desceu a toda velocidade pelo poço até cair cuidadosamente em uma poça d’água. O chão era de pedra talhada, mas em alguns cantos o capim dominava por inteiro. Capim?

–Sammus? Onde você está? –O sacerdote gritava pelo elfo, mas nada encontrava. Foi então que, entrando em um corredor úmido e escuro, ele viu uma luz que indicava a saída dali. Ele foi até lá à procura de Sammus, mas a única coisa que viu foi uma criatura humanóide correr na direção dele. Quando a claridade bateu em seu rosto, ele pode identificar o que era: um troll. Os selvagens trolls de Tarkarian são famosos por sua crueldade, misticismo obscuro e ódio por todas as outras raças. De cor cinza esverdeado, os troll usam suas presas e suas garras para intimidarem seus alvos. Há muitos anos atrás, eles habitavam as florestas de pinheiros aos arredores de Hiaj, o grande lago da vida. Muitas aldeias élficas estavam instaladas perto dali, pois perceberam que aquele lago estava dando imortalidade aos trolls e queriam aquele poder também. Yehth arco-de-bronze, líder da tribo de elfos keaal, invadiu junto de seus guerreiros a principal aldeia dos trolls, que absorvia o poder do lago. Depois de muito tempo de batalha, eles conseguiram expulsar os sanguinários dali para um lugar longínquo e vazio, na região sudeste do grande continente. Entretanto, o lugar estava habitado. Os moradores daquele lugar eram os colossais gigantes de pedra, seres enormes e incrivelmente fortes que agem pelo instinto ao invés da razão. Os trolls tentaram invadir, mas a força brutal dos gigantes acabou criando um terremoto de alta escala que abriu um abismo no local, por onde caiu a maioria deles. Os sobreviventes não tiveram escolha a não ser construir sua capital abaixo do mundo, para se protegerem dos males que havia ali. Mesmo depois dos gigantes se extinguirem, eles continuaram vivendo ali, pois já haviam se adaptado e não conseguiriam voltar à superfície.

O troll que estava vindo à direção de Amarth o atacou com uma lança, mas ele se desviou da investida. O sacerdote tirou seu cajado das costas, atacando-o com um poder de luz e o cegando temporariamente. Isso facilitou a fuga do animago, mas não garantiu sua segurança. Mais trolls estavam esperando na saída, e foi perto dali que ele viu alguém amarrado em um tronco, pronto para ser sacrificado. Era Sammus.

–Sammus! –O garoto ouviu o chamado dele, mas os outros trolls também ouviram. Amarth se desviou dos ataques e conseguiu finalmente sair do corredor. Quando ele avançou na direção de Sammus, se deparou com toda uma capital de trolls da floresta instalada ali no subsolo. A luz do sol penetrava naquele lugar através de um abismo que estava sobre aquela região, trazendo oxigênio, chuva, pássaros, e até pessoas que caíam ali. O tamanho era equivalente à aldeia de origem de Sammus, não muito grande. Entretanto, no centro, havia uma enorme construção de madeira por onde entravam e saíam diversos trolls, trazendo e levando coisas. Vários deles perceberam a presença do animago e correram em sua direção, tentando acertá-lo, mas sem sucesso. Ele libertou Sammus e perguntou:

–Onde está o seu arco?

–Eles pegaram e deram ao líder da tribo! –Os dois estavam impressionados com a velocidade dos trolls para prender o garoto. Mas ainda havia algo que eles não entenderam: como eles não viram esse abismo?

–Ei Sammus, parece que não sairemos vivos daqui!

–cale a boca! Está com medo de lutar, é?

–Claro que não! Vamos lá! –O elfo e o sacerdote chutaram os trolls que estavam próximos a eles, e logo em seguida tentaram correr para o corredor de onde vieram. Porém, alguém estava bloqueando a saída. Um troll enorme, trajando uma armadura leve de cor púrpura e olhos negros, guardava o corredor para que os intrusos não pudessem fugir. Ele retirou das costas uma lança de dois metros de comprimento e a encravou no chão, logo em seguida se apoiando nela e chutando o peitoral de Sammus. O garoto foi lançado a uns 1,5 metros de distância devido à força do golpe. O sacerdote girou o cajado no ar e gritou:

Lummus Striker!– Uma luz incandescente emanou do cristal que ficava na ponta do cajado e envolveu o corpo do troll, o levitando a três metros do chão. Ele conseguiu se libertar do ataque e atirar sua lança no sacerdote, que foi atingido em cheio. Sammus correu para ajudar o amigo, mas o troll o bloqueou com a lança.

–Deixe-nos passar! – Eles tentaram entrar no corredor, mas ela continuou bloqueada.

–Cale-se! Seus ancestrais nos expulsaram do lago Hiaj. Vocês elfos não são bem vindos! –Sammus notou um brilho reluzente na mão direita do troll e perguntou:

–o que é isso no seu dedo?

–Meu maior tesouro, o anel de Eiwa! –Sammus não podia acreditar, tinha achado a segunda joia!




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