Skyfall - Fic Interativa escrita por Duquesa de Káden


Capítulo 2
Interlúdio para o fim do mundo


Notas iniciais do capítulo

Devo dizer que recebi fichas realmente boas, mas infelizmente em sua minoria. Eu disse que não queria personagens fodonas, adolescentes com clichês passados trágicos. Disse que aceitaria pessoas normais, crianças, velhos, padeiros, motoristas de ônibus, enfim... Por isso nem se surpreendam se seus personagens não forem escolhidos. Mas quem quiser saber se o personagem entrou ou não, pode me perguntar.
Esse capítulo era para ser maior e ter a apresentação de três personagens, mas aí ficou muito grande e eu tive que cortar. Hoje tem a apresentação de um personagem apenas, no próximo apresentarei mais dois e no outro mais três, tudo bem?
Boa leitura, hunters ^^



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02 de fevereiro, ano 2013

Dois, três, quatro... Cinco repórteres de diferentes emissoras esperavam plantados em frente ao Settle Dc Hotel, localizando na Quarta Avenida, esperando um tanto quanto ansiosos pela saída de Yeva N. Romanov. Era um caso um tanto quanto incomum, justamente porque a mídia está sempre atrás de celebridades e não de jornalistas. Mas a bela russa de cabelos róseos e olhos de folhas de outono tinha alcançado um patamar ainda mais além que estrelas de hollywood. Ela tinha a polêmica, e isso bastava para que todos os baba ovos da imprensa caíssem atrás dela como cascatas. Principalmente por ela ter conseguido provas sujas e verídicas o suficiente para colocar James Told, o imponente governador do Arizona, atrás das grades.

Quando Yeva saiu do hotel, acompanhado pelo motorista particular de sua companhia, os repórteres praticamente se jogaram em cima dela, tirando diversas fotos para registrar o momento. Estava extremamente simples aquele dia, com uma jaqueta de couro sobrepondo a regata preta, uma calça jeans skinny escura combinando com uma sandália fechada de salto discreto. Ela era muito discreta, afinal de contas, não fosse pela gritante beleza exótica e os cabelos rosa... Claro.

Sorriu para as câmeras, fugiu das perguntas, esquivou de funcionários do hotel e agradeceu a recepcionista por vir correndo entregá-la o seu cartão de crédito que havia esquecido sobre o balcão. Quando por fim entrou no carro deu um longo suspiro e abriu a janela por um tempo, somente para que sua gata negra Kono pudesse entrar, logo vasculhando revistas e jornais locais que estavam em sua bolsa.

- Nem acredito que não consegui chegar até Nova Iorque. – resmungou indignada, notando que o motorista a olhava pelo retrovisor – Eu estava com uma pista tão fresca!

- De qualquer modo Srta. Romanov...

- Sem essa Drew. Você me carrega para cima e para baixo faz um ano, pode me chamar de Yeva.

- De qualquer modo “Yeva”, você não ia conseguir chegar a menos de dois quilômetros da Casa Branca. Enquanto você estava dormindo hoje de manhã, encontrei um cara da New York Times. Ele me disse que o presidente foi levado para Londres antes dessa coisa de mísseis soviéticos que todo mundo está falando, mas é apenas um boa...

- O presidente foi para Londres? – Yeva questionou, enquanto alisava o pelo de Kono – Eu sabia que tinha alguma coisa errada nessa história. Primeiro eles tentam abafar o que aconteceu em Nova Iorque, agora o presidente simplesmente sai voando da Casa Branca sem fazer nem um discurso sequer.

- O que a companhia fala sobre o acontecido em Nova Iorque? – Drew estava perguntando sobre o míssel, claro, e sabia que não podia sair dando informações do THE VREMYA, o jornal em que trabalhava, para um motorista, mas...

- Eles não falam nada. Ninguém sabe o que aconteceu lá. A emissora do lugar parou, os canais de rádio de lá simplesmente sumiram, não dão mais nenhuma notícia... Parece que Nova Iorque desapareceu. – ela suspirou outra vez com outras notas de indignação – Por isso que eu estou indo atrás daquele cara doidão que trouxeram Filadélfia. Parece que é a única pessoa que sabe o que está acontecendo por lá e o que eles fazem? Trancam o cara num hospício e falam que ele está louco.

- Disseram nos jornais que ele sofreu traumatismo craniano e está doidinho de pedra. – o motorista virou-se para falar com Yeva olhando-a nos olhos, afinal a avenida estava praticamente sem movimento algum – É só um fanático religioso, Yeva. Você ouviu o que ele disse quando você tentou interrogá-lo na ambulância.

- “E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; E desejarão morrer, e a morte fugirá deles”. – ela bufou, tinha ciência de que estava falando demais e que a companhia iria ficar puta da vida com ela se soubesse que estava trocando ideias com o motorista, mas se tinha uma coisa que ela não sabia era ficar calada. E além do mais, quem iria saber disso? – Acha que tem alguma coisa haver com um apocalipse zumbi?

- O quê?

- Faz sentido. É um evangelho do apocalipse e tem esse conceito todo de continuar vivo, mas não extamente vivo. – ela pareceu refletir um pouco – Isso explicaria o presidente ter saído que nem vira-lata fugindo de carrocinha.

- Você não está falando sério, está? Eu acho que você nem devia estar indo atrás desse cara. Ele está louco, não tem nada a lhe dizer.

- Eu quero descobrir o que aconteceu, é justo.

Drew ainda continuava conversando com Yeva, sem prestar muita atenção na avenida de fato. De lá de longe, podia-se ver uma sombra atravessando a rua lentamente.

- Sabe, você ainda vai se meter numa baita confusão por causa dessa sua curiosidade.

- CUIDADO!

Drew olhou para frente só em tempo de desviar da pessoa que estava praticamente em cima do seu carro. Os pneus derraparam pela avenida e Yeva entrou em pânico quando viu o volante girar desgovernado. Eles acabaram tombando e capotando uma, duas, três vezes, até cair num barranco com as rodas do carro para cima. A cabeça da jornalista doía demais e sua visão estava turva – seus sentidos praticamente desapareceram. Foi inevitável que ela fechasse os olhos e caísse na inconsciência.

Quando Yeva acordou, já era quase noite. Tentou movimentar a perna, mas sentia uma dor insuportável na panturrilha. Acabou percebendo que um caco de vidro havia praticamente atravessado esse músculo. Gemeu de dor, olhando em volta. Podia ver Drew de bruços a alguns passos dali; provavelmente foi ejetado no acidente. Chutou a janela (ou o que restara dela) com a perna boa e se arrastou para fora do carro. Sentiu Kono enrolar a cauda felpuda em seu braço, querendo ajudá-la a se levantar, e acariciou a cabeça do bixano. O pedaço de vidro ia cada vez mais fundo em sua carne, ela sentia isso, mas mesmo assim levantou e mancou lentamente para perto de Drew.

- Drew? – ela chamou, se ajoelhando perto dele – Drew, você está bem?

O motorista nem se mecheu. Yeva acabou franzindo as sobrancelhas quando notou o seu revólver taurus 38 de cano longo debaixo do corpo, sendo que só conseguiu reconhecê-lo por causa do cabo. Resmungou alguma coisa furiosa, odiava que pegassem as suas coisas, principalmente aquela arma, que foi um presente de seus pais. E quando eu digo pais, quero dizer literalmente pais. Você acha que ser criada por Yvan e Heinz, aqueles dois machos super protetores, iria realmente render alguém menos que a grande Yeva Romanov?

Ia pegar a arma e revogar o que era seu quando algo realmente inexplicável aconteceu. Drew acordou do nada e agarrou seu braço, rugindo para ela como se fosse alguma espécie de animal. Foi só assim que Yeva acabou vendo a ferragem que havia atravessado o lado esquerdo do seu peito, bem no coração, e se perguntou como ele ainda poderia estar vivo. E como ele estava aparentemente querendo devorá-la como um canibal.

Na hora nem pensou em muita coisa, só algum relance do que aconteceu em Nova Iorque e o evangelho do homem doidão da Filadélfia que foi internado semana passada. Pareceu que as coisas simplesmente se encaixaram. Ela se soltou da mão de Drew – não tinha certeza se poderia chamá-lo assim agora – e deu um chute em sua cabeça, infelizmente com a sua perna machucada, o que fez o vidro atravessar a carne e aparecer do outro lado da panturrilha. Grunhiu de dor, mas ainda teve forças para apanhar o revólver, apontar para a cabeça do motorista e BUM!

Estava feito. O motorista caiu de cara no chão, definitivamente morto. Yeva recostou-se no carro e suspirou pesadamente, checando quantas balas ainda tinha no tambor. Uma bala. Só uma. Parecia que Drew havia descarregado a sua munição em sabe-se lá o quê. Sorriu sem humor: devia estar assustada. Devia estar tremendo de medo, mas simplesmente não conseguia porque estava curiosa demais. O que havia acontecido afinal? O que os jornais estavam escondendo? Não pode terminar de concluir seu pensamento, pois ouviu um granhido de sua gata um pouco alto demais. Quando olhou para ela, viu que uma horda de mais umas dez daquelas coisas se aproximavam.

- Kono! – Yeva chamou, levantando-se e correndo o máximo que podia.

Kono escalou as suas costas com as unhas afiadas e se equilibrou em seu ombro, como um macaco. Yeva corria, corria, e tudo o que ela conseguia pensar era naquela dor que parecia aumentar a cada passo que ela dava. E aquelas coisas pareciam brotar do chão, em todo lugar que ela olhava. Mas então, acabou vendo um muro. Não tão alto, dava para escalar. Tentou correr mais rápido, felizmente “eles” eram lentos feito lesmas. Quando chegou o muro usou toda a força dos braços para conseguir se erguer, sentiu um deles agarrar o seu pé e a puxar para baixo. Ela não podia chutar, a sua perna simplesmente não obedecia e ela até chegou a cogitar ter perdido algum nervo. Caiu do outro lado do muro que nem uma jaca, de costas para a grama, e literalmente cuspiu sangue com a pancada.

Acabou se lembrando que havia deixado a sua bolsa no carro.

Levantou-se, ainda mancando, tateando no pescoço o cordão de prata com um pingente de coelhinho que ganhou de seus pais na formatura. Por eles, por Yvan e Henz, ela permaneceria andando.


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Notas finais do capítulo

Desculpe pelos errinhos básicos, eu AINDA estou sem beta xD
Essa fic foi presente de aniversário para a Violet Salvatore. Feliz aniversário, guria (mesmo seu personagem não aparecendo. Tenho planos para ela *-*).
Até o próximo capítulo galera. Enquanto isso... Reviews?