A princesa e o mordomo voltavam para casa, quando viram Elliot, e, ao seu lado, um mordomo. Ambos encantadores. Grace não se conteve, sua face mostrava-se rubra de raiva:

– O que faz aqui? Pare de me perturbar!

– Avisei que viria buscá-la!

– Pois então, meu querido noivo. Sinto informar-lhe que não irei contigo.

– Está me traindo com esse servo inútil?!

– Não, mas, futuramente, sim. –Sebastian deu de ombros.

Os olhos do noivo brilharam em um vermelho incandescente. O que estava acontecendo com ele? Será que Elliot também seria um... Demônio?

Rapidamente, quando o nobre já partia para atacar o mordomo, que permanecia parado, Ciel chegou, rindo:

– Melhor não exibir seus belos olhinhos vermelhos... Existem seres como você... Talvez até mais perigosos!

Nesse momento, o olho não coberto pelo tapa-olho de Ciel apresentou-se vermelho, também. Arrancou seu tapa-olho e gritou:

– Saia daqui, demônio idiota!

Puxou o noivo e o jogou para longe:

– Nunca mais apareça nesta casa!

Grace ficou atônita. Havia uma estrela na íris do olho direito do conde! Ciel sussurrou algumas palavras no ouvido de Sebastian, que apenas concordou com a cabeça. Logo, Sebastian pediu que se recolhessem para dentro de casa.

****

Ciel andava pela mansão, desesperado. Vendo-o, a princesa se aproximou e fez uma única pergunta:

– O que era a marca em seu olho?

– B- Bom...

– Não esconda de mim, Ciel, eu sempre descubro!

– Não tem medo da realidade, princesa?

– Não tenho medo do que não pode me prejudicar.

– Pois bem, mas lembre-se, você pediu por isso! Eu tenho um contrato com Sebastian. Aquela era a marca do contrato. Apenas isso!

– Só você possui a marca?

– Um dia, ele te mostrará a marca que possui.

A janela foi quebrada agressivamente. Dela, entrou Grell, o homem que mais parece uma mulher, e Samanta. Vendo Grace, a menina animou-se e correu em sua direção:

– Grace-chan! Tenho uma novidade! Eu virei me hospedar junto a você!

– Eu também, eu também! –Grell pulava.

– O que está acontecendo aqui? –Sebastian adentra a sala.

– Sebas-chan! Agora eu poderei te ver vinte e quatro horas por dia!

– Como assim? Isso aqui virou uma pensão? –Ciel irritou-se.

– Parece mais um hospício! –Grace revirou os olhos.

– Olá! Acho que não nos apresentamos... Sou Samanta, totalmente ao seu dispor! –A garota tenta seduzir Sebastian.

– Me chamo Sebastian. Ciel, temos um assunto importante a conversar!

Sem que ninguém percebesse, Grell tirava, loucamente, fotos de Sebastian e fazia algumas poses apaixonadas. O servo e seu mestre subiram a escadaria e adentraram o quarto de Ciel, que bateu a porta impacientemente. Fez-se um silêncio repentino, que logo foi quebrado pelo mordomo:

– Quem era aquela menina, o que ela fazia aqui?

– Não a conheço! Deve ser colega de Grace...

Os dois pararam a conversa, para "apreciar" alguns gritos femininos, que demonstravam animação.

– Vai dizer a ela? –Sebastian indagou.

– Vou esperar as coisas se acalmarem, por aqui... É uma novidade muito forte, para ela!

– Ela precisa saber! É importante, bocchan!

– Não me faça mais perguntas! Eu tomo as decisões.

– Entendo... Mesmo assim, você sabe que Grace é ótima em descobrir seus segredos.

Quando Sebastian terminou essa frase, a menina abriu a porta e, com passos decididos, moveu-se à frente de Ciel e perguntou:

– O que eu não posso saber, Ciel-kun?

– Não é da sua conta!

– Vou te perguntar outra vez... O que eu não posso saber? –seus olhos queimavam em impaciência.

– Grace, eu nunca te contarei!

– Ótimo! Seu condezinho inútil! Como fui confiar em você?

– Princesa, escute! Ele está um pouco estressado no momento... Depois eu te mostro a carta... – O mordomo começou, mas foi cortado por Ciel.

– Cale a boca! Você está abrindo o jogo para ela!

A menina, transtornada pela fúria, deu um forte tapa na face do conde, que arregalou seus olhos. Grace acrescentou, ainda:

– Isso é para aprender, idiota!

Grace já voltava à sala, com o nariz empinado e o coração palpitando. Ciel, já perplexo com tanta indelicadeza, gritou:

– Se você quer tanto assim saber, aqui vai a notícia!

Ela parou, quis tentar conversar um pouco, mas ele continuava rude, como sempre. Ele não havia deixado sua seriedade, mesmo após conhecê-la. Finalmente, Ciel acrescentou:

– Prepare-se é uma notícia um pouco desanimadora...

– Diga! Estou preparada...

– Certo, a notícia é...

Continua...