Genso No Sekai Kara No Ojo escrita por UnicórnioDaNeve


Capítulo 11
Demônio tentador


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san!!!
Esse capítulo possui um romance... FALSO! Ciel é um demônio e eu decidi manter a realidade disso. Ele está fingindo uma paixão. Sem mais spoilers...
Eis o capítulo:



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- Sem enrolações, Ciel! –Grace revirou os olhos- Diga logo!

- Eu não sei como dizer isso...

 Havia um ar de tristeza nas palavras do conde. O nobre olhou para Sebastian com um olhar de desespero. O servo apenas concordou com a cabeça e disse um doce "Prossiga". Motivado com as palavras do próprio mordomo, Ciel disse:

- Grace... Sua mãe morreu. Me desculpe.

- N- Não acredito... Como?

- Na guerra. Foi esfaqueada enquanto seus guarda-costas se distraíam.

 Os olhos da menina se encheram de lágrimas. Seu pai havia morrido fazia dez anos. Grace se tornara órfã. No momento, seu maior medo era a possibilidade de sua coroação como rainha, com apenas catorze anos. Grace já se derretia em lágrimas. Não pararia até transformar o quarto em um lago.

- Princesa, eu sei que é uma péssima hora para dizer, mas... É importante.

- Sim, diga. –A menina secava suas lágrimas e tentava esconder seus olhos vermelhos.

- Nós três teremos que lutar na guerra.

- O que?

- Isso mesmo. Lutaremos. E não pense que será fácil só porque você terá a ajuda de dois demônios.

 "Farei isso..." a menina pensou "Lutarei pela honra dos meus falecidos pais. Nem que isso custe o restante da minha vida!" Abandonou o quarto e desceu a escadaria. Cambaleou um pouco. Sua vontade era de sumir dali. Fugir. Abandonar Ciel, Sebastian, todos. Pensou, por um segundo sequer, em encontrar Elliot novamente e transformá-lo em seu rei. Porém, essa opção não era válida. Abriu a porta da mansão e, quando se deu por si, estava sentada, em um parque. Casais se encontravam. Crianças brincavam. Ela era a única sem companhia. Um único sonho, o único que Grace tinha. Ter uma vida normal: estudar, se apaixonar, crescer, trabalhar e morrer feliz. Ela queria ser insignificante para a sociedade.

 Enquanto navegava em seus devaneios, Grace não percebeu a presença do conde, ao seu lado. Ao vê-lo, no entanto, apresentou indiferença. Decidiu cumprimentá-lo, para não parecer rude:

- Oh, é você, Ciel? Olá...

- Princesa, eu sei que a notícia estragou seu dia, mas... Ora, por favor, Grace! Levante-se, vamos aproveitar melhor o nosso último dia aqui!

 A nobre levantou a cabeça e, deixando o demônio cheio de expectativa, disse:

- Não quero.

- Deixe de drama! Levante-se, isso é uma ordem!

- Quer que eu diga "Yes, my lord"? Pode esperar sentado, pois isso não acontecerá.

- Querida, poderemos morrer naquela guerra. Se quisermos aproveitar nossos últimos dias como seres encarnados, precisamos retomar nossa posse de nobres.

 - Então vamos logo, demônio intrometido!

 Eles passaram a caminhar, por entre algumas árvores de certa floresta. Ambos sabiam da existência de um mar que corria ali perto. Iam para lá.

 Já era possível ouvir o som das águas que batiam nas rochas. Era aconchegante. Grace se virou e viu Ciel, com um sorriso fechado. Ela se sentiu estranha. Ele parecia feliz. Era uma felicidade estranha.

- Ano ne... Ciel-kun, você é o meu único amigo.

- Isso não é verdade, princesa! Você possui muitos amigos. Mesmo assim... Arigatou, fico feliz...

- Ciel, sei que é uma pergunta inconveniente, mas... Você já foi obrigado a gostar de alguém?

 Eles pararam um pouco a caminhada. O conde olhou diretamente para a princesa e só então respondeu:

- Serei sincero. Não gosto da Elisabeth. Ela é infantil.

- Que tipo de garota faz seu tipo?

- Acho que... Você faz bem meu tipo.

 "É verdade, então." Grace pensou consigo. "Demônios gostam de provocar humanos." A princesa virou seu rosto corado e continuou:

- Pare... Parece que você está se confessando para mim de uma maneira bem informal.

- Eu gosto de você. Embora demônios não consigam sentir afeto... Se eu fosse um humano, acho que gostaria um pouco de você.

- C- Ciel no baka! Como pode dizer uma coisa dessas tão facilmente?

- Como eu disse, eu não sinto afeto, logo, eu não gosto de você completamente. É como uma diversão. Uma parte de mim quer provocar você. Farei uso do amor.

- Então você vai tentar gostar de mim...?

- Vou fazer você me amar. Será fácil.

 Ele mostrava indiferença, enquanto a menina se esforçava para não gaguejar. Eles já haviam chegado ao centro da floresta, e o rio já era visível. Os dois sentaram no chão. Frente a frente. Grace já se recuperara das notícias. Ciel estava convencido de que faria o que dissera. Tentou dar início ao seu plano:

- Eu te amo. –Ele disse, com seu olhar mais doce, porém, muito falso.

 Segurou as mãos da princesa e fixou seus olhos nos dela. Ela sabia que era mentira, porém, Ciel queria provar o contrário.

 - Ciel, é impossível acreditar nisso...

 Antes que ela conseguisse terminar sua frase, os dois lábios se encostaram. Foi apenas um toque, mas surpreendeu a menina. Ela virou e viu o riso do garoto.

- Meu plano está dando certo!

- B- Baka! Por que quer isso?

- Iremos a uma guerra. Você precisará de distração. Eu tentarei ser aquele garoto fofo que todas querem, embora isso seja ridículo. Já deve ter descoberto que demônios são sedutores, não?

 Ciel a beijou novamente, desta vez, foi um beijo mais longo, no qual respirar era quase impossível. Digamos que Grace estava se divertindo com aquelas experiências um tanto que novas para a mesma. Eram experiências das quais ela nunca poderia ter acesso, caso morresse. Pararam o beijo, ela não sabia o que dizer. Era uma cena constrangedora.

- Já me ama? –Ciel riu.

- Me conquistar não é tão fácil assim!

- Não sei mais o que fazer, Sebastian disse para não exagerar muito...

- Exagerar muito? Espera, você está dizendo de...

- Sim, estou.

- D- Demônio pervertido! Ciel no baka!

- Sou um demônio. Minha mente é impura em excesso.

- Acho melhor voltar para casa...

- Vamos, então.

- Última pergunta...

- Diga, querida!

- Você estava forçando, quando me beijou. Ou foi por amor?

- Em parte... –Ele não continha os risos ao ver o rosto corado da princesa.

- D- Demônio maldito!

 Grace evitava olhar nos olhos dele novamente. Ele ainda traria muitos problemas. Ele poderia exagerar, mesmo contra a vontade. Ela sabia que aquilo era errado. Que os olhos dele eram um abismo profundo. Ele era, afinal, um ser infernal. Só servia para dar falsas impressões. Ela sentia atração pelo pecado. Era algo absurdo, porém, tentador. Deixar de ser a garota certinha. Tornar-se como eles. Era algo sedutor... 


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Notas finais do capítulo

Que tal? Ficou bem esclarecido? Não estou a fim de descrever a viagem inteira, então, no próximo capítulo eles estarão chegando em Londres, okay?
Reviews, my lords and ladies?
Sayonara!