Era manhã, aproximadamente seis horas. Grace acabara de acordar e descia lentamente as escadas. A noite havia acabado com a própria garota, pois, embora Ciel fosse contra a ideia, ambos acabaram por dormir na mesma cama, já que Sebastian trancou-os no quarto do conde.

 Continuando, a princesa descia os degraus, quando viu a mesa do café-da-manhã já posta. Era realmente um banquete, porém, a casa estava vazia.

 Decidiu-se por comer sozinha. Sentou-se à mesa e pôs uma porção generosa de panquecas em seu prato.

 Quando Grace estava quase terminando sua refeição, ouviu longas batidas na porta. Não hesitou em abri-la. Lá estava ele, um sorriso indescritível completava seu rosto. Era Elliot, seu noivo.

- O que você faz aqui? –Grace arregalou os olhos.

- Meu amor! Que surpresa agradável!

- Idiota, vá embora! Não me faça repetir.

- Ora, vim te dar uma ótima notícia!

- O que? –Disse Grace, com muita raiva.

- Vim te buscar, você virá junto comigo a uma mansão, na qual estou hospedado. –Elliot mantinha uma expressão cordial.

- Ir com você? Nem morta! Estou bem, aqui, e, se quiser, pode se retirar.

- Me retirar?

- Exatamente!

- Mas por que, princesa? Só vim lhe fazer um agrado com a presença de seu noivo. Então, arrume suas malas que virei busca-la à tarde.

 A princesa não quis responder, bateu a porta na cara de Elliot. Sentou-se no chão refletindo. A frase dele não saía de sua cabeça, ainda era muito cedo para abandonar Ciel...

 A porta e abriu novamente, e Sebastian entrou, sorrindo.

- O que faz aí no chão, milady?

- Estou pensativa, Sebastian, talvez eu deva deixar esta mansão e seguir meu noivo. O que você acha?

- Grace, por mim, você deve continuar aqui, seu noivo não manda em você!

- Está certo, mas...

- Sem "mas", se você quer ficar aqui, fique! Venha, vamos sair!

- E Ciel? Onde ele está?

- Ciel está fazendo algumas "tarefas" para a rainha Victoria.

- Até aqui no Canadá, minha mãe manda esses trabalhos?

- Aparentemente sim.

 Os dois deixaram a mansão e saíram, conversando e rindo durante o caminho.

- Ei, Sebastian, onde nós estamos indo?

- Você precisa comprar algumas coisas, certo?

- Acho que sim, não gosto dessas roupas de plebeia...

- Então vamos, daqui ao centro não demora nem cinco minutos.

 Ele estava certo, o caminho era muito curto, chegaram rapidamente. Era uma loja cheia de vestidos.

 A princesa, ao entrar, se animou e correu ao provador, dizendo a Sebastian que escolhesse alguns vestidos e jogasse para ela.

 Eram vestidos maravilhosos, escolher era quase impossível. Mas não para o mordomo, que escolheu logo uns dez.

 Assim que a menina vestia um dos muitos vestidos, mostrava-se para o mordomo, que dizia como ficara.

 Entre as dez vestimentas, Grace comprou três. Uma azul clara, uma branca e a última, preta. Todas muito bem decoradas.

 Já com os vestidos pagos, os dois caminharam em direção a uma lanchonete, a fim de almoçarem. Era uma lanchonete comum, estava um pouco vazia.

 Sentaram-se em uma mesa qualquer e logo foram atendidos por uma mulher loira:

- Sejam bem-vindos! Aqui está o cardápio de vocês.

- Sebastian, eu não estou com muita fome... –Grace começou, mas foi interrompida pelo mordomo.

- Grace, querida, o que você quiser está bom para mim! –Ele soltou um sorrisinho sedutor.

- S- Sebastian... Hai... – Ela virou a face tentando esconder seu rosto corado.

- Então, nós queremos um Karê.

- Certo! Traremos o mais rápido possível! –A empregada fez uma reverência e se retirou, passando ao lado de Grace e sussurrando em seu ouvido:

- Belo homem, que você arranjou! Seria uma pena se alguém roubasse o de você...

 Enfrentando os risinhos da empregada cínica, Grace começou uma conversa com seu parceiro:

- Sebastian, já segurei minhas perguntas por tempo de mais... O que liga você e Ciel?

- O que nos liga? Macumba... Magia, talvez!

 Sebastian deixou escapar um risinho.

- Estou falando sério!

- Bom, ainda é cedo para você saber, não?

- Não, eu quero saber! Juro que não conto!

- Milady... Vai ser uma revelação muito "chocante"!

- Não ligo para detalhes!

- Te conto mais tarde.

 Nessa mesma hora, a empregada chegou com o prato, lançando um sorriso forçado e, depois, puxando o mordomo pela gravata e beijando-o.

- O que você está fazendo com ele? – Grace gritou.

- Ora, ensinando o tipo de mulher que ele merece! Você é apenas uma criança.

- Criança? Vou te mostrar a criança aqui!

 Tirando Sebastian dos braços da mulher, ela o puxa e corre o mais que pode segurando-o pela mão. Eles corriam muito rápido, a garota não sabia o que estava fazendo... Pararam ao chegar em um beco.

- O que foi aquilo? – O homem riu.

- Fui eu tendo um ataque de nervos. – A princesa riu, também- Melhor que nós voltemos para casa...

- Tem certeza, princesa? Por quê?

- Ciel já deve ter voltado.

- Não, ele voltará às seis da tarde. Voltando ao assunto, ataque de nervos? Você quis dizer... Ataque de ciúmes, não?

- C- Ciúmes? De um homem velho como você?

- Seja sincera consigo mesma! Você está completamente apaixonada por mim.

- N- Não estou! Só reconheço que você é bem bonito...

- Você também não é de se jogar fora... Pena que demônios não se apaixonam!

- Azar o deles! Se você gostar de mim também... O- O que diabos eu estou dizendo?

- Eu disse que você me amava!

- Cala a boca, Sebby!

- Bom, o que eu quis dizer, foi que... Eu e o Ciel somos... Demônios!

- Você está brincando?

- Não, ele e eu temos um contrato.

- Entendo... Bom, eu acho que demônios são bem atraentes...

- Sim, eles são. Mas... São mestres em provocações!

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 Enquanto isso, na mansão Phantomhive do Canadá...

 Elliot esperava Grace tranquilamente, ao seu lado, estava um mordomo bem formal...