A História Oculta De Adolf Hittler escrita por Marcelo Torres


Capítulo 4
A Inteligência de Hittler


Notas iniciais do capítulo

Não tive tempo de revisar... Carnaval é assim, meio complicado mesmo. Reviso quando voltar pra casa...



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Minha Sabine,

Nesta quinta (dia 11/08) tive uma reunião com nosso Füher. Na verdade foi o início de nossos trabalhos em conjunto. É o início não oficial, porque oficialmente eu ainda não fui nomeado por ele para qualquer coisa. Isto deve acontecer na próxima quarta-feira.

Finalmente conheci o Füher. Eu farei parte da comitiva que o acompanha. De certa forma, isto me preocupa pois ele é uma pessoa visada.

Estava esperando sua chegada juntamente com Heinrich Himmler na sala de reuniões de nosso quartel. Não aguardamos muito e ele entrou, juntamente com dois generais e um general de brigada.

Passos firmes, olhar fixo, semblante de quem está preocupado ou que tem muita coisa pra pensar. Seus acompanhantes pareciam mais relaxados. Ele é franzinho, sua voz (ou seu tom de falar) é contundente e estimula a obediência.

Ao entrar eu e Heinrich Himmler nos levantamos e fizemos a tradicional saudação. Ele retribuiu com um olhar. Sentou-se à mesa e, com um gesto, nos convidou a fazer o mesmo.

Heinrich Himmler foi o primeiro a falar. Me apresentou ao Füher, que estava sentado imediatamente ao meu lado, na cabeceira da mesa.

Ele me dirigiu a palavra dizendo:

- Ouvi muito a seu respeito. Vi seus feitos em estratégias durante sua carreira militar.

Eu, meio sem palavras, disse:

- Obrigado, senhor. Fiz o meu trabalho em prol de nossa nação.

E ele, parecendo nem ter ouvido o que eu disse, continuou:

- Seu trabalho aqui será parecido com o que já tem sido feito, porém, em âmbito nacional em face ao que vivemos no momento.

Fez uma pausa, parecendo organizar as idéias, e prosseguiu:

- Sua imagem aqui está protegida pela presença de Heinrich Himmler. Ao contrário de você, ele não tem um mínimo de competência para construir estratégias, mas consegue atingir um bom público com a imagem que eu preciso que seja transmitida. Ao mesmo tempo, não quero que as pessoas chaves fiquem expostas aos olhos de nossos inimigos. Ninguém sabe da sua existência e é imprescindível que isto continue assim. Inicialmente você ocuparia o cargo de general, inclusive está até usando as insígnias de um general, mas vamos mudar isto. Você será visto apenas como um major, totalmente sem importância. Quero que, em algumas vezes, você seja visto dirigindo o carro que eu estiver. Assim ninguém irá desconfiar do que você faz aqui. Isto é uma segurança a mais para sua integridade e para a integridade de nossos propósitos. Alguma dúvida quanto a isto?

Eu respondi, sem coragem (sequer) para argumentar:

- Não senhor. Entendi perfeitamente.

Em seu aparente automatismo, continuou:

- Você irá me auxiliar diretamente no planejamento estratégico de nossos passos. Tudo o que precisar ser divulgado para a população ou para o meio militar será feito através do Heinrich Himmler. Heinrich Himmler estará sob seu comando direto. Meu contato com ele é apenas para manter as aparências da cadeia de comando, mas as ordens a ele serão dadas (na maior parte das vezes) por você.

Ele fez uma pausa. Eu aproveitei para perguntar:

- O que houve com a outra pessoa que ocupava o meu cargo?

O Füher franziu a testa, me indicando que este é um assunto delicado, e respondeu:

- Era o Dieter Engelbrecht. Ele estava sempre em discordância com nossos métodos e minhas exigências de trabalho. Em princípio isto não seria um grande problema. Mas quando esta discordância o fez cometer atos de traição a mim e a este governo, não tive alternativa. Ele foi deposto do cargo e fuzilado por alta traição. Major Wilfried, isto é um assunto que eu não quero ter de voltar. Traidores não merecem atenção nenhuma. Merecem apenas o nosso esquecimento. Foi um problema devidamente corrigido.

Fiquei arrependido de ter tocado no assunto. Mas não deu tempo de cultivar este arrependimento, pois logo ele acrescentou:

- Foi bom você perguntado isto. É melhor saber por mim do que dar ouvidos para as especulações que existem. Muita gente sabia do cargo dele. Foi um erro que cometi. Muita pouca gente sabe que você foi recrutado, portanto, não será assediado pelas pessoas que possuem apenas interesses pessoais.

- Na próxima semana faremos uma pequena cerimônia que marcará o início de suas atividades. Será como se fosse a sua nomeação para o cargo de Marechal de Campo.

- Eu exijo lealdade a mim e aos nossos propósitos. Qualquer divergência de opinião quero que trate diretamente comigo. Teremos uma comunicação aberta e você será muito útil. Siga minhas ordens e garanto que será muito bem recompensado em todos os sentidos.

Confesso que fiquei apreensivo com tudo isto. Gostaria, mesmo, de saber o que aconteceu com Dieter Engelbrecht. Gostaria de saber quais foram seus atos de traição. Mas não tenho coragem suficiente para entrar no assunto novamente.

Neste momento ele me perguntou:

- Você entendeu o motivo de Heinrich Himmler estar aqui?

Não me esperou responder. Percebi que queria deixar tudo muito claro. Foi logo dizendo:

- Heinrich Himmler está aqui para sua segurança e para segurança de nossos planos estratégicos. Nosso inimigos (declarados ou não) visam a ele e não a você. Se o capturarem ele não será capaz de revelar planos estratégicos porque não os conhece. O que ele conhece será as mesmas informações que os generais também conhecem. De todos os generais, apenas os que estão aqui é que sabem disto. Ninguém, fora desta sala, deve saber do trabalho que você faz ou do cargo que ocupa. Será considerado um ato de traição quem levar isto para fora desta sala.

Confesso que estremeci neste momento. Ele continuou:

- Nossas atitudes são extremas em face do problema da impureza de nossa raça. Sou tido como o exemplo de pureza ariana. Então, ninguém melhor que eu, para conduzir este trabalho de limpeza da Alemanha. Não temos mais tolerância para Judeus, homossexuais e qualquer coisa que seja contra a pureza de nossa raça. Neste trabalho de limpeza temos de ser radicais em muitas situações para que tudo seja definitivo e não apenas mais uma solução temporária, como muitas anteriormente tentadas.

Eu penso da mesma forma, mas a ênfase que ele dá para estas coisas é, de certa forma, preocupante. Mas ele é o Füher, toda a nação está dependendo de sua firmeza em seus atos. Após uma pausa ele continuou:

- Você não mais ficará aqui. Irá me acompanhar. Seu trabalho será além do planejamento estratégico, mas irá me auxiliar (pessoalmente) em minhas atuações públicas. Tenho pessoas com esta finalidade específica, mas quero você diretamente envolvido para que não aconteça nenhum problema estratégico vindo destas pessoas.

- Você irá conhecer segredos militares que pouquíssimas pessoas sabem. Existem informações que as pessoas nesta sala desconhecem e que você irá conhecer. Lembro da necessidade do sigilo destas informações para o bom andamento de nossos projetos.

A conversa ainda durou um bom tempo. A todo momento eu via olhares de reprovação do Füher para Heinrich Himmler. Sei de algumas coisas ruins sobre o Heinrich Himmler, mas, com certeza, na visão so Füher, ele só serve para encenar um cargo que não teria capacidade para exercê-lo.

Ao final da conversa com o Füher, ele me disse:

- Nos encontraremos novamente na segunda-feira para definir alguns processos estratégicos em algumas frentes. Até lá quero que você interaja com esta equipe que estará a sua disposição para lhe indicar caminhos e mostrar detalhes dos quais ainda não conversamos.

Após dizer isto, os generais fizeram a saudação, seguido por mim. Acredito que o Füher nem viu, devido ao automatismo com que este gesto acontece.

Fiquei na sala juntamente com Heinrich Himmler, os dois generais e o general de brigada que acompanhavam o Füher.

Perguntei a todos:

- Quem de vocês pode me mostrar as decisões e ordens dos campos de trabalho forçado destinado aos não arianos e rebeldes?

Um dos generais, Hans Boelsen, me disse:

- Senhor, eu trabalhei extensivamente em tudo isto e acredito que detenho a maioria das informações que deseja.

Eu respondi:

- Senhores, vamos todos almoçar. Em seguida vou me reunir com o General Hans Boelsen.

Heinrich Himmler me perguntou:

- Será necessária a minha presença nesta reunião, senhor?

Eu respondi:

- Não Heinrich, você e os demais estão dispensados. Vou precisar apenas das informações do General Hans Boelsen.

Todos me fizeram a saudação que normalmente se faz a um oficial superior. Tive de advertí-los:

- Senhores, nunca mais façam esta saudação. Se publicamente eu sou subalterno a vocês, sou eu quem devo fazer. Se temos de manter as aparências, então terá de ser assim. Ficou entendido?

Todos responderam:

- Sim, Senhor!

Em seguida eu fiz a saudação formal e fomos nos retirando da sala de reuniões. No longo corredor que levava até a saída fui conversando com Hans Boelsen, que me pareceu ser uma pessoa bem agradável. Os demais estavam num passo mais acelerado e nos distanciamos.

Sabine, sei que tudo isto pode ter lhe deixado preocupada quanto ao que faço nestas correspondências. O Füher, diretamente, disse que a divulgação é considerada traição. Neste aspecto eu estou cometendo atos de traição. Mas o que faço é apenas para resguardar minha integridade física e a de nossa família. Estas correspondências são materiais de troca que podem ser usadas se for preciso negociar alguma coisa que nos garantirá segurança.

Não se preocupe em demasia. Tenho tomado muito cuidado. Fiz amizade com o sargento e soldados encarregados da correspondência. Já fiz várias concessões para eles aqui dentro. Com isto ganhei a amizade, respeito e gratidão. Tenho neles aliados e faço questão de dar-lhes um tratamento diferenciado, livrando-os de tarefas mais pesadas. Já saímos algumas vezes juntos para alguma diversão, que para mim foi apenas uma forma de manter o convívio social. Inclusive o soldado que entrega estas cartas a você é um destes que mencionei. Portanto, pode ficar tranquila.

Em breve retorno com mais notícias.


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