Admirável Mundo Novo escrita por Avengerduck


Capítulo 8
7 - Seu amigo, seu inimigo.


Notas iniciais do capítulo

Olá bocós! Como estão? Bem vindos e tal *o* Hoje nois vai por fogo nessa coisa *exagero* HAUAAHSH A música do capítulo de hoje é Because we Can, do Bon Jovi! Já ouviram? http://www.youtube.com/watch?v=chXJFjrl-Q4
Obrigada pelos reviews e espero que estejam gostando!
Quem vcs acham que encontrou a Manuela? Acham que ela é do mal? MUAMAUAMAAMUAA
Até mais bocós! Um salve para a dona Buried Alive que tem os reviews mais da horas.. E aos meus leitores que nunca deixam de acompanhar! Beijos do rei! ♥



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7 – Seu amigo, seu inimigo.



Pâmela Guimarães, ás 21:35h de 28 de julho de 1999 – Realidade alternativa.


Eu nunca havia ido á uma festa tão legal. Na verdade eu nunca fui convidada para uma. Minha mãe nunca teve dinheiro para me dar a festa que sempre sonhei. Então quer dizer que agora eu podia? Sim, esse mundo era meu, certo? Eu ditava as regras por aqui e ninguém podia me deter agora. Isso era tão legal!

Com o melhor vestido, o cabelo mais lindo. Eu era a mais notada da festa. Todos se aproximavam de mim, mas... Como alguém poderia se apaixonar por uma criança? Malditos 13 anos!

– Ei Juliana! – chamei-a. Ela estava bebendo alguma coisa quando me olhou. Mesmo com 13 anos elas já faziam o que queriam. Ficavam com quem quisessem e ninguém dizia que elas não podiam.

– O que foi pirralha?

“Pirralha?” Você tem a mesma idade do que eu! – respondi. Ela gargalhou e voltou a beber – Estou falando com você! – cutuquei seu braço.

– Ai, mais que coisa! Não posso nem me divertir? Viu só? Por isso somos diferentes! Eu posso ter 13 anos, mas penso e ajo como uma adulta! E você? Só sabe ser uma criança chata! Acho que por isso ninguém foi capaz de te amar no mundo real – ela já estava um pouco bêbada, mas aquelas palavras me atingiram profundamente.

Saí correndo dali para me esconder em algum lugar longe da multidão. Foi quando o encontrei observando a Lua.

E então desejei ser um pouco mais velha. Queria ter independência e que ninguém mais sentisse pena de mim. Fechei meus olhos por alguns instantes até ver que Brian continuava lá, porém bem diferente de antes.

– Brian? O que... O que houve? – ele estava diferente. Mais velho, mas forte e mais bonito.

– Ah, olá pequena. Curtindo a festa? – Brian sorria ao ver as estrelas.

– É você mesmo? Toquei em seu rosto.

– Claro! Olhe, você também mudou e pra melhor! – ele apontou para o meu reflexo na janela. Eu estava totalmente diferente. Eu estava mais bonita, mais madura. Mas velha?

– E-Eu... O que houve comigo?

– Você não queria ser mais velha? Então, tudo que você quer você tem! Bem vinda aos seus 19 anos pequena!

– Incrível! – Sorri ao ver-me tão linda – Agora todos aqui têm 19 anos? – Brian sorriu e confirmou. Ele segurou minha mão e a beijou. Parecia um príncipe de tão belo. Mas nunca seria como o Filipe.

– Aproveite enquanto é tempo, pequena.

– C-Como assim?

– Ah meu Deus! Por que o Gustavo, Matheus e o James têm que sempre me dar trabalho? – Brian riu ao ver os três rebolarem até o chão enquanto tocava alguma música rápida. Sorri ao vê-los tão felizes.

– Você devia se divertir também – eu disse – Filipe faria isso – Ele ficou me olhando por alguns minutos e sorriu da maneira que só o Filipe faria – E-E não mude de assunto! Ainda quero entender as coisas estranhas que você diz!

– Deve ser triste saber que tudo isso é fantasia, não é? – ele continuou a mudar o foco da conversa.

– Dói não ter meus amigos comigo, é só isso – abaixei a cabeça, mas Brian me obrigou á olhá-lo.

– Então faça desse mundo a sua melhor escolha, pequena. Seja real ou não, Filipe está com você então... – ele foi se aproximando devagar até enfim encostar seus lábios nos meus. Como podia ser mentira? Eu podia até sentir o gosto do beijo. Era maravilhoso, afinal no mundo real eu duvido que alguém faria isso. Até mesmo Filipe.

Ficamos alguns minutos apenas nos olhando até que ele me abraçou.

– Por quê? Por que está fazendo isso Brian? – ele continuou me abraçando, mas desviava o olhar.

– Está para começar Pâmela. A parte que eu queria te poupar vai começar agora. Só fique abaixada, ok? Eu vou te proteger!

– Brian do que você está falando? Me solta! – Ele continuou me segurando até que comecei a ouvir tiros. Pessoas gritando e correndo sem direção – O que é isso? – eu estava em choque. Brian me abraçava fortemente enquanto muitos passavam por nós. Gritos desesperados e mais tiros. Parecia uma sinfonia de terror.

– Saia daqui! – Brian gritou para alguém que se aproximava de nós. Ele tinha uma arma nas mãos. Estava de capuz, mas eu conseguia ver seus longos fios ruivos á mostra.

– Alguém tem que por fim nisso Filipe! – a voz feminina gritou – 4 meses se passaram e ela ainda está aqui! Eu vou levá-la de volta!

– Nesse mundo eu sou Brian! E você não é bem vinda aqui! Nunca machucará Pâmela!

– Ela não pertence á esse lugar Filipe! Ela tem que acordar! Ela tem que sair daqui ou eu nunca terei paz! – aquela voz era familiar, mas eu não conseguia entender por causa do barulho das pessoas.

– Não se deve forçar alguém á fazer o que não quer! Veja o que você está causando! Todas essas pessoas estão em pânico por sua causa!

– Cala a boca! Isso não é real! Ela tem que sair daqui! Pâmela tem que voltar ao seu lugar, e eu farei de tudo para conseguir isso! Já basta no mundo real, neste, vocês não vão ficar juntos!

– Vai pro inferno Manuela!

– Minha vida sempre foi um inferno, Filipe! – O que? Manuela? Não! Por que aquilo estava acontecendo? Minha amiga jamais iria me matar. Mas ela continuava com a arma apontada para mim. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto eu agonizava de pânico.Não! Não Manuela, por favor!

– Morra Pâmela! – foi a última frase que ouvi antes de ouvir um único tiro.

...

Manuela Saraiva – Hospital público de São Joaquim da Barra. 28 de julho ás 21:45h.


Eu estava desenhando mais algumas coisas aleatórias quando vi uma cena que me deixou feliz e ao mesmo tempo muito magoada.

Filipe estava abraçado á Pâmela como se estivesse protegendo-a de algo. Ele olhava para mim de um jeito estranho, como se eu fosse uma ameaça. Qual o problema dele?

– Ei! Está tudo bem?

– Manuela, você não precisa continuar com isso se não quiser. Sei que tem sido difícil para você seguir a diante, já que amava tanto a Pâmela – me aproximei dele devagar e toquei seu rosto. Meu Deus, aquilo era loucura! Eu não podia beijá-lo ali.

– Desde que você esteja comigo Filipe, eu vou conseguir vencer qualquer barreira – segurei seu rosto e enfim o beijei. Sabia o quanto isto era errado, ainda mais na frente da Pâmela. Mas aquele amor só foi crescendo ao longo dos meses.

– Pare! – ele me empurrou e parou nosso beijo – Não posso! Você sabe que é á ela quem eu amo! Por que fica fazendo esse joguinho? Não posso te amar Manuela e nunca irei! – Filipe tinha sido grosso pela primeira vez em sua vida. E eu era a pessoa escolhida para receber todo o seu ódio.

– Filipe eu te amo! Nós podemos continuar cuidando dela, mas juntos! Por que você não pode me amar também?

– Não se obriga ninguém a amar alguém, Manuela. Eu não poderei mais ser seu amigo se continuar com isso – O que? Mas que palavras eram aquelas? Não! Eu não podia perder a única pessoa que gostou de mim por causa de uma garota que nem acordada estava.

– Você vai trocar o amor que eu quero te dar por causa dela? Nem acordada para se defender ela está! Pâmela pode ficar anos aqui sabia?

– Não me importo. Eu vou estar aqui quando ela voltar. E vejo que é melhor você não estar Manuela.

– O que? Está me expulsando?

– Se você não consegue lidar com isso, se não sabe separar as coisas. É melhor que vá embora. Eu pensei que podia confiar em você, mas não posso, certo? – ele voltou a abraçar Pâmela e deu as costas para mim.

– Eu perdi para uma garota quase morta, é isso?

– Para! Para de falar assim dela e vai embora Manuela! Fique longe de nós e leve sua loucura junto! Eu não aguento mais sofrer! – Filipe se levantou e abriu a porta do quarto – Vai! – olhei para ele mais uma vez e então decidi ir embora. Peguei meus desenhos, folhas e lápis coloridos e então saí daquele quarto. Mas não sem antes dizer o que ele tinha de saber.

– Ela tem que acordar, você sabe. Não a deixe se perder esteja onde ela estiver. Promete? Promete que vai fazê-la feliz quando ela voltar? – ele não respondeu apenas continuou a pedir que eu fosse embora.

Eu não tinha para onde ir e então fiquei vagando pela cidade durante toda a madrugada. Lembrei-me de quando Filipe me encontrara na rodoviária e agora tinha me despachado por uma garota que havia conhecido há alguns meses.

Sentei-me na guia da calçada e fiquei á observar os carros. Um sentimento de raiva e ódio cresceu em mim. Eu estava com inveja da Pâmela e queria todo aquele amor que nunca recebi. Estava me tornando uma pessoa terrível e sem compaixão por ninguém já que nunca tiveram por mim também.


“Eu não vou perder pra ela. Eu sou melhor do que ela.” Eu estava exausta, cansada e faminta. Já havia perdido a conta de quantas horas eu estava andando. Meus pensamentos foram me envolvendo até que caí na guia da calçada.


– Menina, você está bem? – uma voz feminina me perguntou – não respondi.

– Acho que devemos levá-la daqui – e então senti alguém me movendo de onde eu estava. Desde então eu não me lembro de como os conheci.


...

Pâmela Guimarães – Realidade Alternativa – 28 de julho, 22:20h.



Um tiro. Foi só isso que eu ouvi depois de Brian correr comigo. Ele me levou até em casa e ali tentou me explicar o que fora aquilo.

– Eu não estou entendo nada! Como a Manuela apareceu aqui Brian? E aquele tiro?

– Ah meu Deus eu corri muito! Nossa vou morrer!

– Para de drama e me fala logo!

– Acalme–se moça! Eu preciso recuperar o ar. Ah! Pronto, voltei – ele fez uma pausa e sentou-se na cama. As meninas e os meninos também estavam com a gente.

– O que está acontecendo Nicole?

– Pâmela, você já olhou o seu diário hoje? – ela apontou para a gaveta onde ele estava guardado.

– O que?

– Ah eu já entendi tudo! – Juliana passou por mim e pegou o diário. Ela o folheou até a página mais recente – É isso! Gente, eu sou muito inteligente!

– E muito linda! – Gustavo gritou de volta.

– Eu sei - ela riu.

– Você é louca, isso sim! – eu disse.

– Ah tá! – ela revirou os olhos – Bom, é esse diário que estabelece a conexão entre você e Filipe lá no mundo real. Ele e a louca da ruivinha contam tudo pra você, mas só assim sua mente não consegue criar as imagens. Aí o gato do seu amigo resolveu colar fotografias dos últimos acontecimentos. E então sua mente quando lê e vê essas coisas, cria tudo aqui! Sou muito gênio, não é? – Juliana sorriu de satisfação.

– Sim, meus parabéns! – Gustavo a abraçou por trás.

– Meu Deus! Já estão nesse nível? – Bianca perguntou.

– Tá, mas por que a Manuela apareceu como uma vilã aqui no meu mundo? Ela é minha amiga, não é?

– Ora! Ela era sua amiga até o “Deus grego” entrar na jogada! Com um cara desses até eu ia querer disputar com qualquer uma – Juliana disse.

– Leia a última coisa que eles escreveram Pam! – Nicole disse. Segurei o diário e comecei a ler o que o Filipe havia escrito lá no mundo dele. E sinceramente? Foi a maior decepção da minha vida – Eu não consigo! – dei o Dário á Gustavo que começou a ler...



“Olá querida Pâmela. Parece que perdemos mais alguém no nosso time. Manuela não conseguiu separar as coisas e então nós brigamos. Eu estou preocupado com ela, já que ela morava nos fundos da loja dos meus pais, penso pra onde ela deve ter ido.

Não sei quanto mais vou aguentar essa situação. Acho que criei um monstro cheio de vingança, ódio e rancor. Esqueça a Manu, ela não é mais quem você chamava de amiga.

Quando você acordar nós dois iremos atrás dela, eu prometo.

Ah e o Haru, ou Spoke, está cada vez mais lindo! Volte logo, pois temos muito que fazer! Beijos e boa noite.”




E foi assim que soube da minha nova inimiga neste e no mundo real. Ela não era má, só queria amor assim como eu.

E eu devia ajudá-la, mesmo estando tão longe.

O tiro que ela levara aqui neste mundo representava exatamente todo o sofrimento e angústia que Manuela estava sentido. Minha mente só criava coisas diferentes, mas com o mesmo sofrimento. Agora eu tinha consciência do poder que eu tinha ali.

– Eu vou ajudá-la – eu disse.

– O que? Mas ela quer te matar! – Juliana disse.

– Ela é minha amiga! E eu sei o que ela está sentindo agora. Eu vou conseguir vocês me ajudam?

– O que você desejar, nós faremos – Brian beijou minha mão.

– É mais ou menos! Nem tudo! Ela não é mais diva do que eu – Juliana disse.

– Obrigada meus amigos – sorri – E você também Juliana! – ela sorriu de volta. E então desde aquele dia eu comecei uma luta contra o tempo para salvar minha amiga, mesmo que ela quisesse me matar, eu não iria desistir. Nem nesse ou em qualquer outro mundo.


(Diário de Pâmela Guimarães, cujo mantêm contato com o mundo de Filipe Oliveira).



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Notas finais do capítulo

Vejo tretas á vista MUAMAUAMAAUSM Até mais bocós!