Admirável Mundo Novo escrita por Avengerduck


Capítulo 7
6 - Procurando pelo perdão


Notas iniciais do capítulo

Olá bocós e serviçais lindos *o* Agradeço aos novos leitores! Bolinho ana maria pra todos!
Vamos ver um pouco mais da historia, por trás da historia e aos poucos vcs vão vendo quem é quem e se podem confiar, ou gostar mesmo de todos MUAMAUAMAUMUA *tramando algo cruel*
Sintam-se á vontade para me xingar ou elogiar lá nos reviews, é tudo muito importante pra mim..
Enquete: O que vocês acham que aconteceu com os pais da Manuela?
Mais fotos ae pra vocês de personagens que eu adoro! Tentei visualizar a historia assim! Beijos, beijos do rei!



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6 – Procurando pelo perdão



Manuela Saraiva – Casa dos pais – 23 de julho de 1999.



Voltar á casa deles depois de anos realmente acabou com o meu estado emocional. Minha fuga tinha sido trágica e desde então não tenho visto meus pais.

Tudo começou com o assalto há 3 anos. Nossa casa era grande, tinha vários quartos e até dois andares. Vivíamos bem e em ótimas condições. Não faltava amor entre nós e muito menos dinheiro.

Mas meu pai trabalhava numa empresa grande da cidade e assim tinha admiradores, como inimigos também. Até hoje não me sai da cabeça que alguém tramou algo para ele, mas enfim, isso já foi há anos, não é?

Entrei devagar com certa desconfiança até ver que estava vazia. Exatamente como deixaram. Meu antigo quarto estava sujo, mas nada fora mudado. Sentei-me no chão no canto do quarto e comecei a chorar. Saudade deles, saudade da minha antiga vida.

“Tudo acabou tão rápido.” Eu pensava em meio á lágrimas. As paredes ainda estavam marcadas pelo fogo...

– Por que tiraste tudo de mim? – olhei para o céu através da janela aberta. Eu estava questionando Deus? Eu não devia fazer aquilo, eu sei. Levantei-me e continuei a percorrer a casa. Como estava vazia, eu poderia ficar lá e ninguém daria falta, afinal aquela casa era minha também.

Eu estava fugindo de tudo e todos. Tentando escapar daquele hospital e de ter que ver minha amiga sofrer tanto. Escapar até mesmo de Filipe.

– Vou ficar aqui... Vou me esconder aqui e ninguém saberá – eu disse baixinho. Quando me dei conta estava deitada no chão frio agarrada ao meu ursinho de pelúcia antigo.

– Sabe, você é mais estranha do que eu pensava – uma voz atingiu meus tímpanos. Levantei-me e logo Filipe estava lá. Não era possível, como ele sabia onde eu estava?

– O que faz aqui? Vai embora! – gritei de volta.

– Bom, eu te segui até aqui – ele sorriu.

– Por quê? Quem você pensa que é pra tentar controlar a minha vida? – tentei intimá-lo.

– Eu penso que sou alguém que salvou a sua vida há alguns anos. Já esqueceu? – ele cruzou os braços. Sim era verdade, Filipe me salvara no dia do acidente. Como eu poderia esquecer?


...




Manuela Saraiva – 1996 – 11 Anos.




“Fogo. Fogo por toda parte e os gritos histéricos da minha mãe.


“Vamos queimar tudo aqui!”, Por que ele disse aquilo? O homem de preto realmente queria nos matar? Não entendo.

Ele e seus companheiros mantiveram meus pais amarrados enquanto levavam tudo e para piorar aquele gás estava nos sufocando. Minha mãe estava atordoada e meu pai se sentia um lixo por não poder fazer nada. Eu não conseguia chorar, escondida no armário eu só observava o que estava acontecendo. Foi quando consegui sair devagar e corri para pedir ajuda á alguém. Mas nós morávamos afastados do centro e eu tive que ir andando. Acho que nunca havia andando tanto como naquela noite. Horas até que cheguei á rodoviária. Meus pés estavam machucados e eu estava muito suja por causa da fumaça e sujeira do incêndio. Sentei pela primeira vez em 5 horas e acabei adormecendo no banco.

Não tenho ideia de quanto tempo dormi, mas já podia sentir o calor do Sol queimando minhas costas.

– Ei, acorda! – senti um cutucão no ombro. Abri meus olhos devagar e vi um garoto olhando pra mim.

– Já é de manhã? – perguntei.

– É sim. Ei por que está aqui?

– Eu fiz uma coisa horrível... Eu deixei meus pais morrerem – as lágrimas caiam pelo meu rosto sujo enquanto ele me observava.

– Ah tá... Bom meu nome é Filipe e se quiser pode ficar na minha casa – ele sorriu sem se importar com nada do que eu havia dito.

– Você é louco? Ouviu o que eu acabei dizer?

– Nem ligo. Eu moro com meus pais numa casa grande e até temos uma loja! – me levantei e olhei fixamente para ele. Foi quando seus pais apareceram. Sorri.

– Filipe vamos! Se não perderemos o próximo ônibus! – A mãe dele viera correndo com um sorriso lindo e os três se abraçaram. Logo me lembrei da minha família.

– Tenho uma nova amiga mãe! Ela tem cabelo vermelho e tudo!–  Todos riram do que ele disse. Os pais dele me olharam assustados, fizeram muitas perguntas mas logo entenderam e me ajudaram.

Desde aquele dia eles me levaram para morar com eles na cidade vizinha. Passei a viver na loja do pai de Filipe. Havia um quarto ótimo nos fundos e eles pagaram as mensalidades na mesma escola que o menino. Eu tive muita sorte de encontrar um novo amigo.”


...




– Por que me fez lembrar isso? Eles estão mortos! – virei-me de costas pra ele.

– Nunca encontraram corpo algum. Pra mim, eles estão vivos. Ah, você tem uma dívida comigo, esqueceu?

– Dívida? – olhei incrédula pra ele – Quer jogar na minha cara que você me tirou da rua é isso?

– Sempre escandalosa – ele gargalhou – Sim eu vim cobrar a dívida. Lembra-se desse desenho? – olhei o papel dobrado e amassado. Fazia tanto tempo que eu havia feito aquilo.

– Você ainda tem isso?

– Mas é claro! Eu nunca tinha ficado tão gato num desenho antes! Olha como esse ângulo valoriza minha beleza! Nossa e esses cabelos macios e...

– Tá bom Filipe, menos – sorri.

– Sua dívida comigo – ele continuou de braços cruzados – Qual era mesmo?

– Ah que saco garoto como você é chato! – ele continuou me olhando – Tá bom, eu prometi ser feliz e prometi que seríamos amigos pra sempre, já sei – olhei de volta e ele abriu aquele sorriso maravilhoso.

– Isso aí, eu venci! Cara eu sempre venço, entenda isso – ele começou a fazer dancinhas idiotas e eu não segurei meu riso.

– Ok gênio, já entendi.

– Ótimo! Agora vamos embora daqui Manu. Não vamos desviar o foco da nossa missão – ele me abraçou de repente.

– Missão?

– Sim, salvar a pequena. Os médicos disseram que quanto mais falarmos com a Pâmela, mas rápido ela responderá e voltará pra nós!

– Para com isso, ela não escutou nada do que nós dissemos em todos esses meses – Ele segurou minhas mãos e olhou fixamente nos meus olhos. Não tive como resistir.

– Mas... Como soube que eu estaria aqui – corei.

– Você nunca esqueceu essa história, seria esse o principal lugar pra você se esconder. Sou gênio, eu sei.

– Tá bom senhor gênio. Vamos embora – ele entrelaçou os dedos aos meus e pegamos o primeiro ônibus de volta á São Joaquim da Barra. Chegando lá eu já estava morrendo de saudades da Pâmela, fazia semanas que não a via.

– Ei, acho que vou colar os desenhos no diário dela, assim ela vai ver o quanto você desenha bem demais.

– São só desenhos em formato de animes, Filipe – abaixei a cabeça.

– São lindos pra mim e quando a Pam ver isso vai achar também – ele sorriu mais uma vez – Nossa, você podia desenhar ela também né?

– Mas assim? Ela está dormindo, não teria como desenhá-la e...

– Deixa de ser burra né Manuela, eu tenho uma foto da Pâmela que eu tirei quando ela estava distraída. Sou demais, eu sei.

– Me perdoa – eu disse.

– Me perdoe também. Eu jamais iria te ferir. Eu vou proteger você e Pâmela, prometo – Filipe e essa mania de querer ser o heroi. Mas na realidade ele era mesmo. Conseguia proteger a todos á sua volta sem muito esforço. Queria ter essa força também.

– Pode ser, mas não me chame de burra tá? – ele gargalhou. Desde aquele dia eu fiquei desenhando várias coisas e colando no diário dela. Não sei se ela entendia o que falávamos, mas tudo de mais importante era colocado naquele diário, como a vida de Pâmela fosse contada por nós.



...



“Olá menina Pâmela! Eu peço desculpas por ter sumido, tive uns problemas, mas aqui estou para ler mais histórias sobre unicórnios já que você adora tanto.

Veja, eu fiz alguns desenhos, mas os que eu queria lhe mostrar são alguns antigos. Um meu e um do Filipe. Ah, também desenhei você! Espero que goste.

O chato aqui te mandou “oi” e eu estou ansiosa para que você acorde logo! O aniversário do Filipe e o meu estão chegando!

Te amo amiga, obrigada por estar comigo mesmo tão longe. Ah e o Filipe mandou dizer que ele é lindo, gostoso e que você tem que acordar logo se não alguma enfermeira vai sequestrá-lo. Ok. Apenas ignore amiga. Beijos.”


(Manuela e Filipe – 28 de julho de 1999).


...



Pâmela Guimarães – Realidade alternativa.




Eu já estava presa naquele mundo há alguns meses eu acho, mas eu era tão feliz que sinceramente não queria sair dali. Percebi que a voz da Manu havia sumido por um tempo, mas logo tive notícias dela quando li o diário e descobri o quanto ela desenhava bem. Senti orgulho dela na mesma hora.

– Ei Pâmela, o que está fazendo aí? – Gustavo apareceu no quarto.

– Ah, oi. Estou vendo o que meus amigos colocaram de novo no meu diário. Manu desenha muito bem e Filipe é um completo idiota – eu gargalhei.

– Claro! Por que você acha que eu e os meninos também somos?

– Como eu consegui fazer isso Gustavo? Digo dividir o Filipe dessa maneira? Por que é assim que eu vejo.

– Credo menina, parece que você fatiou o garoto em pedaços falando assim – ele gargalhou – Bom, você conviveu com ele três meses e então conheceu a parte superficial dele. Pra você o Filipe é só um cara legal, inteligente, divertido e bonito. Mas ele é bem mais que isso. E assim você criou as personalidades dele. Todas idiotas – ele riu.

– E Manu... Por que eu não a transportei pra cá? – perguntei.

– Eu não consigo entender a sua mente Pâmela. Você sabe, sou meio lerdo, mas pelo que eu entendi, acho que você tem ciúmes dela e então não teve coragem de criar a Manuela nesse mundo. É como se tivesse medo dela roubar suas amigas e claro, o seu Filipe.

– Não! Eu amo minha amiga! Só não consigo entender porque eu ainda não a encontrei aqui.

– Que seja. Eu vim aqui pra te convidar para uma festa bem legal! E ai, tá a fim de ir? – O que? Festa? Até isso tem aqui?

– Até festa tem aqui?

– Qual é menina, isso aqui é um mundo também. O seu mundo, mas é. E aí, vamos? – ele estendeu a mão para mim.

– Com certeza! – sorri de volta. Guardei meu diário, mas deixei-o aberto na página dos desenhos de Manu.

Será mesmo que eu tinha ciúme e medo que ela roubasse o que era meu? Mas o que era meu se nada daquilo era real?



“Estou tão confusa. Só quero entender tudo para ver o quanto amo minha amiga, ou o quanto a quero longe de mim.“ Pensei antes de me arrumar para a festa. A minha festa.




Inspiração para Filipe, Pâmela e Manuela (na sequencia de cima para baixo).


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Notas finais do capítulo

Gostaram das imagens? São personagens que eu gosto bastante e quero que vocês imaginem todos assim ok? Quer dizer, podem imaginar como quiserem kkkk Mas assi vcs visualizam melhor! Beijos do rei ♥ *o*