Aquele livro era realmente muito interessante, mas desconfiei que houvesse coisa melhor do que um conto sobre o que iriamos lutar, sempre é bom saber um pouco mais sobre tudo aquilo que nós estávamos passando, resolvi então começar a ler em voz alta o conto, com uma pequena foto das bruxas, com uma moldura ornamentada, só que diferente de todas as outras, a moldura era de cor negra, e ao lado estava escrito: Categoria das Trevas. Senti uma corrente de gelo percorrer meu corpo, aquilo era um tanto assustador, mas mesmo assim comecei a ler, cheia de curiosidade:
“Numa bela tarde de sábado, seis amigas bruxas, caminhavam felizes pela rua do mercado principal, elas nunca estiveram tão felizes em toda a sua vida, tinham praticamente acabado de se conhecer, e já eram muito amigas, quando de repente, no meio da rua do mercado, havia um belo íris branco, totalmente inofensivo, as seis amigas se interessaram por ele logo que o viram, e percebendo que todas queriam a bela flor, uma das bruxas foi correndo em busca da dela, e assim todas também correram, e ao mesmo tempo chegaram a flor e a tocaram juntas, com o toque, o belo íris se tornou de uma cor negra, e transmitiu sua maldade para cada uma delas, tornando-as pessoas com tamanha sede de vingança, que mal eram capazes de ter alma, todas elas se olharam com a mais pura maldade, e saíram dali pegando o íris preto, que agora fazia parte de cada uma delas. Não confie em tudo o que vê, ou pensa.”
O conto mesmo sendo muito curto, nos deixou espantadas, seu conteúdo nos fez recordar de algo, mas não soubemos o que era, provavelmente alguma coisa insignificante, senão lembraríamos na hora, aquilo com certeza nos faria pensar por um bom tempo, mesmo assim não era para pensarmos nisso, não naquela hora, depois de algum tempo analisando o que eu li, percebi que não percebi uma parte que estava em letras muito menores, então eu disse:
– Gente eu não li um ultimo pedaço do conto, vou ler agora então:
“Para cada um que lê o texto inteiro, o significado aparece logo em seguida.”
Ao ler aquilo, mais letras apareceram no final do texto, eu as li:
Tomem cuidado e prestem atenção, os versos que eu lhes digo não são em vão, não tomem decisões precipitadas se não morrerão.”
Aquilo nos deixou ainda mais apreensivas, eles estavam nos dando quase que uma sentença de morte, mas eu não entendi nada daquilo tudo, tirando a palavra morrerão, perguntei as meninas:
– Vocês entenderam alguma coisa? – apontei para a parte em que estava escrito o que aquele conto significava para nós.
– Eu não entendi nada, muito misterioso. – Esmeralda disse, pensativa.
– Nem eu. – Manuela disse, um tanto insegura.
– Isso deve ter algum significado, que ainda vai fazer sentido algum dia. – eu disse fazendo de tudo para encontrar nexo naquilo.
– Bem, pensamos nisso depois, agora vamos continuar a vasculhar o livro – Esme disse animada batendo palmas em sinal de vamos prosseguir.
– Tá, tem mais alguns contos aqui, podem ser interessantes – eu disse virando mais algumas páginas com contos, até que eu encontrei um que sinceramente achei que interessasse a Esme, ela iria amar descobrir um pouco mais sobre aquilo, então eu disse – Esme, eu encontrei um conto sobre o Hansel, vamos ver se depois dele você continua com medo de vampiros. – eu sacaneei ela mas até eu estava com um certo medo, então comecei a ler:
“Um garoto solitário estava caminhando por uma rua qualquer, completamente sem rumo e sozinho, sem nenhuma moradia, ele se deitou no chão duro e frio e adormeceu, poucos minutos depois foi acordado por passos na rua, se levantou de imediato, querendo derrotar qualquer um que ali aparecesse, mas quando uma figura alta e esguia mostrou seus dentes levemente pontudos, o garoto nada pode fazer, e acabou sendo mordido pelo vampiro, e se tornou uma pessoa muito bela, mas muito perigosa, depois de algum tempo ele deixou de beber sangue humano e passou a beber sangue animal, e assim se tornou uma das belas e boas criaturas místicas do mundo de Farfa.”
– Esse aqui tem a mesma moral que o outro, e o mesmo significado que o outro, isso está ficando meio estranho. – percebemos que já era tarde, e eu que já estava morta de sono, logo adormeci, pois no dia anterior tinha passado a noite inteira lendo, mas não consegui dormir muito bem, pensando no significado dos contos, e principalmente em uma das palavras que mais se destacou naquele texto que representava o tal significado, a palavra morte.