Alvo Potter E A Pedra Do Segundo Irmão escrita por Amanda Rocha


Capítulo 21
O segredo do francês


Notas iniciais do capítulo

Sim, sim, sim, esse é o penúltimo capítulo! Penúltimo! Passou tão rápido... Parece que foi semana passada que o Alvo estava tremendo de medo do Rondres, pera, ah é, foi semana passada mesmo kkkkkkk
Tá, mas quando é que ele não tá né?? Mas it's the life, peoples, um dia esse menino tem que morrer, não ia ter graça se ele vivesse, por isso que ele morre nesse capítulo. Não, brincadeira, mas eu bem que queria né... Enfim, aí vai...



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Alvo, Fred e Clodeck entraram na Sala Precisa e a porta se fechou.

Lotho Vonibah estava sentado em uma cadeira aveludada atrás de uma longa mesa preta e reluzente à luz do gigantesco lustre logo acima. A sala, desta vez, ganhara a aparência de uma sala de estar de uma mansão antiga e abandonada.

-Bom dia, meninos. –ele cumprimentou, mas havia alguma coisa estranha em sua voz. Ele falava sem o sotaque francês.

-Lotho? –Fred estranhou. –O que você está fazendo aqui?

Lotho sorriu.

-Teve muito trabalho para trazê-los, Clodeck? –perguntou.

-Não, senhor. –respondeu Clodeck, formalmente.

-“Senhor”? –repetiu Fred rindo. –Desde quando te chamam de “senhor”, Lotho?

-Meu caro Fred, tem tanta coisa que você não sabe... –e, de repente, sua expressão mudou. –Onde está a Pedra da Ressurreição?

-O quê? –exclamou Fred. –Que Pedra da Ressurreição?

Lotho continuou sério. Alvo sabia que estava acontecendo alguma coisa estranha.

-Espera - disse a Clodeck. -, o que está acontecendo? Rondres pode me achar aqui.

Mas antes que Clodeck pudesse responder, Lotho soltou uma sonora gargalhada.

-Ah, meu garoto, ele o encontrou.

-Como assim? –perguntou Alvo.

Lotho não respondeu. Consultou o relógio e depois fitou Alvo. Antes que o garoto pudesse repetir a pergunta, uma coisa extraordinária aconteceu: a pele de Lotho começou a borbulhar.

Fred soltou uma exclamação. Alvo se desequilibrou e quase caiu. Clodeck fez uma careta e evitou olhar para o garoto.

Lotho ria abertamente, se divertindo com a expressão de horror nos olhos dos outros. Seus braços, pernas, e ele mesmo foram crescendo, seu cabelo foi ficando mais claro, seu rosto modificando e de repente Bob Rondres estava sorrindo para Alvo. Aquele sorriso suspeito, como o de uma criança arteira.

O garoto teve certeza de que deixara escapar um gemido, porque Rondres sorriu ainda mais.

-Você é...? –perguntou Fred, os olhos arregalados.

-Sim, Fred, eu sou. –respondeu Rondres. –Aliás, não sei como vocês não me descobriram.

Rondres sentou-se tranquilamente na mesa, com os pés para cima, e fitou os garotou.

-Como... Como você...?

O bruxo virou a varinha nos dedos distraidamente.

-Poção Polissuco. –disse, com simplicidade. –Passei boa parte da vida na França, então não foi difícil fazer o sotaque. Eu precisava ficar de olho em você, e os Feitiços de Desilusões já não eram seguros, sua casa estava com proteção dobrada, então tinha que me transformar em alguém que fosse próximo de você e, ao mesmo tempo, distante, para que seu pai não suspeitasse de nada.

“Então me transformei no amigo do filho da sua tia Delacour, fiz com que os pais do garoto sumissem com ele do mapa e dei um jeito de vir para Hogwarts. Onde o seu irmão sempre desconfiou de mim, é claro, o que só me afastou de você. Mas então eu comecei a me aproximar do Fredinho aí, ganhei a confiança dele e até tentei salvar sua pele. Não que ele precisasse, afinal, o Fredinho deu conta deles, não foi? Daria um bom Comensal da Morte...”

Fred demorou a perceber que estavam falando com ele.

-Meu tio foi morto por comensais. –rosnou ele, finalmente.

-Ah, claro! –exclamou Rondres, dando um soco na própria testa. –Fred Weasley I, certo? Que cabeça a minha... É uma grande pena, eu poderia ignorar o fato de você ser Traidor do Sangue, Fredinho...

-Meu nome é Fred. –disse o garoto.

-Sim, sim. –respondeu Rondres, fazendo um gesto com a mão. –É que eu acho muito formal Fred II, você não? E para não confundir os Fred’s, fica melhor Fredinho, tudo bem para você?

Fred pareceu meio surpreso meio bravo. Rondres revirou os olhos quando viu a cara do menino.

-As pessoas tem uma ideia tão diferente de mim... Só porque sou o novo Lord das Trevas, não quer dizer que eu não possa ser simpático, não acham? Mas e você, Alvo, não mudou de ideia? Se você esquecesse o que diz a Profecia, seria bem-vindo aos Come...

-Jamais me unirei a você! –Alvo cuspiu as palavras.

Rondres sorriu.

-Você está diferente. Bem mais corajoso. –o bruxo elogiou. –Claro que levando em conta o que aconteceu no passado, já era de se esperar, não é? E agora você é tão famoso quanto seu pai... O novo Menino-Que-Sobreviveu... E como sobreviveu?

Alvo ficou em dúvida se devia ou não contar o que o pai dissera, mas optou por falar para ganhar tempo, talvez alguém os achasse, talvez Tiago entrasse ali...

-Do mesmo jeito que o meu pai sobreviveu. –respondeu o garoto, finalmente. –O amor me salvou.

-O amor? –repetiu Rondres, como se nunca tivesse ouvido essa palavra.

Alvo sorriu.

-É. –confirmou. –O amor que eu demonstrei ao querer dar a minha vida pela do meu irmão criou uma espécie de barreira que impediu que você me matasse.

-Como o seu pai... –repetiu Rondres baixinho. E ficou pensando por um tempo, os olhos desfocados. –Mas então você é uma Horcrux?

Alvo sentiu-se mais corajoso ao notar o quê de pânico em sua voz, e resolveu não responder.

-Clodeck! –disse Rondres, de repente.

Obedientemente, o Auror agarrou Fred e Alvo pelas costas. Alvo tentou se desvencilhar, mas Clodeck era forte demais.

Rondres se aproximou e, instintivamente, Alvo sacou a varinha.

-Calma! –riu Rondres. –Ainda não vou matar você...

-VOCÊ NUNCA O MATARÁ! –berrou Fred.

Bob Rondres sorriu, mas não lhe disse nada. Arrancou as varinhas dos garotos e afastou a franja de Alvo e tocou a cicatriz em forma de raio em sua testa.

Quando a pele do bruxo entrou em contato com a sua, uma dor horrível o fez esquecer de todo o resto. Era horrível, pior do que no ano anterior.

Mas desapareceu com a mesma rapidez com que viera. Suas pernas estavam bambas, sua visão embaçada. E Bob Rondres o fitava com um sorriso no rosto e a expressão de leve interesse.

-Ah, a dor... –ele falava mais para si mesmo do que para Alvo. –Algo terrível e indefinível... Que sempre nos pega de surpresa.

“Eu já senti muita dor, Alvo Potter, física e emocionalmente. Nos dois casos, o culpado foi o seu pai. Está vendo essas gracinhas aqui? – ele apontou para as feias cicatrizes em seu rosto. – Foram todos presentes do seu pai e do Weasley... Os dois não sossegaram até me prender... E é por isso que ele tem de pagar. E pagará com a mesma moeda que me feriu. Eu irei matar você, Potter, e cada pessoa que ele ama, até... Até que sobrará apenas ele.

-Já t-tentou faz-zer isso ano pasad-do lemb-bra? –disse Alvo com o máximo de clareza que pode, já que Clodeck estava praticamente enforcando-o.

-Acontece que eu fui muito insensato ano passado. –continuou Rondres, tamborilando os dedos na varinha. –Mas agora, Potter, eu estou preparado. Afinal, eu não vim para Hogwarts apenas para matar você. Vim para conseguir a Pedra da Ressurreição. Agora, Fred, me dê ela.

Demorou para Alvo entender o que estava acontecendo. Quando viu, Fred segurava firmemente alguma coisa em seu bolso e Rondres avançava a sua frente.

-Vamos, Fredinho, me dê a Pedra! –ordenou Rondres.

-Para que você a quer? -perguntou Fred, a mão comprimindo a pedra sob o bolso da camisa.

-Ah, eu não contei essa parte? –perguntou Rondres descontraído, como se tivesse esquecido de contar como fora um passeio pelo parquinho. – Agora que seu pai e os amiguinhos dele fizeram o favor de destruir o Medalhão de Prata, eu preciso de uma outra fonte de poder.

“Confesso que quebrei a cabeça para encontrar a resposta. Mas então eu me dei por conta de que havia uma das Relíquias da Morte aqui em Hogwarts que o seu pai não havia deixado num caixão ou dado a um fedelho que a usa para encher a sala comunal de outra Casa de bomba de bosta.”

“Então, eu vim em busca da Pedra da Ressurreição, suponho que já tenha ouvido a história, não, Potter?”

Alvo não respondeu. Sua cabeça produzia milhares de perguntas e seu coração batia tão forte que o garoto tinha certeza de que o bruxo podia ouvir seus batimentos.

“Mas eu vim para Hogwarts e nenhum de vocês percebeu, não foi? Nem mesmo o corajoso Longbottom, eh? E isso tudo, é claro, bem debaixo do nariz do seu pai e do Weasley, que me caçaram a vida toda, mas não conseguiram me reconhecer. Não que esperasse que eles me descobrissem, afinal, tive uma boa ajuda do Clodeck aqui...”.

Alvo virou o pescoço o máximo que pôde para poder olhar nos olhos do Auror.

-VOCÊ! –berrou o garoto. –Meu pai confiou em você! Neville confiou em você! E esse tempo todo você tem... Você tem ajudado ele!

Clodeck não respondeu, embora Alvo tivesse certeza que vira uma gota de arrependimento em seus olhos.

Agora tudo fazia sentido. Clodeck não estava preocupado com Rondres quando olhava para os cantos, e sim com os outros Aurores.

-Potter, Potter... Como você é ingênuo... –riu Rondres. –Embora eu adore ficar me divertindo com você, meu tempo está se esgotando e eu preciso da Pedra da Ressurreição para trazer de volta Lord Voldemort.

Alvo e Fred se olharam, mas Fred não se mexeu.

“Vamos, Fred, eu sei que você está com ela.” disse Rondres um pouco mais impaciente. “Vamos, me dê ela aqui para que eu possa mostrar a Lord Voldemort o quanto fiel fui a ele todos esses anos, e então, ah, Potter, e então ele me recompensará, lutará comigo e, juntos, dominaremos o mundo.”

Fez-se uma pequena pausa em que Alvo entrou para dentro de seus pensamentos. Uma cena horrível brotou em sua mente, Rondres ao lado de Voldemort matando pessoas inocentes no meio de uma guerra em busca do poder.

-... É melhor entrega-la de bom grado, Weasley, estou avisando...

No exato momento em que Rondres deu o primeiro passo em direção a Fred, a porta da Sala Precisa se escancarou e – coração de Alvo deu um pulo quando viu – Tiago saiu dela.

Segurava o Mapa do Maroto nas mãos e uma expressão de surpresa e horror no rosto;

-O que...? Rondres? –exclamou ele.

-Eu mandei você se certificar de que Tiago Potter estaria fora do meu caminho! –rugiu Rondres para Clodeck.

-E estava, meu senhor. –respondeu Clodeck sem olhar Rondres nos olhos do outro. –Mas eu não podia apagar o menino... O pai dele...

-Ficou com medo do pai dele? Achei que estava do meu lado, Clodeck, está na hora de você decidir se teme a mim ou a Harry Potter.

Rondres fechou os olhos, levou a mão a testa e andou de um lado para o outro.

-Como você entrou? –perguntou, sem abrir os olhos.

-Como eu entrei? –repetiu Tiago, olhando de um para outro na sala. –Espera! Como você entrou? Tem pelo menos cinquenta Aurores aqui em Hogwarts! E por que Clodeck está aqui?

-Por quê? –debochou Rondres. –Você pode ser mais velho, mais corajoso, mas é tão ingênuo quanto seu irmão. Clodeck está do meu lado, Potter.

Tiago abriu a boca para dizer alguma coisa, mas o bruxo bateu palmas e, assim como no ano anterior, apareceram cordas que prenderam os três.

-Clodeck, vigie a porta. –ordenou Rondres. –Agora, Potter, me conte suas novidades.

-Como conseguiu entrar no castelo? –perguntou Tiago, ignorando a pergunta do bruxo.

Rondres sorriu.

-Uma longa história. Eu gostaria de poder conta-la a você um dia, Potter, mas preciso fazer o trabalho completo já que este imprestável não consegue dar conta de um pirralho de catorze anos.

“É uma pena mesmo, Potter, você seria um grande bruxo um dia, mas...”

-Sou melhor do que você é agora! –rugiu Tiago se debatendo.

Rondres sorriu mais uma vez.

-Mas não se preocupe, -prosseguiu –as pessoas irão saber o quanto você lutou e morreu como um herói, eu sei valorizar o heroísmo, Potter. Eu bem que te deixaria você viver se ficasse do meu lado, mas como você se recusa... Eu não posso deixar você, uma arma tão perigosa, no lado deles... Portanto, não me ache um sem coração por fazer isso. Eu realmente não queria.

Alvo olhou incrédulo para Rondres. Não me ache um sem coração por fazer isso, eu realmente não queria. Como o bruxo que assassinou uma família completa de trouxas aos dezessete anos pôde dizer aquilo? De uma forma muito estranha, Alvo podia ver que ele dizia a verdade, pois não tinha o brilho sapeca nos olhos que ele tinha quando estava mentindo ou tramando alguma coisa.

-... Sua morte vai ser rápida, eu prometo. – prosseguiu Rondres, a varinha apontada para o peito de Tiago. Ele fechou os olhos, respirou fundo e depois abriu-os. - Avada...

Alvo só teve tempo de ver o irmão tentando, desesperado, se soltar das cordas. Um segundo depois, a porta da Sala Precisa se escancarou e tio Rony e Harry entraram correndo, as varinhas sacadas.

Houveram lampejos ofuscantes que encheram a sala e cegaram Alvo, que só desejava que a maldição da Morte não tivesse atingido seu irmão.

No meio de tantos feitiços, o garoto sentiu que um o atingiu e soltou as cordas que o prendiam da cabeça aos pés e Alvo saiu cambaleando, às cegas, até que alguém o agarrou pelos ombros. Uma varinha foi apontada para seu pescoço e ele teve certeza de que não era seu pai ou tio Rony. As luzes imediatamente cessaram.

-Harry Potter, quanto tempo! –cumprimentou Rondres, como se tivesse acabado de chegar à casa de um grande amigo que não via havia muito tempo.

Alvo abriu os olhos. Tio Rony e seu pai estavam logo à frente com expressões furiosas nos rostos como Alvo nunca viu, e as varinhas apontadas para Rondres. Tiago e Fred estavam atrás dos dois. Um feitiço, aparentemente, pegara de raspão em Tiago, e fizera um grande corte em seu rosto. Fred estava muito pálido e ofegante.

-Larga o meu filho, Rondres! –rugiu Harry, furioso.

Rondres soltou uma sonora gargalhada.

-Você não soltou meu mestre quando foi mata-lo, não é?

-Rondres, o seu problema é comigo. Por favor, deixe o meu filho. –pediu Harry, o mais calmo que pôde.

-É, ás vezes sofremos a perda de pessoas importantes quando menos esperamos. Alvo Severo tem de morrer, Harry, é o que diz na Profecia. Se eu não o matar, ele me matará quando crescer. Foi muita sorte no ano anterior, mas agora...

Rondres tocou novamente a cicatriz de Alvo e aquela dor terrível veio novamente. Sua pele estava queimando e parecia que o bruxo estava arrancando a cicatriz de raio em sua testa.

Os joelhos do garoto cederam e ele sentiu que o dedo de Rondres já havia o soltado, mas a dor ainda continuava, tão forte quanto antes, fazendo sua cabeça latejar. Ele ouviu a voz de Neville gritando e lançando feitiços, seria real? Talvez estivesse acontecendo apenas em sua mente. Talvez ele já tivesse morrido, porque a dor em sua cabeça era excruciante, seu crânio parecia estar rachando, sua testa estava em brasa, ele perdera a noção de quanto tempo ficou ali, talvez horas, ele poderia enlouquecer de dor.

Finalmente, a dor aumentou e ele perdeu os sentidos, suas pernas bambas e fracas não conseguiram o sustentar e ele caiu de bruços no chão, inconsciente.


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, podem me chamar de louca, mas eu até que gosto do Rondres. Sei lá, eu sei que ele é um assassino e talz, mas eu tô simpatizando com ele kkkkkkk
Enfim, último capítulo domingo T-T E que tal vocês recomendarem???? Vai ali rapidinho e recomenda que o capítulo sai mais rápido u.u
É isso, meu povo, até domingo, ou sábado se vocês recomendarem...