Alvo Potter E A Pedra Do Segundo Irmão escrita por Amanda Rocha


Capítulo 16
Você pode vê-lo?


Notas iniciais do capítulo

Hello, my readers! Atrasei um pouco, mas tá aqui o capítulo. Não é muito grande, mas eu precisava dar um ênfase nisso que vai acontecer com eles...
E aqui tem uma fanfic Alvo Potter muuito legal para vocês lerem:http://fanfiction.com.br/historia/350205/Alvo_Potter_E_O_Regresso_Das_Sombras
Da Anna Malfoy, que sempre me deixa reviews ♥
Good leitura!



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Decepção. Uma pequena palavra capaz de causar um mal enorme nas pessoas. Era como se fosse uma grande tempestade que vinha e apagava o fogo da fogueira. O fogo da esperança. Por vezes as pessoas colocam fé em coisas que achavam ser provável acontecer, confiar. E assim, elas vão lá e acendiam sua fogueira, crentes de que serviriam perfeitamente para aquecê-los, o que as pessoas não contam é que sempre pode haver uma mudança de tempo e cair um temporal...

Era exatamente isso o que Alvo Potter estava sentido. Vira seus avós há algumas noites, e por um breve momento, imaginara os dois voltando. Sentados à mesa... Imaginara a felicidade de seu pai ao ver os dois... Mas Alvo apenas acreditou em uma coisa que já sabia ser impossível, acontece que ele estava passando por tantas coisas ruins, que a ideia de ter uma coisa boa para ocupar sua cabeça lhe parecia muito confortante, mesmo que fosse impossível como tal...

Perdido em seus pensamentos, Alvo voltou a si quando o irmão sacudiu a mão na sua frente.

-... Ah, Denóires brigou mais uma vez com o Clodeck, não sei o que ele vê. Eu o acho muito simpático, já fui em uma missão com ele.

-E por que você não deixa o Clodeck de castigo? –sugeriu Lilí. –Sempre funciona com o Tiago e o Al...

Harry ergueu os olhos do jornal.

-Não é assim, meu amor. –disse carinhosamente a filha, e voltou a ler o jornal.

-Mas você é o chefe dele, não é? –perguntou a ruivinha. –Por que não pode fazer isso? Hugo disse que tio Rony pode fazer qualquer coisa, você também pode, não pode?

-Lamento dizer, mas Hugo foi desiludido. –riu o pai. Lilí bufou e voltou sua atenção para o cereal.

Alvo olhou para o pai e depois para a mãe.

-Ah... O que aconteceu com... Vocês sabem... –disse, lançando um olhar de esguelha para a irmã. –Aquilo que estava com Fred...

-O que estava com Fred? –perguntou Lilí curiosa.

Harry olhou para a esposa antes de responder.

-Está com Jorge. Ele disse que vai se livrar dela. –respondeu o pai.

-Ela o quê? –insistiu Lilí ansiosa.

-Você não ficou sabendo? –perguntou Tiago. Lilí balançou a cabeça. –Fred ganhou uma motocicleta voadora!

-Sério? –exclamou a menininha. Gina riu. –Mas por que tio Jorge vai se livrar dela?

-Acho que ele tem medo que o Fred saia voando pela cidade. -disse, dando uma indireta para os pais. Alvo sorriu. –Só porque ele fugiu com o carro do vovô quando tinha essa idade.

-Nem vem Tiago. –cortou-o Gina. –O seu avô já disse, você está proibido de entrar no porão.

-O vovô não disse. –contrapôs Tiago. –A vovó foi quem mandou. Mas a moto era do Sirius! Agora é minha, não é?

-Espera aí! Estamos falando do Fred ou de você? –perguntou Lilí confusa.

Meia hora depois, os Potter já estavam todos sentados no carro, a caminho da Estação de King’s Cross.  Alvo se animara um pouco ao ver que o pai não ficara tão chateado. Já se acostumara com o fato de ter que viver sem os pais, mas mesmo assim a ideia ainda o abatia. Na verdade, o que o deixava desanimado era saber que ia voltar para Hogwarts. Tudo bem, estaria seguro lá, mas fora lá que ele quase morrera no ano anterior, o local já não lhe dava tanta segurança...

O assunto da Pedra não era muito discutido, e sempre que queriam se referir ao acontecimento falavam apenas “aquilo”, embora Alvo soubesse que os pais apenas estavam esperando para falar quando não tivessem mais crianças em casa.

Lilí ia choramingando no carro com a mãe, enquanto Tiago lhe dizia o quanto queria a motocicleta de Sirius:

-Mas mamãe, por favor, eu tenho certeza que se a senhora falar com o Neville, ele vai deixar...

-Lilí, minha filha, você é jovem demais... –dizia Gina.

-Mas eu sou alta, ninguém ia perceber a diferença...

-Deixa, Lilí, a mamãe não confia na gente. Vai ver ela acha que você vai acabar explodindo a escola como acha que eu vou fugir com a motocicleta...

-Mas e se eu prometer que não vou explodir a escola? –perguntou ela.

-Tiago, está vendo o que você está fazendo? –perguntou a mãe zangada. Depois, voltou-se para a filha e disse num tom muito gentil: -Lilí, a mamãe tem certeza que você não vai explodir a escola, mas acontece que são as leis...

 Lilí murmurou alguma coisa como “Tiago está certo” e voltou a olhar pela janela. Gina lançou outro olhar furioso ao filho mais velho e mudou de assunto:

-Alvo, está tudo bem? Você está com uma carinha péssima, filho...

-É, Al, se anima! –disse Tiago, dando um soco de leve no ombro do irmão. –Daqui a um ano estaremos voltando para Hogwarts com notícias quentinhas sobre a nossa nova casa em Godric’s Hollow!

Gina virou-se completamente no banco para olhar diretamente para o filho.

-E quem é que falou em Casa em Godric’s Hollow, mocinho? –perguntou.

Tiago olhou para Alvo e o beliscou.

-Ai! Eu... Ah, nós... Nós só... –tentou Alvo, mas era um péssimo mentiroso.

-Intuição. –disse Tiago, e fez um gesto com a mão como se quisesse abanar as palavras de Alvo para longe.

-Pois para mim está parecendo que você andou perambulando pela casa...

-A senhora tem provas?

Gina apertou os olhos, mas depois se virou e começou a conversar sobre Draco. Alvo, é claro, não perdeu a oportunidade de contar tudo sobre o professor que ele tanto detestava. Tiago também falava algumas coisas, embora Alvo suspeitasse que estivesse inventando, mas não iria ousar contrapô-lo, afinal, quanto pior o professor fizesse, melhor seria.

A estação estava cercada de neve. Harry foi pegar os carrinhos enquanto Gina seguia com os filhos para a passagem. Esperaram até ficar um pouco vazia, depois atravessaram, um por um.

A fumaça da grande locomotiva vermelha ia se espalhando pela plataforma nove e meia. A placa que informava a hora da partida do Expresso de Hogwarts já sumira no nevoeiro. Fazia muito frio ali.

Estava cheio de alunos que iam e viam, gritavam, se abraçavam, trocavam presentes de Natal atrasado, todos os alunos eufóricos, e havia também crianças que, como Lilí, choramingavam tentando convencer os pais a deixa-los embarcar também.

Eles andaram um pouco, Gina fez questão de arrasta-los para frente o mais rápido possível quando ouviu um tagarelar francês. Alvo também correu para acompanhar a mãe, não fazia muita questão de ver Dominique.

Eles logo encontraram a família Weasley. Tia Hermione verificava a mala de Rosa, a menina contava em voz alta o que era para ser levado para a mãe. Tio Rony abraçava o filho meio choroso que parecia estar sofrendo um conflito interior entre bravo e triste.

-Já é a quarta vez... –fungava ele.

-Eu sei, Hugo, não vai demorar muito e... –consolava-o Rony, passando a mão por seus cabelos.

-VOCÊ VAI! –berrou o ruivinho, irritado, as lágrimas caindo. –V-Você já estudou, m-mas est-tá indo novamente! Todos vão, m-menos eu!

Rony abriu a boca para dizer alguma coisa, mas aparentemente não encontrou nada que fosse consolar o filho, então voltou a afagar seus cabelos.

-Não chore, Hugo. –disse Lilí, e saiu correndo em direção ao primo. –Papai também não quis me levar.

Hugo virou-se rapidamente, secou os olhos e deu um pequeno sorriso a ruivinha.

-Mamãe, Hugo e eu podemos apenas passear no trem? –perguntou ela.

Gina lançou um olhar a Harry depois ao relógio.

-Ah, Lilí, eu não sei, você pode acabar se perdendo...

-Está vendo, ela não confia mais nos próprios filhos... –atiçou Tiago, maldoso.

-Não, não é isso, filha! –disse Gina, lançando um olhar zangado ao filho. –Eu, eh... Bem, hum... Tiago, acompanhe sua irmã e seu primo.

-O quê? –exclamou o garoto. –Não, não, mãe, eu preciso ir lá, sabe, tenho que falar umas coisas com o Matt e...

-Estou te dando uma prova de que confio em você, agora vai, vai. –mandou a mãe.

Tiago, contra a vontade, seguiu para o trem com Lilí e Hugo, os dois muito sorridentes.

Alvo foi ajudar o pai a guardar os malões.

-Olá! –cumprimentou Lotho, que viera correndo. –Eu non pude irr passarr o Natal em sua case.

-Hum... Lamento. –disse Alvo.

Lotho estudou-o por um momento e depois seu olhar recaiu sobre Harry.

-Oi, Lotho, como vai? –perguntou, mas o garoto apenas lhe deu um sorrisinho. Voltou sua atenção para Alvo. –Ganhou algo nove de Natal?

Alvo o encarou. Lotho geralmente não lhe perguntava coisas assim, vivia falando de sua cicatriz, de seu poder, de como derrotara Bob Rondres, era até estranho vê-lo fazendo esse tipo de pergunta.

-Eu... Eh, ganhei muitas coisas... –respondeu, lembrando-se que a avó praticamente lhe obrigara a aceitar o suéter de Natal (“É uma tradição dos Weasley!”, dizia ela), embora ele ficasse meio temeroso de usar, Tiago lhe dissera que ele seria motivo de chacota se aparecesse vestindo aquilo. Mas ele sentiu-se um pouco melhor quando a avó mandou ele entregar outro para Carlos (“Ah, Carlos é da família! Vocês são tão amigos... Mande esse para ele”).

Lotho já ia abrir a boca para falar, mas Alvo realmente não estava com humor para aguentar mais perguntas como “e você não faz ideia de como não morreu?”, então simplesmente lhe deu as costas.

-Parece que o Malfoy está se divertindo, não é? –comentou Rosa, apontando com um dedo para às costas. Scorpius Malfoy estava intimidando Max Connó. –Me pergunto onde estão os pais dele...

Alvo deu apenas uma olhadinha. Não que não estivesse com raiva, acontece que ele via a hora da partida se aproximar enquanto ele sofria um conflito interior entre contar e não contar para o pai o que estava sentindo.

Somente quando o apito soou, foi que Alvo criou coragem o suficiente para chegar até o pai, que estava se despedindo da esposa.

-Eh, pai... Será que... Podemos conversar? –perguntou, meio nervoso.

-Não pode ser outra hora? Al, já vamos embarcar...

-É meio que... Importante. –disse ele, ciente de que Rosa o observava. Por sorte, a prima seguiu para o trem o deixando a sós com o pai. Harry olhou para os lados e o levou para um canto mais afastado.

-E então?

-Bem, é que... Eu fiquei meio, sabe, decepcionado, achei... Que... Hum... Talvez pudéssemos trazer seus pais de volta e... Sabe, sermos uma família completa...

-Ah, entendi... –disse Harry e, para sua surpresa, ele sorriu. –Filho, eu entendo você... Realmente entendo, já senti a mesma coisa. Mas, agora eu vou te contar um segredo que o meu padrinho me contou. As pessoas que amamos nunca nos deixam realmente, e você pode sempre encontra-las... Bem aqui... –e encostou a mão em seu coração.

Alvo sorriu, mas depois abaixou o rosto.

-O que mais está te incomodando?

Ele olhou para os lados, por alguma razão teve a sensação de que Tiago apareceria ali a qualquer instante e o chamaria de bebê chorão.

-É que... Eu nunca pensei realmente sobre... Você sabe... –ele apontou ligeiramente para a cicatriz. –E, bem... Acho... Tenho medo que... Que eu talvez... Eh, seja... Seja uma Horcrux.

Ele olhou ligeiramente para o pai esperando que esse desse uma gargalhada, mas assim como Rosa, ele continuou sério. Por mais que as pessoas o confortassem dizendo que ele não era uma, aquela dúvida não queria calar. Afinal, não era de uma coisa qualquer que ele estava falando, era de uma Horcrux.

-Alvo... Você não é uma Horcrux. Você tem vislumbres da mente de Bob Rondres? Consegue sentir o que ele está sentindo? Tem sonhos esquisitos que mostram onde ele está? Então você não é uma Horcrux.

-Mas digamos que eu... –começou ele, mas o pai interrompeu.

-Então eu saberia. –respondeu firmemente. –E não se preocupe, você estará seguro. Porque não descansarei até que Bob Rondres esteja trancafiado em uma sela de Azkaban. Ele não te fará nenhum mal, filho.

E os dois se abraçaram. O trem já estava começando a andar quando os dois saíram correndo e entraram na grande locomotiva. Harry foi para o vagão dos Aurores enquanto Alvo seguia para o dos alunos.

O garoto sorriu ao lembrar-se que há quase dois anos atrás, quando ele estava embarcando no Expresso de Hogwarts pela primeira vez, confessou ao pai todo o medo que estava sentindo, exatamente como fizera hoje. Talvez Tiago estivesse certo, talvez ele fosse e sempre ia ser um medroso.

Encontrou a cabine, que sempre ficava com os amigos, completamente lotada. Annie e Clarissa trocavam presentes de trouxas enquanto Dennis analisava o pequeno abajur que Annie ganhara. Jordan Telfis e Clívon Ridflan estavam muitíssimo animados falando sobre os esportes de trouxas e de bruxos. Rosa era a única que estava quieta, sentada muito reta lendo um livro.

A algazarra era tanta que Alvo entrou despercebido. Sentou-se ao lado de Rosa e a prima sacudiu a cabeça irritada em direção aos amigos, depois voltou a ler.

-Ah! Oi, Alvo! Não tinha te visto. –cumprimentou Carlos. –Ganhou muitos presentes?

-Um pouco. A propósito... –ele tirou da mala o suéter que a avó fizera. Era verde e tinha um “C” bordado. –Minha avó mandou para você.

-Puxa, Al... Obrigado!

Notando que a bagunça na cabine era tanta, Alvo nem se deu ao trabalho de baixar a voz. Contou a Carlos tudo o que acontecera na noite de véspera de Natal. O queixo do garoto caiu quando ele terminou:

-Nossa! Mas... Então o Fred estava com... –ele baixou a voz. –A Pedra da Ressurreição?

-É o que parece... –confirmou Alvo. –Mas não é possível...

-É, é sim! –respondeu Rosa repentinamente.

A garota que ficara a conversa inteira lançando olhares furtivos aos garotos enquanto lia, aparentemente não se aguentara mais e fechara o livro com um forte estampido.

Rosa franziu a testa

-Eu já pensei nisso, e depois que tio Harry usou a Pedra...

-Seu pai teve a Pedra da Ressurreição? –exclamou Carlos.

-Bom, sim... –respondeu Alvo um pouco sem graça.

-Eu achei que não fosse verdade... –disse Carlos fascinado.

-Meu pai não costuma mentir... –respondeu Alvo em tom de desculpa.

-Não, não! Quer dizer, é um mito, as pessoas dizem que foi com ela que ele conseguiu sobreviver.

-Na verdade... –contrapôs Alvo, mas Rosa o cortou.

-O que importa é que depois de usá-la, seu pai jogou-a no chão da Floresta Proibida. E o Fred estava cumprindo detenção lá!

Carlos parecia convencido, mas Alvo ainda não.

-Mas isso foi há anos. Estaria enterrada e...

-Estamos falando do Fred, Al! –teimou Rosa.

Após passar boa parte da viagem pensando em argumentos para a teoria de Rosa, Alvo só desistiu quando começou a ficar com fome e achou melhor ceder a prima por um tempo até que encontrasse outra teoria que não fosse “foi há anos”.

A viagem foi bem agradável, talvez porque Alvo estivesse mais tranquilo depois da conversa com o pai, mas o garoto nem se importou quando o irmão o arrastou para o vagão da Sonserina para fazer uma pegadinha com Scorpius, mas Tiago se embananou quando viu Amy Anderson passando por lá, junto de Louis Weasley.

-Ah, eh, Amy... O que... O que você está fazendo por aqui?

Amy esperou um pouco, aparentemente pensando se devia ou não dar uma resposta a Tiago.

-Estou acompanhando o Louis. –respondeu, finalmente, dando um olhar desprezível aos cabelos de Tiago. O garoto, nervoso, já começara a despenteá-los.

-E desde quando ele precisa de companhia? –perguntou Tiago. –Não sabia que você era tão retardado à ponto de não achar sua irmã sozinho.

Louis se adiantou tão rapidamente que Alvo já preparou a varinha, mas não foi preciso usá-la.

Tiago nem ao menos se mexera, ficou observando com um sorrisinho maldoso quando Louis ficou parado com o punho erguido.

-Deixa, Louis... –disse Amy, abaixando o punho do amigo. Os dois já estavam saindo quando a garota voltou e deu um largo sorriso a Alvo.

Tiago ficou olhando perplexo para aquela cena.

-Como...? Mas... Ela... Ela...

-Desculpe. –murmurou Alvo depressa.

Tiago abriu a boca várias vezes antes de falar:

-Só porque você é filho do Harry Potter! –retrucou.

-Mas... Tiago, você... Você também é... Filho do Harry Potter, sabe. –disse Matt cauteloso.

-Mas parece que para ela isso não faz diferença, não é?

Fred, que ficara sabendo da história com Amy, não perdera a oportunidade de rir de Tiago. Aliás, o garoto ficara tão abalado com o que houvera, que até desistira de pregar uma peça nos sonserinos (“perdi o apetite”, respondeu quando lhe perguntaram).

Alvo deu uma passadinha pela cabine no irmão. A dele não era muito diferente da sua. Daniella e Matt estavam tendo uma discussão; Tiago Suzanna e Fred planejavam coisas para fazerem com os sonserinos um dia antes de terminarem a escola (assim não havia perigo de serem expulsos); e Alice lia O Pasquim, usando espectrocs e com a varinha atrás da orelha.

Lá pelo fim da tarde, eles trocaram de roupa e foram saindo. Como já era de costume, Scorpius apareceu por lá, ladeado por Marcel e Valéria Jofrey.

-Bem que eu senti um cheiro ruim. –disse, olhando para dentro da cabine. –Mas deve ter vindo da Weasley. Esses mestiços Traidores do Sangue...

Alvo sentiu o sangue subir à cabeça, mas Rosa simplesmente ignorou o garoto, embora ele pudesse jurar que vira a prima levar a mão à varinha.

Eles seguiram o caminho para as carruagens, mas tiveram uma surpresa quando chegaram: Tiago e os outros de sua cabine estavam parados observando Fred. O garoto olhava atentamente para onde devia estar o testrálio.

-Que bichos estranhos. –comentou. –Achei que as carruagens andavam sozinhas...

-Você pode vê-lo? –perguntou Tiago.

Alvo olhou para Rosa. A prima tinha a testa franzida ao que Alvo associava à expressão de quem tem uma boa explicação para aquilo.

Depois de Fred ter se convencido de que somente bruxos poderosos podiam ver testrálios, Tiago e os outros entraram na carruagem, Alvo e seus amigos foram na próxima.

Embora todos estivessem muito eufóricos dando sugestões que explicassem o que fizera Fred ver os testrálios (“E por que nós não podemos ver?”, perguntaram Annie e Clarissa.), Rosa não ousou abrir a boca.

-E você sabe o que houve? –perguntou Carlos ansioso.

-Sim. –respondeu Rosa com simplicidade.

-E então? –perguntou.

-Então o quê? –perguntou Rosa distraída.

-O que aconteceu com seu primo?

-Não vou falar aqui. –respondeu a garota indicando os amigos.

Após muitos protestos de Carlos (e após ele ameaçar roubar sua sobremesa), Rosa acabou cedendo.

-A minha teoria é que, quando tio Fred se uniu a ele, acabou fazendo parte dele. É como se agora, ele vivesse no Fred II.

-Isso é... Sinistro. –disse Carlos assombrado. Alvo teve que concordar com ele.

Era realmente estranho, mas ao mesmo tempo uma coisa tão normal. Como se pessoas que já morreram voltassem normalmente e se unissem aos sobrinhos todos os dias.

-Mas... Isso não explica nada. –disse Carlos, depois de ficar olhando para um ponto fixo pensando.

-Claro que explica! –retrucou Rosa, impaciente, arrancando a torta de maçã das mãos de Carlos. –Tio Fred participou da Última Batalha, é claro que viu muitas pessoas morrendo. E, consequentemente, Fred pode ver testrálios, mesmo não sabendo o por quê.

Alvo sentiu-se muito grato de não ter sido nele que tio Fred tivesse “entrado”, pois não gostaria nada de ver testrálios, mesmo que seu pai os descrevessem como criaturas meigas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Vocês têm uma teoria melhor que a Rosa?? E vocês, teriam gostado de ter visto o testrálio?? Eu sempre quis ver um, e olha que eu morro de medo de cavalo, imagina de testrálio, mas ok kkkkkkkkkkk
Me deixem reviews e não esqueçam de passar na fanfic da Anna!
Bjs,
Amandinha Weasley *--*