Alvo Potter E A Pedra Do Segundo Irmão escrita por Amanda Rocha


Capítulo 14
O conto e a moto


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO SURPRESA!!!!!!!!!!!!!!!!! Aeeeeeeeeeeeeeeee, podem soltar fogos de artifício já...Então, sem mais delongas, Let's Read *--*



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Às duas horas da tarde do outro dia, Alvo estava parado em frente à porta d’A Toca. Tiago, Rosa, Hugo e Lilí estavam enfileirados com eles, cumprimentando os outros Weasley que chegavam para passar o Natal na casa.

–Odeio quando passamos o Natal aqui. –resmungou Tiago, após cumprimentar tia Audrey, Percy, Lucy e Molly II. –Vovó sempre nos faz cumprimentar as pessoas na porta de casa. Ela pensa que somos recepcionistas. Ah, oi, tio Gui! Tia Fleur, mademoiselle! Victoire, como vai? Teddy está lá dentro, oi Louis amigão! Espero que tenha melhorado daquelas frutas, sabe, foi sem querer...

Louis deu um sorrisinho amarelo, mas não foi o único. Tia Fleur e Dominique mal sorriram para eles, a garota deu até um muxoxo ao passar por Rosa, que olhou incrédula para Alvo.

–Essa garota está pedindo...

Mas Alvo não respondeu. Estava meio aéreo. Ainda pensava no que ouvira os pais dizendo, embora se esforçasse para não demonstrar ao irmão.

Quando todos os convidados chegaram, a Sra. Weasley pediu para que os garotos desgnomizassem o jardim.

–De novo? –exclamou Tiago.

–Como assim de novo? –perguntou a Sra. Weasley. –E além do mais, tem visitas!

E a avó deu às costas ao garoto, que encarando um gnomo, disse:

–Aposto minha Firebolt como as visitas não iam nem reparar que tem gnomos no jardim. – e saiu andando calmamente até o gnomo. Os dois se encararam por um tempo, e então, muito repentinamente, Tiago o agarrou pelos pés. O pequeno animalzinho se debatia e xingava Tiago em altos palavrões, Hugo riu e Lilí bateu palmas quando o irmão o arremessou à quinze metros de distância. –Isso é para você aprender a não se meter com o Tiago Sirius aqui!

Alvo, um pouco desanimado, foi ajudar a desgnomizar o jardim. Realmente não tinha jeito com essas coisas, os gnomos não o respeitavam.

–Cai fora, nanico! –xingou um, e, lhe dando uma mordida, pulou e voltou para os arbustos.

Alvo bufou e sentiu-se mal ao ver que até Rosa que era menina conseguia desgnomizar o jardim melhor que ele. Hugo e Lilí também faziam a tarefa com facilidade, parecia que era uma brincadeira. Alvo sentiu um pouco de inveja dos dois, não tinham preocupações com um assassino...

–Está tudo bem, Al? –perguntou Rosa a ele, enquanto Tiago ensinava Hugo a lançar os gnomos mais longe.

–Ótimo. Estou ótimo. –respondeu ele, os olhos grudados no dedo sangrando, decidido a não falar a verdade à garota.

–Não, não está. –retorquiu a prima. Alvo teve vontade de lhe responder “então por que perguntou se já sabia?”, mas depois viu que seria muito grosseiro. –Alvo, há dias que você tem estado estranho. Mais mal-humorado, desanimado. Achei que fosse só o medo da expulsão, mas não é. Escuta, se você está novamente encucado com aquela história de não pertencer a Grifinória, saiba que isso é muito idiota porque...

–E se eu for uma Horcrux? –as palavras escaparam de sua boca tão rápido que ele nem percebeu. Abaixou a cabeça e tornou a dar atenção ao dedo.

–E se você for uma o quê? –perguntou Rosa.

Ele fitou-a e depois sacudiu a cabeça. Ela não precisava saber de seus medos idiotas, talvez ficasse achando que ele era mesmo um covarde, ele não a culparia se estivesse.

–Não é nada. –disse, sorrindo. –Essas plantas são realmente legais, não? Elas são...

–Alvo...

–... Bem coloridas e...

–Alvo dá para você me...

–... Também tem um perfume legal, veja. Ficariam boas se...

–ALVO POTTER, TRATE DE ME RESPONDER! –berrou a garota. Alvo encarou-a assustado. Aparentemente, nem ela planejara gritar, pois corou um pouco antes de falar. –O que foi que você disse?

–Que as plantas são... –mas parou ao ver o olhar irritado de Rosa. Respirou fundo e falou: - Você acha que eu possa ser... Uma Horcrux?

A prima o encarou com as sobrancelhas erguidas. Alvo achou que ela iria rir dele, mas ela continuou tão séria quanto estava.

–Impossível. –Alvo olhou-a espantado. Esperava um “talvez” ou “sim, pode ser que seja” pela cara séria que ela fizera. –Quando Voldemort deixou a Horcrux em seu pai, ele foi... Foi reduzido a nada, era uma espécie de fantasma, não tinha corpo, precisava possuir o de outras pessoas para sobreviver. Bob Rondres, porém, quando... Você sabe... Ficou apenas inconsciente, e você... Bem, não sente nada de diferente, não é? Sua cicatriz não dói, dói? Seu pai sentia a dele formigar seguidamente, ele podia sentir os sentimentos de Voldemort.

Os dois se fitaram por um tempo. Alvo concordou com a prima e sorriu. Aquilo era verdade, e sentiu-se novamente feliz por saber disso. Ele não era uma Horcrux! Não precisaria morrer! Bom, lutando com um bruxo que com quinze anos já exterminara uma família de trouxas completa, as chances de viver eram poucas, mas só o fato de ele não ser uma Horcrux, já o confortava... Ainda mais ouvindo isso de Rosa.

Após desgnomizarem o jardim, e, antes que a Sra. Weasley pudesse trazê-los a força para dentro de casa para ajuda-la a preparar a ceia (o que na verdade era só uma desculpa para ela perguntar-lhes tudo sobre Hogwarts, já que não gostava muito que mexessem com sua culinária) e montar a árvore de Natal, Tiago conseguiu escapulir dando uma desculpa:

–Ah, sim, vovó, mas... Eh, a árvore precisa de um, eh... Algumas flores, não acha? É, eu vou dar um passeio pelo jardim e pegar umas...

Alvo, sem saber como isso aconteceu, conseguiu sair com Rosa dando a mesma desculpa. A Sra. Weasley costumava dizer que o motivo pelo qual Alvo era tão pequeno, era pela falta de exercício, então vivia o mandando ajudar nas tarefas domésticas e, para ser mais justa, fazia Rosa e Tiago ajudarem também.

Correram pelo jardim atrás de Tiago e descobriram que o garoto desviara seu caminho para um certo porão onde havia uma moto...

–... Alorromora! –dizia Tiago, a varinha apontada para a fechadura. -Não, não, ele deve ter trancando com outro tipo de magia.

–Você quer abrir? –perguntou Rosa.

–Na verdade, eu estava apenas admirando a beleza da porta. –respondeu ele sarcástico. –Mas se você souber como abrir, fique à vontade.

Rosa se adiantou, olhou a porta de cima a baixo. Depois, apontou a varinha para a fechadura e murmurou:

–Finite. Está vendo, não tem mistério, é só... –mas a porta não abriu. –O quê? Mas eu... Não, tem alguma coisa...

–Ah, parece que a pequena gênio tem um ponto fraco, não? –disse Tiago satisfeito. –OK, sua sabe-quase-tudo, você tem um probleminha com portas.

–Não. –respondeu Rosa, ofendida. –Não tenho um probleminha com po,rtas.

–Ah, claro que não. A porta só não se abriu por que quis fazer uma pegadinha com você, mas tenho certeza que o seu feitiço funcionaria perfeitamente se essa porta travessa não ficasse de gracinhas por aí...

–Ah, se é tão esperto, então porque não abre você? Vai lá, vai lá! –incentivou Rosa, de braços cruzados apenas observando.

–Já que a senhorita insiste. –respondeu Tiago, fazendo uma forçada reverência. Ele observou a porta e murmurou algumas coisas: -Droga, vovô nunca se esquece de trancar essa maldita porta... É, é o jeito, vai ter que ser... Afastem-se, vamos... Bomb...

– NÃO! – berrou Rosa, Tiago deu um pulo.

– O que foi? – perguntou, com a mão no coração.

– É um feitiço proibido! Não está na lista, veja. – ela puxou um pedaço de papel do bolso e apontou para os feitiços permitidos com a letra “B”.

Tiago olhou bem para a lista e depois resmungou:

– Você anda sempre com esse papel no bolso?

A prima encolheu os ombros e Tiago revirou os olhos.

– Tudo bem, vamos fazer do meu jeito, se afastem e...

Mal Rosa e Alvo recuaram dois passos e o garoto se atirara contra a porta. Pedaços de madeira voaram para tudo que foi lado, e Tiago – após levantar-se meio vacilante - olhou convencido para Rosa:

–Acho que o sabichão aqui merece um parabéns, não Rosinha? – disse, massageando o ombro direito.

–E por que é que você arrombou antes? Tenta entrar nesse porão há anos, como foi que nunca pensou nisso? –perguntou ela, determinada a achar algo para criticá-lo.

–Como se o vovô não estivesse de olho em mim o tempo todo... –resmungou Tiago, entrando.

Havia vários objetos de trouxas na sala, uma coleção de tomadas, um abajur, um ventilador, um videogame, uma pequena piscina inflável rasgada para crianças e muitos outros. Alvo só os reconhecia porque estudara até os dez anos em escolas de trouxas. Mas de todos os objetos naquela sala, indiscutivelmente, o que mais chamava atenção era o veículo bem no centro. A moto de Sirius era linda. Toda preta, com um sidecar velho ao lado. Havia botões que, com certeza, fora o próprio Sr. Weasley quem adicionara à moto. Tiago a olhava e deslizava os dedos pelo guidão como se nunca tivesse visto uma moto antes. Os olhos brilhando.

–Ela é incrível. –elogiou Alvo, observando.

–Ela é perfeita. –sussurrou Tiago. –Sirius era um gênio! Uma moto... Esses trouxas inventam coisas bem legais...

–Como eu não pensei nisso? –perguntou Rosa.

–Eu sei. –concordou Tiago, os olhos fixos na moto. –Eu devia ter pedido ela de Natal ao papai...

–Não, não estou falando disso. –disse Rosa, apontando com a cabeça para a moto. Ela observava uma cadeira que fora atirada para dentro do porão quando a porta se arrebentara. –Olhem isso!

Alvo viu o irmão olhar bem para a cadeira depois erguer a sobrancelha.

–Uma cadeira? –perguntou ele. –Nossa! Assim você vai ficar famosa mais cedo do que esperava! Espera. Eu vou chamar o pessoal do Profeta Diário, imagine só quando eles souberem que você achou uma cadeira!

–Você não entendeu, não é? –perguntou ela, um quê de raiva e impaciência em sua voz. –Ela estava bloqueando a porta. Eu deveria saber, os trouxas usam muito esse truque. Típico do vovô. Sabe o que isso significa?

–Que eu acabei de perder cinco minutos do meu valioso tempo para você me contar sobre uma cadeira? –sugeriu Tiago.

Não. –respondeu Rosa, ríspida. –Quer dizer que eu continuo sendo uma sabe-tudo, o meu feitiço não deu certo porque foi fraco, mas porque a porta não estava trancada com uma fechadura.

–Rosa, Rosa... –disse Tiago, os olhos revirando. –Você tem que relaxar, garota! É um gênio, e eu estava te zoando.

–Ah... Tá... Obrigada! –agradeceu Rosa, embora agora seu tom parecia bem mais descontraído.

Tiago voltou a examinar a moto junto com Alvo.

–É realmente um feito que eu consiga entrar aqui. –comentava o garoto, os olhos esquadrinhando cada centímetro da moto. –Ainda bem que vovó não ouviu nada. Se ela nos visse aqui iria...

–Ficar muito zangada. –completou a Sra. Weasley, que se achava parada em frente a eles, as mãos na cintura, o pé batendo no chão. –Colhendo flores, não é? Tiago Sirius, você sabe muito bem que está proibido de entrar neste porão...

–Por quê? –perguntou Tiago. –Vocês acham que eu vou pegar a moto e sair voando pela cidade?

–Exatamente! –disse a avó, apontado o dedo para o neto. Alvo e Rosa tentavam ser o menos perceptível possível. –Já cometemos o mesmo erro com o antigo Ford Anglia azul, mas Arthur já está sabendo do perigo, me garantiu que deixaria esta moto muitíssimo bem guardada!

Ela olhou de Tiago para Alvo, e deste para Rosa, aparentemente esperando uma resposta, mas nenhum deles respondeu.

–Muito bem. –disse ela. –Os três, venham me ajudar com a ceia.

Alvo seguiu Tiago e jurou ter ouvido algo como “eu devia ter fugido com a moto enquanto havia tempo...” do irmão.

A Toca estava cheia. Os tios estavam espelhados pela Casa, as crianças correndo. Tio Rony, tio Harry, Lilí e Hugo conversavam sobre Quadribol:

–O Chudley Cannons está em desvantagem. –disse Hugo para o pai, que parecia se recusar a aceitar este fato. –Não há como negar, pai. O próximo jogo deles será contra um time da Bulgária, saiu no Profeta que eles têm um jogador ótimo, Ivan Krum, irmão de um Vítor Krum, já ouvi falar, pai? Dizem que ele era um ótimo jogador!

–Já, já ouvi falar, sim. –disse Rony de cara fechada. –E posso lhe garantir que não era tudo isso que dizem. –Harry riu, Alvo também.

Tiago deu um meio sorriso, mas a avó já lhe puxou imediatamente para a cozinha. Gina, tia Hermione, tia Fleur e sua irmã, Gabrielle (que viera junto com o marido e o filho passar o Natal, para o profundo desgosto de Gina) e Fred já estavam ajudando.

–Ah, sim! Lotho fale muite de seus filhes Gina! Foi uma pene que não pôde virr... –comentava Gabrielle, enquanto mexia um ensopando na panela. –Ele contou que o mais velhe, Tiagó, quase foi expulse, eles invadirram algum lugarr, cerrte?

–É, talvez, mas acho que não foi bem assim, sabe. –disse Gina, tentando não deixar a coisa tão pesada. –Não chegaram a invadir, só... Você sabe, entraram para... Dar uma olhada... Coisa de criança...

–Em Durrmstrrang nóss non aceitamos esse tipe de comporrtamente, Tiagó serria expulso se fosse de lá, com cerrteze ia.

Alvo viu Gina corar violentamente. A Sra. Weasley também deu uma risadinha sem graça e mudou de assunto:

–Então, meninos, me contem o que mais houve em Hogwarts? –perguntou a avó, lançando um olhar a Tiago avisando para ele não falar nenhum podre seu, mas o menino entendera isso errado, pois já começou falando do que fizera a Louis:

–Ah, teve muitas coisas. Nós nos divertimos muito. É legal, fazemos Feitiços, ah, e falando em Feitiços, seu filho, tia Fleur, foi atingindo por uma fruta...

–Sim, ele me falou que você atirou nele. –respondeu Fleur, seca, encarando Gina. A mãe dos meninos, porém, não ficara sabendo dessa história.

–Como é que é? Tiago você...?

–Não foi de propósito, é claro. –disse ele, embora de uma maneira pouquíssimo convincente. –Mas ele ficou bem mal, fiquei sabendo que aquelas frutas eram perigosas...

Gina corava ainda mais com o que o filho dizia, Tiago, porém, achava graça.

–Ah, é. E aquela Amy ainda quis te dar sermão, você não achou chato? –perguntou Rosa, querendo se vingar. Tiago olhou bravo para ela.

–Amy? Quem é Amy, filho? –perguntou Gina, querendo desviar o assunto.

–Tiago gosta dela. –disse Alvo, sorrindo.

–Até tu, Brutus? –perguntou Tiago incrédulo. Ele olhou para os lados, na esperança de que alguém falasse alguma coisa, mas todos olhavam para ele. –Não é ninguém. É só uma menina da Corvinal, ela...

–Ah, qual é todo o nome dela? Talvez eu tenha estudado com os pais dela? –perguntou Gina, querendo manter o assunto bem longe das estripulias de Tiago...

–Ah, é... Amy Chang Anderson... A senhora conhece? –perguntou Tiago, quando a expressão da mãe mudou repentinamente.

–Ah, é... Conheço. –disse Gina ríspida. –Infelizmente não podemos mudar certas coisas em nosso passado. –e deu um longo suspiro.

Alvo forçou na memória, e podia jurar que já ouvira o pai falar de uma namorada que tivera, uma Cho Chang...

Ele não gostava muito de ajudar na cozinha. Não levava muito jeito, aliás, eram poucas as coisas em que ele realmente tinha jeito para fazer. Ser um bom artilheiro, era uma dessas... Ainda bem que tinha Tiago para descontrair. Ele e Fred eram risadas na certa, era impossível achar algo que os dois não pudessem transformassem em uma coisa cômica.

Tentando manter os garotos ocupados, a Sra. Weasley praticamente os obrigou a irem para a sala na Hora das Histórias, onde as crianças escolhiam a dedo que história queriam.

–Eu prefiro saber o que aconteceu no Torneio Tribruxo! –protestou Molly II.

–Não, não, minha mãe já me contou essa. –disse Roxanne. –Conte uma de Beedle, o Bardo, tia Hermione!

–Ei, ei! –exclamou Hugo, levantando-se repentinamente. –A mãe é minha! Eu escolho! Mamãe, leia o Conto dos Três Irmãos.

Tiago, emburrado, sentou-se ao lado de Fred e Lucy e murmurou algo como “e eu podia estar vendo a moto...”. Tia Hermione, com os muitos pedidos, pegou seu livro e começou a ler:

“Era uma vez três irmãos que caminhavam por uma estrada solitária e sinuosa ao crepúsculo, a certa altura, os irmãos chegaram a um rio demasiado fundo para passar a pé e demasiado perigoso para atravessar a nado. Contudo, esses irmãos eram exímios em artes magicas, por isso limitaram-se a agitar as varinhas e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Iam a meio desta quando encontraram o caminho bloqueado por uma figura encapuzada...”

–E eles se intimidaram com uma figura encapuzada? Eles estavam com uma varinha, o que tinham a temer? –perguntou Tiago.

Tia Hermione olhou-o séria. Rosa, querendo compensar a detenção, tratou de acrescentar:

–Não é assim. É preciso mais cautela, você não sabia de quem se tratava, podia ser alguém mais poderoso. E, por favor, não atrapalhe a história.

–E a Morte falou-lhes. –seguiu tia Hermione. -Estava zangada por ter sido defraudada em três novas vítimas, pois normalmente os viajantes afogavam-se no rio. Mas a Morte era astuta.
“Fingiu felicitar os três irmãos pela sua magia e disse que cada um deles havia ganho um prêmio por ter sido suficientemente esperto para a evitar. E assim, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu...

–Espera, como assim pediu? –dessa vez fora Fred quem interrompera. –Eles são idiotas ou o quê?

Alguns riram. Rosa olhou-o incrédula.

–Ele está certo. –defendeu Tiago. –Você disse que precisavam ter cautela, como vai se aceitando uma coisa de um desconhecido?

–Acontece, -Rosa retomou. –que você não pode dizer “não quero isso!” na cara da Morte, não é?

Tia Hermione, dando um sorrisinho, retomou:

–... Pediu uma varinha mais poderosa que todas as que existissem: uma varinha que vencera a Morte! Portanto a Morte foi até um velho sabugueiro na margem do rio, moldou uma varinha de um ramo tombado e deu-a ao irmão mais velho.

“Depois, o segundo irmão, que era um homem arrogante, decidiu que queria humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de trazer outros de volta da Morte. Então a Morte pegou numa pedra da margem do rio e deu-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra teria o poder de fazer regressar os mortos.”

–Uma pedra do rio? –interrompeu Tiago. –Com o poder de trazer as pessoas do além? Ah, fala sério! Eu posso pegar qualquer pedra pela rua e dizer a mesma coisa...

“E depois a Morte perguntou ao terceiro irmão, o mais jovem, do que gostaria. O irmão mais novo era o mais humilde e também o mais sensato dos irmãos, e não confiava na Morte. Por isso, pediu qualquer coisa que lhe permitisse sair daquele local sem ser seguido pela Morte. E esta, muito contrariada, entregou-lhe o seu próprio Manto de Invisibilidade. Depois a Morte afastou-se e permitiu que os três irmãos prosseguissem o seu caminho, e eles assim fizeram, falando com espanto a aventura que tinham vivido, e admirando os presentes da Morte.”

“A seu tempo, os irmãos separaram-se, seguindo cada um o seu destino. O primeiro irmão continuou a viajar durante uma semana ou mais e, ao chegar a uma vila distante, foi procurar um outro feiticeiro com quem tinha desavenças. Naturalmente, com a Varinha do Sabugueiro como arma, não podia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Abandonando o inimigo morto estendido no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estalagem onde se gabou, alto e bom som, da poderosa varinha que arrancara à própria Morte, e que o tornava invencível. Nessa mesma noite, outro feiticeiro aproximou-se silenciosamente do irmão mais velho, que se achava estendido na sua cama, encharcando em vinho. O ladrão roubou a varinha e, à cautela, cortou o pescoço ao irmão mais velho. Assim a Morte levou consigo o irmão mais velho.”

“Entretanto, o segundo irmão viajara para sua casa, onde vivia sozinho. Aí, pegou na pedra que tinha o poder de fazer regressar os mortos, e fê-la girar três vezes na mão. Para seu espanto e satisfação, a figura da rapariga que em tempos esperava desposar, antes da sua morte prematura, apareceu imediatamente diante dele. No entanto, ela estava triste e fria, separada dele como que por um véu. Embora tivesse voltado ao mundo mortal, não pertencia verdadeiramente ali, e sofria. Por fim o segundo irmão louco de saudades não mitigadas, suicidou-se para se juntar verdadeiramente com ela. E assim a Morte levou consigo o segundo irmão.”

“Mas embora procurasse durante muitos anos o terceiro irmão, a Morte nunca conseguiu encontra-lo. Só ao atingir uma idade provecta é que o irmão mais novo tirou finalmente o manto de invisibilidade e deu ao seu filho. E então acolheu a Morte como uma velha amiga, e foi com ela satisfeito e, como iguais, abandonaram esta vida.”.

Terminou a história, e, por um breve instante, todas as crianças ficaram paradas olhando para um ponto fixo. Passado pouco mais de cinco segundos, a discussão começou:

–Mas ele morreu? –perguntou Lucy.

–Não, não, - negou Fred, num tom muito gentil e sarcástico. -ele seguiu a Morte, mas tenho certeza que eles foram apenas tomar chá.


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Notas finais do capítulo

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, foram tomar chá kkkkkkkkkkkkkkkIgnorem esse meu ataque de risos, mas é que eu achei muito engraçado, ok? Do you like? Because I like, so give me reviews!!! E só digo uma coisa pra vocês: o próximo capítulo vai ser de matar...