Alvo Potter E A Pedra Do Segundo Irmão escrita por Amanda Rocha


Capítulo 11
Brincadeiras de Dia das Bruxas


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoinhas!! Surpresa: resolvi postar o capítulo hoje (jura?) porque provavelmente não vai dar pra postar amanhã e eu não deixaria vocês esperando até segunda, e também porque eu consegui fazer a Poção Polissuco no Pottermore e fiquei muuuito feliz!! Aeeeeeee, parabéns pra mim! Sério gente, tô há uns cinco meses empacada naquela parte e nunca consigo fazer aqula maldita poção... Lembram do último, né? Do Harry mais uma vez sendo um mal pai com o pobre do Tiago e estragando a felicidade dos grifinórios...



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O outubro tão esperado por muitos finalmente chegou, e com ele veio certo desejo de vingança em Tiago. O garoto ficara realmente chateado por uns dias após o jogo, mas depois do pai ter uma conversinha de apanhador para apanhador com o pai, ele decidiu que era hora de botar em ação as –tão conhecidas por Alvo- “Brincadeiras do Tiago”.

Por mais que Fred lhe dissesse que não sentia mais tanta raiva de Joshua e sua turma (o que Carlos, Alvo e Rosa concordaram que era apenas uma tentativa de fazer a raiva de Tiago passar), o garoto insistia que iria fazê-los pagar, o que, Alvo notou, deu um certo brilho nos olhos do primo, que tentou imediatamente disfarçar.

–Escuta, -dizia Fred, embora em um tom muito pouco convincente. –não precisa se vingar deles, afinal eu nem me machuquei tanto, alguns hematomas, minha barriga ainda dói, mas não foi nada...

–Não, não! –cortou-o Tiago. –Se o Joshua acha que faz gato e sapato de você e sai ileso, ele está muito enganado! Eu só preciso achar um jeito de...

E ficou parado, olhando para um ponto onde parecia ter algo muito interessante que só ele era capaz de ver.

Alvo terminou de tomar o café da manhã e meia hora depois Rosa ainda repetia sua torrada com geleia.

–Vejo que a senhorita está com o apetite aguçado ultimamente. –comentou Nick Quase-Sem-Cabeça, observando Rosa devorar ferozmente o pão, como se aquilo fosse o filme mais interessante que já vira.

Rosa, que parecia muito concentrada na tarefa de comer rapidamente o maior número de torradas possíveis, olhou desconfiada para o fantasma com a boca cheia de pão, corou um pouco e terminou de engolir, depois disse:

–Ah, é... Estou começando a achar que mamãe está certa. Estou mesmo puxando o lado comilão do meu pai, e olhe que eu não era assim antes! Mas ainda há a possibilidade de eu ser metamorfomago, como diz o Teddy... Enfim, pelo menos isso prova que realmente sou filha do meu pai, não é? –disse a garota rindo.

–Ah, pode ter certeza que é. –disse Nick, observando Rosa devorar o pão pela metade.

A garota (após a quinta torrada) parecia estar incomodando-se com o fantasma da Grifinória observando-a, pois Rosa terminou de passar a geleia no pão e olhou um pouco inquieta para Nick.

–Ah... O senhor quer alguma coisa? –perguntou ela, tentando ser gentil.

–Ah, não! –respondeu o fantasma. –Só estou olhando, não se preocupe com a minha presença!

Rosa olhou de Alvo para Carlos, e este, tentando ajudar, foi logo perguntando:

–Escuta, por que é que o senhor não pega uma fatia de pão e come também? Assim poderia manter os olhos na torrada e não...

Mas foi baixando a voz à medida que o fantasma ia enrijecendo a cara. Carlos, muito encabulado, deu um sorrisinho a Nick que não foi retribuído.

–Eu não pego uma fatia de pão para comer, - começou o fantasma com extrema rispidez. –porque certamente ela atravessaria a minha mão, não é? Sou um fantasma! Não posso comer faz mais de quatrocentos anos!

E, dando uma ajeitada na cabeça que havia caído um pouco para o lado quando ele se alterara, deu meia-volta e foi sentar-se ao lado de Dennis e Jordan.

Carlos deu um longo assovio.

–Que fantasma louco...

–Eu acho que foi muito bem feito pra você! –disse Rosa, olhando cobiçosa para um pão, que se comesse seria o seu oitavo já. –Sabe, não deve ser nada legal para alguém ver os outros comendo e não poder comer também... Eu nem quero pensar na...

JÁ SEI! –exclamou Tiago em voz alta de repente. Todos, absolutamente todos os grifinórios olharam para ele. O garoto olhou feio para os outros e chegando mais perto dos amigos, disse: -O que estão olhando? Meu papo é com esses daqui! Agora vão, vão indo!

Após os murmúrios de “e eu ainda perco tempo com isso” passarem, todos voltaram sua atenção às coisas que estavam fazendo anteriormente, Tiago aproximou-se mais, a cara quase encostando na mesa, e cochichou:

–Reunião com os Marotos, depois das aulas de hoje, nos encontramos no Saguão de Entrada.

Todos se olharam, Alice fez um barulhinho que Alvo assemelhou ao que ela fazia quando Tiago dizia uma coisa muito boba.

Apesar de recear o que ia ser dito por Tiago naquela reunião, Alvo não pode deixar de ficar feliz e ansiar para o término das aulas.

No caminho, os três foram discutindo as estatísticas do que o presidente dos Marotos iria propor-lhes esta tarde.

–Ele bem que podia fazer algo que ferrasse com toda a Sonserina, não é? –disse Carlos. –Assim o Scorpius...

–Ele é da Grifinória. –lembrou Rosa.

–Ah, é... –concordou Carlos meio desapontado. E Alvo e ele começaram a bolar coisas para vingar-se da turma de Joshua e de Scorpius, coisas tão bizarras que Rosa nem estava participando do assunto, apenas ouvia e ia andando um pouco mais a frente.

–... E colocar um Nugá Sangra-Nariz no almoço dele! –sugeriu Carlos.

–Não, não! –discordou Alvo. –Seria muito fácil. Tiago já me deu montes deles, e se você correr rápido, consegue estancar o sangramento antes que algo sério aconteça... Seria bom se usassem Vomitilhas, são bem mais úteis!

–Exatamente! –concordou Carlos, os olhos brilhando, quando Rosa virou-se abruptamente para trás fazendo os dois quase se baterem com ela.

–Pois eu acho isso tudo muita insanidade! –disse ela com um ar severo. –Tiago poderia se dar mal por isso, sabiam? E não estou falando de uma semaninha de detenções, estou falando de expulsão! Draco é da Sonserina!

Alvo e Carlos ficaram esperando que ela continuasse explicando o que tinha a ver com a história Draco ser da Sonserina, mas ela ficou os olhando e não disse nada.

–E o que tem isso? –perguntou Carlos.

–Será que vocês não entendem? Draco é da Sonserina! Chollobull é da Sonserina, os dois odeiam a gente e só querem um motivo para nos expulsar! Olha, o que acham se algum aluno da Casa de Malfoy amiguinho do seu filho fosse vítima de uma das “Brincadeiras do Tiago”? Ele faria de tudo para que Tiago fosse expulso, e iria direto com a Chollobull para reclamar! Alvo, seu irmão já está em detenção, você viu o que o Draco fez... Não vale a pena se arriscar de novo, não é?

Alvo e Carlos se entreolharam, Carlos parecia perplexo e incrédulo.

–Você está sugerindo que não façamos nada a respeito disso? –perguntou a Rosa.

–Não exatamente. –contornou a garota. –Quero dizer, talvez, mas... Bem, Fred está certo, não foi nada grave. Ele está bem. E por um lado Joshua só fez aquilo para se vingar de Tiago, a culpa é dele, não temos que estar nos arriscando por um erro dele, e...

–Você está do lado daqueles sonserinos nojentos? –indagou Carlos.

–Não! –Rosa quase gritou. –Ah, Carlos, Alvo, eu não... Eu só... Acho que não precisamos nos prejudicar pelo Tiago e...

Mas Carlos não deu ouvido a ela. Pareceu muito ofendido com o que ela dissera sobre Tiago e preferiu mudar de assunto, como se Rosa não estivesse ali.

–Então, Alvo, o que acha que iremos aprender hoje em Feitiços? –perguntou o garoto.

Alvo não soube que o que responder. Olhava de Carlos para Rosa e esta lhe dava um olhar de súplica.

–Eu, eh... Ah, hum... O que você acha, Rosa?

–Ah, eu espero que algo realmente bom. –disse Carlos rapidamente, antes que Rosa pudesse dizer alguma coisa. Os dois se olharam por algum tempo, depois Rosa saiu decidida dali e foi andar com Annie e Clarissa.

–Por que fez aquilo? –perguntou Alvo.

–Por que ela fez aquilo! –corrigiu Carlos. –Você viu, ela estava do lado do inimigo! Ela prefere que o seu irmão se ferre sozinho! Que egoísmo!

Alvo olhou para a direção em que Rosa saíra com as amigas e disse:

–Acho que ela só está com medo da bomba que Tiago soltará hoje. –respondeu Alvo, que entendia perfeitamente o que a prima estava sentindo. Não estava sendo egoísta, estava apenas tentando achar um meio de não prejudicar-se. Alvo, que passou a vida inteira sendo forçado a participar das armações do irmão, aprendera que quando se tem uma relação com -Tiago Sirius Potter, mesmo que você não tenha participado do plano mirabolante, irá sobrar para você. Por isso o garoto já não se preocupava tanto.

Mas quem não estava compreendendo Rosa nem um pouco era Carlos. O menino não falou com ela a tarde toda, a não ser para pedir que lhe alcançasse a tesoura na aula de Herbologia, o que Rosa fez sem nem olhar nos olhos do amigo.

Alvo achava isso muito irritante, mas já estava acostumado a ficar entre Rosa e alguém que a prima brigasse, como, por exemplo, Tiago, que vivia discutindo com ela. Depois de observar bem a garota, Alvo estava certo de que o problema era a teimosia e o ar mandão que sempre lhe impedia de ter uma relação instável com qualquer amigo que fosse, a não ser talvez Alvo, que era mais calmo e bem menos teimoso.

Por mais que evitassem ficar no mesmo grupo, na aula de Trato das Criaturas Mágicas, porém, a Prof.ª Dáthpick mandou que eles se juntassem para estudarem umas criaturas chamadas Oraqui-Oralá.

–Vamos, vamos, mexam-se! Aqui, vocês três, vocês aqui, Srta. Weasley, não, não, aqui com o Sr. Potter e o Sr. Cattér!

Rosa, que já ia ir formar um grupo com Annie e Clarissa, foi forçada a voltar e ficar do lado de Carlos. A professora foi passando e distribuindo uma bola de pelos azuis e muito fofos.

Após toda a turma receber a sua bolinha de pelos, a professora se adiantou e começou a falar:

–Alguém chuta que criatura temos aqui?

–É uma criatura? –perguntou Dennis.

–Sim, Sr. Finnigan, é uma criatura. Alguém pode me dizer qual? –perguntou a professora.

–É um Oraqui-Oralá, professora. –disse Rosa. Carlos murmurou algo que parecia com “sempre sabe”. –São conhecidos pela capacidade que tem de...

–Desaparecer e aparecer em outro lugar, sim, Srta. Weasley, cinco pontos à Grifinória. –concedeu a Prof.ª Dáthpick, como se a menina tivesse lhe dito uma ofensa. –E esse é o trabalho de vocês nessa aula. Quero para a aula que vem dois rolos de pergaminho sobre os Oraqui-Oralá e...

Dois rolos? –repetiu Carlos.

–Sim, Sr. Cattér, e sugiro que o senhor não perca tempo dando respostas malcriadas a bons professores, detenções não serão desculpas para atrasos...

–Mas...

–Agora, quero – continuou a professora num tom de voz altíssimo, a fim de abafar a voz de Carlos. –que no grupo que vocês estão agora, estudem e analisem o Oraqui-Oralá, têm apenas trinta minutos para fazerem isto.

Ela terminou de falar e Carlos olhou perplexo para Alvo, mas o garoto, porém, apenas encolheu os ombros. O amigo, muitíssimo irritado, pegou o animal da mão de Alvo, olhou-o por um tempo, depois disse:

–Isso aqui tem vida? Para mim parece que...

–Sim, isso tem vida. –respondeu Rosa virando-se para trás, aparentemente tentando fazer as pazes de um jeito que não tivesse de pedir desculpas, era orgulhosa demais para isso. Carlos, por outro lado, mostrou indiferença a garota e continuou encarando o bichinho.

–Mais um trabalho para fazer... E o pior é que... AI!

Enquanto Carlos falava, o Oraqui-Oralá saltou de suas mãos e pulou para o chão, revelando uma cabecinha, o bichinho saiu correndo e se escondeu atrás dos tênis de Alvo.

Carlos atirou-se imediatamente no chão, mas o animalzinho apareceu repentinamente nas mãos de Rosa.

–Tem que ter cuidado com eles. –disse ela, acariciando seus pelos. –Assustam-se fácil, esses Oraqui-Oralá...

–Ah, creio que você tenha lido sobre isso em Hogwarts: uma história, não? –debochou Carlos. –Ou então no Objetos da Magia?

Rosa o encarou por um tempo, depois ergueu a cabeça e respondeu categoricamente:

–O Objetos da Magia fala apenas de objetos, como já diz no título. Creio que até mesmo alguém como você poderia chegar à conclusão de que não haveria nada sobre Oraqui-Oralá no livro, não é?

Por um instante, Alvo jurou que o amigo puxaria a varinha e amaldiçoaria Rosa, mas Carlos contentou-se em ir procurar pergaminhos na bolsa, debaixo da árvore. Alvo olhou para a prima, torcendo para que ela entendesse o que ele estava dizendo: “por que vocês não param com isso?”. Aparentemente, a garota entendeu, pois lhe lançou um olhar que não foi preciso muito esforço para entender: “foi ele quem começou”.

Alvo teve que passar o resto da tarde no meio do pé-de-guerra dos dois. Foi extremamente difícil analisar o Oraqui-Oralá, pois Rosa e Carlos não paravam de dar indiretas um ao outro. O garoto não podia deixar de rir quando eram engraçadas, como por exemplo quando Rosa disse que o Oraqui-Oralá era um animal extremamente inteligente e que serviam para muita coisa, diferente de certos animais que apenas deitam-se debaixo de uma árvore esperando o trabalho se fazer sozinho. Mas no geral, essas discussões deles eram bem estressantes. Alvo sentia-se dividido, pois nos intervalos ou quando ficavam apenas dois, eles sempre perguntavam-lhe coisas como: “ah, ele está sendo ridículo, você não acha?” e “ela bem que podia ser mais educada, não acha?”. E Alvo sempre respondia a mesma coisa: “ah, eu... Bem, não sei... Hum... Eu... Sei lá!”. Também tinha que aguentar Carlos chamando Rosa de “a sua prima” e a garota o chamando de “o seu amigo”.

Foi um alívio quando as aulas acabaram. Carlos e Rosa estavam separados, de modo que Alvo andava no meio deles, tendo que dar ouvidos e responder às duas conversas. Quando chegaram ao Saguão de Entrada, todos os Marotos esperavam lá por Tiago. Alvo se aproximou com os dois em seus lados.

–E então, Alvo, o que sua prima faz aqui? Achei que ela não queria pagar por algo que não fez. –disse Carlos, lançando um olhar feio para Rosa.

–Ah, hum... –fez Alvo, olhando a amiga.

–Diga a seu amigo que eu decido o que faço ou não. –disse e adiantou-se para ir conversar com Suzanna e Daniella.

Alvo balançou a cabeça para Carlos.

Quando Tiago finalmente chegou, ele mandou que os seguissem. Aparentemente, nem mesmo Matt que era seu melhor amigo, ficara sabendo o que era que Tiago ia lhes falar, pois estava com um ar muito ansioso.

Conforme foram subindo, Alvo achou que Tiago só podia estar brincando. Não poderiam fazer nada no lugar onde o garoto suspeitava que fossem. Mas, quando finalmente Tiago entrou na biblioteca, Alvo teve certeza de que o irmão só podia estar ficando louco.

–Tiago, você não pode estar pensando em...? –começou Rosa.

–Ah, como se você se importasse com o que ele faz, não é? -disse Carlos, mas Rosa sequer o olhou.

–Não se preocupem, Marotos, eu tenho tudo sobre controle. –tranquilizou-os Tiago, escorado à porta da biblioteca.

–Mas não dá para você entrar aí! –disse Daniella exasperada.

–É. –concordou Suzanna. -Ela te expulsou desde que você tentou explodir uma bomba de bosta no primeiro ano!

Tiago riu, como se a lembrança lhe trouxesse saudade.

–É, eu tinha me esquecido... Mas aposto que ela já está com saudades de mim. –Daniella, Suzanna e Matt se entreolharam, mas depois seguiram Tiago que abria a porta da biblioteca com um gesto muito teatral.

Eles entraram. Todos atrás de Tiago. Conforme iam entrando, as pessoas iam virando as cabeças para olhar quem estava guiando o grupo que acabara de entrar. Parecia que todos sabiam da proibição de Tiago entrar naquele local, pois pareciam bem impressionados.

–Olha lá, ele entrou! –disse um menino do quinto ano, aparentemente.

–E eu que achava que depois daquela do primeiro ano ele desistiria... –comentou uma garota que tinha os cabelos presos numa presilha de serpente verde vivo e uma cara que lembrava muito a de um buldogue, parecia ser do quarto ano.

–Desistir é para os fracos, Parkinson. –disse Tiago rispidamente, depois sorriu e voltou-se para as cabeças viradas que o olhavam com curiosidade. –Ah, olá! Oi, como vão? Não se preocupem, eu dou autógrafos a todos depois, menos a você, Parkinson, se quiser vai ter que pagar. Oi, oi! Sim, sou eu! Olá! Oi c... Ah, oi, como vai Prof.ª Hings? Quanto tempo, não?

A Prof.ª Helen Hings, uma mulher magra e loira de óculos, com aparência jovem, encarou Tiago de cima a baixo e depois passou o olhar para Daniella e Matt, que pareciam um pouco constrangidos.

–Você estava expulso da minha biblioteca. –disse ela. Tiago levantou o dedo indicador e fez uma cara de que acabara de se lembrar desse fato.

–É verdade! –disse Tiago. –E quando foi isso mesmo? Há cinco, seis anos atrás?

–Três. –respondeu a professora ríspida.

–Ah, é verdade. –disse o garoto. –Eu só estou aqui na escola há quatro anos... Mas, já faz tanto tempo, que tal esquecermos isso, hein? –e passou o braço por cima do ombro da professora. -Ah, qual é, Helen, são águas passadas, eu era só uma criança travessa, não me julgue pelo meu comportamento, eu só tinha onze anos...

–E agora só tem catorze. Acha que eu não estou informada do que você anda aprontando, garoto? –perguntou Hings.

–Hum, então a senhora tem procurado saber de mim? Para mim isto é um sinal de saudades! –disse Tiago sorrindo, mas parou quando a professora estreitou os olhos. –Tudo bem, eu falei com o Neville e ele disse que eu posso vir à biblioteca sempre que quiser...

–Vocês três tentaram explodir bombas de bosta na minha biblioteca! –disse a mulher zangada apontando para Daniella, Tiago e Matt. -Eu consegui expulsar pelo menos você!

–... Desde que seja para estudar. –completou Tiago.

A bibliotecária o encarou, aparentemente procurando algo para poder expulsá-lo.

–E que livro exatamente você quer? –perguntou.

–Ah, é para o trabalho de Herbologia, é... As dez... Mandrágoras que são, hum... Mais eficazes em... Poções do Sono. –inventou ele depressa.

A Prof.ª Hings o encarou, depois, fazendo uma cara de quem compreende, disse:

–Certo, este é bem procurado. É lógico que já o li muitas vezes, sim... Vão indo, deve estar na seção de Herbologia. –disse.

E Tiago, após dar um beijo na bochecha da Prof.ª Hings que tentou dar-lhe um tapa, seguiu com os Marotos pelas mesinhas de estudo, onde os alunos ainda olhavam surpresos para o líder do grupo.

Enquanto Tiago procurava uma mesa muito bem afastada de todos, Alvo imaginava o que tinha na cabeça da Prof.ª Hings para acreditar no que Tiago inventara sobre o livro das mandrágoras.

–Escuta, ela é... Normal? –perguntou ao irmão. Tiago riu.

–Normal, normal, não. –respondeu. –Mas acredita em qualquer coisa que você falar. Diga que Merlim escreveu um livro afirmando que dragões são bichinhos carinhosos que ela acredita. Não entende nada de livros, essa Hings, e ainda é metida a opinar sempre sobre coisas que não sabe. Não sei como Neville a contratou, até eu seria um bibliotecário melhor.

–Você não é muito inteligente para ser um bibliotecário. –disse Alice com simplicidade. –Acho que ela sofreu um ataque de zonzóbulos quando era mais jovem. Já vi casos de pessoas que ficaram com sintomas bem parecidos, às vezes é bem grave.

–Eu exijo silêncio na minha biblioteca, Potter! –sibilou a Prof.ª Hings que aparecera abruptamente atrás de uma estante.

–É, tenho certeza de que ela já foi normal antes do ataque, Alice. –debochou Tiago, observando a bibliotecária ir embora. –Mas vamos ao que interessa. Eu tive a ideia perfeita de vingança...

–Ah, eu me sentiria melhor se você não usasse essa palavra. –disse Rosa, um pouco desconfortada. –Sabe, vingança é muito forte, não podemos dizer, eh... Uma liçãozinha?

Tiago revirou os olhos, mas depois concordou:

–Certo, tenho novas ideias para a nossa liçãozinha na turma do Joshua. Ele vai se arrepender de ter cruzado o caminho de Tiago Sirius Potter!

–Tá, tá, Grande Tiago, pula a introdução! –disse Daniella impaciente.

–OK, seus desmancha-prazeres, iremos nos ving... Dar-lhes uma liçãozinha no... QUE RUFEM OS TAMBORES!

Matt e Fred, obedientes, ergueram as mãos e começaram uma batida na mesa, o que, aparentemente, Alice achou muito desnecessário, pois balançou a cabeça irritada. Felizmente para a garota, a Prof.ª Hings ouviu o barulho e correu até eles com uma plaquinha que pedia silêncio. Alvo não pode se segurar quando a bibliotecária começou a sibilar silenciosamente para eles o que dizia, como se não fossem alfabetizados.

Depois que finalmente Hings foi embora, Tiago, o mais silenciosamente que pode, lhes contou sua tão geniosa ideia:

–A lição será dada no Dia das Bruxas. –disse ele, sorridente, porém ninguém sorriu.

–Hum... Tiago, é o Dia das Bruxas... –disse Matt.

–E o que tem isso? –indagou Tiago.

Daniella deu um rápido olhar com os outros antes de responder:

–É o melhor dia do ano, lembra? Gostosuras, o salão enfeitado, você adora o Dia das Bruxas e... Nós também. –disse, e olhou para os outros, como se buscasse apoio, mas ninguém disse nada, e começaram a olhar para baixo. –Ah, Tiago... Não podemos fazer isso em outro dia?

–Ah, já tivemos três Dia das Bruxas em Hogwarts! –retorquiu o garoto, mas logo acrescentou ao ver o olhar de Carlos: – Bem, vocês não tiveram nenhum, mas... Ano que vem terão, e além do mais não é lá grandes coisas... Tá legal, é sim, mas o que é mais importante? Um dia comum que temos todo ano ou dar uma lição épica na turma do Joshua?

Fez-se um silêncio tão longo entre eles, que Alvo chegou a pensar que o irmão ia entender que nenhum Maroto queria perder o Dia das Bruxas, mas muito ao contrário, Tiago abriu um sorriso ainda maior e disse:

–Ah, ótimo! Quem cala consente! Então vamos lá! Vou lhes dizer exatamente o que tenho em mente...




Uma semana depois, os Marotos estavam totalmente arrependidos de terem ficado calados quando Tiago lhes fez aquela pergunta. Alvo, Rosa, Carlos e Fred nunca tinham ido a um Dia das Bruxas em Hogwarts, então eram, sem dúvida alguma, os mais arrependidos.

A única coisa boa que havia acontecido era que Carlos e Rosa voltaram a se falar, porém, de um jeito muito estranho, estavam sendo totalmente gentis um com o outro, como se tivessem acabado de se conhecer.

Agora, como combinaram com Tiago, todos estavam parados em frente às portas do Salão Principal com caras aborrecidas. O Saguão de Entrada estava cheio de alunos muito eufóricos que passavam alegres e comentando como Hogwarts estava magnífica com a decoração de Dia das Bruxas e como as refeições seriam ótimas.

–Os bruxos não costumam sair para ir pedir doces ou travessuras nas casas das pessoas. –comentou Carlos com Alvo e Rosa. –Mamãe queria que eu batesse na casa de uns vizinhos trouxas fantasiado, mas papai achou que eu podia fazer uma mágica sem querer e acabar criando problemas...

–Eu só queria poder entrar lá dentro e me divertir com o resto dos alunos! –choramingou Fred. –Mas não, temos que fazer o que Tiago quer...

–E por falar nele, onde foi que esse garoto se meteu? –perguntou Daniella. Como se tivesse ouvido, Tiago apareceu correndo com um largo sorriso no rosto. Ele carregava a Capa da Invisibilidade em um braço e o Mapa do Maroto no outro.

–Por que demorou tanto? –perguntou Alvo.

–Estava analisando o Mapa e você nem sabe o que eu descobri. Existem passagens secretas!

–O quê? –exclamaram todos.

–Isso mesmo! –repetiu Tiago. –Eu sempre suspeitei que houvesse, afinal todo castelo precisa de umas passagens secretas, mas agora...

–Vamos direto ao ponto. –interrompeu Alice.

Tiago encarou-a incrédulo, como se ela tivesse acabado de lhe dizer um palavrão.

–Não sei de quem você herdou esse seu gênio, garota – disse, um tanto que irritado -, mas tenho certeza de que não foi de Neville nem de Luna. Ah, e falando na sua mãe? Como ela vai com os meus afilhados?

–Seus afilhados? –repetiu Alice.

–É, seus irmãozinhos. –afirmou Tiago. –Não lembra que ela disse uma vez que, como Sirius Black, eu daria um bom padrinho?

–E o que tem isso? –perguntou Alice.

–É óbvio que aquilo foi uma indireta! Eu serei o padrinho!

Alice deu uma grande gargalhada. Alvo também riu ao lembrar que quando era menor, Tiago insistia em ser o padrinho de todas as crianças que nasciam na família (“mas temos que manter a tradição! Sirius era padrinho do meu pai, é lógico que também tenho que ser o padrinho de alguém!”, dizia ele.);

–Bom, te garanto que você não será o padrinho, mas eles estão muito bem. Mamãe disse que com certeza serão bruxinhos excelentes, pois são capazes de sentir a presença de zonzóbulos e criaturas semelhantes sem espectrocs! Ela contou que sente uma vibração na barriga quando tem algum por perto!

Todos se entreolharam.

–O que são zonzóbulos? – cochichou Fred.

–Nem queira saber. –respondeu Tiago. –Então vamos lá! Fred e eu iremos sob a Capa da Invisibilidade até...

–Por que você e o Fred? –exclamou Alvo. –A Capa é minha, acho que quem tem de ir sou eu!

–Calma, Sr. Ciumento! –disse Tiago sorrindo. –O Fred se voluntariou primeiro, e vai ficar ruim três numa capa. Ainda mais levando em conta que eu cresci pelo menos vinte centímetros desde o verão... Enfim, Fred e eu vamos e vocês ficam de guarda, no corredor das masmorras... Alguma pergunta? –todos levantaram as mãos. -Alice?

–Por que não podemos fazer isso em outro dia? –perguntou a garota.

–Porque se formos pegos, podemos dizer que isso foi uma brincadeirinha de Dia das Bruxas, e não ganhamos nada mais que uma ou duas detenções. Alguma outra pergunta que não seja “por que não podemos fazer isso em outro dia?”? –todos abaixaram as mãos. Tiago bufou. –Tudo bem, vamos.

–Mas, sabe, talvez não seja uma boa noite para isso, estamos na época dos briolins, não é muito sensa...

–Eu disse vamos! –tornou Tiago rapidamente, quando Fred abriu a boca, provavelmente para perguntar o que eram os briolins.

Alvo, um pouco relutante, seguiu o irmão junto com os outros. Nunca gostou das masmorras, era um lugar muito sombrio e que lhe dava arrepios. Não era tão ruim quando vinha acompanhado dos colegas e de um adulto para as aulas, mas a ideia de ter que vir aqui de noite sendo que o maior do grupo era Tiago, não deixava Alvo muito confiante.

Quando entraram na parte de pedra onde geralmente iam para as masmorras, Tiago fez um sinal para que parassem.

–OK, se chegar alguém, algum de vocês entra lá dentro e dá um sinal, certo? E não se esqueçam, depois que estivermos lá dentro, não deixem ninguém entrar! Então é isso, eu vou...

–Só tem uma coisa. –disse Rosa. –Como é que você vai entrar ali? Não temos a senha.

–Bem, precisamos fazer com que um sonserino venha até aqui fazer alguma coisa, e quando ele entrar a gente entra junto.

–E como vai fazer isso? –perguntou Carlos.

–É só jogar uma Maldição Impérius. –disse ele com indiferença. Todos o encararam. –Estou só brincando, gente, relaxa! Dois Sirius em Azkaban já é demais para mim... E repare que nos dois casos seria injustamente, pois veja o Joshua, por exemplo, você olha para a cara dele, leva um baita susto e reage instintivamente com um Avada Kedavra, não deviam te mandar para Azkaban por isso, é o extinto de sobrevivência, acho que é bem pelo contrário, deveriam te dar um prêmio de mil galeões por fazer um bem tão grande para a humanidade...

–Ah, e creio que você tenha uma boa ideia para fazer alguém entrar aqui quando tem uma festa das Bruxas rolando lá no Salão Principal, não é? –perguntou Alice.

–Mas é claro que tenho, minha cara! –disse Tiago, e rumou para o Salão Principal, mas de repente voltou. –Ah, Daniella e Suzanna, fiquem aí! Se alguém vier, segurem-no o máximo que puderem até verem... Centelhas vermelhas.

Daniella e Suzanna olharam-se confusas, mas elas, como Alvo, aprenderam a não subestimar os planos de Tiago Sirius Potter, por mais mirabolantes que fossem, e apenas concordaram.

Alvo tinha motivos de sobra para não duvidar do irmão. Por mais que fosse distraído com trabalhos e estudos escolares, era um gênio quando se tratava de tramar alguma traquinagem.

E foi exatamente isso o que aconteceu. Eles entraram no Salão Principal e foram direto para a mesa da Grifinória, onde Tiago enfiou uma tortinha de abóbora na boca enquanto olhava concentrado para a mesa da Sonserina.

Distraído com a incrível decoração ainda mais elaborada do Salão Principal, Alvo nem notou que de repente o irmão saíra da mesa da Grifinória e fora sentar-se junto aos sonserinos.

–O que...? Por que ele... –ele começou a perguntar a Matt, mas o amigo ergueu a mão o silenciando.

–Esqueceu que estamos falando do Tiago? –perguntou, e voltou a concentrar-se na mesa da Sonserina, como se fosse um filme muito interessante.

Alvo, que parecia ser o único que não entendia o que o irmão estava fazendo, correu para a outra ponta da mesa e sentou-se ao lado de Annie Elóick.

–Ah, oi, Alvo! –cumprimentou a garota. -Achei que você não vinha.

–É, eu também. –concordou o garoto.

–Fiquei sabendo que o seu irmão está tramando uma vingança para a turma de Joshua, não? Depois do que ele fez com o seu primo... Mas mal posso esperar, Tiago é ótimo nessas coisas! Aposto como vai estuporar, eu acho que é assim que se diz, o Joshua, ou então ele podia marcar um duelo, ah e também ele...

Mas o que mais Annie achava que Tiago podia fazer, Alvo não chegou a ouvir, pois virou-se para trás para poder ouvir o que o irmão estava conversando.

–E sim, acho que a Parkinson tem cara de buldogue, especialmente quando está com os cabelos soltos. –disse Tiago descontraído. Vários alunos riram. A garota que estava na biblioteca, Parkinson, passou as mãos pelo cabelo, como se não tivesse notado que os cabelos estavam soltos.

–Mas... Estavam presos! –disse a garota. –Eu os prendi e...

–Ah, perda de memória é um sinal de loucura, sabia Parkinson? –debochou Tiago. -Sugiro que consulte um medibruxo.

Parecia que enquanto Tiago os fazia rir, eles esqueciam-se completamente que havia um intruso na mesa deles.

–Eu não estou tendo perdas de memórias! –retrucou a garota irritada, levantando. –Devo ter deixado minha presilha no dormitório!

E saiu bufando, enquanto os próprios colegas davam gargalhadas. Tiago olhou para os lados e viu Joshua.

–E aí, Mocker? Espero que esteja apreciando esse... Dia das Bruxas.

–Cai fora, Potter. –respondeu Joshua. Em sua voz mesclava-se insegurança e um pouco de raiva.

–Não está mais aqui quem falou. –disse Tiago sorrindo, levantou-se e correu em direção a mesa da Grifinória. Alvo o seguiu.

–O que... Como foi que...? –perguntou, mas o irmão apenas lhe estendeu a mão onde tinha uma presilha de serpente verde vivo, a mesma que Parkinson estava usando quando foram à biblioteca. Não foi preciso que o irmão lhe explicasse, Alvo tinha certeza que o garoto dera uma passadinha por trás de Parkinson e lhe tirara a presilha sem que a garota percebesse, antes de sentar-se à mesa.

–Rápido, Fred! –disse Tiago, e praticamente empurrou o garoto que estava comendo um bolo de caldeirão. –Ela saiu, temos que correr!

– Espera, como...? – Alvo perguntou, levantando-se.

Os dois foram mais à frente, o resto dos Marotos atrás.

– Escuta, - Tiago disse correndo – quando se trata dos sonserinos, tudo o que você precisa fazer é provoca-los, eles fazem de tudo para provar que são melhores, ou no nosso caso, para provar que não são loucos. Acredite, quatro anos ao lado deles e você aprende uns truques...

Quando atravessaram o Salão Principal e chegaram ao Saguão de Entrada, Tiago tirou a Capa da Invisibilidade do bolso e jogou o mais rapidamente que pode sobre os ombros dele e de Fred.

–E vocês ficam aqui. –cochichou para Alvo, Matt, Rosa, Carlos e Alice.

Os cinco obedeceram, mas deram uns passinhos à frente, de onde puderam ver Daniella e Suzanna barrando Parkinson no mesmo corredor das masmorras.

–Não, não, você não pode entrar aí! –insistiu Daniella, que bloqueava toda a passagem do corredor que daria para o dormitório.

–Não me diga o que eu posso ou não fazer, Crater. E saia fora do meu caminho, sua amante de trouxas!

Era visível que Daniella estava prestes a abandonar o plano e dar um soco em Parkinson, pois Alvo de longe pode ver que seus punhos se fecharam.

–Saia ou eu azaro você! –rugiu a sonserina.

–Ah, não precisamos recorrer à magia, não é? –replicou Suzanna em tom de súplica, segurando a mão erguida da garota.

Porém, de algum lugar, voaram fagulhas vermelhas que bateram na parede oposta onde as garotas se encontravam. As três olharam para o Saguão de Entrada à procura de quem fizera aquilo. Parkinson estreitou os olhos ao ver Alvo por ali, mas depois voltou a encarar Daniella.

–Saia ou...

–Todo seu. –disse Daniella, e saiu da frente dela fazendo uma careta. Ela e a irmã saíram aborrecidas e pararam a um canto.

–Da próxima vez vocês é quem vão barrar ela. E à propósito, deu para ver sua varinha. –e saiu em direção aos amigos.

Não demorou um minuto e Parkinson saiu de lá, o que indicava que Tiago devia estar começando a estourar bombas de bosta e estragar toda a sala comunal da Sonserina.

Alvo ficou parado ali com os amigos. Para ser sincero, achava que seria bem mais divertido. Só participara de uma das traquinagens do irmão em Hogwarts, e fora um duelo do qual ele lembrava como se fosse ontem. Isso sem contar o fato de que encarara frente à frente o próprio Bob Rondres, e com certeza aquela fora uma aventura que ele jamais sonhara em ter. No entanto, comparada a essas que teve junto ao o irmão, a pequena aventura que estavam vivendo agora não parecia ser nada demais. O garoto até estava achando entediante, planejara algo mais ousado agora que estava indo para o segundo ano e já se acostumara com o ritmo do irmão. Podia-se dizer que desde o que passara no anterior, Alvo estava um pouco mais apto a aventuras.

Já ia se escorar nas portas do Salão Principal quando alguém empurrou-as. Ele virou-se e viu Draco Malfoy carregando Joshua pelo cangote.

–Professor? –exclamou Rosa, quando Draco foi indo em direção à sala comunal da Sonserina. –Onde o senhor vai?

–Creio que isto não seja da sua conta, não é? –disse o professor, e arrastou o aluno até as escadas onde o empurrou para baixo, mas ficou ali parado, e gritou zangado, quando o garoto ficou lhe encarando confuso: -Trate de descer aí e apanhar pergaminho, pena e tinta, pegue dois vidros por precaução, você vai escrever muito hoje, ah, vai! Uma detenção que durará a noite inteira e você aprenderá a não desacatar os professores!

Alvo e Rosa se olharam. Carlos e os outros também pareciam confusos, e todos provavelmente pensavam a mesma coisa: Por que Joshua atacara Draco se todos os sonserinos admiravam muito este professor? Mas essa era a coisa com que menos precisavam se preocupar, pois se Joshua entrara na sala comunal, com certeza pegaria Fred e Tiago no flagra.

Os Marotos voltaram a se olhar, apavorados. Draco esperava pacientemente na ponta do corredor, olhando Alvo, como se soubesse o que o garoto estava pensando. Ele olhou desesperado para os amigos, mas nesse exato instante Joshua dera um berro:

–PROFESSOR! PROFESSOR! INTRUSOS, GRIFINÓRIOS!

Não foi preciso que o garoto repetisse, Draco saiu correndo pelo corredor até sumir da vista dos garotos que observavam do Saguão de Entrada, apavorados.

–O que vamos fazer? –perguntou Rosa, a voz extremamente fina e esganiçada. –Ele vai pegá-los! Estamos mortos! Seremos expulsos!

–Eu sabia que era uma noite ruim para fazermos isso! –disse Alice, que Alvo não sabia dizer se expressava pânico ou ansiedade. -Imagine, bem na época de briolins!

–E o que são briolins? –perguntou Rosa, aparentemente incapaz de não saber de um fato que Alice sabia.

–São criaturas invisíveis...

–Zonzóbulos? –perguntou Carlos, distraído.

–Não, não. –retorquiu Alice, um pouco irritada e incrédula que Carlos confundisse briolins com zonzóbulos. –Briolins são criaturas que aparecem perto do Dia das Bruxas e espalham azar! Eu sabia! Foram eles!

Todos se olharam novamente, como sempre faziam quando Alice falava alguma coisa meio estranha, mas não tiveram tempo de falar nada, pois no instante seguinte Draco aparecera segurando Fred e Tiago pelo cangote agora, Joshua mais atrás tentando ser discreto, Alvo presumiu que fosse para que Draco não lembrasse que ele estava em detenção, mas o garoto duvidava muito disso, pois o Prof. Malfoy parecia muito mais satisfeito com Tiago e Fred.

–Pegos no flagra! –exclamou Draco, os olhos cinzas brilhando de excitação. –Ah, e eu que estava feliz com uma detenção, parece que agora teremos t... Vocês! –exclamou de repente, olhando para Alvo e os garotos. –Estavam de vigia! Era um plano perfeito, não era? E espera, espera! Potter, você queria se vingar dos meus alunos... Porque eles pregaram... Uma peça no seu primo! Mas é claro... Ah, mas hoje teremos uma boa safra!

Alvo olhou apavorado para o irmão, não foi o único. Todos olharam para Tiago, que, como presidente dos Marotos, devia tomar uma atitude.

–Eles... Eles não tiveram nada a ver com isso. –disse Tiago, o mais sinceramente que pode. –Estavam procurando por mim, somente Fred e eu que...

–Não adianta dar desculpas, Potter, você não...

Mas antes que o professor pudesse terminar a frase, Daniella caiu desmaiada nos braços de Matt.


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Notas finais do capítulo

O Oraqui-Oralá existe de verdade, está em Animais Fantástivos e Onde Habitam. E a Sra. Hings foi inspirada na minha antiga bibliotecária, que ela não me ouça, shaushuahushuah

Não se preocupem, Daniella ficará bem, foi só pra dar um drama, hehehe