"[...]–Bem atrás de você – sussurrou Benjamín antes de duas mãos segurarem minha cintura possessivamente."

Capítulo 8: Alice?!

Bella Pov.

–Demorando demais, bebê! – Jake murmurou em meu ouvido.

–Mil perdões, mas eu só tenho duas mãos – fiz um beiço bem grande enquanto me virava para vê-lo, apresentando uma xícara a ele. – Com leite, ou sem?

–Com leite e doce, por favor – ele sorriu, afrouxando o aperto.

–Já está doce, bobo.

Depois de tomarmos café, a gente começou a conversar. Ele contou sobre a fábrica de sapatos estar rendendo bastante e eu lhe parabenizei. Quando falei que ia trabalhar em uma grife das boas, ele me abraçou com entusiasmo e esqueceu que estávamos sendo amigos, me dando um beijo longo, não me deixando alternativas de afastá-lo. Então ouvi um carro.

–Alguém está vindo aqui – sussurrei, me separando e me colocando de pé.

–O carro passou, bebê, volta aqui, por favor – ele estendeu a mão.

–Não, Jake, alguém realmente não-morador da rua está circulando.

Como que para comprovar, meu portão, esquecido aberto pelo outro, foi aberto totalmente, embora carro algum entrara. E batidas fortes ecoaram da porta da sala. Xinguei mentalmente, peguei o cobertor e joguei no quarto antes de abrir a porta que apanhava de uma mão.

–Alice?! – abri a porta toda, surpresa.

–Bella! – ela me abraçou com força. – Quantas saudades!

–Quem é, bebê? – perguntou Jacob, segurando a minha cintura.

–Ah, você está ocupada – Alice se afastou, constrangida. – Desculpe-me, Bella.

Bufei, mandei Alice entrar, apresentei-a a Jacob – que, particularmente ficou todo enciumado por causa da baixinha, e eu tive que rir disso – e ofereci-lhe um café.

–Quem lhe trouxe?

–Minha mãe – ela revirou os olhos. – Mas ela foi buscar a Kate para ir lá a casa. Eu falei a ela que precisava passar para te ver antes. É sobre o –ela olhou para Jacob e para mim antes de continuar com uma voz triste – Edward.

Meu coração acelerou rapidamente e meus olhos arregalaram-se.

–O que houve com ele?

–Ele está mal e ninguém sabe a razão – ela suspirou pesadamente.

–Mas o que ele tem?

–Falta de ânimo.

–Ele precisa de uma boa dose de tapas na cara, para ver se o ânimo volta – Jake deu de ombros.

Olhei para ele com repreensão, balançando a cabeça, e voltei para a irmãzinha estilista do garoto que eu mais amei na minha vida.

–Como posso ajudar?

–Você não pode dar-lhe o que ele precisa. Não mais – ela deu um sorriso falso.

Segurei suas mãos nas minhas e olhei fundo em seus olhos, mostrando a minha angústia a ela.

–Eu quero ajudar, Alice. Por favor, eu quero ser amiga dele.

–O problema é exatamente esse, Bella – ela choramingou, soltando uma das mãos e pegando um envelope grosso na bolsa. – Você quer ser amiga dele. Ele tem amigos de sobra. Nenhum pode ajudar. O que ele tem é grave! Toma, leia por si própria.

Trêmula. Foi assim que peguei o envelope das mãos dela. Reconheci o belo garrancho dele na hora. Alice tinha uma letra melhor, não era dela. Mas aquela letra era bonita.

CONFIDENCIALMENTE MEU!

Era o que estava escrito no envelope. Devolvi aquilo imediatamente ao colo da baixinha, negando com a cabeça.

–Não quero ser presa por invasão de propriedade particular. Você ainda é menor de idade, eu não.

Sem cerimônia nenhuma, ela rasgou o envelope, liberando uma série de papéis. Pegou um deles ergueu bem no alto e começou a citar:

–Quatorze de janeiro de dois mil e treze. Uma hora e três minutos da madrugada – ela me olhou pelo canto da carta, dando um breve sorriso. – Querida Isabella... – ela parou e baixou a carta. – Quer mesmo que eu leia inteira?

Puxei a carta das mãos dela com aflição e dobrei-a novamente, guardando em baixo da minha blusa. Era infantil, mas eu não iria deixar que ela me humilhasse na frente do Jake. Eu realmente não queria saber qual fora a resposta dele à minha última carta.

No entanto, Jacob, miserável!, se aliou à Alice nesse momento e eles conseguiram pegar a carta de mim. Jake a tinha na mão e a lia com mágoa. Com o coração partido.

–Vai, Bella! Corra atrás do seu Edward! – gritou ele, jogando a carta em cima de mim com raiva. – Você o quer. Sempre o quis. Vai lá! Eu mando um convite de casamento para você, se quiser. Pela nossa “amizade”. Eu pensei que você não queria nada comigo por causa da Bianca! COMO PUDE SER TÃO IDIOTA?! Adeus, Isabella.

–Ei, Jacob! – chamei enquanto ele já marchava para a rua. – Onde você vai? – segurei seu braço. – Por que está saindo assim? O que aconteceu?