Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 21
Seu rosto, meu medo e seus lábios.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus lindos! O nome do capítulo é tosco, mas eu estava sem inspiração. Será um pouco diferente dos outros, uma vez que a Annie narrará a história diretamente para vocês, entenderam?
Esse capítulo vai super dedicado à MagMellark, que passou no nyah só para me deixar um recomendação super fofa! Derreti aqui.
Obrigada linda, esse é para você! Vocês poderiam recomendar também, me deixaria muito, mais muito feliz :)
Beijos
até mais *--*



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Pov: Annabeth.

Como filha de Atena, vivendo no mundo do mortais, achei que houvesse um sentido fiel a minha mera existência. Pode parecer algo realmente muito estúpido e desprovido de sentido para manter como crença, mas sempre acreditei (ou gostei de acreditar) que vira a existir, assim como meus muitos outros irmãos, para entrar em uma busca um tanto quanto incomum: buscar o conhecimento.

Mesmo que a ideia grandiosa que nos é contada por aqueles que julgamos mais "sábios" no mundo (aqueles que supostamente tiveram tantas experiências que têm plenas condições de dar conselhos e atribuir certas tarefas para nós, jovens sem maiores expectativas) que diz claramente que os "filhos da sabedoria" -como gostam de nos chamar- seriam nada mais nada menos do que presentes de nossa mãe para a humanidade -devíamos, portanto, guiar nossa existência através de caminhos que nos levem a realizar grandes feitos, mas nem sempre isso é o que acontece conosco. Eu queria, realmente, fazer parte daquela minoria que realmente era um "presente" ao mundo, mas esse objetivo sempre pareceu-me um tanto quanto distante de minha realidade.

Porém, apesar das muitas histórias e suposições que cercam minha vida, a busca por conhecimento sempre foi uma meta. Mesmo que sempre tivesse de escondê-la de minha família e da maioria das pessoas que conheço, ou seja, aquelas que não sabem quem seria minha progenitora. Lembrando que, para uma mulher vivendo em minha época e com essas condições financeiras, de nada vale saber mais do que os outros ou valorizar o aprendizado e conhecimento. Afinal, nada disso ajudaria uma moça a arrumar um marido com uma fortuna considerável. Devia-se sempre prezar os atributos que atraíssem um homem, por exemplo, o senso de humor ou a habilidade de desenhar paisagens. Nada que eu realmente pudesse vir a me importar.

Então, agora você deve estar se perguntando qual o motivo de eu estar compartilhando essas muitas desnecessárias explicações.

Mas você deve ter em mente que nada que eu faça pode ser julgado como desnecessário. Então logo elas farão sentido e serão julgadas como necessárias quando eu, em minha função narrativa, contar que o pior castigo que uma filha de Atena pode receber é o simples fato de ser privada de algum tipo de conhecimento. Eu odeio não saber de alguma coisa. Seja ela qual for.

Então chegamos ao ponto alto dessa narrativa explicativa: Eu odiava o fato de não poder saber como eram as feições de Percy. E, de acordo com as muitas regras que ele mesmo criou para o melhor aproveitamento de seu companhia e das mordomias de sua casa, eu não poderia conhecer o rosto de meu marido até que ele mesmo permitisse tal fato, ou seja, isso nunca aconteceria. Nunca...

Até agora...

Porque em algum momento as coisas sempre se revelam.

"Ele estava sem sua máscara..."

Já eu, estava completamente sem fala diante do que via. Muitas vezes imaginei o que veria ao me deparar com seu rosto, formulando mais de dez teorias diferentes de como esse momento aconteceria (porém nenhum delas chegou sequer perto da forma como acabou acontecendo). Imaginei que veria o que pensava ser meu maior medo: Aranhas. Desde que minha mãe amaldiçoou e destruiu a vida de Aracne, esta faz tudo o que pode para atormentar minha mãe assim como seus descendestes. Aranhas perseguem as pobres crias de Atena que, depois de um tempo, passa a ser nosso pior medo e pesadelo.

Mas eu estava enganada até mesmo sobre o que mais temia. O discurso de Percy sobre o que seria melhor para mim havia feito com que eu passasse a temer uma nova coisa. Talvez não tão imediatamente como parece, uma vez que tenho quase total certeza de que aquele medo passou acrescer dentro de mim desde o dia que finalmente dei-me conta de que amo Perseu Jackson.

Eu tinha medo de perdê-lo. Um medo tão grande e em tais proporções que seria mesmo capaz de deixar-me sem reação por alguns minutos. E foi exatamente isso que vi quando encarei as feições dele.

–Meus deuses! -eu disse um pouco antes de fazer força para não cair ao chão. A cena que vi nos olhos deles me perturbou bastante: Eu estava sendo arrastada por uma multidão de pessoas que me carregavam para longe da mansão. Eu podia ver a sombra de Percy estendendo a mão para segurar a minha, mas simplesmente não conseguia tocar-me. Alguns aldeões estavam começando a tacar fogo na casa, e Percy estava lutando com vários homens, mas não podia feri-los uma vez que sua espada parecia ser feita de bronze celestial, incapaz de ferir mortais. Cada vez eu ficava mais longe dele e já não podia mais me debater contra as muitas mãos que me levavam para longe. Gritei ao ver uma explosão ao longe... era a mansão. E Percy estava dentro dela.

–Tire-a daqui! -ouvi, já voltando para a realidade, Percy gritar para Grover. Esse correu até mim e impediu que eu caísse, lívida e fraca no chão.

–O que raios você faz aqui, Annabeth? -ele perguntou-me com certo ressentimento, ele estava tão assutado quanto eu, mas mesmo assim ainda estava em sua plena consciência.

–Onde está Percy? -perguntei assutada e tentando me recuperar.

–Escondeu-se entre as estantes. -ele sussurrou para mim.

–Eu preciso vê-lo. Agora. -pedi tentando andar na direção onde ele estava, mas Grover me impediu.

–Não. Não! -ele advertiu-me. -Você perdeu o juízo? -perguntou ele.

–Talvez um pouco. -eu respondi desvencilhando-me dele. -Eu preciso mesmo falar com ele. -olhei para Grover suplicante.

–Não e certo. Ele precisa ficar sozinho agora, você viu o rosto dele e viu algo assustador, ele nunca se perdoará por ter feito isso com você. -ele disse e eu entendi, mas mesmo assim não concordei em ir embora.

–É justamente por isso que tenho que falar com ele. -sussurrei e fiz um gesto para que ele saísse, e assim, graças aos deuses, ele o fez.

–Ela já foi? Grover? -perguntou Percy, mas Grover já tinha partido, deixando-me sozinha com ele na biblioteca.

–Não. Ela ainda não foi e nem vai sair enquanto você não vir até aqui e falar com ela. -eu respondi falando de mim mesma na terceira pessoa, sem me importar com a falta de coerência de minhas palavras e até mesmo de minhas ações.

–O que raios você ainda faz aqui? -ele perguntou raivoso. -Não estou com minha máscara, você tem que partir.

–Não vou fazer isso. Você vem até aqui falar comigo, nem que eu tenha de derrubar essas estantes para vê-lo. -eu disse, mesmo que sabendo que não estava causando nenhum efeito sobre ele.

–Por que você ainda insiste! O que eu mais temia aconteceu! Você viu minhas feições, você viu seu medo. Deve estar desesperada para deixar o lugar onde vive com um monstro particular. Eu falhei, assim como meu pai falhou comigo e com minha mãe... eu falei com você. Da forma mais suja e desonrada que pode haver. -ele disse e eu pude notar a dor em sua voz. -Faça ao menos o favor de ir embora logo e acabar com meu pesar.

–Eu não vou embora! Você nem ao menos tem calma para ouvir o que eu tenho a falar. Você acha que pode decidir tudo o que será melhor para mim, mas não pode! Eu ouvi você dizer que vai mandar-me embora que há um ameaça se aproximando e muitas outras coisas, mas eu não vou embora Percy. -eu disse em um fôlego só, ele ficou em silêncio.

–Você não entende... -ele disse depois de alguns segundos.

–Você é quem não entende. -eu disse. -Eu não vou a lugar nenhum, porque eu amo você.

–Mas você viu seu medo... -ele tentou debater, mas eu logo o cotei.

–E você nem ao menos sabe o que eu vi... Eu me vi longe de você Percy... meu maior medo... é perder você! -eu disse sentindo alguma coisa estranha dentro de mim, como uma chama forte que aquecia todo o meu corpo.

Lentamente ele saiu de trás da estante que o escondia, a escuridão logo deu lugar a luz das poucas velas que iluminavam o lugar e aos poucos duas feições foram ganhando espaço em meio a luz.

Dessa vez eu não senti e nem vi meu medo. Eu apenas vi seu rosto e senti sua mão segurando a minha com uma doçura que não pode ser explicada de nenhuma forma. Ele puxou-me para mais perto, até que eu pudesse sentir seu corpo perto do meu. Seu rosto estava nítido como nunca estivera nem para mim e imagino que nem para ninguém nos últimos anos. Minhas mãos tocam seu rosto levemente, ele tentou afastar-se, mas eu mostrei que estava tudo bem.

–Você é lindo. -eu sussurrei e ele pareceu não entender.

–O quê... -ele tentou perguntar, mas eu o calei selando meus lábios nos seus em um beijo calmo e cheio de amor.

–Eu vejo seu rosto do jeito como ele é, sem medos, sem... sem nada. -eu disse deixando com que a visão mágica dos lindos olhos verdes e brilhantes dele, acompanhados dos cabelos pretos despenteados e um queixo másculo e quadrado. A linha delicada dos lábios bem desenhados e vermelhos, cujo o gosto eu já tivera o prazer de provar algumas vezes.

–Você só pode ser louca ou algo assim. -ele disse depois que seus lábios deixaram os meus.

–Nunca vai saber, ao menos vai deve contentar-se com o fato de eu estar apaixonada por você e vê-lo do jeito que realmente é. -eu disse e ele sorriu. O sorriso mais lindo que alguém poderia dar.

–Eu amo você, sabidinha. -ele disse e eu ri com o apelido.

–Eu também te amo, cabeça de algas. -falei deixando mais um beijo em seus lábios. - Agora acho que devíamos conversar sobre sua péssima ideia de tentar me mandar embora mais uma vez... -ele me beijou mia suma vez, dessa vez mais apresado e feroz.

"Talvez mais tarde..." -pensei enquanto me derretia no sabor dos lábios dele.


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Notas finais do capítulo

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