Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 22
Aqui comigo.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores. Estou postando rápido, né?
Pois é, espero que gostem e recomendem!
Beijos
até lá embaixo *-*



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Pov: Narradora.

Falhar...

Um verbo que ela não suportava conjugar, uma vez que ela costumava riscar tal palavra de seu vocabulário. Só que ela falhara até mesmo no ato de evitar que aquela palavra fosse dita em relação a suas ações. Logo com ela que sempre fora tão centrada, tão calculista e perfeitamente organizada estava perdendo para um sentimento tão fraco e pouco confiável.

Ela falhara em salvar sua filha. Falhara no ato de protegê-la das garras daquele homem amaldiçoado. Falhara ao travar uma guerra com outra deusa, mesmo sabendo que poucos iriam apoiá-la. Falhou em começar algo que sabia muito bem que não podia levar por muito tempo. Falhara em consertar o que, dentro dela fora quebrado a muito tempo atrás. Falhara de todas as formas com a filha e com ela mesma. O pior de tudo era saber que  nesse exato momento a deusa do amor estaria dando gargalhadas achando que estava vencendo a deusa da sabedoria. -aquele pensamente estava fazendo afogar-se em cólera. Como poderia ter feito algo assim?

-Você sabe muito bem que pode terminar com isso a hora que quiser, não é mesmo? -disse a voz da pessoa que ela menos queria ouvir agora.

-O que você está fazendo aqui? Não sabe que não há algo mais estúpido e indelicado do que entrar no palácio dos outros sem ser convidada? -ela indagou sarcástica.

-Me estranha que você chame esse lugar de palácio. -comentou Afrodite. -É tão recheado de mofo e poeira. -ela disse fazendo uma cara de nojo ao olhar  em volta, aquele não era o ambiente que uma deusa estaria disposta a viver. Era repleto de livros e milhares e milhares de estrantes embutidas nas paredes, havia uma sala onde a deusa deveria receber "visitas" (quase nunca existentes) onde havia um enorme divã e outros móveis muito brancos com alguns detalhes em ouro e cobre. As pilastras brancas no estilo grego, apesar de conhecidas por Afrodite, mostravam-se muito mais belos e grandiosos inaugurando um estilo coríntio novo e muito mais detalhados. Ela julgou que a estrutura era boa, mas os muitos livros poderiam ser muito bem trocados por dezenas de espelhos. Sem falar que achou que as cores eram muito apagadas e pouco amistosas. Mais parecia uma biblioteca pública do que um palácio.

-Que eu sabia, o lugar deve agradar apenas a quem pertence. Portanto, pouco me importa se você o aprova ou não. Principalmente quando eu não pedi seu parecer. -respondeu Atena fria com o olhar cravado na deusa do amor.

-Estou tentando ser amigável, Atena. Faça-me ao menos o favor de colaborar. -pediu Afrodite revirando os belos olhos.

-Com que direito você vem até aqui, invadindo meu recanto e ainda tem a ousadia de pedir que eu seja cortês com você? -disse Atena com sangue nos olhos, já não aguentando mais a presença de Afrodite.

-Ora, por Zeus! Não é a toa que permaneces casta! Nenhum homem ousaria chegar perto alguém tão incisiva! -exclamou Afrodite, deixando Atena  furiosa. Ela sabia muito bem que estava provocando a demais a deusa e que logo as consequências poderiam ser irreparáveis, mas ela precisava cumprir seu dever e seguir com seu plano.

-Pois saiba que a escolha de ser casta partiu de mim e não... -disse Atena, visivelmente alterada.

-Não é sobre isso que vim falar. Portanto é melhor que cortemos logo o assunto. -disse Afrodite se impressionando com suas próprias palavras sábias, por um momento ou dois ela sentiu-se superior à Atena, o bastante para sentir-se confiante o suficiente para prosseguir com a conversa. -Você deve saber muito bem porque estou aqui.

-Sinceramente, fora sua visível imprudência, não vejo outro motivo para vir até aqui para me incomodar. -disse Atena cruzando os braços no peito, como uma forma de proteção e força, ao mesmo tempo.

-Se deseja mesmo complicar as coisas... -ela suspirou cansada. -Vim oferecer uma trégua. Creio que em um momento como esse, levando em conta as últimas situações e acontecimentos, acho que seria a melhor alternativa para você. -ela disse exibindo um sorrisinho um tanto quanto provocante e vencedor.

-Quem é você para dizer o que é melhor para mim? -perguntou Atena em um tom mais elevado. -Que eu saiba, tudo o que você sabe de verdade é sobre produtos de beleza e vestidos de festa. -desdenhou ela.

-Em primeiro lugar, eu sei sim sobre produtos de beleza. Segundo, eu não sei apenas sobre vestidos de festa, os casuais e básicos também são minha especialidade. E, o fato de ser a deusa mais arrumada e desejada do olimpo não me torna menos inteligente que você, minha cara. -ela disse e Atena soutou uma risada aguda.

-Faz-me rir. Há discordância sobre suas infames afirmações. Quando for escolhida para aconselhar e lutar ao lado de Zeus vai ter mérito para me dizer alguma coisa que realmente não envolva seus assuntos fúteis e de pouca utilidade. -Atena disse dando às costas para a outra.

-Não me venha com essas escapadas rápidas, Atena. Você pode mesmo desdenhar de minha fama e sobre minhas áreas de domínio, mas sabe muito bem que eu sou forte o suficiente para travar uma batalha interna com você e por isso está na defensiva comigo, ainda mais levando em conta que a balança está inclinada ao meu favor. Faça, pelo menos uma vez, o favor  de parar de ser tão orgulhosa e ouça o que eu tenho a dizer! -disse a deusa de uma vez,  cansada daquela conversa sem futuro.

-Prossiga. -disse Atena sem olhar para ela.

-Sua filha viu o rosto de Percy hoje. -ela disse calmamente, como quem preparasse o terreno para uma notícia ruim (na verdade era exatamente isso que estava fazendo).

-Estou ciente do fato. -Atena suspirou pesadamente.

-Pois deve saber que está prestes a chegar em uma conclusão definitiva a respeito dele. Sobre o fato do sentimento que eles compartilham ser mais forte do que a maldição que ele carrega e... e as imposições que você insiste em colocar no caminho deles. -ela disse e observou Atena abaixar a cabeça e respirar fundo por um segundo. Sabia muito bem que a deusa sentia-se um lixo. Nunca perdera para ninguém e ser aconselhada pela deusa do amor não a deixava muito mais contente.

-O que espera que eu faça?

-Recue. Esqueça dessa "Guerra" que está motiva a travar. É só o que eu peço. Annabeth e Perseu não têm nada a perder, esse amor que sentem um pelo outro deve ser preservado e incentivado, não desolado e destruído como você tanto deseja. -ela disse, mas Atena nada disse após alguns minutos depois da pausa. -O que lhe incomoda tanto? -perguntou ela por fim.

-Acho que você sabe muito bem. -disse Atena com a voz fraca. Afrodite estava cutucando um ferida cuja cicatriz estava mais aberta do que nunca.

-Eu sempre desconfiei, mas não esperava que seu orgulho fosse deixar que ela tomasse conta até mesmo de suas decisões a repeito de uma de suas crias. -ela disse indignada.

-Acha mesmo que é fácil. Convivo a tantos éons com isso que... me esqueci como é respirar sem sentir, sem sentir essa dor. -ela disse e pela primeira vez Afrodite pôde ver o quanto ela era frágil.

-Atena... eu sinto muito. Não foi minha culpa o que lhe aconteceu, tanto o começo quanto o fim não estavam sob o meu controle... -ela tentou explicar, mas tinha quase certeza que Atena não mais a escutava, sabia que a deusa mantinha um grande ressentimento dela, mas nunca pôde ver o que realmente ela sentira. Pôde ver sua dor, pôde sentir o mesmo que ela. Sentiu-se muito culpada, mesmo que isso nem mesmo estivesse relacionado a ela.

-É melhor que você não diga nada. -ela disse por fim, caminhando lentamente até o grande divã branco e sentou-se nele sem expressão.

-Atena eu sei o que lhe aconteceu e você não sabe o quanto eu sinto por você, mas deve acreditar que a culpa realmente não foi minha. Eu teria me vangloriado de ter sido responsável por essa história, teria sido meu grande trunfo. -ela disse esperando ser ouvido. -Você mesma sabe o quanto de prestígio eu iria ter.

-Faz sentido. Talvez eu apenas tenha colocado a culpa em você por saber que você, agora possui o domínio desse sentimento. -disse Atena sem olhar para ela.

-Eu não posso reparar os erros passados, mas posso garantir que foi verdadeiro enquanto durou. Eu podia sentir o amor dele por você. Poseidon não queria... -ela tentou dizer, mas Atena a cortou com o mesmo tom frio de antes.

-Não diga o nome dele em meu recinto. -disse ela por fim.

-Desculpe... eu não.... sabia...

-É claro que não. -ela disse se levantando e assumindo sua postura dominadora de sempre. -Eu entendo onde você quer chegar assim como suas afirmações. Mas estou logo avisando-a e, espero mesmo, que repasse ao pescador minhas palavras: enquanto eu estiver firme o suficiente para exercer meu posto como deusa da sabedoria, minha filha não vai permanecer junto a cria daquele crápula. Não irei permitir que ele estrague a vida dela assim como seu pai fez com a minha. -ela disse por fim, criando ao redor dela um atmosfera tão forte que a pele imortal de Afrodite começou a pinicar, a deusa sabia muito bem reconhecer que sentimento ela escolhera como seu conselheiro: ódio. -Saía de meus aposentos agora mesmo, e faça-me o favor de não voltar a me perturbar.

-Você está jogando alto, Atena. Por algo que não vale o esforço. Ela o ama e isso não vai mudar. O amor é mais forte que o seu ressentimento e um amor assim não pode magoar ninguém.

-Olhe para meu estado agora e repita o que disse! -ela disse furiosa.

-Annabeth está perdidamente apaixonada por Perseu. -Afrodite rebateu.

-Eu também estava por ele... -ela disse em um vacilo. -E olhe o que ele me fez! -disse ela raivosa. -Saia!

-Eu sinto muito por você... se quiser voltar atrás, não acontecerá nada demais.

-Não venha insistir nisso.

-Meu aviso está dado. Se você não recuar, eu continuarei à espreita. Acredito no amor dele, vou lutar e sei que terei ajuda. Você está estragando não só a sua vida, mas também a de Annabeth. Espero que seja sábia e prudente o bastante para perceber que seu ódio não precisa causar mais tantas vítimas, Atena. -Afrodite disse triste. -Espero que haja como se recuperar. -disse antes de sumir deixando apenas seu brilho rosa para trás.

-Isso não termina aqui. -disse Atena assim que ela se foi. O coração dela estava ressentido, mas ela  não se permitiu abater (como fazia sempre) seguiu em frente e buscou um bom livro para lhe fazer companhia. Tinha ainda muito o que pensar.

                                                                                       * * *

Pov: Annabeth.

-Fique aqui comigo... -ele pediu corado, mas voz era tão sedutora que fez minhas pernas tremerem.

-Não sei se seria prudente. -eu disse ainda mais corada que ele, afinal estávamos na porta de seu quarto. Eu nunca havia, de fato, entrado no quarto dele, a não ser naquela vez que tentei conversar com ele... mas não precisamos lembrar daquele momento. -Quer dizer... nós...

-Estamos casados. -ele disse, lentamente abriu a porta e caminhou segurando minha mão até a enorme cama de casal.

-É, mas... eu não sei se... -eu não sabia direito o que devia dizer. Estávamos de fato casados, mas ainda agíamos como namorados afobados que sentem a primeira paixão.

-Não precisa se acanhar. -ele disse sentando-se na cama e deixando um enorme espaço para que eu assim o fizesse. Deitei ao seu lado, meu rosto devia estar mais vermelho que o sangue derramado nas batalhas de Ares (Deuses, que comparação terrível).

-Você... -tentei perguntar, mas ele apenas abraçou-me e trouxe-me para mais perto de seu peito, para que eu deitasse sobre ele.

-Apenas durma aqui comigo... -ele pediu com a voz baixa, eu encarava seus lindos olhos verdes que não permitiam que eu formasse uma resposta completa. -Eu tenho medo de que se você for embora, eu possa acabar acordando desse sonho.

-Isso não é um sonho. -eu garanti.

-Esteja aqui quando eu acordar... -ele sussurrou.

-Nada poderia fazer com que eu fosse embora. -juntei nossas mãos entrelaçando nossos dedos.

Pov: Narradora.

E então, a filha da sabedoria deitou-se e se permitiu ser levada pelo cheiro de maresia que vinha do homem ao seu lado. Por um momento ou dois ela imaginou se deveria mesmo dormir, ou se valia mais permanecer de olhos abertos e aproveitar o momento com ele. Compartilhava o mesmo medo dele agora: De tudo ser um sonho. Mas estava quase sendo convencida de que podia mesmo ser realidade.

-Prometa-me que não cogitará mais a possibilidade de mandar-me embora, como se eu fosse um objeto.

-Eu não poderia mais ficar longe de você. Não gostaria que você se sentisse assim, mas tudo o que faço é para o seu bem.

-Enquanto estivermos juntos... eu sempre estarei bem. -ela disse e ele sorriu.

-A partir desse momento...sempre estaremos bem. -prometeu ele.


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Notas finais do capítulo

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