Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 2
Despedindo-se


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Tudo bem com vocês?
Obrigada a todos aqueles que mandaram reviews, não foram muitos, mas essa fanfiction é o meu xodó do momento.
Boa leitura!
Sejam legais!



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Pov: Annabeth.

Como toda e qualquer história de meio-sangue... essa começou da forma mais desastrosa possível.

Se alguém tivesse a bondade de perguntar-me se eu queria essa vida, se queria ter essa parte divina inconstante dentro de mim ou se me sentia bem em saber que minha mãe é uma deusa casta do olimpo a resposta sem sombra de dúvida seria um claro e sonoro "Não". Tudo na vida de nós, semideuses de todo mundo, nunca foi fácil. Na maioria das vezes somos mortos das mais terríveis e inimagináveis formas antes mesmo de chegarmos a idade adulta. Os poucos que conseguem... bem, esses são os mais sortudos ou habilidosos. Poucos conseguem chegar lá, e mesmos esses sabem muito bem que não há nenhuma garantia de que serão felizes no resto do caminho. Somos aberrações, somos transcrição de regras, somos um pedaço dos deuses no mundo mortal. E sabe o que isso quer dizer? Que vamos morrer de qualquer forma. Que mesmo que tentemos, que nos esforcemos e fazermos de tudo para manter nossa sanidade, o mundo é brilhantemente cruel com pessoa como nós. De uma forma ou de outra... nunca temos um final feliz.

Mas não é assim que deve-se começar um história. Devemos começar pelo começo. Por onde acharmos que que fica melhor para começar as famosas apresentações. Pois bem, que assim seja.

Meu nome é Annabeth Chase, sou filha da deusa da sabedoria, Atena, e do mortal Frederick Chase. Meu pai costumava ser um homem rico, mas suas propriedades e dinheiro se foram no momento em que a sociedade o reconheceu como um homem desonrado por aparecer de uma hora para a outra com uma filha bastarda que teve de cuidar depois que a mãe a abandonou na porta de sua casa. Pelo era assim que contavam minha história pelos cantos da Inglaterra. Morávamos na área rural, não muito longe da calorosa e agitada Londres, mas o suficientes para termos hábitos campestres e sossegados. Poucos anos depois de meu nascimento, meu pai casou-se com outra mulher e com ela teve dois filhos. Meus meio-irmãos, Bobby e Matthew, são os herdeiros gêmeos de meu pai. O que prontamente deixa-me sem melhor escolha a não ser encontrar um bom homem que promova um ótimo casamento. E eu consegui fazer isso, perfeitamente bem...  Conheci um homem bom e que sabia muito bem como era ser como eu. Um meio-sangue como eu. Um filho de Hermes que sabia das aprovações e obstáculos que era ser filho de um deus grego. Luke Castellan era tudo o que eu pedi aos céus, era bonito, gentil e educado. Não havia como não me apaixonar perdidamente por ele depois de um ou dois dias de flerte. Era simplesmente perfeito para mim. Acabamos ficando noivos, ele não tinha muito dinheiro mais era um homem trabalhador e esforçado, podíamos sobreviver com seu salário e se fosse necessário eu o ajudaria de algum jeito. Não importava! Eu o amava de verdade e mesmo que tudo desse errado eu estava feliz por estar ao lado dele. Eu tinha um futuro brilhante pela frente...

Mas então ele apareceu na minha história, para ser o vilão cruel e perverso...

E por algum motivo que desconheço, ele me escolheu para ser sua noiva.

Tudo o que Perseu Jackson queria era desafiar os deuses, provocá-los. Foi exatamente por isso que fui instintivamente colocada em seus planos.

-Annie! -ouvi alguém bater chamar-me da porta. Era a conhecida voz de uma velha amiga.

-Silena! -exclamei levantando-me do divã em que estava sentada e correndo para abraçá-la. -Oh, meus deuses! O que faz aqui? -perguntei abraçando-a com força. Silena era filha de Afrodite, a deusa do amor. Uma amizade entre nós era quase improvável, mas acabamos ficando amigas depois de enfrentar um monstro juntas há muitos anos atrás.

-Eu vim vê-la, claro! Não achou que passaria por tudo isso sem o apoio dos amigos, achou? -ela perguntou apertando-me forte em nosso abraço.

-Achei que ninguém iria deixá-los passar. -disse soltando-a e levando-a para se sentar ao meu lado.

-Quase não deixaram, expliquei diversas vezes que era sua amiga, mas eles nada faziam! Os guardas ao redor da casa achavam que eu estava mentindo! Como pode isso? Mas depois de algum tempo receberam a ordem do patrão de que podiam deixar-me entrar. E aqui estou. -ela disse mostrando-se expressiva em todas as frases. 

-O Sr. Jackson a deixou entrar? -perguntei apenas para confirmar.

-Sim... pelo visto ele não é tão ruim quanto pensamos. -ela disse em um tom mais baixo por causa de alguns empregados que continuavam a nos rodear. Pedi a todos que saíssem, uma vez que seu trabalho já fora concluído, assim poderia falar com Silena mais abertamente. Depois que todos eles saíram pela porta, pude finalmente abrir meus sentimentos para alguém.

-Ah, Silena! Isso é uma catástrofe. -falei levantando-me e andando um pouco pelo quarto. -Estou confinada aqui a mais de uma semana sem ter notícias do mundo lá fora. Sei que isso é apenas o começo, mas... não sei se vou aguentar me isolar completamente das outras pessoas. Como ele pode viver assim? -perguntei segurando-me para não chorar.

-Ah, Annie não fique assim! -ela disse tentando-me acalmar. -Ele não pode ser tão ruim assim, você nem mesmo o conhece. -ela disse e eu suspirei cansada de ouvir a mesma ladainha toda a vez que falava sobre meu futuro marido.

-É essa a parte que mais perturba-me, Silena! Eu nem mesmo o conheço... e vou casar-me com ele. Estamos em uma época onde até mesmo nos casamentos arranjados a noiva tem o direito de saber como é o rosto do homem com quem vai casar. Por que comigo tem que ser diferente? -perguntei escondendo meu rosto dentro de minhas mãos.

-Ele é diferente e você sabe muito bem disso... -ela explicou como se aquilo fosse a chave de todos os meus problemas, mas infelizmente não era. Mesmo que eu fosse mil vezes orientada a acolher com afeto o homem que escolhera arruinar minha vida, não conseguia. Estava ciente de sua maldição e condição, mas não podia suportar que seu egoísmo fora tanto ao ponto de escolher um outra pessoa para dividir seu castigo.

-Você viu Luke? -perguntei de repente. Essa era a pergunta que coçava em minha língua desde que ela entrara. Era somente dele que eu queria realmente saber. Não era comum que uma moça chamasse um homem pelo primeiro nome, mas eu pouco me importava com as regras que a sociedade nos colocara, nenhum dessas "regras" ajudaram-me quando precisei fugir deste casamento.

-Sim. -ela disse sem acrescentar mais nenhum detalhe.

-Não torture-me, Silena! Diga-me como ele está! -pedi à beira das lágrimas.

-Como você acha que ele está? -ela perguntou calmamente. Não respondi. -Ele está inconsolável, assim como você, minha cara.

-Eu daria tudo para estar me casando com ele hoje... -falei um pouco sonhadora.

-Mas não está, quanto mais cedo você aceitar... -ela disse puxando-me de volta para a realidade.

-Aceitar? -perguntei interrompendo-a. -Não há como aceitar isso!

-Eu imagino o quão complicado isso seja, mas... eu prometo-lhe que uma hora vai melhorar. -ela disse levantando-se para me abraçar.

-Não vejo como isso possa ser possível! Não há como... esperar que tudo melhore... não da forma em que está. -falei colocando minhas mãos para esconder meu rosto, mas agora as lágrimas corriam livremente por meu rosto.

-Annabeth, nesse momento você deve ser mais forte do que nunca. -ela disse calmamente, sabia que não estava sendo muito boa para minha amiga, mas nesse momento tudo o que eu mais queria era fugir daquele lugar e poder encontrar Luke. Não havia uma boa forma de aceitar que minha vida poderia mesmo ter esse rumo. Casada com um monstro e longe de todos que amo.

-Eu juro que estou tentando, Silena... mas é tão difícil. Sinto como se estivesse prestes a se enforcada. Penso que esse poderia ser um destino muito melhor que esse.

-Não diga isso! -ela falou com raiva. -Nunca mais repita isso! Você não pode nem mesmo pensar em algo assim, será que não entende que essa pode ser uma grande oportunidade?

-Que tipo de oportunidade pode estar escondida neste destino cruel que me foi dado? -perguntei irritada com o otimismo de minha amiga.

-Pense no quanto pode aprender com ele... pense nas coisas que vai descobrir, logo você que é tão curiosa. -ela disse tentando sorrir. -O destino sempre prega suas peças, Annabeth. Tenho quase certeza que essa é mais uma peça.

-Só o que consigo pensar é que estão jogando comigo. Tudo isso é uma grande brincadeira e eu sou apenas a vítima da vez. -falei suspirando profundamente.

-Annie, tudo nesse mundo tem um motivo. Mesmo que demoremos para descobri-lo. -ela disse sabiamente, nesse momento estávamos invertendo os papéis. Eu costumava ser racional, sei que em algum lugar dentro de mim ainda sou, mas quando as coisas saem completamente de nosso controle... perdemos a vontade de acreditar que as coisas ainda possam acontecer por meio de eventos e ações racionais. 

-Tudo o que eu queria... era pelo menos saber direito quem ele é.

-Faria diferença? -perguntou-me desentendida.

-Faria! É claro que faria. Pelo menos assim não temeria estar casando com um monstro ou mesmo... mesmo um fantasma.

-Do que está falando? -perguntou-me assustada.

-Nunca ninguém o viu pessoalmente. Tudo o que falam não passam de boatos... e se tudo isso não passar de uma grande piada para os deuses? E se eu estiver, agora mesmo, preparando-me para casar com um mais um dos espíritos do tártaro?

-Eu garanto que ele não é um espírito. -disse uma voz masculina desconhecida. Silena e eu viramos na direção da voz, acabamos encontrando a figura de um homem aparentemente normal, isso até olharmos para seus membros inferiores. No lugar de pernas humanas ele tinha... pernas de bode.

-Uma cabra! -exclamou Silena cobrindo a mão com a boca. -Você vai casar-se com um cabra. -algo me diz que ela preferiria que casasse com um fantasma.

-Em primeiro lugar, minha cara senhorita, sou um sátiro. -explicou o homem. Possuía cabelos ruivos, olhos castanhos e algumas imperfeições no rosto. Parecia um pouco mais velho do que eu, vestia apenas as formais roupas para um casamento na parte de  cima do corpo. -E em segundo, não sou o noivo da srta. Chase. -disse em um tom mais baixo. 

-Quem seria o senhor? -perguntei depois de me recuperar susto.

-Sou apenas um dos criados de seu futuro esposo. -ele disse, mas algo dizia-me que aquele sátiro era algo mais. Ninguém, pelo menos que eu conhecesse, jamais tinha tido contato com o Sr.Jackson. Para que aquele sátiro tivesse essa chance... devia ser muito mais do que um simples criado. Quem sabe alguém de confiança? Até mesmo um amigo? -Vim aqui exatamente para buscá-la para a cerimônia. 

-Mas já? -perguntei um pouco mais assustada do que gostaria de aparentar. Sabia que mais cedo ou mais tarde aquele momento chegaria, mas isso de forma nenhuma significava que em algum momento estaria preparada para quando ele chegasse.

-Exato. -confirmou ele. -Creio que deve despedir-se de sua amiga e me acompanhar. -ele disse em um tom mais baixo e sério.

-Pode... pode nos dar um momento? -perguntei para ele virando-me para Silena.

-Claro. -ele disse cordialmente, depois saiu dizendo que iria esperar lá fora, no corrdor.

-Silena... minha amiga, prometa-me que vai dizer a Luke que continuo amando-o mesmo depois que este casamento realizar-se. -falei para Silena que fitava-ma com uma tristeza evidente no olhar.

-Eu prometo. Farei de tudo para visitá-la, se seu marido permitir, claro. Estarei sempre aqui quando precisar. -ela disse me abraçando mais uma vez, infelizmente senti que aquela seria a última vez.

-Obrigada, Silena. Você é a melhor amiga que alguém poderia pedir. -falei emocionada. Grover apareceu mais uma vez na porta e dessa vez não havia mais nada para adiar.  -Adeus, cara amiga.

-Adeus. -disse ela limpando algumas lágrimas.

Caminhei ao lado de Grover para o grande salão do casarão de Perseu Jackson. E, mesmo de longe, eu podia mais ou menos ver meu futuro marido esperando de costas por mim. Um longo manto cobria seu rosto e todo o resto de seu corpo. Tremi, de frio e de medo. O salão era grade e escuro o bastante para que eu só visse alguns detalhes da sala, todas as cortinas estavam fechadas e apenas alguns raios de sol entravam fracos por alguns brechas das paredes. Estava na hora de dizer "aceito" para meu futuro marido amaldiçoado.

-Está pronta? -perguntou Grover ao meu lado.

Não! É claro que não! Nunca estarei pronta pata largar minha vida, porém... não tenho escolha.

-Sim. -falei com a voz embargada e segurando mais uma vez as lárgimas e uma súbita vontade de fugir correndo daquele lugar assim que tivesse a chance de fazê-lo.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews!
Ou então vou achar que não prestou.
Beijos
até mais *--*