Vértices De Um Amor escrita por Sarinha


Capítulo 6
Capítulo 6 - Interrompidas




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"I don't ever want to let you down

I don't ever want to leave this town'

Cause after all

This city never sleeps at night"

It's time - Imagina Dragons


Rachel mal podia acreditar que receberia Quinn Fabray em sua casa. Há um tempo atrás, daria todas as suas meias 3/4 apenas para ganhar um oi dela, e agora a receberia em sua casa, e cantariam juntas. Todos precisavam de alguém para se inspirar, e além de Barbra Streisand, Fabray era sua ídola. Era algo que ela jamais conseguiria ser, mas gostava de admirar. Nunca conseguiria ser tão má com alguém, por qualquer que fosse o motivo, não estava em seu sangue. Gostava de Quinn por sua generosidade, por sempre olhar para os pequenos e por defender o que achava certo. Gostava de Quinn por sua pele evidentemente macia, seu cabelo que nunca parecia acorar de mal humor, seus olhos... Ah, seus olhos! Era a coisa favorita de Rachel. Seus olhos deixavam as estrelas com inveja, e nem o sol conseguia esplender tanto quanto aqueles pequenos olhos. 

Ela escolheu algumas músicas que achava que seriam boas para cantar com Fabray e fez uma playlist nova no seu ipod. Preparou uma torta e fez suco, queria ser uma boa anfitriã, para que a nova amiga não hesitasse quando quisesse voltar. Não sabia qual roupa seria a ideal para receber Quinn, então, pôs um vestido tomara que caia soltinho alaranjado e calçou sua sapatilha de gatinho. Parecia ideal.

- O que? Quer dizer que você ficou hipnotizada pelos seios de Rachel? - Santana gargalhava alto do outro lado da linha.

- Não ria, Santana! Sabe que isso é algo sério. Eu não tenho ideia sobre o que fazer com isso, e agora eu vou ter que cantar com ela!

- Fabray, não esta apaixonada, esta?

- Claro que não. Eu nem gosto de garotas.

Santana gargalhou novamente, dessa vez, por achar hilário o modo como sua melhor amiga tinha medo dos próprios sentimentos.

- Sabe que seria uma ótima ideia? No fundo, você e a Berry são muito parecidas. E seria adorável assistir a reação do Finn quando vocês se assumissem pra todo mundo.

- Tenha modos, Quinn. Você diz como se já fôssemos namoradas.

- Bem, isso só o futuro dirá... Mas, vai por mim, a anã gosta de garotas!

- O que? - Quinn riu - Eu duvido! Ela é tão hetero quanto Puck.

- Pense comigo! Ela é a capitã do clube extracurricular mais gay de toda a escola, seu melhor amigo é gay, seus pais são gays, ela irá fazer faculdade na cidade mais gay do mundo, em um lugar que com certeza será muito gay... 

- Você é louca!

- Não. Eu sou esperta. Não me julgue pela sua burrice! Se surpreenderá com a Berry do mesmo jeito que me surpreendi com você.

- Ta legal, fique com os seus pensamentos sem sentido, eu vou desligar. Tenho que me arrumar para sair!

- Use uma calcinha brilhante, sabe como é, aquela metáfora sobre as estrelas... Ela vai se sentir atraída! - Santana brincou.

- Santana, cale essa boca! 

- Sabe que a festa da Lisa Vilan é hoje, não sabe?

- Sim... Sei.

- Compareça se não estiver ocupada demais transando com a Berry! 

- Vou desligar, tchau, te adoro! - Quinn desligou, sem esperar que Santana respondesse.

Vestiu-se com tênis, short jeans, regata branca e uma jaquetinha preta. A verdade é que não se importava tanto com as roupas que usava. Pele bem cuidada, sombrancelhas feitas. Era o único segredo que Fabray tinha, já que toda a sua beleza era natural. Passou mais perfume do que de costume. Soltou o cabelo e usou pouca maquiagem. Ligou seu carro, deu partida e foi sem muia pressa.

Rachel ouviu a campainha tocar do seu quarto. De frente para o espelho, ajeitou o cabelo e procurou algom de errado em si, não achou nada, então correu para atender a porta. Girou a chave, abriu a porta e lá estava Quinn.

- Boa noite, Rach! - ela sorria, com sua bolsa na mão.

- Boa noite, Quinn! Pode entrar, fique a vontade. - Rachel sorriu, tentando ser receptiva.

- Você esta sozinha?

- Sim, meus pais saíram pra dançar. Venha, vamos subir para o meu quarto! - Rachel pegou na mão de Quinn como algo espontâneo, que se arrepiou com a atitude.

As duas subiram as escadas e foram até o quarto da anfitriã da casa.Assim que entrou no quarto, Quinn tonteou por alguns segundos ao sentir o cheiro de Rachel. Cheirava a baunilha, frésia e âmbar. Era único. Era tão... Rachel Berry. O quarto dela destacava sua personalidade. Havia estrelas douradas no teto, ôsteres de pessoas nas quais ela se inspirava e muitos espelhos. Quinn nunca se sentiu tão bem em um lugar quanto estava se sentindo ali.

- Tenho uma ideia para a nossa música! - Quinn disse

- Eu quero que seja algo para o Finn! 

- Para o Finn? - Rachel riu - Porque?

- Porque Finn é algo que temos em comum. Ambas nos decepcionamos com isso e portanto, é impossível que fique ruim.

- Você é esperta, Fabray. Que tal se cantarmos Gloria Gaynor?

- Bem... Não tenho potência vocal pra isso.

- Não é questão de potência vocal. Se você cantar com o coração, sua voz se encaixará perfeitamente na música, seja ela qual for. Precisa tentar!

- Tudo bem, cantaremos i will survive. Vamos começar a ensaiar?

Rachel e Quinn passaram algumas horas daquela noite cantando, procurando uma boa versão, estudando suas próprias vozes e testando a sintonia das duas juntas. Rachel achou estranho, mas sua voz nunca se encaixou tão bem com a de alguém. Para que cantar com o Finn quando sempre teve uma voz dócil por perto? Depois de ficarem roucas de tanto ensaiar, decidiram parar para comer alguma coisa.

- Foi você que fez esses biscoitos? - Quinn perguntou enquanto mordiscava-os.

- Sim! Gostou?

- Adorei!

- Finn sempre pedia me pedia pra fazer... - Rachel mudou de expressão.

- Gordo é uma catástrofe, não é mesmo? - Quinn brincou, então as duas riram. O problema das duas não eram com o peso de Finn, e sim com tudo que o envolvia.

- Sinceramente? Não sei o que será de mim agora. Depois que Finn entrou na minha vida, esqueci como as coisas eram antes dele chegar.

- Você tem a si mesma, que é o mais importante de tudo. E agora, tem a mim. - Quinn abriu seu adorável sorriso, então selou a bochecha de Rachel, e pressionou seus lábios contra a pele sua pele por alguns segundos.

Rachel fechou os olhos. Normalmente, acharia aquilo estranho. Mas a ação e a reação foi involuntária, das duas partes. Quinn pôs-se a acariciar o rosto da amiga com o nariz, enquanto Rachel afagava a mão em seu cabelo. Aquele era um momento delas, só delas. Foram interrompidas com o barulho da campainha.

- Eu... Vou atender! - Rachel recuperou o controle e correu até a porta. Era Finn Hudson. Seu ex namorado cachorro, com um buquê de flores na mão.

Rachel gargalhou.

- Oi Rachel! - ele disse.

- Que palhaçada é essa, Finn Hudson? - ela perguntou, com semblante de aborrecimento.

Quinn ouviu a voz do garoto e correu até a sala, assistiu aos dois em silêncio. Sua vontade era de expulsar Finn aos tapas dali, mas não estava em sua casa, não podia fazer nada.

- Não conversamos desde aquele dia, na casa da Sugar, eu tenho sentido a sua falta... Olha, são para você. - Finn lhe estendeu o buquê de rosas vermelhas, que Rachel havia detestado. Qualquer homem tolinho poderia dar rosas vermelhas a uma mulher, ela queria algo diferente. Se ele realmente a conhecesse, não escolheria uma flor tão clichê.

- Rosas vermelhas? Fala sério, Finn, esse é um truque tão batido! - ela pegou as flores com grosseria e sem delicadeza alguma.

- Posso entrar? Tenho algumas coisas para te dizer. 

Rachel bufou. No fundo, tinha esperanças de que Finn tivesse uma explicação que justificasse a sua atitude e a fizesse perdoá-lo. Detestava não ter como simplesmente esquecer esse velho sentimento que atordoava sua cabeça.

- Tudo bem. Entra! Finn entrou e deu de cara com Quinn, que estava com os olhos queimando.

- Chegou minha hora! Te vejo amanhã, Rachel. - a loira andou em linha reta, sem sequer olhar para Rachel ou Finn. Pegou sua bolsa em cima da mesa de centro e bateu a porta, sem fazer questão de ser educada.

- Quinn, esp... - Sua voz foi apagada pelo som da porta. - Droga! 


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