Vértices De Um Amor escrita por Sarinha
"I never knew that everything was falling through
That everyone I knew was waiting on a queue
To turn and run when all I needed was the truth
But that's how it's gotta be
It's coming down to nothing more than apathy"
Over my head - The Fray
Rachel odiava chorar. O tamanho do seu sofrimento nunca importava, segurar o choro era questão de honra. As lágrimas só eram permitidas durante os seus inúmeros solos que precisavam ser carregados de emoção. Chorar era sinal de fraqueza, de entregar os pontos, e ela era forte demais pra isso.
Mas simplesmente não podia se segurar quando pensava na ideia de ter o amor de sua vida transando com outra garota que não fosse ela. Especialmente quando pensava que essa garota era Sugar Motta. A mais magra, rica e bonita que Lima já viu. Ela não teria chance nenhuma, nem se quisesse.
Havia rodado a cidade tantas vezes que nem se lembrava mais a quanto tempo estava dirigindo, apenas queria se sentir distante de todos. Aquela era definitivamente uma cidade de idiotas, ninguém ali nunca seria bom o suficiente para namorá-la, os garotos de Lima não passavam de criancinhas atrás de uma aventura. Ela sabia que o destino preparava algo especial para ela, algo muito maior do que poderia imaginar, algo tão grande que nunca caberia naquela cidadezinha miserável onde vivia.
Começou a chover. Merda, Rachel pensou. Talvez a chuva de fora da vidraça do carro lavasse o que la sentia por dentro, mas era algo tão pesado que a possibilidade era pequena. Dirigia com cuidado por uma estrada que não conhecia muito bem, mas seu passeio sem rumo foi limitado. A bateria do carro morreu. Ótimo, nada poderia estar melhor! Ela ironizou em seus pensamentos.
Estava em prantos, sem namorado, sem um lugar para ficar, no meio da chuva com o carro estragado. Sacou o seu celular e procurou por alguém na discagem rápida. Finn era a primeira pessoa, e a algumas horas atrás, seria quem ela chamaria. Mas as coisas haviam mudado. Rachel continuou procurando e resolveu ligar para Leroy, um dos seus pais.
Leroy nunca deixaria sua pequena garotinha na mão, ele morreria se fosse preciso para vê-la bem.
– O que houve, anjinho? - ele entrou no carro de Rachel.
– O pior dia da minha vida, papai, o pior!
– Eu iria te dar uma bronca por sumir do mapa, mas você já deve estar mal o suficiente, e sei que não vai fazer isso de novo! Certo, Berry?
– Sumir do mapa é a minha vontade agora. Mas tudo bem, eu prometo! - ela se agarrou ao peito do pai e tentou sorrir. Falhou.
– Você não tem que prometer nada porque não vai sumir do mapa! Querida, você é uma estrela, maior e mais brilhante do que todos nessa cidade. Finn é só um moleque que passou pela sua vida, você não pode apagar por causa dele. Vamos pra casa, amanhã você tem aula.
No dia seguinte, Rachel queria acreditar que o seu despertador era um convite para sua vida voltar ao normal. Demorou mais tempo do que o normal para escolher a roupa que usaria, resolveu pôr um vestido vermelho de alcinhas com jaqueta de couro e oxford, alisar o cabelo e usar mais maquiagem do que o normal. Aquela não era a típica Rachel Berry, capitã do Glee Club, mas era sua maneira de dizer ao mundo: a vida continua, com ou sem um namorado.
Tomou seu café da manhã e então foi pra escola, dirigindo vagarosamente, com medo que seu carro estragasse outra vez. Ao chegar na escola, olhares. Eles estavam por todos os lados. O Facebook poderia ser um destruidor de reputações, e Rachel jurava a si mesma que ainda mataria Finn por ter entrado em um relacionamento sério com Sugar no mesmo dia que terminou com ela.
– Bom dia, querida. Você tem a intenção de chamar a atenção do Finn com esse look?
Rachel reconheceria aquela voz aguda e irritante de longe, era sua nova inimiga mortal, Sugar Motta. Mas estava objetivada a ser uma nova pessoa, e não havia mais copo nenhum de slushie que a convenceria do contrário.
– E você, tem a intenção de assustar as pessoas com essa cara? - ela virou-se e respondeu rapidamente, como em um jogo de palavras.
– Não preciso, seu nariz já faz isso por mim.
– Pro meu nariz eu tenho plástica, e pra sua sem vergonhice, existe algum remédio?Sugar ficou quieta por alguns segundos, sabia que aquilo era verdade.
– Finn esta muito feliz comigo, sabia? - ela provocou.
– Acho difícil, mas espero que ele esteja. Também fico feliz por ter me livrado daquilo!
– Então, estamos todos satisfeitos? Você parece melhor sozinha, e Finn finalmente achou uma garota que se depila! - Sugar sorriu freneticamente.
A velocidade com que o sangue de Rachel bombeava se duplicou. Aquilo era mentira, pura mentira. Sugar não poderia fazer aquilo, não com ela. Não na frente do Mckinley High inteiro.
– Você não sabe nada sobre mim, vadia! - Rachel gritou e partiu pra cima de Sugar.Imediatamente a escola toda se manifestou e apressou-se para ver a briga de um bom lugar. Eram as duas garotinhas do Glee Club lutando pelo galã da escola, aquele seria o novo assunto dos corredores, das salas de aula, dos banheiros...
Beiste apareceu nos corredores por acaso e presenciou a briga, logo, separou as garotas.
– Vocês estão loucas? - disse enquanto empurrava uma de perto da outra.
– Ela que esta louca, ela que veio me bater. - Sugar apontava para Rachel, como se estivesse com medo de ser culpada.
– Por favor, srta inocente, você sabe muito bem o que fez. - a morena tentou avançar mais uma vez, mas foi impedida por Mike Chang que a segurava pela barriga.
– Berry. Motta. Na minha sala, agora! - Figgins gritava estericamente.
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