A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 6
Meninos X Meninas




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Quando voltamos para o salão comunal depois da detenção tudo estava vazio e silencioso, também pudera, já passava da meia noite, mas não tínhamos nenhum sono, apesar da detenção que acabamos recebendo nosso plano funcionou perfeitamente.

- Os marotos arrasam! – Sirius exclamou dando pulinhos de alegria. – Nem acredito que tudo funcionou.

- Não graças ao seu plano, não é? – James o provocou, mas Sirius estava feliz de mais para retrucar.

Nós estávamos comemorando nossa vitória sobre os alunos da Sonserina e implicando uns com os outros, quando ouvimos passos vindos da direção do dormitório feminino, nos viramos rapidamente e nos deparamos com minhas colegas de quarto nos encarando de forma furiosa.

- Então o Sev estava certo, vocês são os marotos. – Lily disso horrorizada.

- Por que fizeram aquilo com o coitado do Malfoy?

Nós cinco nos entreolhamos, era a mesma pessoa que havia me ameaçado e atacado alunos inocentes que agora estava sendo defendida por primeiranistas grifinórias? Pelas barbas de Merlin o que está acontecendo aqui?

- O que nós fizemos exatamente Lily? – Remo perguntou cauteloso.

- Fizeram parecer que ele estava traindo a namorada. – Dora respondeu furiosa e eu ficava cada vez mais confusa.

- Não fizemos isso não, se ele está traindo a namorada e ela descobriu a culpa não é nossa. – Eu falei nos defendendo, mas acho que tomei a atitude errada porque três pares de olhos raivosos se viraram para mim, apenas Alice continuava a observar a cena desinteressada.

- Como pode se meter no meio disso tudo? – Lily me acusou. – Prejudicando a vida de pessoas inocentes.

- Para começar o Malfoy está longe de ser alguém inocente e vocês não sabem do que ele é capaz de fazer para arruinar com a vida de alguém. – Eu me levantei do sofá ficando frente a frente com elas.

- Então nos diga. – Marlene provocou, mas eu não confiava nelas a ponto de contar o maior segredo da minha vida, e como poderia se elas nem ao menos acreditavam em minha palavra? Meu silêncio foi como uma confirmação de que elas estavam certas.

- Eles estão sendo uma má influencia para você, Ravena. – Dora falou fuzilando os meninos com um olhar.

- Vai ter que escolher ou nós ou eles.

Eu olhei para trás, os meninos me encaravam de forma atônica e eu simplesmente soube a resposta, podia ser que minha vida virasse um caos, afinal eu teria que dividir o dormitório com elas durante sete anos, mas foi nos marotos que eu encontrei uma segunda família, foi neles que confiei segredo de toda uma vida.

- Não é justo a fazerem escolher. – A voz de James me despertou de meus pensamentos. – Todos nós tínhamos motivos para fazer o que fizemos a Rave a cima de todos.

- Tudo bem James, se é isso que elas querem. – Eu falei com uma calma anormal. – Eu escolho os meninos.

- O que? Mas... – Nenhuma delas sabia o que dizer para mim, ao que tudo indica elas não esperavam que eu escolhesse os meninos.

As meninas saíram da sala sem dirigirem mais nenhuma palavra para mim e ainda me fuzilavam com os olhos, apenas Alice acenava e sorria ao segui-las, talvez as coisas não fiquem tão ruins como previra, afinal parece que Alice compreende minha decisão.

- Por um momento eu cheguei a pensar que você iria escolhê-las. – Peter falou depois de um pequeno silêncio entre nós.

- E destruir os recém formados Marotos? Nem pensar.

Nós continuamos a conversar como se nada tivesse acontecido, mas seria tolice acreditar que nada mudaria a partir desse dia, fui obrigada a escolher entre meninos e meninas, não posso voltar atrás com uma escolha dessas.

.......

O ano passou mais depressa do que eu poderia imaginar, em poucos meses toda a escola já havia descoberto quem eram os Marotos, o que nos fez ganhar o ódio eterno da Sonserina e a simpatia e admiração das demais casas, bem exceto de três garotas que por acaso dividiam o dormitório comigo.

Nenhuma das três voltou a falar comigo e se não fosse por Alice provavelmente seria completamente ignorada enquanto estivesse no quarto, mas não se pode querer tudo. Recebemos algumas detenções, achamos algumas passagens, ganhamos alguns pontos nas aulas para compensar os que perdemos, assistimos a jogos de Quadribol [Grifinória ganhou da Corvinal e da Lufa-Lufa, mas perdeu para a Sonserina por 10 pontos] aprontamos mais “algumas” travessuras e quando percebemos já era hora de voltar para casa e comemorar o natal.

 Nenhum de nós ficaria em Hogwarts esse ano, até mesmo o Sirius, que estava meio brigado com a família por ter entrado na Grifinória foi convencido a não ficar. No trem permanecemos juntos brincando e comento feijõezinhos de todos os sabores, quando percebemos o trem já parava na estação de King Cross e mesmo em meio a multidão pude distinguir a voz dos meus pais.

- Rave.

- Vamos manter contato durante o feriado. – Eu falei para os meninos enquanto os meus pais tentavam chegar até mim.

- Não precisa nem falar duas vezes. – Falou me abraçado e se despedindo de todos saiu à procura da sua família.

- Peter também se despediu porque achara a sua mãe, enquanto isso meus pais conseguiam se aproximar juntamente com outro casal que não reconheci.

- Vou escrever se não for morto por ter entrado na Grifinória. – Sirius falou assim que avistou a sua mãe do outro lado da estação.

- Morto? É mais provável você fugir antes de te pegarem. – James retrucou enquanto bagunçava o cabelo já arrepiado, um péssimo habito que adquirira durante o ano.

- Minha casa estará sempre aberta.

- E a minha também. – James concordou.

Sirius pareceu satisfeito com isso e foi atrás de sua “adorável” família.

- Rave. – Meus pais gritaram novamente.

Eu corri me jogando em seus braços, nunca pensara que sentiria tanta saudade, mas foi só quando nos separamos que percebei que James conversava com o casal acompanhante dos meus pais.

- Essa é a pequena Ravena, Charlus. – Meu pai falou me colocando a sua frente.

- E esse é o James. – O homem falou repetindo o gesto.

- Vocês conhecem os pais do James? – Eu perguntei e pude ouvir o James fazendo o mesmo.

- Trabalhamos juntos no Ministério. – O pai do James explicou para nós dois. – Imagine a minha surpresa quando o James a mencionou em suas cartas.

- O mesmo aconteceu quando li as suas Ravena. – Meu pai acrescentou.

- Espero que tenha falado bem de mim, Rave.

- A consciência está pesada, Jimy?

- Não, na verdade nem sei por que me preocupo se só há coisas boas a falar sobre mim.

- Coitadinho tempo de mais com o Sirius vem afetando o seu cérebro, mas lembre-se que um já é de mais para qualquer um aturar.

James riu assim como eu, nós vivíamos implicando com o Sirius porque ele era convencido de mais.

- Rave, vamos? – Meu pai me perguntou já segurando a minha mala.

- A gente se vê James. – Me despedi seguindo os meus pais até o carro.

- Fico feliz que tenha conseguido fazer amigos, principalmente pessoas como o James, a família dele é muito amigável. – Minha mãe falou depois de entrarmos. 

- O James é uma ótima pessoa assim como os outros meninos, é uma pena que não os tenham conhecido.

- E então como foi Hogwarts? – Meu pai perguntou não se contendo mais, eu sabia que ele estava doido para saber o que aprontamos, afinal ele é muito parecido comigo, mas teríamos que esperar até ficarmos longe dos olhos de águia da mamãe.

Mesmo tendo limitações quanto aos assuntos eu não parei mais de falar, contei cada detalhe que me lembrava e acabava de passar pela metade quando chegamos em casa, só nos mudamos do carro para a sala e quando terminei a tarde já tomava o céu. Minha mãe estava um pouco frustrada por eu ter brigado com as meninas, acha que ela ainda alimenta uma esperança que eu me transforme da noite para o dia em uma boneca de porcelana.

- Eu acho que tenho umas fotos em algum lugar. – Falei enquanto revirava minha mochila.

Afinal minha procura foi recompensada, pois bem no fundo da mochila achei algumas fotos, dentre elas uma minha sentada na torre de astronomia, uma dos quatro no campo de Quadribol e uma de nós cinco ao lado do lago da Lula Gigante, Frank Longbotton, colega de quarto dos meninos, tirou para nós. Nós acenávamos na foto e eu mostrava cada um dos meus amigos através dela, olhando agora tenho que admitir que formamos um grupo esquisito.

- Eu quase ia me esquecendo. – Minha mãe falou pegando minha mão e me guiando para o andar de cima onde paramos em frente ao meu quarto. – Temos uma surpresa para você.

Eles abriram a porta e o meu rosto se iluminou de alegria, meu quarto havia sido completamente redecorado, as paredes brancas possuíam flâmulas e escudos da Grifinória, minha cama estava forrada com um edredom preto e dourado, meu armário branco e enorme ainda estava lá, mas minha escrivaninha foi aumentada e por trás dela se encontravam os seguintes dizeres: Minhas memórias, uma estante repleta de livros estava ao lado junto com uma poltrona vermelha, quebrando um pouco o estilo, em cima da minha cama havia uma cheia de minhas antigas bonecas, meus desenhos continuavam colados atrás da porta e o teto continuava a imitar o céu com direito a estrelas se mexendo e tudo o mais.

- Você gostou? – Mamãe perguntou hesitante.

- Se eu gostei? Mãe eu amei, é o melhor presente que vocês poderiam me dar.

- Ainda não acabou. – Meu pai falou sorrindo. – A parede escrita memórias tem um feitiço que permite você colar o que quiser nela. Vamos deixar você se divertir agora.

Eles saíram do quarto rapidamente enquanto eu corria para o meu armário e tirava do fundo dele uma caixa decorada com estrelas, que eu fizera aos cinco anos, dentro dela havia todas as coisas que eu julgava importantes sobre o meu passado, provavelmente eles acharam enquanto eles arrumavam tudo. Sentei na cama e comecei a separar as minhas favoritas, por fim me decidi por uma foto minha de quando eu era bebê logo depois de vir morar com os Wikiman, umas três minhas no período de quatro a seis anos, eu e meu pai na Copa Mundial de Quadribol, uma saindo da escola trouxa em que estudei e uma no ano passado no meu aniversario de 11 anos. Além de, é claro, diversos recortes de jornal sobre as Harpias de Holyhed, meu time de quadribol desde sempre, os ingressos da Copa de Quadribol e de um jogo das Harpias, minha carta de Hogwarts e minha passagem.

Eu as colei na parede admirando meu trabalho depois voltei até minha mochila e peguei as três fotos que mostrei aos meus pais e mais duas que eram do aniversário do Sirius e do Peter respectivamente. Eu sei que não havia muita coisa, mas os meninos são meus primeiros amigos, antes deles eu era só mais uma garota esquisita e isolada.

De noite, depois que mamãe foi se deitar, eu e papai ficamos conversando por varias horas de forma que consegui lhe colocar a parte de todas as brincadeiras que aprontamos e ele até me deu sugestões para umas novas. Os dias seguintes se passaram de forma agradável, eu acordava cedo, tomava café com os meus pais e normalmente ia jogar Quadribol à tarde. Todos os dias chegavam novas cartas dos meninos e por incrível que pareça nunca nos faltava assunto. No dia de Natal eu enviei presentes para cada um deles, um livro para o Remo, feijõezinhos de todos os sabores para James e Sirius e sapos de chocolate para o Peter. Ganhei doces deles também e novos livros dos meus pais.

 Entretanto dois dias depois quatro corujas, que eu conhecia muito bem, chegaram à janela do meu quarto bem cedo, jamais poderia imaginar que eles realmente se lembrariam, mas ao que parece eu estava errada, meu aniversário não passou despercebido. O primeiro pacote que abri foi o do Remo:

Rave,

Meus parabéns, espero que goste do presente, para a fã mais maluca de Quadribol que eu conheço.

 Eu ainda ria da carta quando abri o pacote e me deparei com um porta retrato com uma foto minha berrando para os jogadores, Sirius meio que xingando ao meu lado, James querendo bater com a cabeça em algum lugar e o Peter comendo, como sempre, Remo havia tirado essa foto no jogo Grifinória x Sonserina.

O pacote seguinte foi o do Sirius, demorei um bom tempo para entender o que estava escrito na carta devido à letra horrorosa que tem o meu amigo.

Ravezinha,

Você gosta de livros, por algum motivo inexplicável, e de Quadribol então imaginei que você iria gostar.

Do seu inesquecível amigo, Sirius Black.

Dentro do envelope havia um livro intitulado “Quadribol através dos séculos”, eu mal podia espera para começar a lê-lo. Depois abri o pacote enviado pelo James.

Rave,

Não pude resistir quando vi isso na loja. Espero que goste e entenda a piada.

De dentro do embrulho caiu um pequeno colar com uma lua como pingente, eu ainda ria do duplo sentido do presente quando abria o pacote do Peter de onde caíram varias caixas de doces e um pequeno bilhete.

Parabéns.

Peter

Eu ainda estava admirando os meus presentes quando os meus pais entraram no quarto, minha mãe trazia um grande bolo e o meu pai uma caixa vermelha.

- Parabéns, querida. – Ela falou sentando ao meu lado na cama. – Faça um pedido.

Eu assoprei a vela enquanto desejava que nada mudasse depois disso com um aceno da varinha ela mandou o bolo de volta para a cozinha e papai me estendeu a caixa, que abri rapidamente, dentro dela havia uma câmera novinha.

- Achamos que chegou à hora de ter uma, afinal parece que agora tem muitas situações para você registra com fotos. – Meu pai falou me abraçando. – Estou orgulhoso de você, pequena.

- Pelo visto seus amigos se lembraram.

- Eles não ousariam esquecer. – Falei brincando.

O resto do feriado passou de forma normal, mas meu coração estava dividido entre a alegria de estar com meus pais e a saudade de Hogwarts e dos meninos, por isso foi com alegria e tristeza que retornei a plataforma 93/4 e para Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.