A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 35
Vislumbre do futuro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316041/chapter/35

Não irei mentir dizendo que as coisas haviam melhorado, pois a guerra continuava a mesma se não pior, mas pelo menos posso dizer que não perdemos mais nenhum amigo muito próximo. Mas como eu já devo ter comentado diversas vezes se esqueceram de nos dar alguma sorte quando nascemos e por esse motivo que hoje eu, James, Lily, Alice, Frank, Neville e Harry nos encontramos no escritório de Dumbledore aqui em Hogwarts.

- Sinto que o motivo que os trouxe aqui é um tanto quanto preocupante. – Ele falou calmamente, mas eu sabia que seja lá o que for é muito pior do que ele nos fazia acreditar.

- E desde quando recebemos notícias boas nessa sala? – James perguntou rindo em uma tentativa de aliviar o clima.

- Creio que essa será a pior de todas.

- Dumbledore o que quer que tenha para nos falar é algo que teremos que saber mais cedo ou mais tarde, eu particularmente prefiro mais cedo. – Falei quebrando o silêncio que se instaurara após o comentário do meu antigo diretor.

- Acredito que tenha razão Ravena, há duas noites foi feita uma profecia. Profecia essa que também chegou ao conhecimento de Lord Voldemort.

- Não compreendo qual é a relação disso conosco. – Alice comentou confusa.

- Mas você entenderá Alice, entenderá assim que escutá-la.

- Pelo amor de Merlin diga logo a maldita profecia. – Lily explodiu irritada.

- Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima, nascido dos que os desafiaram três vezes, nascido no término do sétimo mês... – Dumbledore terminou de falar e meus olhos instantaneamente buscaram os dois meninos que brincavam sem saber o que o destino reservara para eles.

- Isso não pode estar acontecendo eles não passam de bebês. – Lily gritou puxando Harry para si.

- Receio que não possamos fazer nada além de esconder vocês até que tudo isso acabe.

- Não pode nos manter presos quando há uma guerra acontecendo. A Ordem precisa de nós.

- James, podemos dar um jeito de manter as coisas na Ordem, mas meu caro Pontas você e Frank tem uma família para proteger e acredite em mim não vai querer que o seu filho acabe ficando órfão tão jovem. – Eu falei colocando a mão sobre o ombro do meu amigo.

- Eu recomendaria que colocassem um feitiço fidelios na casa dos três.

- Tem só uma coisa que eu não entendi, por que você também me chamou Dumbledore?

- Ravena isso é obvio, você também o enfrentou três vezes. – Lily me lembrou.

- Mas eu não tenho nenhum filho e se depender do Remo nunca irei ter. – Expliquei. – Vocês precisão de proteção, eu não.

- Você pode vir a ter a criança profetizada, Voldemort não vai deixá-la livre.

- Voldemort está atrás de mim desde que me neguei a me juntar a ele, Dumbledore.

- Estará em maior perigo a partir de agora. – James comentou preocupado.

- Pontas não seja ingênuo você tem que proteger a sua família e eu tenho que proteger a minha nem que para isso tenha que dar a minha vida. Eu jurei que não deixaria nada acontecer a vocês enquanto eu puder impedir.

- Você não muda nunca?

- Eu mudei, a diferença é que eu mudei muito antes de conhecer qualquer um de vocês.

- Não vou conseguir fazer você mudar de ideia, não é mesmo?

- Me desculpe Dumbledore, mas é quem eu sou não mudarei isso.

- Pois bem devem escolher o fiel de seus segredos com muita sabedoria e irei à casa de cada um de vocês como testemunha do voto amanhã.

Nós concordamos e os casais com seus respectivos bebês deixaram a sala preocupados com o futuro de seus filhos a ponto de nem notarem que eu não saíra com eles.

- O que foi Ravena?

- Eu quero saber a profecia toda, você nos contou o que Voldemort sabe, mas eu quero saber o final.

- Como sabe que eu não contei tudo? – Ele perguntou em um misto de espanto e de admiração.

- Francamente já viu quem são os meus amigos? Quando se convive com Sirius Black, James Potter, Remo Lupin e Peter Pettigrew por anos você acaba aprendendo quando alguém mente, fala a verdade ou esconde algo. – Eu expliquei rapidamente. – James teria notado também se não estivesse tão preocupado com o Harry.

- Eu fiz isso para protegê-los Ravena eles já terão preocupação o bastante com o pouco que sabem.

- Dumbledore eu protejo aqueles que eu amo e para isso preciso saber com o que eu estou lidando.

- E o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece e um dos dois deverá morrer pela mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar.

- Obrigada, Dumbledore.

- Ravena, você melhor do que ninguém sabe que as profecias nem sempre significam o que parecem a primeira vista. – Ele falou fixando os olhos azuis em mim. – Por que queria que eu te contasse se você já sabia?

- Eu só consigo ler o futuro pelas estrelas porque elas escolhem me mostrar, mas eu não sabia o que seria, tudo o que minha irmãs me mostraram era que o que mudaria as balanças da guerra estava para chegar.

................................

Eu estava na casa de James, já havia passado na de Frank e da Alice uma vez que eu era a fiel do segredo deles, mas estava apenas como testemunha já que o Sirius seria o fiel dos Potter ou ao menos era o que queríamos que todos os outros acreditassem.

- Terminamos aqui. – Dumbledore falou depois do final do feitiço. – Tomem cuidado todos vocês.

- Sabemos nos cuidar. – Sirius falou sorrindo.

James acompanhou Dumbledore até a porta, Lily estava ocupada colocando Harry para dormir, e voltou para perto de nós. Esperamos um pouco para ter certeza de que estávamos realmente sozinhos antes que James abrisse a porta da cozinha da onde saiu Peter.

- Esse é realmente o melhor plano que já bolamos. – Sirius falou convencido da mesma maneira que acontecia nos tempos da escola.

- Ainda não estou muito certo quanto ao plano. – Peter falou e claramente havia medo em sua voz.

- Relaxa Rabicho, ninguém vai suspeitar de você, virão atrás do Sirius e de mim porque somos os mais colados com o James. – Falei enquanto acrescentava para mim mesma, e os mais versados em magia também.

- Podemos começar a troca. – James anunciou.

- Esperem e o Remo? Por que ele não está aqui? – Perguntei sabendo perfeitamente bem que ele não estava em nenhuma missão.

Os três homens trocaram olhares, mas permaneceram em silêncio o que foi suficiente para que eu soubesse que havia algo errado.

- O que vocês não se lembraram de me contar? – Falei encarando cada um deles.

- Não contamos para o Remo que vamos trocar os fiéis do segredo. – Sirius falou se escondendo atrás do sofá.

- Por que não? – Eu gritei, mas nesse momento percebi a verdade que eles não queriam me dizer. – Vocês só podem estar brincando comigo. Por todas as magias que já foram realizadas, vocês acham mesmo que o Remo seria capaz de nos trair?

- Nix, os tempos mudaram e as pessoas também,  o Remo que estudou conosco jamais nos trairia, mas a Ordem o fez se aproximar daqueles lobisomens para conseguir informações sobre os planos de Voldemort, nesse meio tempo eles poderiam muito bem ter mudados as opiniões do Remo. – James argumentou.

- Estamos falando do nosso amigo Remo João Lupin, vulgo Aluado, o monitor certinho que nunca andava sem um livro e que sempre ajudava seus amigos. É dessa pessoa que nós estamos falando.

- Rave seja razoável, nós sabemos que você namora o Remo e não quer descobrir que ele mudou de lado. – Peter falou confiante.

- Não estou o defendendo porque saio com ele, mas porque ele nosso amigo, não podemos começar a ter suspeitas de deslealdade entre nós.

- Acha que queremos isso? É claro que não Rave, mas para o bem ou para o mal há um traidor na Ordem e o Remo infelizmente se encaixa no papel.

- Se formos usar esse raciocínio Sirius, acho melhor você parar de falar com todo o mundo porque o traidor pode ser realmente qualquer um incluindo eu, você ou o Peter. – Eu berrei.

- O que está havendo aí em baixo? – Lily perguntou aparecendo no topo da escada.

- Nada Lily, pode nos dar um tempo sozinhos? – James perguntou docemente e ela concordou voltando para o quarto do Harry. – Rave eu sei que está chateada conosco, mas pelo bem da minha família eu lhe imploro...

- Eu não vou contar nada ao Remo mais isso não quer dizer que eu concorde com o que vocês fizeram. – Eu falei cortando James. – Guardem as minhas palavras é mais vergonhoso desconfiar de um amigo do que ser por ele enganado, principalmente quando esses amigos são também a sua família.

Eles não me responderam nada e fizeram os feitiços necessários para a troca, eu sinceramente não prestei atenção. Eu estava furiosa não só com os meninos, mas também comigo e com essa guerra que permitira que muitos nos deixassem e que irmãos de alma começassem a desconfiar um do outro. Desde o começou eu odiara essa guerra , mas agora, agora o que sentia era mais do que ódio e não acredito que exista uma palavra capaz de descrever meu sentimento.

- Boa noite. – Eu me despedi dos três depois do final do feitiço e de ter falado com Lily e Harry.

Mas quando cheguei não fui capaz de voltar para dentro da casa e encarar Remo e Sirius, ao menos não naquela noite, se ainda estivéssemos em Hogwarts eu teria fugido para a torre de astronomia, mas como isso não era mais possível retornei a meu antigo refugio, a casa da árvore no fundo do quintal. Eu me sentei lá no meio de recordações de uma vida que às vezes não parecia mais a minha, trazia no pulso a pulseira com a representação de todos nós [Afinal eu nunca a tirava] e nas mãos tinha a foto, que tiramos após a primeira transformação do Remo em que fomos com ele, e chorei por toda a noite.

Eu vi Lily e James mais três vezes, infelizmente tanto Sirius quanto eu estávamos em uma missão durante o aniversário do Harry e não pudemos ir vê-lo. Queria ter feito esses últimos meses de forma diferente, mas nem mesmo as estrelas poderiam ter me preparado para o que aconteceria na noite de 31 de outubro de 1981. Aquela foi a primeira vez que me arrependi de estar certa. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é pessoal, estamos chegando ao final da fic, restam apenas mais um capítulo e o epílogo. Não sei quando conseguirei postá-los por conta da escola, mas prometo que farei o que puder para postá-los o mais rápido possível.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Marota" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.