A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 28
Conhecemos o cara de cobra




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Não foi fácil para nenhum dos adultos assimilar que não eram mais capazes de nós proteger, o único consolo era que em breve retornaríamos para Hogwarts onde nada poderia nos atingir. De certa forma nós também pensávamos assim, pelo menos até o fatídico dia em que fomos a um passeio em Hogsmeade.

Sei que depois de tudo que vocês já sabem sobre mim devem pensar que dessa vez eu enlouqueci completamente, mas permitam-me voltar ao começo, pois tenho certeza que compreenderão tudo.

Era um sábado como outro qualquer, ventava muito apesar do céu azul o que indicava a aproximação do inverno, como de costume fomos até Hogsmeade, tal como a maior parte dos alunos. Peter havia ido até a Dedos de Mel e todos nós sabíamos que ele não sairia de lá tão cedo, Remo também havia nos deixado porque precisava compra penas novas, Sirius e Marlene só Merlin sabem onde realmente estão, mas eu tive a sensação de tê-los visto perto da casa dos gritos, por fim sobramos eu, James, Lily, Frank e Alice que ficamos tomando algumas cervejas amanteigadas no Três Vassouras. Só que depois de um tempo o pub começou a ficar superlotado e achamos que seria melhor sair logo de lá.

Ficamos andando sem rumo pelas ruas movimentadas esperando que o pessoal voltasse ao ponto de encontro para retornarmos ao castelo, mas que claro que com a nossa sorte, que nós últimos anos vem se mostrando cada vez menor, as coisas não poderiam ser tão simples. De repente um amontoado da capuzes negros surgiram nas ruas pacificas de Hogsmeade, não preciso explicar que o caos se instaurou no vilarejo, os alunos correndo para todos os lados enquanto os donos das lojas tentavam proteger os estudantes e a si próprios enquanto os professores não chegavam.

- Temos que achar Remo e Peter para dar o fora daqui. – James gritou por cima do barulho da confusão.

Eu concordei, para James não ter mencionado o Sirius ele realmente estava na casa dos gritos e no momento era o único de nós que estava a salvo.

- Fiquem juntos. – Lily gritou e prontamente obedecemos já estávamos em um perigo muito grande para ainda conseguirmos uma ruiva irritada.

Nós gritávamos os nomes dos nossos amigos enquanto corríamos na direção da Dedos de Mel, a direção contraria da que era feita por todos, e foi nesse momento que eu o vi. Os olhos pareciam pertencer a uma cobra bem como o nariz, não havia nenhum cabelo na cabeça e ele vinha em nossa direção, eu não tinha a menor duvida de quem ele era, mas foi preciso que eu pronunciasse o nome em voz alta para o impacto desse fato conseguisse me acertar.

- Voldemort.

Ao lado do James, Lily tremia igual a uma vassoura solta no vento e eu a entendia, por um momento até mesmo o meu corpo inteiro congelou, mas me lembre do que o cara de cobra havia feito com a minha família e dei um passo à frente cobrindo os meus amigos protetoramente. James entregou Lily ao Frank para que ele saísse de lá com ela e com Alice enquanto se colocava ao meu lado, mas apesar dos olhos de cobra Voldemort infelizmente não era cego e percebeu o que tentávamos fazer.

- Muito nobre o ato de vocês embora ele seja inútil. – Ele falou para James e para mim, não sei por que, mas a voz dele me parecia familiar. – Ninguém engana Lorde Voldemort. – Ele nos laçou um sorriso sádico e apontando para os nossos amigos murmurou. – Petrificos totales.

Nós tentamos gritar em aviso, mas era tarde, Frank congelou no lugar prendendo também as meninas já que ele as segurava pelo braço.

- Me pergunto por que estavam os mandando embora. – Ele falou, mas eu podia sentir que ele sabia muito bem qual era o motivo e apenas estava brincando conosco tal como faz uma cobra antes do bote.

Nenhum de nós o respondeu, Alice estava desesperada tentando pegar a varinha para soltar o namorado, mas chorava tanto que não estava conseguindo, Lily estava presa pelo braço direito de forma que também não conseguia usar a varinha e o cara de cobra estava com os olhos fixos em nós de forma que não podíamos ajudar a nenhum deles.

- Muito bem se não querem me responder parece que terei que arrancar isso de vocês. – Ele falou pausadamente, ao nosso redor continuava a confusão e seus olhos pararam sobre Lily. – Acho que vou começar com você.

- Eu não tenho medo de você. – Ela falou com a voz confiante encontrando forças sabe-se lá da onde.

- Não se preocupe você terá. Crucio.

Lily começou a se contorcer de dor e o James correu se jogando na frente do feitiço, eu sabia que Voldemort podia ter utilizado apenas ligiminencia, mas isso não seria cruel o bastante. Ele estava torturando o meu melhor amigo bem na minha frente enquanto Lily gritava o nome do James em pânico, minha raiva, que eu estava sentindo desde o vira pela primeira vez chegou ao auge e eu explodi.

- Ei cara de cobra, deixe os meus amigos em paz. – Eu gritei com uma raiva assustadora presente em cada uma das minhas palavras, mas ele não me deu atenção. – Expeliarmos. – Eu gritei, meu feitiço não foi forte o bastante para mandar a varinha dele para longe, mas tirou a concentração dele fazendo com que a maldição se quebrasse.

Eu podia sentir toda a ira dele quando se virou para mim, mas nada se comparado ao meu estado no momento. Como já sabem meus olhos normalmente são azuis prateados, embora o Sirius teime em dizer que ele é cinza e não prata, mas havia uma coisa que nem ele podia discordar, quando eu usava meus poderes da lua ou ficava com raiva qualquer vestígio da azul desaparecia e pelo grito da Alice eu soube que eles estavam completamente prateados. Ele levou alguns instantes para absorver a nova cor dos meus olhos e retornar a sua máscara de frieza, mas esse tempo foi suficiente para que eu notasse o Remo se aproximando com um rato dentro do bolso do casaco, nesse momento eu soube que só precisava concentrar a atenção dele em mim para que meus amigos pudessem escapar.

- Ficou com medo de uma bruxa adolescente cara de cobra?

- Não, só fiquei surpreso, seus olhos são uma variação interessante dos da sua mãe. – Ele falou e não parecia haver sarcasmos por trás das suas palavras.

Foi a minha vez de estancar, eu não entendia, Rilary Wikiman tinha olhos castanhos e era completamente improvável que ele de alguma maneira conhecesse os meus pais biológicos para saber a cor dos olhos da minha mãe, então como eu era capaz de sentir algo maior por trás dessa fala? Para começo de conversa como eu era capaz de sentir alguma coisa relacionada a Voldemort? Mas não era a hora para deixar essas duvidas na minha mente se eu conseguisse sobreviver teria tempo para pensar.

- Não se atreva a falar da minha mãe, você a matou. – Eu gritei, sabia que não tinha muitas armas contra ele, uma vez que ainda era de dia e não seria capaz de usar os meus poderes de filha da lua e pensei em adicionar mais uma coisa a lista delas que eu não entendia, por que ele ainda não me atacara?

- De fato eu a matei. – Ele comentou e me parecia haver tristeza em sua voz o que era completamente impossível. – Agora saia da minha frente, eu não preciso matar você.

- Não vou deixar você machucar os meus amigos.

- Você é tão estúpida como a sua mãe Liandan.

Espera aí, eu já havia sido conhecida por muitos nomes em toda a minha vida, mas este eu nunca havia escutado, ele se virou na direção dos meus amigos que haviam acabado de se soltarem do feitiço quando Dumbledore apareceu.

- Senhorita Wikiman leve os outros para Hogwarts, eu cuido de Tom. – Ele falou de forma reconfortante.

- Meu velho não tente me deter não tem poder para isso.  – Voldemort retrucou se virando para Dumbledore enquanto eu corria para os meus amigos.

- Ravena...

- Agora não Remo, dêem as mãos vou nos tirar daqui.

Eles fizeram o que eu mandei e aparatei com todos para dentro da casa dos gritos, o mais próximos de Hogwarts que eu poderia aparatar sem correr o risco de algum comensal da morte nos encontrar no caminho.

- Marlene chega eu vou atrás deles.

- Nem ouse sair por essa porta. – Eu gritei fazendo o Sirius se virar aliviado.

- Graças a Merlin, Marlene não me deixou ir atrás de vocês. – Ele falou enquanto se jogava em cima de nós.

- Ainda bem que ela tem bom senso. – Lily resmungou enquanto ajudava o James a se manter de pé.

- Vamos voltar para Hogwarts, contamos o que aconteceu no caminho. – Remo sugeriu.

E assim nós fizemos e como não podíamos andar muito rápido por causa do James tivemos tempo de explicar ao Sirius e a Marlene tudo que havia acontecido.

- O que acha que ele quis dizer quando te chamou de Liandan? – Peter perguntou, aquele rato já havia voltado para a sua forma humana.

- Eu não sei, tem muita coisa esquisita nessa história toda, acho que talvez meu passado seja ainda mais confuso do que eu sempre pensei.

- O que vai fazer? – James perguntou, ele já estava bem melhor embora ainda fossemos obrigá-lo a ir para a Ala hospitala, mas Frank e as meninas o encaravam confuso enquanto eu dava um pequeno sorriso tanto ele quanto os meninos me conheciam bem de mais para saber que eu jamais ficaria parada até conseguir respostas.

- No Natal vou até os Sapecto, acho que já está na hora de conhecer de uma vez por toda a história do meu passado.

- Vamos com você. – Sirius se prontificou falando por todos os marotos.

- Nós também. – Marlene acrescentou.

- Sem querer ofender Marlene, mas é melhor não, essa é uma coisa para a qual eu preciso dos marotos ao meu lado.

- Eu entendo, mas tem que prometer que contara tudo depois que você voltar.

- É uma promessa.

- Rave, independente do que acontecer lembre-se que sempre terá a gente. – Remo falou me dando um selinho.

- Senhorita Wikiman. – Eu escutei a voz de Dumbledore por trás de nós. – Será que poderíamos falar a sós.

Eu me afastei dos meus amigos que continuaram o caminho em direção a Ala Hospitalar e fui até o canto do corredor onde ele estava me esperando.

- O que foi professor?

- Voldemort lhe disse alguma coisa durante o confronto de vocês?

- Ele disse sim, mas se não se importa gostaria de compreender o sentido de suas palavras antes de contá-las ao senhor.

- Compreendo, mas se precisar falar sobre qualquer coisa, por favor, não hesite em me procurar.

- Sim professor. – Eu respondi confusa, definitivamente tudo estava ficando cada vez mais estranho.


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