Um Irmão Para Se (Odiar) amar. escrita por Amizitah


Capítulo 9
Capítulo 9 - Comendo areia.


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!
Eu não sei se vocês vão gostar ou não desse capítulo... Bem, eu me esforcei ^^. E gentee, valeu pelos Reviews! Vocês são muito legais *-*
Beijokas e aproveitem os momentos adoraveis com o Vinícius.
Ami ~



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Vinícius.


Fala sério. A minha irmã é quem dá os “pitis” dela e sou eu quem corro atrás da criatura. Eu com certeza não estaria aqui agora, tentando refazer o caminho dela para ver aonde ela ia, se não estivéssemos num país estrangeiro do qual ela não conhece quase nada. Só um irmão poderia fazer isso mesmo... Apesar de eu achar que ela está me odiando agora.

Se bem que, de certa forma, sempre nos odiamos.

Mas também não tinha como não odiar uma pirralha tão melosa e fresca – Além de absurdamente chata – que te atormentou pela vida inteira e continua até hoje. Só me lembro de uma época em que eu até brigava com a Caroline – Minha outra Irma. Sim, tenho duas irmãs, sorte né? – para ficar com a July. Era quando minha irmã mal sabia falar.

Deve ser por isso que eu gostava dela... É mesmo, faz sentido.

Era legal dar mamadeira para a July e brincar com ela. Era estranhamente viciante e divertido. E o mais legal era tentar entender o que ela falava. Eu e a Caroline riamos pra caramba quando minha irmã perguntava se entediamos o que ela falava! Ela fazia bem assim: Aanadhedcnksçksdjknjaasduasdhnc... Quegueu? Riamos muito quando chegava no “quegueu?”, era o “Entendeu?” dela, a única coisa que a pirralhinha sabia falar de modo que entendêssemos. Mas sobre o que ela queria que entendêssemos... Que se dane, ninguém nunca entendeu aquele troço. Mas quando a pirralhinha cresceu... Perdeu toda a graça, e foi ai que comecei a odiar a guria.

QUE GURIA CHHAAAAAAATA! Dá até raiva de lembrar!

E quando começou a ler o “Crepúsculo” da vida, ela ficou totalmente infectada e ficou insuportável. Depois disso foi uma porrada de outros livros que nem perdia o meu tempo decorando o título, muito menos lendo.

Nossa... Eu estou pensando muito na pirralha. Tudo culpa dela e da maldita frescura...

Parei de perder meu tempo lembrando dessas coisas e olhei em volta para ver aonde eu havia me metido.

– A praia? – Bufei quando vi umas gurias doidas se jogando na água do mar – Quer dizer que depois dela me meter a porrada e gritar que sou um péssimo irmão ela decide curtir um pouco areia da praia? – Revirei os olhos e comecei a caminhar pela calçada da praia.

Passei os olhos pela praia enquanto andava, um pouco sem esperanças sobre acha-la, só vendo algumas pessoas rindo enquanto jogavam água uma nas outras, outras sozinhas pegando algum sol e uma ceninha melosa de casais andando na beira da praia.

– Clichê – Resmunguei, desviando o olhar deles.

Cheguei na metade da praia e nada da criatura fresca. Pensei seriamente em ir para o apartamento e mandar boa sorte para ela, mas decidi que seria melhor uma ultima tentativa e ir até a praia. Depois que tirei meus tênis, caminhei sem tentar me importar com a areia que sujava a barra da minha calça, e tentei achar a July mais uma vez apenas com os olhos. Afe, não é porque ela é minha irmã que vou sair gritando por ai: JUUUUULYY!! CADÊ VOCÊ PIRRALHA DOS INFERNOS?!

Eu ainda tenho minha dignidade apesar de tudo.

Depois de vários e preciosos minutos jogados fora naquele lugar, eu acabei não encontrando a guria de jeito nenhum.

Quer saber... QUER SABER?! ELA QUE SE CUIDE!

– QUE SE DANE! – Chutei a areia molhada da beira do mar e encarei a água azul de cara feia – Aliás, não foi a própria que ficou falando que já tinha dezoito anos e tarará da vida?! ENTÃO QUE SE DANE! – Ignorei o casal que se afastou com meu leve surto e joguei tudo que é praga na July por me fazer perder tanto tempo – QUE ELES SE DANEM TAMBÉM! – Gritei para o casal quando eles já estavam longe.

– Ei resmungão...

– VOCÊ TAMBÉM! QUE SE DANE JUNTO COM ELES!

– Nem vem descontar sua raiva em mim só porque levou um pé na bunda daquela tal de... Qual era o nome?

– LISA!

– É, isso mesmo. Agora será que poderia calar a boca e sumir daqui? Está perturbando as pessoas.

– CALA A SUA BOCA JULY, EU POSSO FALAR A MERDA QUE EU...! – Parei de falar assim que eu finalmente me toquei que discutia com a July – July?! – Olhei para os lados, mas eu não encontrava a guria em lugar algum. Mas... Eu ouvi a voz dela... Ou será que...? – Droga! A pirralha infectou minha cabeça de vez?!

– Não criatura! Olha direito...!

Me virei para trás, mas eu continuei sem ver ela, e então meu cérebro deu um nó.

– Essa voz é do além por acaso?

– EU NÃO ESTOU MORTA AINDA PARA A SUA INFELICIDADE! Caraca... Olha logo para cima!

Mesmo que aquilo fosse um absurdo, eu levantei minha cabeça e procurei pela pirralha que, ora vejam só, ela estava em cima de mim, e o mais louco:

Numa rocha.

Numa rocha ridiculamente grande para estar na beira do mar.

COMO DIABOS EU NÃO VI ISSO?!

A garota estava sentada da ponta da rocha esquisita que mais parecia a réplica da pedra do Rei leão. Então... A minha irmã seria um leão no caso? Não... Acho que seria o macaco de bunda azul com cajado de frutinhas.

– O que você está fazendo aqui garoto? – Ela perguntou lá de cima, olhando o mar sem prestar muita atenção em mim.

Bufei.

– É assim que você trata alguém que veio te procurar?

– Nem vem reclamar que você não é o melhor irmão do mundo comigo. E então? Quem te obrigou a me procurar?

– Porque acha que alguém me obrigaria a vir aqui...?

– Porque é você o meu irmão.

Ai... Doeu.

– Tudo bem, não posso te contradizer já que eu normalmente nem viria...

– Então?

– Eu só vim te levar para o apartamento.

– Ah... Claro. Tinha que ser isso – Ela virou o rosto para mim e ergueu uma sobrancelha – Foi o Paul quem te lembrou não é?

– Claro que não!

– Vinícius...

– Tá, foi ele – Cruzei os braços e encarei a água.

Ela soltou um suspiro baixo que pude ouvir e coçou a cabeça.

– Bem... Não é de se admirar. Por um momento eu pensei que você viria pedir desculpas ou algo do tipo, mas isso é impossível – Virei o rosto para ela, meio chocado por eu parecer um ser tão horrível – Enfim Vinícius, pode ir embora tranquilo. Eu sei o endereço de lá e o andar.

Revirei os olhos e me encostei na rocha.

– Duvido que encontre o caminho.

Ela enfiou a mão no bolso e me ergueu o celular sem se quer me olhar. Dei uma risadinha ao ver aquilo.

– GPS... Quem inventou isso ganhou milhões – Brinquei e então a pirralha guardou o celular na calça jeans.

– E me ajudou bastante – Ela riu também, então colocou os antebraços em cima das pernas, se inclinando para frente - Agora pode ir. Não vou te obrigar a ficar comigo.

– Ótimo, eu estava querendo ler alguns mangás antes do almoço mesmo... – Dei de ombros e desencostei da rocha para dar meia volta.

Ela falou nada então eu segui meu caminho sem falar mais nada.

Parece que no final das contas a pirralha não estava tão mal assim, por mais que eu ache estranho o fato de ela estar em cima de uma rocha gigante. Como ela subiu naquilo mesmo? Vai ver ela aprendeu a superar o antigo medo de altura no final das contas... Tanto faz.

– Pelo menos ela não parece me odiar ou coisa do tipo. Nem ficou toda fresca como agora a pouco. Ah... Ela deve ter se tocado que não adianta ficar triste por minha causa já que eu não gosto dessas frescurinhas... – Ri , orgulhoso de mim mesmo – Sou um idiota mesmo. Sabia que não precisava ter tido todo o esforço de vir. O Paul é um frescão no final das contas...

“[...] Desde que eu pisei os pés aqui você não tem feito outra coisa a não ser puxar o meu pé, me chamar de pirralha e falar que não me queria metida nas suas férias “preciosas” apesar de não nos vermos a três anos! [...]”

Heim? Porque a voz dela está ecoando na minha...

“QUE TIPO DE IRMÃO FAZ ISSO COM A PRÓPRIA IRMÃ?!”

QUE MACUMBA DOS INFERNOS É ESSA?!

“Eu procuraria ela se pudesse, mas a situação simplesmente não permite isso [...] E parece que tem um problema entre vocês, então passou pela minha cabeça que você deveria conversar com ela.”

ATÉ O PAUL?!? É VOCÊ CONSCIENCIA MALDITA?! CALA A BOCA!

Do nada, a culpa de antes voltou e eu parei em menos da metade do caminho. Droga... Parece aqueles flash-backs que os personagens dos animes tem quando estão numa certa situação.

– Será que isso significa que... A pirralha está brava comigo? – Me perguntei em voz baixa.

Será que... Ela entrou na minha mente e fez isso de propósito para me atormentar?

Ah... Não dá. É impossível.

– Vamos dar uma olhadinha só para confirmar... – Murmurei para eu mesmo como um idiota e então me virei para trás. Por mais engraçado que pareça, a pirralha tinha feito o mesmo que eu e quando me viu, o rosto dela ficou esquisito.

Arregalei os olhos.

Meu Deus... É verdade.

– PODE PARAR COM ISSO! – Pontei o indicador para ela e então ela arregalou os olhos também.

– QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FALANDO?!

– ISSO...! EU ESTOU FALANDO DESSA COISA QUE ESTÁ FAZENDO COM A MINHA CABEÇA! SEJA LÁ OQUE FOR PODE PARAR!

– OQUE?! GAROTO, SE TEM ALGUM PROBLEMA COM A SUA CABEÇA A CULPA NÃO É MINHA E SIM SUA!

Dei uma risadinha nervosa, e então todas as pessoas ao meu redor se afastaram.

– EU SEI OQUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO... VOCÊ ESTÁ QUERENDO QUE EU AMOLEÇA E VÁ TE PEDIR DESCULPAS!

– HÃ?! – A garota virou mais o corpo na minha direção me olhando como se eu estivesse louco.

– EU TENHO UMA NOTÍCIA PARA VOCÊ JULY. ISSO NÃO.DEU.CERTO. EU TO ME LIXANDO PARA VOCÊ!

A garota fez uma cara brava horrível para mim e então se levantou na pedra para me encarar.

– POUCO ME IMPORTA SE VOCÊ LIGA OU NÃO PARA MIM! EU NÃO TE PEDI DROGA NENHUMA!

– CLARO QUE PEDIU! FICOU ENCHENDO MINHA CABEÇA COM BABOSEIRAS PARA EU CAIR NA SUA!

– CALA A SUA BOCA E DEIXA DE SER RETARDADO! É IMPOSSIVEL EU FAZER ISSO!

– AÉ? ENTÃO PORQUE SUA VOZ SURGIU NA MINHA CABEÇA?!

– PORQUE VOCÊ É UM DOENTE MENTAL QUE DORME COM UM MACACO AZUL!

Ah! Agora você está pedindo July...

– NÃO META O CACO NA HISTÓRIA!

– ENTÃO SAI LOGO DAQUI E PARA DE ENCHER O MEU SAC...

Eu parei de apontar para ela assim que vi a garota se contorcer em cima da rocha do rei leão.

Ela está tirando uma com a minha cara?

– Qual é?! Para de se contorcer quem nem uma louca ai em cima!

Dito e feito. EU TENHO O PODER!

Ou não...

A garota de repente deslizou o pé da pedra e caiu.

MEU DEUS EU TÔ FERRADO!

– JULY! – Sai correndo para a pedra de novo, mas graças aos deuses, ela conseguiu segurar as duas mãos na beira da rocha. Soltei o ar de alívio e então olhei para a garota.

– VINÍCIUS! CARA ME AJUDA! – Ela gritou, branca de medo.

Ai meu Deus... Que vontade de tirar uma foto e rir da cara dela!

– VINÍCIUS!! – Ela me berrou de novo quando a mão dela começou a deslizar.

–Tudo bem! Calma! – Limpei a garganta para não rir e então estendi os braços – Pula daí que eu te pego!

– OQUE?! VOCÊ TÁ LOUCO NÉ?! – Ela me encarou como se fosse um absurdo – EU DUVIDO QUE VOCÊ VAI ME PEGAR MESMO.

– Caramba! Eu não sou tão horrível assim! Pula logo daí ou então eu desisto de te pegar.

– TÁ! TÁ BOM PERAE! – Ela parou de me olhar e então fechou os olhos, se preparando psicologicamente para soltar a rocha.

AAAAH, EU NÃO VOU ME AGUENTAR! A VONTADE DE RIR É EXTREMA!

Mordi o lábio para não soltar um pio, então a hora chegou. July soltou a rocha e começou a gritar como se estivesse caindo do alto de um prédio, e não de uma rocha de alguns metros.

Me raxei de rir assim que ela caiu, morrendo de remorso por não ter tirado uma foto. Mas a anta estava tão feliz rindo que esqueceu completamente da garota, e então o pior aconteceu.

July caiu com tudo na areia enquanto eu fiquei mudo com os braços estendidos feito um idiota enquanto ela estava caída na minha frente.

– Merda... – Murmurei quando percebi que minha irmã não se moveu – J-july...?

A garota colocou a mão na areia, com todos os membros tremendo quando ergueu o corpo só um pouco para me olhar com um sentimento de ódio.

– VOCÊ NÃO PRESTA COMO IRMÃO!

– Foi mal... É que eu me distrai com o mar...

– EU OUVI VOCÊ RINDO!

Ferrou...

– Me desculpe July, é que dessa vez eu não aguentei! – Já estava ferrado mesmo, então não faz mal admitir.

– Eu sabia que não me pegaria... – Ela resmungou, irritada, e então tentou se levantar, mas ela caiu de novo na areia.

Deixei o medo da morte de lado e me agachei do lado dela.

– July, está bem?

– Sim Vinícius, estou ótima – Ela me fuzilou com o olhar e então tentou se levantar, mas então ela fez uma careta e caiu de novo.

Vish... Acho que ela se machucou mesmo.

– Vou te ajudar a se levantar – Toquei o braço dela, mas ela logo o afastou de mim.

– NEM PENSAR! DEIXEI DE ACREDITAR EM VOCÊ NO MOMENTO QUE CAI!

– Pelo amor de Deus! Já pedi desculpas! Agora deixa eu te levantar logo.

– Não! – Virou o rosto para o outro lado e me ignorou.

Soltei um suspiro e então decidi que não teria escolha.

Levantei a garota teimosa a força do chão e de alguma forma consegui colocar ela nas minhas costas.

– ME SOLTA!!

– Não.

– AGORA VINÍCIUS!

– Me obrigue – Abri um meio sorriso para ela quando comecei a andar.

Não tem nada melhor que aproveitar a fraqueza dos outros.


July –


Para inicio de conversa, eu não queria ver meu irmão agora. Eu ainda estou brava com ele e comigo mesma para ver o rosto idiota dele. E, permitam que eu faça uma pergunta, só por curiosidade mesmo:

QUE TIPO DE IRMÃO DEIXA SUA IRMÃ SE ESTABACAR NO CHÃO PARA FICAR RINDO DA CARA DELA?!

O Vinícius, lógico. Porque ele é o diabo disfarçado de irmão para que eu pague meus pecados.

Eu seria capaz de dar um pedala bonito na nuca dele agora se eu não tivesse dado um mau jeito no ombro. A maldita dor parecia brotar de dentro do ombro e se ramificar para metade das costas.

TUDO CULPA DO MANEZÃO!!

– Eu te odeio... – Murmurei perto do ouvido dele já que eu estava nas costas do bocó.

– Eu também te odeio July – Ele respondeu naturalmente, me fazendo ficar emburrada.

– Então porque diabos apareceu lá? Estava tudo bem até você aparecer.

Ele ficou silencioso do nada, e então eu estranhei.

Vinícius vacilando numa resposta? Desde quando?

– Eu queria realmente te levar para o apartamento – Respondeu finalmente – E pensei que...

– PERAI! VOCÊ PENSOU?! POR MINHA CAUSA?!

Ele parou de andar e virou o rosto para me mostrar a cara feia dele.

– FICA QUIETA E DEIXA EU TERMINAR!

Levantei as mãos, me rendendo. Ele revirou os olhos e voltou a andar.

– Eu pensei que estivesse mal depois do que aconteceu.

Ui, mil e uma formas de encher o saco dele por se preocupar comigo se passaram na minha cabeça, mas o choque foi tamanho que fiquei calada. Sendo sincera, eu não lembro nem vagamente da ultima vez que ele falou que se preocupou comigo.

– Porque achou isso? – perguntei normalmente.

– Por que... Paul me disse o que estava acontecendo realmente. Então...

– Entããõ? – Abri um meio sorriso e ele só virou o rosto para o outro lado.

– Me desculpe.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA QUE LOUCO!! MEU IRMÃO PEDIU DESCULPAS! D.E.S.C.U.L.P.A.S!!

Vou anotar essa no meu diário com canetinha brilhante.

– ISSO É SÉRIO?! – Me inclinei para frente, colocando o rosto do lado do dele.

– Lógico que é! Realmente acha que vou brincar com uma coisa dessas?!

– Não sei. É muito incrível para ser verdade, sabe?

Ele bufou.

– Desculpe se sou um péssimo irmão para você.

Afastei meu rosto do dele e dei uma risadinha.

– O que foi pirralha? – Perguntou, um pouco chateado por eu rir dele, eu acho.

– É que... Apesar de você sempre ter agido como um irmão insuportável, eu nunca achei você um irmão péssimo. É totalmente o oposto. Eu me culpava a cada briga nossa, achando que eu devia ser a irmã mais insuportável do mundo. Traduzindo: Uma péssima irmã.

Ele continuou a andar sem falar nada. Parecia pensar no que eu dizia ou algo assim.

– Você está blefando, não é? – Perguntou por fim.

– Claro que não! Eu não blefaria sobre isso – Toquei a cabeçona dele e sorri quando ele virou o rosto para mim com aquele bicão chateado – Eu sempre te achei o irmão insuportável mais legal do mundo, por isso sempre tentei ser uma irmã que preste. Me magoa você não ter notado meu esforço, idiota.

– Tanto faz July. Se concentre em ficar quieta. Vamos para o hospital.

– OQUE?! NEM PENSAR!

Odeio, odeio, odeio, odeio, ODEIO HOSPITAIS! Eles tem cheiro de tortura e morte, e todos médicos parecem amar a dor que você sente!

– Vamos e fim de papo.

– NÃO, NÃO, NÃÃÃO! – Bati na cabeça dele várias vezes e o bocó ficou furioso.

– FICA QUIETA DROGA! VOCÊ TEM DEZOITO ANOS DE IDADE!

– É CULPA SUA! VOCÊ FOI QUEM ME DEIXOU CAIR NO CHÃO!

– POR ISSO ESTOU TE LEVANDO PARA O HOSPITAL IDIOTA!

– MAS EU NÃO QUERO IR LÁ!

Vinícius ficou me encarando por infinitos segundos com aquela carranca feia de gente brava, e então semicerrou os olhos.

– July, eu juro que você vai para o hospital por tudo que é mais sagrado, ou então eu ligo para o Paul e obrigo ELE a te fazer ficar quieta.

– Como assim...? – Arregalei os olhos, com medo do que se passava na cabeça dele.

Ele abriu um sorrisinho medonho.

– Sabe, digamos que as loiras querem uma prova mais concreta sobre o namoro de vocês.

– HÁ! – Apontei para o rosto dele com um sorriso enorme – Até parece que eu vou cair nessa! Beijar ele é a última coisa que você me pediria para fazer!

– Duvida mesmo?

– Com todas as minhas forças.

– Ok.

O bocó desviou do caminho e caminhou para o banco mais próximo dali e então me sentou nele a força. Ele prendeu minhas mãos juntas com apenas uma das mãos e com a outra pegou o celular no bolso.

– Vamos ver se vai duvidar tanto agora – Falou com um sorriso sinistro no rosto.

– Não Vinícius...

Ele discou um numero no celular e esperou ele atender.

– Alô? – DROGA! TÁ NO VIVA-VOZ!

– Paul, onde você está?

– Vinícius, para agora! Eu entendi!

Eu estou indo para o apartamento e... Essa voz é a da July?

– Ignore ela. Será que podia dar uma passada na praia? Tenho um favor importante para pedir...

– VINÍCIUS! EU ENTENDI! SERÁ QUE PODE PARAR?!

Posso... Mas o que está acontecendo ai cara?

– Espera ai - Vinícius olhou para mim com um meio sorriso – Será que é uma boa ideia falar para ele agora, July?

– NÃO! DESLIGA LOGO A DROGA DO CELULAR ANTES QUE EU...!

– Pode vir Paul. A July precisa muito da sua ajuda. E de preferência, venha correndo.

– Entendi. Estou indo.

– NÃO PAUL! NÃO...

– Estamos te esperando – E então desligou o telefone e fixou o maldito olhar em mim – E ai, ainda vai fazer chilique?

– SEU MALDITO DOS INFERNOS! EU TE MATO ISSO SIM!!

– Ótimo, então vamos nos apressar em destruir seu querido BVL.

B-B-BV... L?

Meu Deus... Fiquei branca só de imaginar a cena.

– Ei! Vinícius!

O bocó virou o rosto para o lado, na direção que um certo alguém corria exatamente na nossa direção.

Ele levou a sério quando o bocó disse para correr...

– Ora vejam só... – Vinicius virou o rosto para mim com o rosto sombrio – Não é que foi rápido?

Não...

NÃO!!

– E ai gente! – Paul finalmente nos alcançou e abriu um sorriso bobo – Do que precisam?

CARA! EU AMO HOSPITAIS! ELES SÃO UM MÁXIMO, EU DEVIA TER FILHOS COM UM! AGORA PELOS DEUSES...

NÃO.ESTRAGUE.MEU.BVL!

– Ela precisa de uma ajuda sua, posso falar July?

– VAI PRO INFERNO!


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Notas finais do capítulo

>.< HAHAHA, Eu adoro o Vinícius gente! Sou só eu?! KKKK