Um Irmão Para Se (Odiar) amar. escrita por Amizitah
Notas iniciais do capítulo
Oie!!
Gente desculpa, desculpa, desculpaaaaaaa pela demora! Sorry mesmo D: Mas eu tive razões. Como devem ter imaginado, minhas aulas iniciaram e meu tempo se reduziu drásticamente. Se não fosse isso eu tinha postado dia 5 - quando iniciei o capítulo -. Foi mal povo, mas eu posso demorar na postagem no próximo capítulo! Mas prometo que vou aproveitar o carnaval para por as coisas em ordem!
Beijooos, espero que não tenha perdido vcs D:
Ami ~
July –
– Pronto, chegamos – Anunciou o bocó assim que abriu a porta do apartamento, e como a louca que sou, atropelei ele e entrei no lugar como se ficar fora dali pudesse me matar.
– FINALMENTE CHEGAMOS! – Dei uma rodopiada com o meu braço bom estendido e então respirei fundo o ar do apartamento, pouco me importando com o leve fedor que vinha do quarto do Paul para a sala.
– Ei guria, fica quieta. Se ficar tendo ataques agora o seu braço vai voltar a doer.
Deixei meus segundos de felicidade para trás e fiz um rosto chateado para ele.
– Nem vem dar uma de estraga-prazer. Se você não tivesse aparecido nada disso teria acontecido!
– Tanto faz... Eu já ouvi isso não sei quantas vezes hoje. – Falou num tom cansado enquanto passava a chave na porta, por mais que tenha sido o Paul quem me ajudou a ir e vir do hospital. A criatura que eu chamo de irmão apenas comprou o antiinflamatório e uma pomada para passar no meu ombro.
Ah sim, e para ficarem sabendo, eu tive uma leve distensão muscular já que eu fiquei pendurada naquela pedra gigante e logo a seguir, meti meu braço com tudo na areia.
Pelo menos não quebrei nada...
– Quer ajuda com os remédios? – Paul finalmente falou, ignorando a falta de educação do meu irmão assim como eu.
– Não, valeu. Eu só tenho que tomar o antiinflamatório e passar aquela pomada esquisita – Desviei o olhar dele bem rápido e fui até o Vinícius – Valeu por comprar os remédios mesmo assim – Peguei a sacola com oque eu precisava da mão dele e fui direto para o meu quarto, querendo sair de perto “dele” o mais rápido possível.
Acho que me aproximei demais do Paul por um dia.
Passei pela porta do corredor, sentindo o olhar de estranhamento dos dois nas minhas costas e me enfiei no quarto, soltando um suspiro aliviado quando fechei a porta.
– Graças aos deuses... – Passei a mão do braço bom pelo rosto e coloquei os remédios em cima da escrivaninha do computador do Vinícius enquanto me arrastava para o banheiro.
Essa manha pareceu um dia inteiro para minha cabeça, e para o meu corpo também. Estou mooooorta e preciso do conforto morno e relaxante de um chuveiro.
Quando cheguei ao banheiro, tirei minha tipóia do braço e o resto da roupa, jogando tudo no cesto de roupas no canto dali – menos a tipóia, claro – e entrei no Box do banheiro. Enquanto tentava me limpar com um braço, fiquei pensando no começo de toda a minha confusão.
– Ever... – Resmunguei, lembrando da morena carente-hiper-assanhada.
E por culpa dela e das outras loiras que o nome eu não me importo, fui obrigada – Na verdade o Paul – a beijar aquele... Cara.
Caramba... Bateu uma sensação de perda no peito.
– Nunca mais será a mesma coisa... – Falei numa voz tristonha, pensando na dificuldade que eu teria para ter um namorado quando voltasse ao Brasil.
Fiquei choramingando por eu perder meu precioso BV durante todo o banho e as vezes tendo uns leves ataques de fúria pelo braço, mas logo o terminei com um sorriso agradecido e me vesti num short azul claro e uma regata rosa, pondo por fim o motivo da minha infelicidade: A tipóia maldita.
Depois demorar um pouco tentando ajeitar meu cabelo ondulado, calcei minhas chinelas e sai do quarto com um rosto “ótimo”.
Foi emocionante encontrar os caras na cozinha fazendo comida.
– Já está cozinhando o almoço... Parabéns – Falei para o Paul, observando ele despejar alho na panela com as cebolas que já estalavam com o óleo quente.
Ele abriu um sorriso, mas negou com a cabeça.
– Eu só estou ajudando a colocar os temperos que o Vinícius me fala para por... Continuo um bestão na cozinha.
– Concordo – Falou monotonamente meu irmão carinhoso.
Melhor ignorar...
– Olhe, esquece oque o grosso do Vinícius disse...
– Apesar de ser verdade.
– CALA A SUA BOCA VINÍCIUS!
– Tá... Calma!
Soltei um suspiro pesado, mas tentei continuar minha fala.
– Enfim, ignore o bocó. Você está fazendo um ótimo começo, é só continuar praticando. Certo?
– Sem problemas – Concordou, sorrindo de maneira divertida apesar do meu irmão ser um chato – Na verdade estou começando a gostar disso. É muito útil para um cara do meu tipo.
– Devo imaginar que sim já que você pode ter que morar sozinho daqui a alguns anos...
– É... Mas não foi a isso que eu me referi – Ele terminou de mexer as cebolas, e então se virou para mim com um sorriso – É que as garotas gostam de caras que cozinham.
Pelo amor de Deus...
– Tipo a tal de Ever? – Perguntei sem pensar, bem na lata, e então o Vinícius parou de lavar o arroz e virou para mim.
– Por que... Está falando da Ever? – Paul perguntou de vagar e então o Vinícius pregou os olhos em mim.
QUE MERDA QUE EU DISSE MEU PAI?!
– Esquece! – Falei um pouco rápido de mais e então virei o rosto, limpando a garganta – Eu só fiquei curiosa de repente. Idiotice minha, esqueça.
– Está certo.
– É, está.
Vinícius deu uma risadinha baixa e então voltou para o arroz, se divertindo com algo que prefiro ignorar.
– Bem... Boa sorte com o almoço cara...
– É... Valeu.
– É... – Repeti oque ele disse como uma retardada, e então me apressei a sair dali, começando a achar que teria que voltar ao hospital e dar uma olhada no que está rolando no meu cérebro para falar tanta asneira.
Melhor eu ir ler meus livros do Martin e voltar a ser a July normal.
É... Bem melhor.
Vinícius –
Cara... Que comida boa!
Claro, é a comida do Vinícius, então é a melhor.
– Ei Vinícius... – Paul que também havia terminado de comer, deu uma olhada no lugar vazio onde a pirralha costumava sentar e então me encarou com aqueles olhos esquisitos.
– Fala logo Paul.
– Não é melhor chamar a July? Ela não veio desde a ultima conversa na cozinha.
Joguei minha cabeça para trás do encosto cadeira e bufei.
– Deixa a guria quieta Paul... Você parece o meu pai toda hora me falando “você devia falar com ela...”, “você devia pegar leve com ela”, “Você devia ir atrás dela...”. Isso é irritante.
– Qual o problema se eu tento ser legal com as mulheres do que você? – Revirou os olhos, pegando o copo em cima da mesa para acabar com o suco de laranja.
– Sim, claro... Você foi muito legal hoje agarrando a minha irmã para se livrar de três garotas da sua coleção.
Paul se engasgou no ultimo gole de suco e então bateu o punho no peito para se recuperar.
– Eu não agarrei ninguém... – Falou com a voz falha graças ao suco.
– Não... Imagina. Você simplesmente pegou o rosto da menina e a puxou a força num beijo nada bonito.
Paul desviou o olhar. Eu não vi já que encarava o teto, mas eu senti só pelo pequeno intervalo que ele fez.
– Aquilo... Fiz aquilo só para que não fosse tarde de mais. Eu sabia que você iria colocar tudo a perder se eu não fosse rápido – Se explicou, mas eu nem ouvi direito oque ele disse, apenas fiquei pensando na soneca que tiraria daqui a cinco minutos.
– Tanto faz... – Levantei a cabeça e soltei um bocejo enquanto catava meu prato – Se você se importa tanto assim, vai falar com ela.
– Porque eu?! Ela é a sua irmã e não minha!
– Eu sei que ela não é sua irmã. Caso contrário, eu teria ligado para a polícia naquela hora – Soltei uma risada, mas o cara ficou emburrado – Enfim, se vire com ela. Eu já ultrapassei minha cota de bondade de hoje.
– Afe... Eu não vou falar com ela. É você quem tem que cuidar da garota no final das contas – Falou enquanto me seguia com seu prato em mãos.
– Então esquece e vai arranjar oque fazer – Falei simplesmente.
Não quero ficar de papo com o cara porque ele teve uma súbita preocupação com o bem-estar da pirralha. Como ela disse, ela já tinha dezoito anos. Já deve saber oque fazer ou não, e para ser sincero, quero distancia seja lá o que ela decidir, ou então vou acabar quebrando o nariz de alguém.
Enfim. Depois que lavamos a louça, fomos juntos para o corredor. Ele indo para o quarto dele e eu para o meu, mas desta vez é melhor que eu bata na porta para não acabar vendo besteira.
Foi isso que eu fiz.
– Está seguro ai dentro? – Perguntei em voz alta, e então Paul soltou uma risada do meu lado, parando para observar.
– Entra logo no quarto! – Falou a pirralha através da porta.
Abri a porta e entrei no quarto de uma vez, reparando a minha irmã deitada na poltrona do quarto enquanto lia um livro tão grosso e pesado, que minhas mãos ficaram moles só de ver. Ignorei a cena cansativa e andei para a minha cama, mas parei de andar assim que vi a bolsa larga e pesada que ela tinha trazido em cima dela.
– July, pode fazer o favor de colocar suas coisas longe das minhas? – Pedi numa voz super educada, e então a garota parou de ler e olhou para oque eu tinha falado.
– Ah! – Ela saltou da poltrona e marcou a pagina do livro que colocou em cima da cama dela, para tirar a bolsa grande dali – Foi mal. É que eu estava arrumando minhas coisas e esqueci isso ai.
– Só tira daí e está tudo bem.
Ela revirou os olhos e então tirou a bolsa, pondo-a encostada na parede.
– O que tem nessa mala enorme? – Paul surgiu na porta do quarto com um olhar curioso para a super bagagem da minha irmã.
– Ahn... – Ela olhou a bolsa e então falou – É apenas uma coisa que trouxe para me distrair.
– De quantos livros você precisa para se distrair? – Perguntei para ela com um sorrisinho se formando no canto dos lábios.
– Não são livros, criatura. É outra coisa que não merece seu interesse – Respondeu com uma cara feia para mim.
– Não me importo mesmo – Dei de ombros e subi na minha cama – Só peço que vá ler na sala porque não quero ser acordado por você depois do almoço.
– Está falando sério mesmo?! – Senti o olhar incrédulo dela nas minhas costas, mas continuei nem ai.
– Muito sério, agora escafeda-se – Pedi antes de um bocejo e então peguei o Caco e o apertei contra mim.
– Tudo bem, eu saio de uma vez – Minha irmã catou o livro da cama dela e foi para fora do quarto, batendo a porta.
Peguei meu cobertor e me cobri, soltando mais um bocejo.
– Finalmente... Paz – Murmurei antes de apagar.
Paul –
Quando percebi que a July foi expulsa do quarto pelo Vinícius, me apressei até meu quarto e fui abrir a porta. Logo quando eu abro, ouço o barulho da porta do outro quarto se batendo e então viro o rosto para ela.
July ficou parada um tempo dando língua para a porta, mas logo pareceu perceber que eu estava ali.
– O que foi? – Perguntou ela, segurando aquele livro medonhamente grande contra o peito.
– Nada – Dei de ombros e então passo pela porta.
– Ei, Paul! – Mal ouço a voz dela e ela aparece na porta do meu quarto.
– Fala.
Olhei diretamente para a garota, mas eu levo um susto quando vejo que ela está um pouco vermelha.
– Hum... Foi mal por hoje.
Por essa não esperava.
– Para com isso, você não fez nada. Fui eu que... Fiz tudo – Me interrompi bem rápido na frase quando lembrei do que eu fiz com ela para que nos beijássemos.
Que droga...
– Não é totalmente a verdade, por mais que eu deva concordar que a maior parte daquilo foi culpa sua...
– Não precisa jogar na cara também...
– Mesmo assim Paul. A culpa de você ter levado o soco foi minha já que fiquei parada como uma idiota na hora. Então, foi mal.
– Beleza, e não se preocupe. Não está tão roxo assim – Abri um sorriso enquanto apontava para a mancha horrorosa no meu rosto.
– Está horrível Paul - Ela riu e então dei de ombros.
– Quem eu estou querendo enganar? Eu estou parecendo um marginal. - Soltei um suspiro e ela riu mais.
– E ainda dói?
– Dói... Mas não é nada que um homem não aguente – Abri um sorriso para ela, mas a garota continuou me encarando como se aquilo fosse mentira. Até parece que eu não aguento.
– Isso é oque vamos ver – Ela abriu um sorriso maligno e então aproximou a mão do braço bom dela diretamente no local roxo.
Agarrei a mão dela na hora.
– Você está louca?!
– Não. Eu só quero ver se fala a verdade – Falou ainda com o sorriso do mal na cara.
– Nem pensar.
– Ah, eu não vou apertar, juro.
– July...
– Deixa logo!
– Não.
– Ah Paul! Deixa de ser molenga! – Ela fez uma cara feia e então eu dei uma risada. Ela ficou horrível...
– Eu não sou molenga. Só não quero arriscar uma ferida maior.
– Até parece que vou fazer isso – Ela fez um bico enorme e eu tive que morder o lábio para não rir mais – Vai. Para de enrolar e larga minha mão!
Revirei os olhos e desisti, soltando a mão dela.
– Tudo bem. Vai logo que eu estou... – Parei de falar assim que uma pontada de dor passou na metade do meu rosto. Segurei a mão dela de novo e afastei do meu rosto – CARAMBA! VOCÊ DISSE QUE NÃO APERTARIA!
– E eu não apertei.
Hã?
– Mentira! Doeu pra caramba!
– Mas eu não apertei! Cara, será que meu inglês não está claro o suficiente?!
Na verdade era bom para quem veio para os EUA pela primeira vez...
AFE, NÃO É ESSE O ASSUNTO!
– Eu estou ótimo July. Você foi quem apertou e fez a dor voltar!
A guria deu um suspiro e revirou os olhos como se eu estivesse agindo como um idiota macho pra caramba.
Se bem que eu sou muito másculo mesmo...
– Não importa Paul. Seu rosto está horrível com essa coisa inflamada ai, e acredite ou não, eu não apertei. É esse negócio que precisa de cuidados, então venha agora – Ela soltou a mão de mim e apertou meu pulso, me puxando com ela para a cozinha.
Claro que se eu resistisse, ela não seria forte o bastante para me puxar, mas fazer oque...
Eu realmente não quero outro soco.
–--
Já estávamos ali há algum tempo. Ela tinha feito uma compressa com água fria e agora passava um uma pomada que ardia para diabo!
QUE NEGÓCIO É AQUELE?! PARECE O FOGO DO INFERNO!
– Isso não vai terminar não...? – Falei com cuidado já que ela ainda estava concentrada socorrendo meu rosto.
– Você tem que ser paciente ou então vai ficar com um hematoma eterno na cara – Soltei um suspiro um pouco chateado, mas me mantive quieto. Ela parecia a cópia da minha mãe.
– Pelo menos pode dizer oque é essa coisa que está colocando ai?
Ela afastou a mão do meu rosto e analisou seu trabalho com um sorrisinho antes de dar atenção para mim.
– Isso é gel de arnica – Falou, enquanto tampava um tubo grande com umas coisas escritas em português. Quer dizer, entendi merda nenhuma.
– Gel de quê? – Perguntei, franzindo o nariz para o cheiro forte e gelado daquela coisa.
– Arnica é uma planta que nasce no Brasil, ai eles fazem esse gel porque ela é ótima para inflamações e coisas do tipo.
– É esquisito – Admiti, encarando o tubo de gel de não-sei-como-fala-esse-negócio que ela usou.
– Mas vai melhorar esse inchaço. Devia ficar agradecido por eu te ajudar.
– Ok... Obrigada pela ajuda forçada – E então sorri ao ver o bico dela de novo.
– Vou me contentar com isso – Ela revirou os olhos, mas nem vi, já cutucando o lugar onde ela passou o negócio para ver se doía.
E foi ai que a campainha da porta tocou.
– Heim? – July se virou para a segunda porta da cozinha que dava diretamente para a sala e curvou as sobrancelhas – Estavam esperando alguém?
– É isso oque vamos descobrir agora – Sai do banco que eu estava sentado e sai da cozinha com a garota logo atrás.
Eu nem lembrei de dar uma espiada no olho mágico porque, cara, eu sou muito inteligente. E então não deu tempo de ninguém se preparar para a cena histérica assim que abri a porta.
– E AI PAAAAUL! CARA QUANTO TEMPO! VOCÊ ESTÁ UMA DROGA, COMO SEMPRE! – O louco do Caleb entrou no apartamento sem ao menos se tocar que tinha uma garota desconhecida na porta da cozinha.
– Oi Cal – Eu e o cara batemos as mãos e então ele me encarou com um rosto esquisito.
– Cara, andou brigando na rua? Sua cara está mais feia que o normal e... Merda! Que cheiro forte é esse?!
– Não é nada que seja da sua conta, mas o cheiro é o remédio estrangeiro que passaram na minha cara.
– Passaram? Alguma das suas garotas veio aqui para brincar de enfermeira? – Desta vez não foi o doidão do Caleb quem falou. E sim uma pessoa que pensei que não encontraria tão cedo.
– Matt? – Deixei o Caleb de lado e então encarei aquele cara, gostando nada der ver ele aparecer de novo na porta do meu apartamento.
July –
Que diabo é aquilo...?
Eu mal alcanço o Paul e logo dois caras surgem na porta, e um deles, um ruivo de olhos verdes e uma pele pálida surgiu na maior cara de pau do mundo, gritando com o pore do Paul.
Até que o ruivo era bonito... O único problema era que o cabelo ruivo dele estava igual a do Justin Bib... Bieber.
Bem, pelo menos eu achava isso até um ponto brilhante ofuscar toda a beleza do ruivo.
MEEEEU DEEEEUS QUE MARAVILHA DOS DEUSES É ESTA?!
Um cara alto com uma pele bronzeada, olhos cor chocolate e cabelos negros como tinta, exibia um sorriso maravilhoso com covinhas para o Paul.
QUE LINDO!! Eu pensei que caras assim só existiam nos filmes que eu assistia.
– Que diabos você veio fazer aqui Matthew? – Paul cortou toda a magia com uma voz grave e esquisita.
– Isso são modos de tratar um velho amigo Paul? – Matthew alargou seu sorriso e eu tive que lembrar que preciso de oxigênio nos pulmões. Mas que droga... Todo o oxigênio sumiu quando do nada, aqueles olhos derretidos pousaram em mim.
EM MIIIIM E NÃO EM VOCÊ! TOMA NA SUA CARA!
– Então essa é a sua enfermeira particular? – Eu devo ter ficado muito vermelha quando ele manteve o olhar mesmo quando terminou de falar.
Mas ai o Paul se coloca bem na frente de mim.
QUALÉ PAUL?!
– Ela é a irmã do Vinícius. Traduzindo: Não é para o seu bico Matt.
– Irmã do Vinícius? Sério?! Agora eu acho que sei o motivo da sua cara roxa – O tal de Caleb deu uma risada e então Paul o ignorou.
– Você sabe que não é bem vindo aqui Matt. Nós ainda não esquecemos do que você fez.
– Ah Paul, você ainda está de mal com o cara por aquilo? Já faz um ano que isso aconteceu! – Caleb passou um dos braços pelos ombros – Eu só trouxe o cara porque achei que vocês teriam esquecido dessa história.
– Eu sei que é raro alguém falar algo assim, mas desta vez Cal tem razão... – Matt se aproximou, olhando fixamente para o Paul.
OLHA PARA MIIIM!!
–... Aquilo foi um vacilo da minha parte, tenho que admitir, mas agora eu me esqueci daquilo e cara... Já está na hora de esquecermos disto.
– Porque não fala isso para o Vinícius para nós vermos oque ele acha da sua ideia? – Com certeza foi uma provocação. Mas... Porque mesmo?
– Ótimo. Onde ele está?
– Bem aqui Matt.
Aii... Um arrepio percorreu minha espinha agora. Quando foi que esse guri acordou?
– Vinícius! E ai cara! – Caleb abriu outro sorriso escandaloso, mas o meu irmão ficou com a cara amassada e séria, oque abaixou a moral dele.
– Quer dizer que veio fazer as pazes Matt? – Vinícius ignorou completamente o Caleb e andou da porta do corredor até ficar de frente ao cara.
– Não exatamente. Eu vim por causa do Caleb.
– E oque vocês querem?
Caleb desgrudou do Paul e ficou do lado do Matthew.
– Eu vou fazer uma festa no terraço hoje à noite, então vim aqui chamar vocês – Caleb rolou os olhos do Vinícius para mim – Se quiser a garota poder vir também.
– A gente pode conversar direito lá na festa e voltar ao clima de antes. Que tal? – Matt ressurgiu na conversa e então Vinícius pareceu pensativo. Por fim o bocó deu um suspiro.
– Cara... No primeiro sinal de babaquice eu saio de lá e você não entra no meu apartamento nem a pau.
– Ótimo – Matt sorriu, e então virou para o Paul – Viu que as coisas podem ser pacificas Paul?
Ele deu de ombros e então o olhar do cara voltou para mim.
– Acho melhor eu ir... Espero que não tenha interrompido nada entre você e sua namorada.
Vinícius soltou um chiado pela boca, contrariado.
– Namorada droga nenhuma. Pelo menos não enquanto eu estiver vivo.
– Jura? – Matt alargou o sorriso e então se aproximou de mim sem um tiquinho de timidez e parou na minha frente, com os olhos fixos nos meus.
Meu Deus... ONDE FORAM PARAR AS MINHAS PERNAS?!
– O que foi? – Perguntei sem gaguejar, graças aos deuses.
– Você vai para a festa hoje à noite, certo?
– Se as circunstancias me permitirem... – Dei uma olhada rápida para o “circunstancia” parada ali me observando.
Matt deu uma risadinha, entendendo o recado.
– Bem, então se as “circunstancias” te permitirem, será bom te ver na festa.
– Tá ok – Abri um sorriso que veio involuntariamente.
OS CARAS PIRAM NA GRINGA AQUI!!
Matt fez um rosto satisfeito e então se virou para os caras.
– Vamos Caleb. Acho que já cumprimos nossa missão especial – E então o cara se dirigiu para a porta.
– Certo! – Caleb bateu a mão no ombro do Vinícius – Vejo vocês no terraço cara. Às nove, ok? Não esqueçam – E então o ruivinho foi para a porta também, acenando para mim – Aparece lá também! Vai ser divertido ver se a irmã do Vinícius é tão “divertida” quanto ele.
– Obrigada – Acenei de volta e então Matt abriu a porta e os dois saíram dali.
Quando fecharam a porta, Vinícius passou a mão pelos cabelos ao mesmo tempo que o Paul.
– Por essa eu não esperava mesmo – Falou o meu irmão.
– Foi mau cara, quando eu abri a porta o Caleb praticamente invadiu o lugar e o Matt surgiu das sombras.
– Esquece isso Paul, já estava na hora de ele aparecer – Vinícius parou de falar e então pregou os olhos em mim – E você July? Qual é a do “Tá ok” afrescado?
– Eu respondi a pergunta dele, oras. Não vejo problema em ir para esta festa – Cruzei os braços e então ele bufou.
– Ah... Eu já entendi – Ele abriu um sorriso e então se aproximou de mim – Você caiu na dele né?
– Heim?
– “Heim” que nada minha irmã. Você só quer ver o Matt – Ele falou, sem tirar o sorriso de bocó do rosto.
Hum, vê se pode...
– E se for mesmo? O problema é meu Vinícius. Pelo menos assim me distraio e eu fico longe de você. Só o lucro – Sorri também e então ele revirou os olhos.
– Olha... Eu apenas vou te falar uma coisa: Cuidado com essa raça. Já viu como o Paul é né? Ele ataca garotas BVs de dezoito anos como hobbie, e o Matt não faz menos. Já vi uma população inteira de mulheres com ele.
– Vinícius, eu não sou um tarado – Paul fez uma cara feia.
– Claro que não Paul. Nunca diria uma verdade tão óbvia assim – Falou com ironia.
– Vinícius, fique tranquilo. O cara é lindo pra caramba, eu vi porque não sou tão cega quando pareço ser. Mas eu não vou começar a me agarrar com um cara que eu nem conheço. Sou um pouquinho melhor que esse tipo de mulher. E outra coisa... – Abri um meio sorriso – É uma chance em mil que ele realmente goste de mim. O mais provável é que tenha a mesma curiosidade do Paul. Ele só quer ver uma brasileira de perto.
– Será que podem parar de falar mal de mim da minha frente?
– É apenas a verdade – Falamos eu e meu irmão em uníssono.
– Tudo bem então pirralha. Só use a cabeça para algo que não sejam seus livros ou criar formas de me encher o saco.
– Ahh... Mas é tão divertido te encher o saco – Brinquei, mas o guri apenas revirou os olhos e foi para o corredor.
– Quando for oito horas me avise.
– Sim senhor – Bati continência com um sorriso, mas ele apenas voltou ao modo “ignorando minha irmã para ficar com meu macaco” e sumiu.
Paul e eu ficamos ali, e eu logo me apressei em ir para a cozinha e pegar meu livro para tentar esquecer oque aconteceu hoje.
– July – Paul me fez parar na porta da cozinha.
– O que...? – Me virei lentamente para a criatura, e então me assustei quando vi o rosto sério dele.
– Não se deixe levar pelo Matt. O cara não é tão legal quanto parece.
Ora, ora. Qual é a do aviso?
– Por que se importa?
– Porque eu não quero receber um soco do seu irmão enquanto ele grita “É TUDO CULPA SUA!”.
Dei uma risada, mas dei de ombros.
– Sei me cuidar – Abri um sorriso confiante e então entrei na cozinha.
Vou me esforçar ao máximo hoje a noite e resistir a tentação.
Mas que tentação boa...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mereço Reviews ou ameaças? ^^