Um Irmão Para Se (Odiar) amar. escrita por Amizitah


Capítulo 33
Capítulo 33 - A hora em que a macheza acaba...


Notas iniciais do capítulo

Oieeee!!
Geeente, antes de tudo, queria falar o quanto fiquei FELIZ com todos vocês comentando, mas principalmente com a LINDÍSSIMA recomendação que recebi! Então, para agradecer a você meu anjo, dedico este capítulo a Marii (autora da recomendação ^^)! E claro, a todos os outros que comentaram o capítulo passado também (maas ela é a estrela principal, foi mal gente, mas recomendação é tudo, rs, não morram de ciúmes >.<)! Então obrigada, obrigada MESMO! Amanha vou tentar conseguir uma brecha para responder os reviews *---*
Beijos seus lindos ♥
Ami ~



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July -

Hm, sabe, minha cabeça está uma bagunça horrível no momento, mas acho que vocês serão capazes de entender o que eu estou sentindo. Basicamente, sabem aqueles filmes? Sim, aqueles filmes bem dramáticos, com sangue, meleca escorrendo do nariz, berros de desespero e tudo mais? Afe, pera, deixa eu resumir logo. Sabe "Crepúsculo"?! Pois é. Todas aquela cenas hiper dramáticas parecem ter se reproduzido em câmera lenta naquele momento. Só que a diferença é que eu duvido que meu irmão quisesse me morder enquanto eu sangrava litros para eu me tornar uma fresca imortal; não estava em Seattle e muito menos tinha um cachorro maravilhoso, bombado e depilado (sério, como ele consegue aquilo?) para me pegar no colo e sair correndo feito louco numa floresta qualquer. Ah, e meu pai não curte pessoas seminuas numa floresta (entendedores...). Mas foi nesse estilo de drama que as pessoas gostam de ver.

Não lembro de muita coisa, só de sangue, meu irmão me encarando, uma vaga lembrança de conversar com o Paul e puf! Acabou tudo.

–------

Vinícius -

Eu batucava o pé no chão a cada cinco segundos, nervoso até os últimos fios de cabelo. Havia chegado havia uma meia hora, e mesmo que tivessem me oferecido água e dito que estava tudo bem, aquilo estava muito difícil de engolir. E o fato de parecer que jogaram estrato de tomate no meu ombro me deixava ainda mais nervoso.

Apesar de eu ter vontade de sair dessa cadeira e arrombar a porta do quarto onde a estão examinando, eu me forcei a ficar sentado. Sei lá se a July está acordada e resolve arrancar minha vida. Não... Na verdade isso é meio improvável. A July havia desacordado assim que coloquei ela no carro, outro motivo que me deixou nervoso. E quando eu cheguei com ela no colo, me sujando de estrato de tomate, as enfermeiras logo socorreram ela.

Pelo menos isso de bom.

Ainda bem que o Paul distraiu os caras, ou então nem sei como eu teria saído com a July...

Não... Espera.

– Meu deus, o Paul! - Enfiei a mão no bolso imediatamente e procurei pelo celular. Liguei para ele na discagem rápida e coloquei o fone na orelha, esperando que a criatura atendesse.

Tu, tu, tu...

Paul...!

Tu, tu, tu...

PAUL DIACHO!

Tu, tu... O dono do número chamado encontra-se morto ou te ignorando, por favor tente...

AFE, CALA BOCA MULHER!

– Ai que merda... - Resmunguei, enfiando o telefone no bolso enquanto me levantava do banco da sala de espera.

Só faltava isso mesmo... Minha irmã cheia de estrato de tomate e meu amigo provavelmente morto. Então corri que nem louco, já procurando a chave do carro, e quase esbarro numa enfermeira.

– Ei! É proibido correr no hospital! - Disse ela.

AFE MULHER, ENTÃO VEM AQUI E CORTE MINHAS PERNAS!

Depois de um bom tempo sendo xingado, abri as portas de saída e corri para o carro como louco. Mas assim que olho para minha esquerda, paro de correr progressivamente até que finalmente paro e encaro de boca aberta o que parecia ser um zumbi cambaleando.

Mentira que ele andou tudo isso...

– Vinícius... - Paul sorriu, a certa distancia de mim. Mas o que me fez ficar encarando ele foi o braço torcido, a cara roxa e lábios sangrando, e toda a situação da roupa dele toda suja de terra e sangue - Que cara horrível é essa cara homem?

Filho de uma...

– SEU IDIOTA DOS INFENOS! OQUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!

– Indo para o hospital...

AH SEU MALDITO... EU TE MATO ANTES DE VOCÊ CHEGAR LÁ.

– Achei que você estava morto!

Então ele riu.

RIU.

– Afe Vinícius, eu não morro só porque uns míseros 30 caras querem me espancar. Eu lutei corajosamente lá... - Olhei bem para cara dele, e então soltei o ar pela boca.

– Eles te jogaram no meio da rua, não foi? - Ele sorriu mais um tempo, mas logo revirou os olhos para mim.

– Tá, foi, mas só porque eles viram que eu sou indestrutível.

– Uhum, estou vendo - Fui até o cara acabado e mesmo que a vontade de bater nele fosse maior, fiz um sinal para ele se apoiar nos meus ombros - Vem logo, não quero que você caia no hospital e suje o chão. Eles prezam muito a higiene lá.

Paul colocou o braço bom nos meus ombros e eu ajudei ele a se manter de pé, andando com ele até a porta do hospital. Quase chegando lá, ele me olha, com o maldito sorriso no rosto.

– Obrigado.

Olhei ele de canto e então voltei a olhar a porta, pressionando os lábios.

– Fica quieto e olhe por onde anda - Resmunguei, abrindo a porta com minha mão livre, e então passando com ele para dentro do hospital.

–----------

Voltei com um copo de água nas mãos, mais ou menos uma hora depois. Paul me esperava no banco da sala de espera coberto de faixas, esparadrapo e band-aid.

– Ele acabou de vir, outra vez - Pegou o copo que eu estendi a ele, se referindo ao médico responsável pela July - Disse que só estão terminando os curativos na nuca dela, para os pontos não incomodarem tanto. Então podemos ir um de cada vez.

– Ela vai ficar? - Perguntei, sentado do lado dele.

– Vai ficar sobre observação por três dias, parece que perdeu muito sangue - Respondeu, dando um gole da água com os olhos pregados na parede branca do hospital. Então afastou o copo da boca e olhou para a mancha vermelha na minha camisa - Você está bem?

– Não.

– Imaginei, eu também estou me sentindo uma merda com tudo isso... - Então voltou a parede, jogando as costas no encosto da cadeira.

Juntei as mãos perto do joelho e encarei a parede também.

– Pode me responder uma pergunta com sinceridade?

Paul olhou para mim, parecendo não entender muito bem.

– Sim...

– Sou uma merda de irmão.

– Isso não foi uma pergunta - Sorriu, mas eu continuei encarando a parede, a única coisa que parecia um pouco interessante nisso tudo. Paul suspirou - Cara, para com isso. A única coisa que fiz hoje foi observar o Matt ser usado como um saco de batatas e apanhar de uma quadrilha inteira. Eu sou uma merda de namorado, isso sim. - Neguei com a cabeça.

– Eu não reagi na hora certa Paul. Se você não tivesse me entregado ela e distraido os caras... - Balancei a cabeça, e então me lembrei de um detalhe - Por falar nisso, oque aconteceu com o Matt?

– Virou tapete de sala deles. Mas não se preocupe, eu liguei para a polícia por um orelhão que encontrei... Eles vão pagar por terem sequestrado nossa garota e roubado meu celular - Abri um sorriso, quase rindo ao pensar no Paul sendo roubado logo depois de ser espancado.

Sacanagem...

– Mesmo assim... Ela deve estar me odiando agora, acho que não presto para ser um bom... - Paul tocou meu braço com a mão boa dele. A outra foi enfaixada depois de terem colocado o braço dele no lugar certo.

– Você salvou ela Vinícius, só esqueça isso, ok?

Então o médico de antes surge e Paul e eu nos levantamos.

– Então? - Perguntei.

– Podem vê-la - Respondeu com um sorriso mínimo - Mas cada um vai poder ficar 6 minutos e como eu disse, somente um de cada vez. Ela está com um pouco de dor de cabeça para ficar com muitas visitas.

– Certo, não vamos demorar muito - Paul concordou, então seguimos o cara até uma porta de madeira com janelinha, e Paul fez sinal para que eu entrasse primeiro. Hesitei um pouco, me sentindo mal o bastante para me esconder dela. Ele sorriu, de novo - Vai. Eu espero aqui, estou meio tonto para ir agora.

Concordei com a cabeça e entrei no quarto depois de respirar fundo umas cinco vezes.

A cena seguinte foi estranha. Ela estava numa cama de solteiro com um remédio gotejando por uma intravenosa até sob a pele dela. Ela estava pálida como nunca, com alguns arranhões pequenos no rosto e uma faixa cobrindo da nuca até a testa dela. Assim que cheguei ao lado da cama, ela virou devagar a cabeça para o meu lado e deu um sorrisinho fraco ao me ver. Eu fiquei parado, olhando para ela sem ideia do que fazer ou falar. Logo ela revirou os olhos e olhou para o outro lado.

– Meu Deus... Apenas pergunte se eu estou bem e pare de me olhar com esse rosto de cachorro perdido. Acho que não faz mal perguntar isso uma vez na vida.

Pressionei os lábios de novo, desta vez sem perder a paciência com o comentário dela. Sentei na cadeirinha ao lado da cama dela e vi ela me observar de novo.

– Se sente bem? - Perguntei um pouco rouco de mais, e ela sorriu de novo.

– Muito bem, só um pouco mais de treino e as pessoas não se assustarão com sua voz esquisita - Ela riu um pouco, mas parou assim que viu que eu não tinha correspondido - Hm, eu estou melhor. Eu só não me sinto um pouco confortável com minha cabeça.

– Hm...

– ...

– ...

– Vinícius.

– O que?

– Você está me assustando - Olhei para ela depois de passar um tempo olhando o chão, e então vi que ela franzia a testa - Você está com cara de quem viu uma pessoa morrer.

– Não é isso, é só que...

– O que?

Balancei a cabeça, dando um sorriso de meio segundo.

– Acho que também estou com um pouco de dor de cabeça, acho que vou procurar o médico... - Me levantei colocando a mão no rosto, mas sou parado quando sinto ela agarrar minha mão. Estava meio fria.

– Vinícius - Repetiu, então me virei devagar - Eu estou com uma dor de cabeça horrível nesse exato momento e não estou com nem metade do rosto que você está fazendo. É outra coisa.

Virei o rosto para frente, me sentindo estranhamente (estranho mesmo) envergonhado e culpado ao mesmo tempo. Não era do tipo fresco, mas eu até tive razão para isso. Me sentei de novo e por alguma razão a July ainda segurava minha mão, mas ignorei e resolvi encarar a garota.

Tinha que ser sincero, apesar de eu saber que seria um pouco... Estranho e gay.

– July, o que você acha de mim? - Pergunta esquisita, mas ela pareceu realmente levar a sério, pensando por um momento.

– Bem, eu diria que você é um bom irmão, que se importa comigo, companheiro e incomparável... - Arregalei os olhos, de repente emocionado com as palavras dela.

– July...

–... Mas isso é o que uma irmã diria para um irmão normal, e você é horrível - Hã? - Você me atormenta, me xinga, me ignora, me exclui e raramente quer saber como me sinto.

SUA RUIM!! COMO UM SER HUMANO PODE SER TÃO HORRIVEL ASSIM CRIATURA?!

É só ser você Vinícius.

CALA BOCA CABEÇA MALDITA!

– Isso é sério? - Perguntei, tentando manter a calma.

– Sim - Quase caio da cadeira depois dessa - Mas...

Opa, perai, mas sempre é bom sinal.

–... Ah, não... Deixa.

– Hã?! Não, você ia dizer alguma coisa.

– Não é nada.

– Fala logo July, quero saber.

– Esquece!

– FALA LOGO GAROTA! - Preensei os lábios logo que percebi que falei alto com ela, mas em vez de reclamar, ela riu.

Ela estava mesmo com dor de cabeça?-

– Tá! Eu falo! - Ela parou de rir e então amenizou o sorriso - Desde que cheguei aqui você mudou um pouco nos meus conceitos...

– Você não vai começar a me xingar, vai?

– Não! - Ela fez um bico, então eu soltei um sorriso leve. LEVE MESMO! - É que... Você está menos babaca que antes.

Ai que amor.

–... Foi você quem me encontrou e me trouxe, certo?

– Foi - Ela sorriu, parecendo realmente satisfeita.

– É desse tipo de coisa que estou falando - Apertou minha mão, ainda sorrindo - Você anda se importando mais comigo, falando mais comigo... Você tem parecido mais com um irmão - Então ela me olhou - Então, obrigada Vini. Faz muito tempo desde que esperei que você me mostrasse que se importa de verdade comigo - Ela ficou me olhando até que eu mostrasse alguma reação, mas eu fiquei tão assustado com palavras legais vindas dela que não conseguia falar. Ela franziu o cenho - Vinícius?

– Hã?

– Hã o que garoto?

– Você... Sequestraram você e eu deixei você ser ferida e ainda assim você diz isso?!

– É...

– ENTÃO PORQUE VOCÊ QUASE ME MATOU TANTAS VEZES PORQUE EU NÃO DEIXAVA VOCÊ PEGAR O CACO?! PENSEI QUE VOCÊ FOSSE ME ESGANAR!

– Eu era uma criança Vinícius, pelo amor de Deus!

– Mesmo assim! - Juntei as sobrancelhas e olhei para a mão dela na minha (estranho) - Então você só queria minha atenção esse tempo inteiro?

Foi então que o olhar quase assassino da minha irmã pareceu ter voltado.

– Vinícius, se eu não estivesse toda quebrada, eu juro que pulava em seu pescoço por ainda não ter percebido isso.

– Foi mal.

Então ouvimos a porta ser aberta atrás de mim e uma enfermeira surge.

– Acabou seu tempo, Vinícius.

– Certo... - Me levantei, mas eu sou impossibilitado de ir quando minha irmã aperta minha mão para que eu não soltasse. Me virei para ela e arrepiei com o sorriso de aproveitadora em ação que ela fez - O-O que foi?

– Vini... Vai mesmo sair assim? Sem dar um abraço na sua irmã?

– Mas acabou o horário...

– E você sabe lá o que pode acontecer amanha?! Eu posso estar morta!

– Mas você está em um hospital criatura.

– Afe, me dá logo um abraço Vinícius - Então ela soltou minha mão e abriu os braços de leve, já que um estava com a intravenosa. E com os braços tão esticados, pela primeira vez eu vi vários arranhões avermelhados e marcas vermelhas no meio e arroxeadas em volta. Lembrar que a criatura estava tão machucada me obrigou a baixar a bola, e com um suspiro concordei.

– Tudo bem... - Me abaixei até a criança sorridente de dezoito anos e com cuidado abracei ela pela cintura, mas pensei que fosse morrer no segundo que ela me aperta contra ela com o braço sem intravenosa e então me dá um beijo perto do ouvido.

MEU DEUS.

SOCORRO.

AJUDA SENHOR!

– P-Pirralha...!

– Essa é sua recompensa por ter sido legal - Ela falou, próxima do meu ouvido, então eu senti a maldita ponta de moleza do meu coração duro e frio (como ela sempre dizia para mim) ser alcançada, e a cena a seguir veio involuntariamente.

– July, eu... - Parei de falar no meio da frase, então como sou muito macho para falar algo tão clichê quanto aquela velha frase de amor, me afastei um pouco e retribui o beijo dela em sua bochecha e me afastei. Nem ousei olhar para a cara assustada dela depois daquilo e sai direto para a porta.

Paul me olhou com certa surpresa por eu ter aparecido do nada na frente dele, então olhou meu rosto.

– Cara...

– Fala!

– Você está vermelho...?

– VERMELHO?! COMO DIABOS EU FICARIA VERMELHO PAUL? VOCÊ É LOUCO?!

– Tá! Esquece cara! - Paul sorriu apesar de estar claro que eu fiquei irritado, e entrou no quarto assim que a enfermeira saiu, fazendo cara feia para mim - Volto em seis minutos - Então ele sorriu e sumiu pela porta.

Esperei por ele encostado na porta do corredor. Eu sentia que a enfermeira as vezes me olhava com estranheza pela cara feia que eu estava, mas eu ignorei a guria.

Afe... Esse povo idiota ainda espera que eu sorria quando eu sou abraçado daquele jeito!

VÊ SE PODE?!

Depois que eu comecei a ficar realmente impaciente (passaram cinco minutos) eu resolvi ir eu mesmo chamar o Paul, pois não aguentava mais ficar naquele lugar branco. Assim que parei de frente a porta para abri-la e chamar por ele, parei. Depois de ver o que acontecia lá dentro pela janelinha, eu não consegui abrir a porta. Eu consegui ver claramente July, deitada do mesmo jeito que antes, mas dessa vez com os dedos da mão entrelaçados na mão boa do Paul enquanto o beijava com algumas lágrimas escorrendo no rosto. Me afastei da porta e sem falar nada, bufei e voltei a parede.

Essas meninas...

Chorando só porque o garoto quase morreu por causa dela...

Fracas.


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Notas finais do capítulo

Meeereço seus lindos Reviewwws? :)



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