Um Irmão Para Se (Odiar) amar. escrita por Amizitah


Capítulo 27
Capítulo 27 - Gibson les... Paul?!


Notas iniciais do capítulo

Oiiieee!
Bem, beeem, vamos aos avisos de hoje! ;D
1º: Temos alguns links no capítulo e recomendo que abram eles para entender oque descrevo na fic!
2º: Fiquem traquilos que ainda temos muita história para encerrar essa fic!
3º: Qualquer erro ou gafe que encontrarem, já que não sou familiarizada com guitarras (vocês entenderão), podem avisar por Reviews mesmo, ou por MP que eu efetuo a correção!
Beeeeijinhos para vocês fofitos! Espero que curtam esse cap!
Ami ~

P.S: Caso encontrem erros ao acessar os links e aparecer, como exemplo esse link na barra de endereço: http://fanfiction.com.br/%22http://www.gear4music.pt/media/39215/600/preview.jpg/%22
Basta tirar a parte do site do Nyah! (http://fanfiction.com.br/%22http://) E deixar o link original (Apartir de www.gear4music...)
P.S²: Caso achem muito complicado (:P) são esses todos os links do cap:
1º: http://www.gear4music.pt/media/39215/600/preview.jpg/%22
2º: Smoke on the water: http://www.youtube.com/watch?v=zL9Ph_HlMd4
3º: Guitarra do Vini: http://profile.ultimate-guitar.com/profile_mojo_data/3/4/8/5/348546/pics/_c75545_image_0.jpg



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Vinícius -


Dores nas costas... Uma catinga dos infernos... Olhos de coelhinho drogado...

AH! Nada como domingo de manha!

Abri um sorriso feliz e pulei da minha beliche, mas tomando o cuidado de desviar daquela discreta poça de baba que misteriosamente aparecia toda manha.

Deve ser coisa da July...

Ou do Caco. É bem a cara dele.

Depois de dobrar as costas e ouvir aquele delicioso estalar de ossos de velho, virei a cara para a cama da minha irmã e a única coisa que vi foi uma garota esquisita com os braços estendidos e a cara enterrada no travesseiro.

Coisa linda de se ver...

Virei a cara e caminhei até o banheiro para ver se dava um jeito pelo menos na catinga pós sábado a noite. E assim que terminei o meu banho, agora cheirando aquele sabonete líquido colorido e perfumado da pirralha que encontrei por lá, andei pelo quarto de pijama e com a toalha na cabeça. Parei e encarei a cadeira da mesa do computador. Cerrei os olhos.

– Cadê a minha camisa? - Resmunguei com uma voz rouca super sexy, então olhei para a beliche - Será que eu coloquei para lavar? - Pensei por três segundos e então dei uma risadinha - Até parece, deve estar em cima da cama.

Caminhei até ficar do lado da pirralha morta na cama, então, com cuidado para não ser atacado ou algo do tipo, segurei a beirada da minha cama e levantei o pé com a graciosidade de um ganso até a beira de madeira da cama da pirralha para me levantar e pegar a camisa. Bem, parecia um bom plano até eu esquecer da maldita poça de baba, e, desta vez com a graciosidade de um mamão podre, um dos meus pés deu uma bela deslizada na baba fria e eu meti a cara no chão.

De novo.

BABA MACUMBEIRA DESGRAÇADA! ISSO VAI ESTRAGAR O PERFUME DE FLORES DO CAMPO DO SABONETE DA PIRRALHA!

AGORA TO CHEIRANDO A CACA SILVESTRE!

– Que merda! - Xinguei, mas logo calei a boca quando lembrei da pirralha morta logo ao lado. Levantei a cara do chão babado e encarei ela com uma linda marca redondamente vermelha na cara. Mas o alívio foi maior quando vi que ela não tinha movido um músculo.

ALELUIA!

Mas pera... Ela realmente está imóvel. Será que eu não deveria me preocupar?

– Pirralha? - Sussurrei, mas a garota continuou morta em cima da cama. Me aproximei e cutuquei o ombro da garota uma vez, mas ela só balançou um pouco e voltou ao lugar.

MEU DEUS DO CÉU! A PIRRALHA MORREU!

Já ia me levantar que nem um condenado para sair correndo pedindo socorro ou algo másculo do tipo, mas só foi meter o pé no chão que aquela coisa fria e pegajosa me jogou no chão, mas dessa vez eu bati a cabeça feio em alguma coisa atrás de mim e a ultima coisa que senti foi o baque de uma coisa pesada pra caramba na minha cara.

Droga de carma!

Joguei a coisa pesada para o lado e me sentei no chão com a mão na cara e com uma boa cara de tapado. Resmunguei algum xingamento e virei a cara para a coisa pesada, vendo nada mais que uma bolsa preta grande e retangular.

A bolsa da pirralha...

Tinha que ser alguma coisa da pirralha...

– Droga - Levantei do chão, dessa vez encarando a poça de baba com um olhar mortal, então me virei para a bolsa e entortei a boca - Pensei que tivesse dito para ela tirar essa coisa da minha vista.

Bufei e peguei a mala pela alça que ficava nas costas dela e a levantei. Para minha extrema surpresa, aquilo não pesava as cinco toneladas de livros que ela carregava.

Estranho... A minha irmã não deixou nenhum livro pelo quarto para estar tão leve.

Dei de ombros. De qualquer forma, aquilo não era da minha conta. Fui para o canto onde tinha meu guarda roupa para colocar aquilo no lugar onde devia estar, mas assim que abro a porta e olho para o lugar onde estavam as malas dela, ora vejam só!

– Aquela não é a mala de cinco toneladas da July? - Murmurei, encarando a mala gigante junto com mais uma em cima dela - Mas... Se ela está ai... - Encarei a mala na minha mão - O que diabos é esse negócio?

Foi então que minha mente brilhante me trouxe uma vaga lembrança sobre uma certa mala misteriosa. A mesma mala que ela levou para a cabana e me proibiu de tocar.

A mala proibida.

– Jesus! Essa é a mala do mal! - Estendi a mala na minha frente com os olhos arregalados, então, numa fração de segundos meu sorriso maligno se abriu e sem querer, eu já tinha colocado a mala no chão para abrir ela. Dei uma risadinha baixa e toquei o zíper no topo da mala com o indicador, e então, sem querer deslizei ela até a metade.

Oh meu nãão...! Meu dedo escorregou!

– Opaaa... - Olhei para a pirralha na cama e então alarguei meu sorriso - Nhá, ela nunca saberá de nada - Então puxei o zíper até o final e com o sorriso mais maligno ainda, abri a mala. Mas... Assim que eu vi o que tinha dentro meu sorriso desapareceu.

MEU DEUS! OQUE É ISSO?!

NÃO PODE... NÃO PODE SER ISSO! A MINHA IRMÃ PURA NÃO PODE TER UMA COISA DESSAS COM UMA MENTE TÃO FRACA!

NÃO É POSSIVEL QUE...

QUE...

QUE ELA TEM...

– Vinícius... - Gelei no meu lugar quando ouvi a voz mais indesejada do planeta, então, com o canto do olho vi a cara amassada da pirralha virada para mim, semicerrando os olhos - Droga... Onde estão meus óculos...? - Ela sentou na cama e estendeu a mão para a mesinha perto da cama e depois de colocar os benditos óculos ela olhou para mim e depois de ver meu rosto de desespero, olhou para o que eu havia acabado de abrir.

A partir dai, todas as chances de eu sobreviver ileso esta manha se foram assim que os olhos da guria triplicaram de tamanho.

Deus...

– Isso... - Ela apontou para a mala, então me encarou - Vinícius... - Meu deus! - OQUE DIABOS ISSO ESTÁ FAZENDO NAS SUAS MÃOS SEU MISERAVEL?!

DROGA PIRRALHA! PORQUE VOCÊ NÃO CONTINUOU MORTA?!

Ela levantou da cama e fez uma cara pior ainda.

– RESPONDE LOGO A MINHA PERGUNTA! PORQUE VOCÊ ESTAVA MEXENDO NISSO?!

Cara, mil respostas passaram na minha cabeça. Mil formas de acabar com aquilo vieram junto , e quando tive a oportunidade de usar QUALQUER UMA delas, é isso que falo:

– E-Eu... Eu achei que você estava morta... - Respondi num fio de voz, então a guria ficou louca.

CALA SUA BOCA IMBECIL!

– MORTA?! - Numa questão de momentos, o relógio da mesinha estava na mão dela, então eu larguei a mala e estendi as mãos.

– PUTZ JULY! CALMA!

– VOCÊ ACHOU QUE EU ESTAVA MORTA SEU MISERÁVEL?!

– E-E-EU N-NUNCA... - A garota segurou o relógio com mais força e ameaçou tacar em mim, mas graças aos deuses ela não fez.

– QUER DIZER QUE QUANDO AS PESSOAS MORREM VOCÊ RESOLVE INVADIR AS COISAS DELAS?! QUER MORRER TAMBÉM VINÍCIUS?!

Meu Deus! Muita calma... Calma... Se eu não tomar cuidado a coisa fica séria.

– Espera July! Vamos nos acalmar! - Encarei o relógio e depois ela - P-Pode ser?

A garota ficou me encarando um bom tempo com o rosto vermelho e o relógio na mão, então, soltando um suspiro medonho e profundo, abaixou o relógio e me olhou de novo.

– Você tem direito a uma explicação para isso. UMA explicação.

– Certo - Juntei as mãos e olhei para a mala aberta antes de voltar ao rosto de puro ódio e ameaça dela.

Putz, é pior que minha mãe.

– Bem... É que... Eu estava apenas querendo a minha camisa em cima da beliche... Mas então eu escorreguei e esse troç... Quer dizer, mala, caiu em cima de mim. Ent-tão eu resolvi abrir para ver se tinha nada quebrado - E abri um sorriso angelical, mas a garota continuou com a carranca.

– Queria ver se tinha nada quebrado? - Ela ergueu uma sobrancelha e eu assenti - Você realmente acha que eu vou acreditar que você escorregou do nada e esse troço caiu em você? VOCÊ ACHA QUE EU SOU TROUXA MOLEQUE?!

– Na verdade...

– NÃO TENTE MUDAR DE ASSUNTO VINÍCIUS!

– Não é isso! É que...

– OQUE É?!

– Eu escorreguei na poça de baba do chão.

Ela parou de fazer o rosto irritado por um momento e franziu o cenho.

– Baba?

– É. Essa dai que você está pisando.

– Pisando...? - Ela olhou para baixo, e quando viu o líquido maldito no chão, o rosto dela ficou mais vermelho - ECAAAA! SOCORRO!!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - Dei um gritinho muito másculo assim que ela correu na minha direção com o pé todo babado e ameaçou pisar em mim - SAI DAQUI CRIATURA!

– EECAAAAAAA! TIRA! TIRAAA! - Então ela meteu o pé em cima de mim e começou a pisar em cima de mim várias vezes para tirar a porcaria da baba.

– AAAAAAAAAAAAAAAAA...! - Pisada - DROGA! PIRRA- - Pisada de baba no meio da cara - SAI DEMÔNIOO!

– TIRA A BABA DE MIM!!

E para completar a cena, algum retardado resolveu arrombar a porta do meu quarto e apareceu segurando um extintor pequeno numa das mãos.

– OQUE FOI?! - Berrou o Paul, provavelmente achando que a july estava sendo atacada, ou no caso, pegando fogo, mas para assim que vê ela pisando em mim - Vinícius? É você?

– NÃO CARA! SOU UM PANO DE CHÃO! PORQUE NÃO APROVEITA E VEM DAR UMA PISADA TAMBÉM?! - Berrei, perdendo o ar logo em seguida quando a pirralha mete o pé exatamente no meio da minha barriga.

Bem, pelo menos, depois que meu intestino virou uma pasta irreconhecível o Paul decidiu pegar a pirralha e tirar ela de cima de mim. Rolei para o chão e comecei a tossir feito louco, ao mesmo tempo que procurava oxigênio.

Apesar disso, acho que ainda sou capaz de ter filhos...

Algum dia talvez.

–-------------

Num lado da sala, estava eu, sentado numa das poltronas com um saco de gelo onde levei uma pisada no rosto, e encarando eternamente o objeto azul na minha frete. Do outro lado, na outra poltrona, estava a July, agarrada a sua "preciosa" guitarra azul cujo o nome é Betty (vai entender) e logo no meio, sentado no sofá de frente a TV de plasma, Paul olhava para nós dois com uma das pernas em cima da outra.

Aumentei minha carranca assim que a pirralha pressionou mais a guitarra para si.

– Tudo isso por uma guitarra... - Resmunguei.

– Betty - Revidou a pirralha, irritada - O nome dela é B-E-T-T-Y.

– Não importa, o que eu estou vendo é uma guitarra e não seu bichinho de estimação! - Grunhi.

– VOCÊ CHAMA SEU XBOX DE STEVE!

– Não meta o Steve no meio! ELE PODE ESTAR OUVINDO!

Paul soltou uma risadinha e virou a cara para mim.

– Vinícius relaxa. Quer levar outra pisada na cara mesmo?

– Quer ir para a rua Paul?! - Ameacei, então ele levantou as mãos.

– Calma! Só estou tentando evitar violência aqui! - Abaixou as mãos e olhou para a July - Podemos resolver isso sem violência, certo?

July apenas fez um bico e virou a cara.

– Tanto faz - Resmungou.

– Muito bem! - Ele sorriu e eu aumentei minha carranca para ele, mas o cara pareceu ignorar - Então... De acordo com o que ouvi, o que me fez acordar que nem um desesperado, foi que você... - Paul enfiou a mão no bolso e tirou um papelzinho de lá e começou a lê-lo em voz alta - "Violou descaradamente a privacidade da July durante seu sono, tocando e encarando a preciosa 'Betty' sem permissão, e justificou isso dizendo que pensou que ela estivesse morta". - Afastou os olhos do papel e me olhou - Certo?

Fiz cara de tacho.

– Você está dizendo que eu assediei uma pessoa chamada Betty ou que simplesmente vi uma guitarra?

– Idiota! Leva isso a sério! - July me encarou ainda mais irritada - Eu te disse desde o início que não podia abrir essa mala!

– Mas é só uma guitarra!

– Na verdade... Isso não está totalmente correto - Paul voltou a olhar o papelzinho - De acordo com a July, "não é somente uma guitarra, e sim uma 'Gibson Les Paul' azul que seu pai gastou uma grana para comprar para ela" - Guardou o papel e abriu um sorriso maior - E que ironicamente, tem o meu nome no meio. O que evidentemente aumenta a preciosidade da guitarra.

Encarei ele com o saquinho grudado no rosto.

– Você não presta - Falei, mas o idiota apenas sorriu mais.

– Pelo menos a culpa não foi minha desta vez - Disse, mas virou a cara para a July assim que o fuzilei com os olhos - Mas, July, nessa até eu fiquei confuso. Qual o problema de nós vermos sua guitarra?

A garota voltou a nos olhar (traduzindo: A olhar o Paul porque eu não parecia existir) e depois de arrumar a guitarra no colo, disse:

– É que eu sabia que meu irmão ia ter um ataque quando visse ela - Agora, ela me olhou, mas com raiva ainda - Com certeza iria dizer algo como: "Que rídiculo! a Pirralha tem uma guitarra que nem sabe tocar!" Ou algo do tipo.

– Mais isso é ridículo - Disse, então ela revirou os olhos - Sério pirralha, não é só porque ter uma guitarra é legal que você deva andar com uma por ai como se tocasse ela.

– Mas eu toco ela idiota - Grunhiu.

Afe, até parece.

– July, a ultima vez que eu te vi tentar tocar um instrumento de corda foi o meu violão, e no final você correu chorando porque tinha criado uma bolha de sangue no polegar - Bufei. Tudo bem que ela tinha estourado, mas não foi tanto sangue assim.

– Mas era muito sangue!– Protestou, mas logo voltou a me encarar - Enfim... Não significa que eu desisti depois daquilo. Um pouco antes de você resolver se mudar para cá, o nosso primo começou a me ensinar a tocar a guitarra dele - Ela pausou, então levantou os olhos - Na verdade eu queria aprender violão, mas ele não tinha um e me disse que Guitarra era muito melhor. E depois disso eu fui para um curso e o resto é história.

Crianças bocós... Nem conhecem a magia do violão e ficam falando assim dele.

– Enfim... - Ela colocou os braços sobre a guitarra e sorriu para mim - O que importa é que eu sei tocar guitarra hoje.

– Há - Afastei o saco de gelo da cara - E você acha que só isso basta para eu me convencer que suas habilidades são superiores as minhas?

Paul virou a cara para mim e ergueu as sobrancelhas.

– Mas não foi ela quem te venceu por um ponto no Guittar Hero aquele dia?

– Droga Paul! Cala sua boca!

A pirralha deu uma risada triunfante e levantou da poltrona com a guitarra nas mãos. Então me olhou com um sorriso sacana.

– Então porque não fazemos o seguinte, Vini: Eu toco guitarra e mostro o quando as minhas habilidades são "superiores" as suas.

Interessante... Pirralha guitarrista.

– Ok, eu topo - Levantei da poltrona e baixei o saco de gelo - E qual é a musica?

Smoke on the Water do Deep Purple - Respondeu tão rápido que chega arrepiei, mas o que me fez arrepiar mesmo foi a coragem da criatura junto com o sorrisinho que ela abriu - E para ficar justo, você pode escolher o que vai tocar em seguida.

Bem, diante de uma July tão corajosa, só há uma coisa a fazer: Aproveitar.

– Tem o amplificador?

– Sim.

– Então vamos logo pegar o amplificador e a minha guitarra - Abri um meio sorriso para ela e então viramos as costas e fomos para o quarto enquanto eu jogava o saco de gelo no Paul.

O cara pegou o saco e virou para nós, encarando enquanto saíamos, então, confuso, disse:

– E o que eu faço?


July -


Ligada no amplificador, e ajustada, toquei algumas cordas da Betty para testar o som e abri um sorriso ao ouvi o som de tirar fôlego que qualquer boa guitarra produz.

Caramba, faz só duas semanas, mas parece que não toco nela a um ano.

– PAUL! - Meu irmão berrou do meu lado, me fazendo encarar a cara feia dele em vez de olhar minha guitarra - E ai? Ligou o Ipod?

Paul selecionava a musica certa no Ipod, e quando terminou fez um ok com a mão e o Vinícius se virou para mim com um sorrisinho bocó de superioridade.

– Certo pirralha, como eu lhe desafiei, façamos o seguinte...

– Ei, fui eu quem te desafiou idiota.

– Shhhh! Ninguém pediu para você falar, pediu? - Revirei os olhos e ele arrumou a alça da sua guitarra no ombro antes de continuar (Ah, aliás, a guitarra dele era uma Estratocaster preta com branco, nada comparada a minha Betty, claro) - Bem, como dá para tocar duas guitarras aqui, tive a ideia de nós encerrarmos isso juntos.

Ora ora...

– Sério? Então você vai me acompanhar? - Sorri - Lembra-se que quem tem que provar alguma coisa aqui sou eu, então eu fico com o solo também.

O guri fez uma careta, mas quando achei que ia protestar ou algo do gênero, ele deu de ombros.

– Tanto faz... Desde que você toque direito.

– Lógico que vou!

– Certo, certo Pirralha... Vou continuar crendo nisso até o final - Sorriu para mim, então uma leeeeve vontade de fazer ele engolir aquela guitarra pareceu, mas eu ignorei isso.

Por enquanto.

– Certo... Podemos começar? - Paul perguntou, com um rosto de diversão.

– Pode colocar - Respondi pelo bocó ao meu lado, então Paul apertou o play do som que tinha o Ipod conectado e a musica se iniciou.

Contei mentalmente até quatro, e logo após iniciei a introdução.

UHUL SAIU!!

Abri um sorrisinho, tocando a introdução até ouvir a parte da guitarra do meu irmão, e logo Ian Gillan começou a cantar.

CARACA! SENTE SÓ O PODER ALI!

Comecei a seguir o ritmo com o corpo e um sorriso do mal, e por incrivel que pareça, o meu irmão também. E o mais louco não foi só isso. Quando chegou a hora do refrão, eu e o bocó dizemos juntos:

SMOOOOOOKE ON THE WAAAAATEEER!

Mordi o lábio para não rir do bocó que balançava a cabeça do meu lado e continuei no ritmo com certeza com ajuda de tudo que é santo, porque aquilo estava melhor que eu pensei. E...

Cara...

Não cara...

Ai vem a parte que faz qualquer um viajar na maionese...

O Solo cara...

Droga, estou falando que nem o Caleb, mas esquece... É O SOLO CAAAAARA! E O BOCÓ ESTÁ ACOMPANHANDO MEU SOLO CARA.

ISSO É ÉPICO!

Mordi o lábio com mais força e fiz o solo sem conseguir não ficar mexendo as pernas e a cabeça. Então dobrei um pouco os joelhos e encerrei o solo com uma nota longa, logo depois para voltar ao ritmo da introdução, e mais a frente encerrar a musica com o lábio todo acabado e os dedos meio doloridos, mas com orgulho!

Então, quando acabou, soltei a guitarra e levantei um braço em vitória, e com o outro, apontei o dedo para a cara do meu irmão bocó.

– AGORA DIZ SEU BOCÓ! QUEM TOCOU SMOKE ON THE WATER?! QUEM? QUEEEEM?!

E o mais louco foi que em vez de berrar comigo, o bocó deu um sorriso para mim e disse:

– CALA BOCA PIRRALHA! EU TOQUEI NESSE TROÇO TAMBÉM E FICOU MUITO LOCO - Alargou o sorriso e ele ergueu uma mão para mim - NÓS CONSEGUIMOS O TROÇO! BATE AQUI PIRRALHA!

Bati na mão dele e então seguramos uma na outra e demos risadinhas esquisitas de emoção enquanto o Paul olhava para nós, confuso se ria também ou se afastava.

– Gente...

– Caraca! Você viu aquele solo?! Cara! Nem sei como conseguir fazer aquilo! - Cortei o Paul, e então meu irmão deu outra risadinha medonha.

– Se eu vi?! EU QUASE CHOREI!

– SÉRIO?! EU ACHEI QUE SÓ TIVESSE SIDO EU!

– Pessoal...? - Paul se aproximou, mas parou quando Vinícius deu outra risadinha junto comigo.

– Putz pirralha, porque nunca pensei em fazer uma banda?!

– Até parece! Você toca mal pra caramba! - Brinquei.

– Calada! Você foi muito mais podre que eu e...! - Então o Vinícius se interrompeu e olhou para as nossas mãos - Pera... Porque eu estou segurando sua mão mesmo?

Olhei também e processei tudo que aconteceu com uma careta.

Que merda foi essa?

O bocó soltou minha mão do nada e virou as costas enquanto limpava a garganta.

– Bem... Hum... Você foi bem pirralha.

– Ah... Você também...

– Melhor nós...

– Guardarmos as guitarras antes que...?

– É.

– Beleza...

Abaixei o volume do amplificador e tirei o cabo dele de minha guitarra, sai fora dali com a guitarra e o amplificador enquanto meu irmão me seguia com as coisas dele.

Paul ficou ali com um sorrisinho no canto dos lábios e tirou o Ipod do som.

– Eles se amam mesmo... - Murmurou, enquanto enfiava ele no bolso e ia para onde fomos também.



Continua...


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Notas finais do capítulo

Seus lindos e lindas Roqueiros ou não, mereço Reviews?! =D



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