Piratas Do Caribe: Um Novo Horizonte escrita por Tenebris


Capítulo 18
Capítulo 18: Redenção


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeente, esse é o último capítulo. Mas calma que eu postarei o epílogo em breve. Ainda tem umas coisinhas acontecendo, haha. Beijos e boa leitura ;-)



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Lewis expressou sua indignação e incredulidade com um olhar para Elizabeth, que havia saído do barril em resgate de Will.

- Você? – Balbuciou Lewis, recuando três passos. – Eu não sei que truque de bruxaria vocês fizeram! Mas não vai adiantar.

- Assustado, Evans? – Provocou Elizabeth.

- Eu já te matei uma vez. Posso fazer isso de novo! – Gritou Lewis, avançando em direção a Elizabeth.

        Ela se colocou ao lado de Will, estendendo a mão com a espada à frente. Lewis estava cercado. Teria de lutar com Will e Elizabeth simultaneamente.

        - Vai se arrepender, Lewis. Por todo mal que fez a mim e a Elizabeth! – Gritou Will, se adiantando e brandindo a espada contra Lewis.

        Infelizmente, Lewis era bom.

        Bom em atacar e de defender. Ele desviou os ataques de Will com sutileza, mesmo sendo as manobras mais mortais que Will conhecia. As espadas tilintavam quando se chocavam, e a luta se tornava mais intensa. Elizabeth não via uma maneira de intervir, pois Will e Lewis estavam tão absortos na luta, andando e combatendo com velocidade nos movimentos, que ela não teria como saber em quem acertar.

        Poderia ferir tanto Lewis como Will, com aquela luta veloz que se estendia pelo convés do Holandês. Lewis tentou avançar contra Will, liderando um ataque, revirando a lâmina enquanto tentava desarmar Will, forçando-o a recuar.

        Quando percebeu que eles estavam cansados e parados por um momento, Elizabeth entrou na briga. Ela tentou realizar os ataques que Will lhe ensinara, avançando pela esquerda, que era o ponto fraco de Lewis. As espadas tiniam a todo momento, chocando bravamente no ar.

        Elizabeth assustou-se, reprimindo um grito, quando a mesma lâmina que a matara uma vez fincou-se na borda no Navio, onde Elizabeth estivera exatamente um segundo antes.

        Aproveitando a deixa, ela golpeou Lewis, mas este se desviou bem a tempo, e ela o feriu fazendo apenas um corte profundo no ombro. Lewis rugiu de fúria:

- Você me enganou, Turner! Destruiu o meu navio! – E avançou para Will, deixando Elizabeth inconformada.

E enquanto Will lutava com Lewis, Elizabeth teve uma ideia. Ela poderia tentar atacar Lewis pelas costas, enquanto ele lutava mantendo seu foco somente em Will. Não era muita coisa, mas era o melhor que ela podia fazer.

Em algumas circunstâncias, Elizabeth não era melhor que Lewis manejando uma espada. Ela poderia se ferir, se fizesse algo errado. E não havia nenhuma arma de fogo por perto.

Jack estava no navio ao lado, Tesouro. Ele observava atentamente a luta, gritando com freqüência:

- Vai Willian! Você consegue. – E quase tropeçou outra vez enquanto torcia.

Os outros tripulantes do Holandês sabiam de alguma forma que não deveriam interferir. Aquela era uma luta para Will e Elizabeth enfrentarem, e se caso mais gente viesse para a luta, a confusão só conseguiria atrapalhar Will ainda mais.

Elizabeth podia observar um filete de suor correr pela testa de Will, iluminado pelos últimos raios de sol. Em breve escureceria. Will parecia também extremamente cansado. Lewis ainda produzia os ataques com vivacidade e fúria extrema.

Ela tentava procurar uma brecha entre a luta para golpear Lewis. Elizabeth circundava-os, observando cada ataque que Will conseguia evitar com grande alívio. E quando os ataques que ele manejava contra Lewis eram igualmente evitados, ela sentia um pesar crescer dentro dela.

Elizabeth precisava intervir. Fazer alguma coisa. E rápido.

Então, de súbito, de alguma maneira inexplicável para Elizabeth, Lewis conseguiu desarmar Will, produzindo um golpe que o feriu no braço e inevitavelmente fez a espada de Will cair e pender para o lado, caindo estrondosamente no chão.

Elizabeth sentiu um vazio enorme dentro do estômago. Lewis encurralara Will. E Will estava sem espada, com as mãos em sinal de rendição. A qualquer momento, Lewis atacaria e Will não teria como se defender.

Ela olhou bem fundo nos olhos de Will, tentando mostrar uma calma que nem mesmo ela tinha. Will retribuiu o olhar, sorrindo de leve. Para a sorte de Elizabeth, Lewis estava tão absorto na ideia de desarmar Will para matá-lo, que nem sequer percebeu que Elizabeth vinha logo atrás dele, com uma lâmina em punhos.

- Diga Adeus, Willian Turner. – Murmurou Lewis. Ele tinha a expressão marginalizada, os olhos pareciam revirar de uma forma louca, doentia e psicodélica.

E então Elizabeth avançou.

Sem que Lewis sequer olhasse para trás, ela desferiu um golpe, fincando sua espada nas costas de Lewis violentamente.

- Adeus, Evans. – Disse Will ironicamente, tentando estancar o sangue do braço com uma de suas próprias mãos.

A espada o feriu com um solavanco. Elizabeth em geral não matava ninguém, a menos que precisasse. Ela olhou furiosamente para Lewis, pensando em tudo o que ele fizera, perseguindo Will e o ameaçando.

Lewis então, com a espada às costas, virou-se lentamente para saber quem o havia golpeado. Quando viu que era Elizabeth, a expressão psicodélica e doentia foi se esvaindo pouco a pouco, sendo substituída pela total incredulidade.

Foi quando Will, que já havia pegado a sua espada do chão rapidamente, desferiu também um golpe, transpassando a lâmina nas costas de Lewis. Novamente.

E agora ele jazia ali, com duas lâminas nas costas. Elizabeth correu para Lewis, puxando sua espada de volta violentamente. Will fez o mesmo. E então, Will empurrou Lewis através da prancha do Holandês, fazendo-o cair no que sobrava de seu navio Ricardo III, agora quase completamente dizimado.

Will e Elizabeth largaram suas espadas ao chão do convés, se encaminhando à murada do Holandês, observando Lewis sucumbir. Ricardo III estava tomando pelas chamas. Não havia mais nenhum tripulante ali. O Navio já estava quase submerso, reduzido a cinzas. O fogo ainda tentava se alastrar, consumindo cada parte do Navio e elevando seu tamanho e sua forma alaranjada em uma coluna de fumaça.

A parte onde Lewis caíra agora era cercada por sangue. Ele piscava seus olhos freneticamente, dizendo suas últimas palavras com a voz entrecortada e áspera, e sem ironia alguma:

- É... Apenas... Uma moeda... De... Troca... Uma barganha... Entre... Piratas...

E fechou os olhos.

Ao mesmo tempo em que o Navio Ricardo III sofreu uma nova explosão, naufragando em direção ao fundo da escuridão marinha.

E um novo dia nasceu.

Em todos os aspectos.

Depois que o Navio Ricardo III afundara, com Lewis dentro dele, os Navios Tesouro e o Holandês Voador deram meia volta, navegando novamente juntos e alinhados. Elizabeth estava muito cansada, ela adormecera sentada na proa do Holandês, acordando somente quando o dia tinha amanhecido. Sua visão ainda estava turva, e ela piscou os olhos furtivamente.

- Está tudo bem, Elizabeth? – Will perguntou parecendo preocupado, enquanto ajudava Elizabeth a se levantar. Ela observou que os navios ainda navegavam lado a lado.

- Estou ótima.

Depois disso, Jack pulou do Tesouro para o Holandês. Ele se encaminhou para a proa, onde estavam Will e Elizabeth.

- O plano deu certo! Não como esperávamos, mas sem dúvida foi brilhante! – Disse ele teatralmente olhando uma atadura improvisada no braço de Will.

- Pois é. – Refletiu Will pensativamente, envolvendo Elizabeth nos braços. – Conseguimos deter Evans e retardamos um possível avanço da Companhia das Índias Orientais.

O sol nascia ao leste, erguendo-se majestosamente e iluminando o céu com uma luz perolada e dourada suavemente. Era sem dúvida, um novo dia para toda a tripulação do Tesouro e do Holandês.

- E o seu coração está seguro, não é mesmo? – Indagou Jack, chacoalhando as mãos.

- Espero que sim. – Disse Will dando risada. – Não sei onde ele está. Somente Elizabeth sabe, eu a instruí para que não dissesse nada a ninguém.

Elizabeth sorriu para Jack.

- Outro plano brilhante. – Disse Jack, apoiando-se ao timão do Holandês.

- E o seu coração, Jack? – Perguntou Will deliberadamente. – Não está apaixonado por ninguém?

- Ora, meu caro Willian. – Respondeu Jack com a voz divertida, inclinando a cabeça de lado. – Você me conhece. Meu primeiro e único amor era, é, e será sempre o Pérola Negra.

- Então vamos encontrá-lo. – Sugeriu Will, pondo-se ao lado de Jack, fitando o horizonte.

- O que? – Perguntou Jack espantado. – Está se oferecendo para me ajudar a encontrar o Pérola?

- Você me ajudou a resgatar minha donzela. Agora eu o ajudo a encontrar a sua... – Disse Will, enxergando a sombra de um Navio com velas negras perpassar os olhos de Jack.  

As seguintes horas prosseguiram calmamente.

Estava decidido.

Por enquanto, os navios Tesouro e Holandês Voador cruzariam as águas juntos. Afinal, Jack tinha ajudado Elizabeth a encontrar Will e também a trazê-la de volta à vida. Will sentia-se disposto a ajudar Jack por isso e assim, cruzar os mares com ele procurando o Navio de Jack, o Pérola Negra.

Elizabeth estava se acostumando, ainda com mais rapidez do que pensara, aos trabalhos de servidão no Holandês, sempre tendo em mente que estava ao lado de seu amado, pronta para ajudá-lo. Apesar de tanto sofrerem para ficar juntos depois que Will se tornou Capitão do Holandês, eles agora haviam consumado esse desejo.

Will agora tinha certeza de seu propósito em vida. Libertara seu pai há um tempo, tornando-se Capitão do Holandês. E agora podia fazer isso por toda eternidade, acompanhado de seu eterno amor. Elizabeth, a quem ele tanto buscara durante a vida. E era pertencia a ela, mais do que nunca.

E Jack sabia que tinha amigos de verdade. Depois de ajudar Elizabeth a ressuscitar, agora teria ajuda para encontrar o Pérola, depois de ver Lewis morto para não mais atrapalhá-los. E ainda havia três garrafas de rum no porão do Tesouro.

Jack, dirigindo o timão do Tesouro, foi interrompido de seus devaneios pela voz aguda e cálida de Tia Dalma:

- Posso ver que isso é o certo. É algo bom.

- A que se refere, Tia Dalma? – Perguntou Jack, ainda fitando o horizonte à frente, o céu cintilando em turquesa e azul claro resplandecente.

Tia Dalma respondeu com sua melhor voz sombria e verdadeira:

- Os Navios Tesouro e Holandês Voador. Navegando assim, lado a lado. Com seus respectivos Capitães. Capitão Jack Sparrow e Capitão Willian Turner.

- E assim será. – Concluiu Jack com a voz sonhadora, fazendo um amplo gesto em direção ao céu. – O horizonte é nosso!

Elizabeth içava as velas do mastro principal.

O trabalho exigia força, mas Elizabeth não estava fazendo aquilo pela primeira vez. Sabia que exigia algum tempo e dedicação, mas conseguiria. Foi então que ela não se sentiu bem.

Sentiu seu estômago revirar, como se estivesse girando freneticamente dentro dela. Sentiu uma gota de suor escorrer de sua testa. Ela estava enfraquecendo. Estava ficando tonta. Elizabeth teve certeza que ia desmaiar a qualquer momento. De repente, o sol pareceu mais quente e incômodo que nunca. O coração de Elizabeth parecia ter vindo parar na garganta e palpitava incessantemente. A última coisa que Elizabeth se lembrava era dos borrões e distorções antes que fechasse os olhos.

Ela debruçou-se sobre a murada do Holandês, ouvindo uma voz distante:

- Elizabeth, você está bem? – E Will segurou-a, evitando que ela caísse. Salvando-a, como ele sempre fazia.

Elizabeth acordou sobressaltada.

Ela estava de repente na cama de uma das salas do Holandês, mas precisamente em seu quarto. Tia Dalma estava ao seu lado, com um chá de ervas na mão. Ela sorria para Elizabeth, mas não havia nada sombrio em sua expressão.

- Eu desmaiei? – Perguntou Elizabeth confusa.

- E também passou mal. – Completou Tia Dalma, fazendo com que ela bebesse mais chá. Tinha um gosto horrível.

E Elizabeth nunca passara mal em um Navio.

Desde pequena ela fazia viagens em navios mercantes com seu pai, que era o Governador de Port Royal. Ela não se lembrava de ter passado mal, pois desde sempre foi acostumada com os solavancos e trancos de um navio. E aquilo nunca antes a incomodou.

- Isso nunca aconteceu antes, não é mesmo? – Perguntou Tia Dalma, seu sorriso se alargando.

- Pois é... Eu nunca passei mal antes... Não imagino o que pode ser isso... – Disse Elizabeth, levantando distraidamente da cama.

- Tem certeza, Elizabeth, que nem mesmo imagina o que pode ser isso? – Indagou Tia Dalma olhando significativamente para Elizabeth, fitando seus olhos claros.

Um súbito baque de compreensão tomou Elizabeth.

Ela de fato sabia. De fato compreendia.

Will estava dirigindo o Holandês, segurando o timão firmemente. Outro final de dia se aproximava. Desta vez, o céu estava tingido de nuances azul e rosa, entrelaçando-se ao longo do horizonte em espiral.

Elizabeth se aproximou de Will lentamente. Ela estava sentindo algo que nunca imaginara como seria sentir. Ela nunca se imaginou dando aquela notícia a Will, embora acolhesse com alegria a ideia de que ele ficaria contente. Seria uma próxima aventura que eles passariam juntos, unidos. E desta vez, não estariam sozinhos.

- Está melhor? Você me deixou preocupado... – Perguntou Will, segurando o rosto de Elizabeth e a beijando apaixonadamente.

Mas Will conhecia Elizabeth muito bem. Bem demais.

- Há algo errado, Elizabeth? – Disse ele, olhando bem fundo nos olhos dela, franzindo o cenho.

- Will... – Chamou Elizabeth, fitando o chão por um momento e depois retribuindo o olhar sincero.

- Diga...

- O que você acha do nome “Willian Turner Júnior”? 


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Notas finais do capítulo

O que acharam da surpresa? Quem já assistiu a cena depois dos créditos de Piratas do Caribe 3: No Fim do Mundo, sabe que o que aconteceu é retratado no filme, quando os dez anos se passam. Bom ,espero que tenham gostado. Beijos!



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