The Helper escrita por loliveira


Capítulo 9
Pepper e Cappuccino.




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Estou. Tão. Feliz. 

Ganhei um coelho e uma gatinha. E eles são tão fofos que eu quero chorar de emoção!

Acontece que, meu pai estava voltando do trabalho, quando ele viu uma caixinha com filhotinhos do abrigo animal, e imediatamente pensou em mim. Então, parou e perguntou sobre os animais que estavam ali, e no final ele ganhou uma gatinha e um coelhinho. Meu pai disse que a gatinha é cega e o coelho manco, por isso ninguém quis adotar eles, ele lembrou como eu estava triste esses dias (ele percebeu!) e trouxe eles para me fazerem companhia. 

Isso me irrita demais. Ser rejeitado porque tem algum problema, sabe? Pelo amor de Deus, eles são fofos do mesmo jeito. Porque as pessoas não gostam das coisas diferentes? Só porque a gatinha é cega ela não vai dar menos amor que uma gatinha com visão. E eu não disse "gatinha perfeita" ou "gatinha normal", eu disse "gatinha com visão" porque só porque ela é cega não quer dizer que ela seja anormal ou imperfeita. Não entendo as pessoas. Elas fazem a gente aprender a vida toda que o certo é não julgar ninguém mas não olham para uma gatinha cega ou um coelho manco. Isso me lembra Samantha Brown. Isso me lembra Becky e Ray também. Becky não era boa o suficiente para o namorado, então ele trocou ela por uma clone de Barbie, exatamente igual - sem cérebro e de plastico. Acho que gosto mais ainda de Ray agora, porque ele ficou com Puckerman quando ninguém gostava dela. Tudo bem, foi antes de ela botar o aparelho, mas mesmo assim, ela sempre foi meio solitária. Eu até tentava falar com ela, mas Sally sempre arranjava uma desculpa para esquivar dos meus convites para boliches e festas da família. Mas Ray também estava aos beijos com Samantha, então eu definitivamente não sei  o que pensar. Será que estar apaixonado é sempre assim? Estar confuso o tempo todo?

Eu tenho que confessar, eu também julgo as pessoas, mas o pior é que parece quase inevitável! A gente nem percebe quando faz suposições das pessoas. Mas eu vou tentar parar. Só espero que eu não precise parar de julgar Samantha, porque aquela lá eu sei que é uma megera mesmo. Mas, eu vou tentar. Em respeito aos meus novos companheiros. 

Estou olhando para eles agora. O coelho está dormindo no meu travesseiro e a gatinha está do lado, abrindo e fechando os olhos toda vez que eu paro de mexer no pelo dela. O coelho é branquinho, pequeno e tem olhos castanhos que parecem vermelhos contra à luz, as patinhas dele não engraçadas e a perna esquerda é mais dobradinha ainda porque o antigo dono a quebrou e não levou-o para o veterinário, então a perna dele vai ficar assim para sempre agora. 

A gatinha é com de café com leite. Um marrom bem claro, mas diferente de um marrom claro normal... é diferente. Ela tem olhos bem azuis e profundos e o miau dela é bem fininho - mas eu acho que todo gato mia assim. Os olhos são esquisitos de se olhar. Talvez porque pareça que eles podem ver tudo, por causa da cor bem profunda, mas eles não podem ver nada. 

Acho que isso serve de uma lição também. Meio que... as aparências enganam. Mais um motivo para não julgar ninguém. Acho que esses gatinhos vão me ensinar muita coisa ainda. 

Não sei que nome vou dar para eles. Sempre tive um relacionamento difícil com nomes. Quando vou escrever uma história, penso um dia inteiro em um nome para os personagens. Um nome que os descreva completamente. Que você perceba qual é a personalidade dele só de ouvir o nome. Mas com animais acho que é um pouco diferente, já que eles não falam ou fazem coisas que nem as pessoas. Por isso ainda não sei que nome vou dar. 

Tenho que agradecer meu pai depois, pelos bichinhos. Eles me deixaram tão feliz que eu estou quase esquecendo o que aconteceu na casa de Ray. Por que diabos ele não quis me contar? O pior é que eu não tenho a mínima ideia do porquê. Nem pra fazer suposições. Nadinha. Urgh. Não saber das coisas me irrita. 

Tenho que parar de pensar em Ray, pelo menos até a hora de dormir. Ou seja, daqui há pouco, só para eu poder dormir contente sobre meus nomes bichinhos e não triste por Ray. 

Vou lá embaixo e dou um beijo nos meus pais - que estão vendo um filme na tv. Eles sorriem e gritam "boa noite" para mim. Gritam porque eu já estou de volta, na parte de cima do apartamento. Quando se mora alguns meses em um apartamento, você consegue subir escadas muito rápido. 

Audrey e Jay me mandam mensagens perguntando como foi com Becky e Ray. Mas nem que me paguem eu vou responder eles agora. Estou muito cansada. Boto meus pijamas, e coloco os dois num travesseiro do lado da minha cama. Eles estão dormindo agora.

Será que algum dia alguém vai me amar apesar dos meus defeitos? Será que algum dia eu vou amar alguém completamente, que nem eu amo meus pais, os bichinhos e meus melhores amigos? Amar até os defeitos das pessoas é bem difícil. E quando os defeitos são barra pesada, fica mais difícil ainda. Não sei mais o que fazer com Ray. Ele me deixa confusa, toda hora.

Há! Já sei um nome para eles. A gata vou chamar de Cappuccino, por causa da cor do pelo dela. E vou chamar o coelho de Pepper. Por causa da cor dos olhos dele. São engraçadinhos!  Espero que faça jus à personalidade deles, quando eu conhecer eles melhor. Não sei como vou fazer isso, porque eles não falam, mas vale sonhar! 

Estou de bom humor de novo. YAY.

Dúvidas e questões sobre relacionamentos? Pergunte à Madim!

Todos os nomes são protegidos para manter o anonimato dos autores.

Essa coluna pertence à Rixon High School.

Querida Madim, 

Minha mãe me proibiu de ver séries e ler livros sobre ficção porque ela acha que é coisa do capeta. Não posso ir ao cinema com meus amigos nem sair com aqueles que leem coisas que ela não gosta, porque ela acha que eu vou voltar amando tudo aquilo. Eu gosto de ler e assistir sim. Mas eu não tenho ideia do que fazer com ela! Ela diz que eu vou para o inferno!  

Querida, 

Apenas diga para ela que, se ela te proibir, você vai fazer tudo isso escondida e nunca se perdoaria se tivesse que fazer isso. Faça ela entender seu ponto de vista! Converse com ela!

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Querida Madim, 

Vou reprovar em francês. Estou com medo de contar para meus pais. O que eu faço?

Querida amiga, 

Arranje a coragem que você precisa e conte. Jogue para fora, simples assim. Sabe aquele filme do "Compramos um Zoológico"? Lá eles falam sobre "20 segundos de coragem". Arranje esses vinte segundos e só fale! Vai ser pior se eles descubrirem quando virem seu boletim. Acredite. 


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Nem tem diálogos nem nada, só uma sessão de auto reflexão da Charlie. (: vou postar o próximo ainda hoje skdjhfskdfhskfjdhf tchau



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