With Me escrita por Factory Girl


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Sinto desapontá-los, mas esse ainda não é o capítulo do Baile de Máscaras...
Tudo bem, podem xingar, gritar, espernear, eu deixo!
Mas se serve de consolo, tenho certeza que quando chegar, vocês não vão gostar nada...
Não vou enrolar muito, vai ser logo no próximo capítulo, mas antes achei que vocês precisavam de uma explicação do por que Charlotte está agindo assim, não?
De qualquer modo, ai está...
Enjoy...



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DPOV


Eu estava protelando o máximo que podia para voltar para casa.
Mas já era noite, e eu não podia mais enrolar, admiti com pesar, entrando com uma lentidão excessiva pela porta da frente.

- Pode entrar – disse Charlie, quando bati à porta do quarto. Mas seu rosto congelou quando entrei. – Algum problema? – perguntou, seus olhos se desviando rapidamente para o chão.

- É o meu quarto. Eu... preciso me trocar – falei, relutantemente. Ela usava apenas um roupão atoalhado branco, que mostrava uma grande quantidade da pele de seu pescoço, e seu cabelo estava cuidadosamente trançado para trás, assim como ontem, mas agora, cachos maiores e mais artificiais pendiam na frente.

- Ah, claro! Importa-se se eu ficar no banheiro? Ainda não terminei minha maquiagem... – disse, andando calmamente de volta à bancada de vidro do banheiro.

- Não... É claro que não me importo – falei, tirando minha jaqueta e atirando-a no armário, seguida por minha camisa.

Charlie não dispensou mais um olhar sequer em minha direção, e isso estava me matando mais do que eu pensei que pudesse ser possível, uma vez que eu já estava morto.

A única forma de isso ficar pior era se Elena resolvesse me ignorar também!

Aliás, falando em Elena...

- Stefan me disse que você e Elena não estavam se dando muito bem... Espero que não seja por minha culpa... – falei, colocando minhas calças e me virando para encará-la de esgueira.

- Longe de mim querer ter problemas com Elena! Tenho certeza que me mataria caso eu levantasse um dedo contra ela, não é mesmo? – disse, suas palavras voando contra mim como facas.

- Charlie... – pedi, andando até que ficasse ao seu lado, e ela se virou para me olhar.

Por um instante eu vi em seus olhos toda aquela vulnerabilidade que eu me lembrava. Todo aquele desamparo que tomava conta de seu rosto quando não sabia o que fazer... Mas tudo se perdeu quando ela reassumiu o foco, seu rosto voltando a ficar sóbrio, como o de uma boneca de porcelana.

- Estamos bem agora, Elena e eu. Não precisa se preocupar – anunciou, voltando a encarar o espelho, passando a mão suavemente por seus cachos dourados e macios.

Voltei para o quarto em silêncio, passando meus braços por uma camisa branca, e depois pelo paletó negro.

- Pode me dar licença? Preciso colocar meu vestido – disse depois de alguns minutos, andando até o espelho de corpo inteiro, onde eu arrumava minha gravata.

- Claro. Devo esperá-la? – hesitei.

- Não. Eu vou com Stefan – disse simplesmente, se virando de costas enquanto começava à tirar o roupão.

Eu não disse mais nada enquanto saia, e depois enquanto descia as escadas, passando direto por Stefan e entrando, o mais rápido que podia, em meu carro.

Se ainda houvesse uma possibilidade de Charlotte se lembrar e de tudo voltar a ser como era antes, era essa noite.

154 anos antes, essa tinha sido a noite. A noite que mudara completamente as nossas vidas. E isso tinha que significar alguma coisa.


CPOV


Era inacreditavelmente difícil fingir que não me importava.
Fingir que não sentia o frenesi e as correntes elétricas que passaram por nós quando ficamos mais próximos do que deveríamos.
E que não era difícil manter meus olhos focados no espelho com Damon se trocando bem ao meu lado.

Eu queria dizer a ele que era tudo mentira.

Que ele tinha sido o motivo pelo qual eu resolvi ficar, e que eu ainda o amava, como naquela ultima noite, mas se eu queria completar a única tarefa que Stefan me dera, então eu precisava ser firme. Mesmo que isso implicasse magoar Damon mais do que eu podia suportar...

Agora, sozinha, tudo que eu conseguia pensar era em como os lençóis, nos quais eu me atirara assim que ele saíra, tinham seu cheiro, e como eu tinha escolhido o seu quarto, mesmo sem saber...

Hump... 154 anos não tinham mudado a romântica incorrigível que eu era, fosse isso bom, ou ruim.

Vesti-me mecanicamente, ainda estranhando o cumprimento do vestido.

Parecia curto demais para sequer sair à rua, e em conjunto aos sapatos, que pareciam altos demais para eu conseguir me equilibrar, me deixava especialmente desconfortável.

- Char? – Ouvi Stefan dizer, batendo de leve na porta.

- Ah, pode entrar! – exclamei, puxando meu cabelo para frente e ajeitando os cachos.

- Você está linda! – disse, andando até vir se postar ao meu lado, mas única resposta que consegui dar foi o esboço de um sorriso fraco, e Stefan pareceu perceber isso. – Sinto muito que tenha que fazer isso. Mesmo.

- Por que ninguém mais podia? Quer dizer, Elena, Bonnie, Caroline. Klaus confiaria mais em Caroline do que em mim! Seria muito mais fácil...!

- É, mas ele sabe que ela é nossa amiga. Você é nova na cidade, não tem nada que a ligue à nós, a não ser o fato de estarmos na mesma pensão, o que a torna a espiã perfeita.

- E se não der certo? E se... E se eu arruinar tudo?! – exclamei, andando até o banheiro para colocar meus brincos, que também parecia pesados e longos demais.

- Você não vai! É simples, você só precisa chamar a atenção de qualquer um deles. Se qualquer um dos Originais se interessar por você, se tiver uma chance, por menor que seja, aproveite. Você tem que entrar na casa deles, se aproximar... E assim que puder, investigar o que Klaus pretende – tagarelou, e eu podia perceber pela sua expressão o quão nervoso estava.

- Tudo bem, eu entendi! Eu acho... E eu não posso ficar com Damon por que mesmo? – perguntei, caminhando até a cama para pegar a máscara dourada que repousava no criado mudo.

- Por que se perceberem que são próximos vão suspeitar de algo, e assim, não vão sequer falar com você – respondeu, abrindo a porta do meu quarto e indicando para que eu fosse à frente, descendo as escadas bem atrás de mim.

- Stefan, eu não sei por quanto tempo mais posso continuar! Eu posso mentir para qualquer um, mas não para o seu irmão, sabe disso – exclamei, parando em frente à porta da frente enquanto Stefan pegava suas chaves.

- Você consegue! É mais forte do que imagina – disse, tomando a máscara de minha mão, encaixando-a delicadamente em meu rosto.


DPOV


Eu não aguentava mais as conversas sociais, e tenho certeza de que, se a prefeita Lockwood perguntasse mais uma vez se eu patrocinaria o Dia do Voluntariado, eu a atiraria contra a parede sem pensar duas vezes. Mas como se para me salvar, Charlie entrou pela porta da frente da casa dos Lockwood.

Seu cabelo estava exatamente como antes, no quarto, e Stefan estava logo atrás dela, segurando-a pelos ombros, como se lhe desse apoio enquanto sussurrava algo em seu ouvido.

Por um instante fui tomado pela inveja. Por que ela permitia que ele a tocasse assim e eu não? Mas o sentimento foi interrompido assim que ele se afastou, deixando apenas a figura angelical, parada ali.

O corpete apertado do vestido dourado tinha um decote em formato de coração, descendo acinturado até se abrir em uma saia, levemente volumosa, cerca de um palmo à cima do joelho.

Mesmo com a máscara, dourada, cintilante e vazada, tampando parte de seu rosto, eu podia perceber em seus olhos o quão desconfortável ela estava, presa em uma festa com pessoas que não conhecia, em uma época diferente, com roupas curtas demais... E mesmo que ela me esnobasse mais uma vez, não pude resistir ao impulso de me desvencilhar da prefeita e atravessar a multidão, indo diretamente até ela.


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Notas finais do capítulo

Entãaaao, acho que deu pra entender mais ou menos...
Stefan tem um plano pra descobrir qual é o plano de Klaus...
Um pouco confuso, admito, mas enfim, quero comentários, por favor, sim?



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