O Diário De Megan Elliot escrita por Rosemary Grohl


Capítulo 6
Sejamos sinceros


Notas iniciais do capítulo

OI-E hehe, estava com saudades, gatíssimas. Mas tive uns dias muito complicados e acabei não conseguindo escrever nada de útil. Mas eis que tive ótimas dicas de ótimas amigas e estou de volta. Espero que se divirtam, com toda a sinceridade possível.



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Agora que a tia velha, chata e sem graça finalmente saiu daqui de casa, pude abrir meu querido diário e voltar a escrever minhas baboseiras. Pior do que ter de mudar de vida por causa de visita, só aquelas mensagens nojentas de facebook. “Ai, gente, obrigada por tudo, por esse ano maravilhoso blábláblá”. Não que eu não tenha mandado uma. Mas, ainda assim, é ridículo.

Já que estamos aqui, falemos sobre algo do nosso interesse:

Estive lidando com uma situação um tanto quanto... Incômoda. Tenho uma amiguinha adorável, que mal me olha nos olhos, mas faz questão de me marcar em milhões de coisas no facebook, como se tivéssemos realmente uma amizade. Sabe, aquela amiguinha que é super meiga? - Super meigalinha. - E que não te dá um pingo de atenção, mas enche a boca pra falar sobre a amizade de vocês? Odeio esse tipinho.

Acho lindo, sim, quando a pessoa te encontra raramente, mas ainda assim, usa de toda a simpatia e educação, faz questão de perguntar como você está, como sua mãe, sua avó, seu cachorro e seu periquito têm passado, se você se deu bem naquele teste, se já terminou de ler aquele livro e etc. Mas se a bendita cabrita sabe que a amizade não vai além dos encontros casuais no corredor do shopping ou no calçadão da praia, é besteira ficar fingindo que vocês são irmãs gêmeas. Pelo amor do bom Deus das amizades, como isso é feio!

Outra coisa que me dói o dedo mindinho como se eu tivesse chutado a quina da cama é amizade por interesse. Vou confessar que eu própria já fiz algumas assim e vou me arriscar a confessar que não me arrependi em alguns dos casos, não senhora. Quando eu me aproximei de uma garota que eu odiava, somente porque ela era amiga do menino que eu estava afim e acabei descobrindo nela, uma pessoa maravilhosa e amiga para todas as horas, fiquei surpresa. Claro que pedi milhões de desculpas pelo meu ódio e por todas as atrocidades que eu já tinha dito a ela ou feito contra ela. Depois disso, nem a mudança dela de cidade nos separou. Hoje, trocamos conselhos, saímos juntas, falamos besteiras e todo o tipo de coisa que uma boa amizade requer. Não consegui o garoto que eu queria, mas ganhei uma amiga incrível.

A verdade é que se ela não fosse a pessoa linda que ela é, eu provavelmente teria desistido dela logo de cara. Porque não há nada de errado em se aproximar de alguém que tem algo que você quer. Seja beleza, dinheiro, alegria, amizade com alguém estratégico, ou qualquer outra coisa. Até porque, conviver com essa pessoa pode te influenciar a ser uma pessoa melhor e conseguir aquilo que você inveja nela. Feio mesmo é você bajular, mentir e fingir que AMA essa pessoa se no fundo, você só ama aquilo que ela tem.

Quando fazemos amizade, sempre existe um motivo. Seja o sorriso convidativo, a camisa que você achou legal, o jeito de andar, o jeito de falar, a origem, a cor dos olhos, o gosto musical, o gosto por literatura, a autoconfiança ou mesmo a insegurança. A gente busca nas pessoas algo que nos conecte com elas, que nos prenda a elas. Se isso não é um tipo de interesse, então me matem. Mas como eu disse, o ser humano é assim e não há nada de errado. Errado é confundir interesses em comum com vontade de explorar o outro. Isso acontece o tempo todo. Gente que vira amigo de gente inteligente pra pedir cola, gente que vira amigo de gente popular pra ficar conhecido. E nem sempre para na amizade, não. Muitas vezes rola até namoro baseado nessa exploração.

Nunca aconteceu comigo, mas já presenciei relações que pareciam perfeitas, mas eram baseadas na falsidade de uma das partes e até de ambas. Quando os dois não se gostam, mas sabem fingir bem, ninguém se machuca, a relação acaba e fica tudo numa boa. Mas quando o cara ou a menina ilude o namorado (a) e o deixa (a) caidinho (a), é péssimo. Sobra para os amigos ter que dar ombro, conselho e apoio. Que atrocidade! Que crime! Já disse isso uma vez e vou fazer questão de repetir, porque acho que cabe perfeitamente nesse tema. Porém, dessa vez, queria dizer que penso igualmente se a vítima não for menina, mas sim menino: “[...] deixar menina apaixonada e ir embora é crime. Crime hediondo sujeito à pena de morte cerebral, intelectual e carateral (morte do caráter). Além das possíveis reviravoltas que a vida possa vir a dar e das vinganças que essa menina possa vir a ter contra esse criminoso, canalha e vagabundo”.

Outro tipo de falsidade que me dói, é aquela amizade tão linda que começa e acaba no mesmo dia. Simplesmente DE-TES-TO quando alguém vem cheio das amizades, me faz confiar, confia em mim e some logo depois, como se nunca tivesse sido meu amigo. Que coisa mais doida. Poxa, eu ainda sou da época que quando a gente fazia uma amizade, lutava por ela, corria atrás, tentava manter a qualquer custo. E quando a distância e a falta de tempo atrapalhavam, e aos poucos o contato ia acabando, o brilho do reencontro era maior que qualquer tempo sem se falar.

Cá entre nós, meninas espertas e maravilhosas: essa coisa de falsidade, ultimamente, tem sido extremamente falada, não é? Qualquer um que abusa um pouco da educação, da bondade e da simpatia pode ser tachado de falso. Galera, eu sei que os tempos têm mudado. Sei bem que hoje, ninguém mais tem tempo de se cumprimentar, de se falar direito, de olhar no olho, de pedir ‘desculpas’ e ‘por favor’ ou só de dizer ‘bom dia’, mesmo. Mas ainda existem boas almas puras e maravilhosas no mundo que admiram e põem em prática as normas da boa educação.

Eu própria não sou de usar muita simpatia. Uma sucessão de decepções com pessoas me fez ficar assim meio... Esquiva. Mas sempre que posso, grudo um sorriso na cara e faço questão de cumprimentar com toda a simpatia que ainda me resta. E confesso que tenho uma inclinação a gostar de pessoas que fazem o mesmo. Sou admiradora não-secreta de pessoas pra cima, otimistas e de bem com a vida que tentam contagiar os outros a sua volta.

Momento das dicas:

Se você está passando por uma situação na qual se sente obrigada a ser falsa, vou ter que dizer que sinceridade é sempre a melhor saída. A questão nunca é ‘falar ou não a verdade’, mas sim ‘a forma correta de falar a verdade’. O jeito é você, com a maior delicadeza, dizer o que pensa, o que sente e até o que deixa de sentir e pensar. Mas se no caso alguém está sendo falso contigo, pensa antes se é falsidade mesmo. Depois que tiver certeza, afaste-se. Porque falsidade dá rugas, cansa, magoa e não vale a pena.

Existe um porém que eu preciso citar, por experiência própria. Se você é tão sarcástica quanto eu, tão vingativa quanto eu e não sabe ‘deixar quieto’, fica a dica: falsidade se paga com falsidade. Quem não é sincero com você, não merece o tratamento abençoado da sinceridade. Até porque, dar um sorriso e ser meiga, é mais prático do que puxar o cabelo e xingar de vinte nomes feios. Não se canse por quem não merece. Você é melhor do que isso.

Mas, como acho que já disse: vingança é algo muito feio e vocês só devem fazer em último caso. A não ser que a vingança seja ser feliz, porque essa é a melhor e sempre vale a pena.

Dica mais doce e saborosa do dia: Aquilo que pra você parece tão exagerado que chega a ser falsidade, para outras pessoas pode ser muito verdadeiro. Aquilo que você considera mero fingimento, pode ser pura simpatia. Pense duas vezes antes de tachar uma pessoa. Bondade ainda existe no mundo, apesar das controversas. Nem tudo é falso.



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Notas finais do capítulo

Primeiramente, quero agradecer especialmente à Fefeia, que nunca vai ler isso (eu espero) mas que involuntariamente colaborou infinitamente para me fazer ver o mundo cheia de esperança e dar a Dica do Dia pra vocês, lindas. Obrigada, gata, sei que já disse, mas muito obrigada.
Segundamente, agradeço a minhas amigas colaboradoras voluntárias: Maguinha e Isa meiga. Sem o depoimento de vocês, nunca que ia sair esse capítulo, sério.
Terceiramente, prometi que ia agradecer o gordo, porque ele é um falso, hipócrita, nojento e feio. Principalmente feio. Não sei por que motivo estou agradecendo, mas estou porque prometi.
Quartamente, porém não menos importante, obrigada às leitoras que continuam acompanhando. Eu adoraria recomendações ou favoritações, só para constar. HAHAH.
Bom, aceito sugestões de temas, histórias e as coisinhas de sempre. Vejo vocês nos reviews. Mil beijinhos de mel.