Hate At First Sight escrita por DudaMoura


Capítulo 4
Lá pode ter insetos!


Notas iniciais do capítulo

Desculpe potatos! Não deu para responder a maioria dos reviews do capítulo anterior. Mas eu vou responder todos os reviews antes do próximo capítulo!Boa leitura!



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Amandazinha? Parabéns Troy! Você acaba de entrar para minha listinha negra. Agora você é o único lá, não que eu tenha dado um jeito nos outros, na verdade, eu só fiquei com preguiça de achar um lápis branco para escrever o nome deles no papel preto. Mas “Troy Austin” com certeza vai estar escrito lá, nem se for com sangue de unicórnio.

– Sinta-se em casa, Amanda! Não fique acanhada. Acanhada? Gostei disso. – Troy diz com um sorriso perverso me encarando. Como eu odeio olhos verdes! Meus olhos não são verdes, só para constar. Eles são azuis escuros, não são verdes nem aqui, nem na China e muito menos vai ser diferente na maldita Nova York.

Não! Ele tem o mesmo costume do meu pai. Quando estamos na casa de alguém ele fica dizendo para o morador “Sinta-se em casa”, como se a casa fosse dele. Ridículo! Claro que nessas ocasiões lá estou eu com meus livros e os fones para tem certeza que eu não vou ficar ouvindo as besteiras de comediantes. Infelizmente eu não estou com nenhum dos meus acompanhantes aqui.

– Que bom que está aprendendo palavras novas, nem parece que tem dez anos. – Eu falo revirando os olhos enquanto contorno a mesa para achar a cadeira mais distante possível dele. Como eu amo mesas grandes! Poderíamos fazer uma Arca com a nossa mesa para a população da índia inteirinha. Ok! Eu exagerei. Não gosto de música indiana mesmo...

– Nossa! Parece que você não é tão tímida e envergonhada quanto eu pensava. – Ele diz com uma careta de espanto, mas que logo é substituída por uma de desdém. Quase deixo escapar um sorriso torto, imaginando que ele não deve nem saber o que é desdém.

– Só fico quieta pra quem merece o meu silêncio, esse não é o seu caso. – Por favor, que tirada, não? Depois disso aconteceu o previsível, todos ficaram calados por mais ou menos nove segundos.

Nove segundos foi tempo suficiente para eu me sentar próxima do Tártaro (inferno). Não, eu não estou tão sozinha aqui do outro lado da mesa. Se eu me sentir muito excluída é só abraçar o capeta. Simples, não?

Agora eu me lembrei de uma coisa muito inútil, mas que merece ser dito. As meninas da minha antiga escola (aquelas que usavam vestidos que só faltava mostrar o útero) ficavam classificando os garotos entre: Gelado, morno e quente. Será que o capeta se encaixa como quente?

– Filha, sente-se mais perto da gente. Até parece que você não quer a nossa presença! – Minha mãe diz, como se ela estivesse com vergonha de mim por tratar mal as visitas. Ela não está com vergonha! Ela só não quer que a “Coisa” mude de ideia em relação á cuidar de mim em Nova York.

– Como você imaginou que eu não quero a presença de vocês? Mãe! Você é uma vidente. Vai ter bom futuro se montar uma barraquinha na praia para ler mãos, pés e cabelos no sabonete.

Todos começaram a rir na mesa feito condenados que acabaram de conseguir prisão em liberdade. Idiotas! O que tem de engraçado em eu não querer jantar com pessoas estranhas.

– Você ouviu o que ela disse? “Você é uma vidente. Vai ter um bom futuro.” – Meu pai da risada e quase taca a cara em alguma gosma que estava no prato. Devia ser algo entre geleia e sopa.

– Por que estão dando risada de mim? Acham engraçado estragar a minha vida? É legal me mandar para o inferno com o Diabo? – Encarei Troy que parecia achar que eu diria que não tinha nada a ver com ele. Engano dele! – Sim, isso é tudo pessoal.

– Vai, pode continuar Amanda. Só tome cuidado para não nos afogar com lágrimas de Hipopótamo. – Papai diz sério. Mas logo depois consigo o ver revirando os olhos e sussurrando algo sobre “Crise de adolescente”.

A última vez que eu chorei foi quando eu tinha uns doze anos. Quando meu ”namoradinho” terminou comigo. Depois desse trágico episódio eu nunca mais chorei, aos poucos fui trocando amizades por livros. Pessoas te machucam, livros não.

– Não são lágrimas de hipopótamo. São de crocodilo! Eu não vou me rebaixar a ponto de chorar e afoga-los com minhas lágrimas. Mas se meus pensamentos fossem como uma metralhadora vocês já estariam todos mortos.

– Aí Deus! Se você continuar agressiva desse jeito vou ser obrigada a cortar sua mesada! – Minha mãe da um sorriso enorme. – Nossa! Castigar alguém é tão bom. – Ela fala dando uma risada forçada.

– Pode cortar. Minha vida não pode ficar mais ferrada!

– Pronto! Sua mesada está cortada. – Mamãe da uma gargalhada. Existem poucas pessoas que não conseguem dar sermão, uma dessas pessoas é a minha mãe. – Pra que mesada? Agora você pode arrumar um emprego. Só vamos cuidar do seu apartamento, que será bem do lado do Troy. – Ela da um sorriso cínico. – Afinal, cuidar de apartamentos é bem mais fácil do que cuidar de uma filha rebelde.

– Eu não sou uma filha revoltada!

– Ela tinha dito Rebelde! – Meu pai me corrige.

– Da na mesma. – Eu digo ríspida.

– Não da não. Rebelde termina com a vogal E, revoltada termina com a vogal A. – Apesar da distancia entre nós, o dono de uma voz gritante e de olhos extremamente verdes recebe bem a mensagem de que eu quero que a morte dele seja lenta e dolorosa, de preferencia o mais rápido possível.

– Eu não sou uma filha rebelde! – Eu falo respirando fundo. – Não preciso de mesada e posso arranjar qualquer emprego. – Tudo bem. Eu menti! Não estou preparada mentalmente para arranjar um emprego, mas o que vale é o Blefe. Como nos jogos de Truco! Deve ser por isso que eu sempre perco em jogos de Truco.

– Tem alguns empregos que pagam muito bem. Quanto era sua mesada? – Troy pergunta me lançando um olhar do outro lado da mesa.

– Cinco mil.

– Puta que pariu! Você ganhava cinco mil dólares de mesada? Meu Deus! Agora eu sei por que você não quer sair daqui.

– Amanda precisa sair, ela necessita conhecer a vida. Você não precisa de mesada mesmo! Eu só fui saber o que era um Iogurte com dezoito anos. – Meu pai diz mexendo a cabeça em sinal de negação, como se não conhecer um Iogurte fosse ótimo.

– Você sabe o que é um Iogurte, querida? – Minha mãe pergunta indiferente.

Balanço a cabeça positivamente. Quem não sabe o que é um Iogurte?

– Nossa! Ela tem apenas dezesseis...

– Dezessete. – Interrompo grosseiramente Troy.

– Desculpa! Amanda tem apenas dezesseis...

– Porra! Eu tenho dezessete.

– Tudo bem. Amandazinha tem apenas dezesseis anos e já sabe o que é um Iogurte! A onde esse mundo vai parar?

– Ele vai para bem na sua cabeça se continuar me chamando de Amandazinha e falar que eu tenho dezesseis anos.

Meus pais estavam quase se engasgando com as próprias gargalhadas. Bestas!

– Você vai querer cuidar dessa peste mesmo? – Papai pergunta encarando Troy em meio de gargalhadas e soluços.

– Claro! Eu gosto de desafios! – Ele fala sorrindo.

– Eu poço levar um Estilete na mala, lá pode ter insetos. Como ele! – Aponto para Troy. Observo os três bobocas me olharem assustados. – Tinha um mosquito sentado no seu ombro. – Falo sorrindo. Não fui nada convincente. - É só uma hipótese.


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Notas finais do capítulo

Oi! Eu estava pensando aqui. Vou recomeçar com a minha mania de deixar uma frase em cada capítulo. O que acham?"A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira." Joseph AddisonTodo santo capítulo que tiver eu postarei frases, dedico elas se ouver alguma recomendação também. Por favor, plágio é crime! Eu recebi uma denuncia de uma das minhas leitoras que estão plagiando Stand Up. Pode ter certeza que essa pessoa logo estará respirando com ajuda de aparelhos.Se souberem de algo, podem me avisar, ok?Então... O que acharam? Mereço reviews ou pedradas? Recomendações ou facadas?Não esqueçam de comentar, mas podem não lembrar das pedradas!Beijinhos!xoxo DudaMoura