Always Lost, Always Confusing escrita por Krieger


Capítulo 6
Não há mais falsidade.


Notas iniciais do capítulo

Yo :3 Desculpe pela demora.
Foi muito difícil eu pensar um um título para esse capítulo, sou horrível com títulos ;A; Bem, esse capítulo é bem simples, tomara que gostem ^-^ Boa leitura! Qualquer erro, me perdoem e por favor, me avisem, e gostaria que vocês lessem as notas finais do capítulo.



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Acordei e olhei primeiro para o relógio ao meu lado, que marcava às 11 da manhã. Dessa vez não acordei tão tarde, mas comparando com os horários que eu acordo para ir à escola foi bem tarde. Daria tempo de me arrumar tranquilamente e não comer tão depressa. Levantei-me e abri meu guarda-roupa, demorando a escolher uma roupa para no fim vestir a mesma de sempre. Comecei a me arrumar e logo depois arrumei minha cama de qualquer jeito e bem rápido.

Peguei meu celular e desci as escadas, vendo na mesa o almoço já pronto. Sentei-me na mesa e comecei a comer sem presa, colocando o celular ao meu lado e atenta se por acaso ele tocasse. De repente ouvi passos descendo as escadas.

– Verloren? Bom dia. –minha mãe apareceu sonolenta. – Já vai almoçar?

Olhei para ela descendo as escadas na sua camisola branca. Hoje era sábado e meus pais não trabalhavam, eles sempre acordam tarde ou passavam o dia inteiro dormindo e sem fazer nada.

– Sim, e já estou terminando. Sabe, mãe, eu vou sair hoje.

– Sair? Para onde? Com quem? –ela me olhou surpresa já que eu nunca saia.

– Com uma amiga.

– Amiga?! Que incrível, filha!

– Sim...

– Fico feliz por você ter encontrado uma amiga. E vão para onde?

– Vou ver um filme na casa dela. Por acaso se eu resolver dormir lá, eu posso?

– Ok. –ela passou a mão na minha cabeça e subiu novamente as escadas, levando dois copos de café.

Como esperado, até minha mãe ficou surpresa. Eu nunca, nunca mesmo, tive uma amiga, era algo bem raro para mim. Quando eu falava com uma pessoa, era só por alguns minutos e depois nunca mais olhava na cara dela. Minha mãe parou de se preocupar com isso e não correu atrás, me deixando ficar sozinha do jeito que eu quiser. Meus pais nunca foram interessados em saber as coisas da minha vida, eles apenas faziam seu papel de pais cuidando de mim. Quando eu fui crescendo eles foram se afastando. Minha família é a mesma coisa, na verdade eu odeio minha família do mesmo jeito que eles me odeiam.

Acabei de comer e resolvi esperar Lieve naquele morro. Sai de casa e mandei uma mensagem para ela no caminho:

“Lieve, estarei te esperando no morro. Não demore ou levará cosquinhas!”

Enviei a mensagem e cheguei ao morro. Sentei perto daquela grade e fiquei olhando o céu e a cidade lá de cima. Era uma bela vista.

Eu me estranhei um pouco, nunca iria imaginar que eu estaria apressando uma pessoa para ir a certo lugar comigo, principalmente uma amiga. Realmente, parece que Lieve é uma ótima amiga, chega a ser bem divertido sair com ela. Uma amiga... Sim, minha amiga.

Fiquei alguns minutos apenas olhando para o céu e esquecendo-me do tempo. Lembrei de Lieve e percebi que ela estava demorando muito, o que aconteceu? Ela nunca demora ou nunca me deixa esperando assim. Estou com medo... Medo de ela esquecer-se de mim? Ah, como eu sou idiota.

– Verloren! –ouvi alguém gritando logo atrás de mim.

Virei-me para trás e vi Lieve sair de cima da bicicleta e correr até mim.

– Lieve! –levantei e fiquei a olhando. – Você vai merecer várias cosquinhas! E você...

Antes que eu pudesse terminar a frase ela se tacou para cima de mim e me abraçou.

– O que deu em você? –a olhei surpresa. – Ei, fale comigo!

– Me perdoe.

– Pelo o que?!

– Por...

– O que, Lieve?! Fale logo!

– Seu coração está batendo bem rápido. –ela levantou a cabeça e sorriu para mim. – Preocupada?

– Sua...! –a empurrei. – Nunca mais faça isso, ok?!

– Ah! Eu só estava brincando com você! –ela fez biquinho. – Mas eu realmente estou feliz por perceber que você se preocupou.

– Mas é claro que me preocupei! Você me deu um susto.

– Não... –ela me abraçou de novo. – É porque amigas se preocupam uma com a outra.

Olhei surpresa para ela, essa frase realmente me tocou... Sim, ela tinha razão, nunca fiquei tão preocupada com alguém como fiquei nesse momento.

– Vamos parar com isso... Você não me disse o porquê demorou... E você demorou, e muito... –dei um sorriso maligno.

– Não! –ela me soltou e deu um pulo para trás. – Sem cosquinhas! E desculpe a demora, eu acordei tarde. Mas, vamos?

– Dessa vez você está livre da punição. –sorri. – Claro.

Ela sorriu de volta e esticou a mão para mim. Segurei sua mão e nesse mesmo momento ela me puxou e saiu correndo até a bicicleta que havia largado-a um pouco longe do morro. Quando nos aproximamos dela, ela subiu primeiro e logo depois eu subi na garupa.

– Ei, Lieve, é uma descida aqui, certo? –sorri.

– Hmm... Claro... –ela riu, entendendo o que eu realmente quis dizer.

Ela começou a pedalar rapidamente até deixar a bicicleta mesmo ir descendo sozinha com uma grande velocidade. Segurei novamente na cintura dela e ela começou a rir, fazendo-me rir junto.

Chegando a uma rua mais plana ela foi brecando lentamente até fazer a bicicleta ir andando normalmente, tendo muito cuidado com os carros.

– Vou passar em uma locadora primeiro e depois vamos no mercado comprar pipoca, certo? –ela olhou rapidamente para mim.

– Ok.

– Estou vendo que já se acostumou com a bicicleta.

– Praticamente.

– Então por que ainda se segura em mim?

– Bem... Eu...

– Medrosa! –ela riu.

– Ei! –fiz cosquinhas nela. – Não ousa-se dizer isso de novo!

– Não, não! Ei, Verloren, estou pedalando!

Nós rimos e fomos conversando até chegar à praça aonde Lieve colocou a bicicleta em um local certo para guardar bicicletas. Tinha três outras bicicletas paradas lá também.

– O mercado e a locadora não ficam muito longe, vamos ir a pé?

Balancei a cabeça positivamente.

Caminhamos pouco até chegar à locadora, realmente era perto. Ao entrar nos separamos e começamos a procurar filmes. Escolhi um filme rapidinho que já havia em mente e fui até Lieve.

– Pronto. –dei o filme para ela. – É esse, um filme de zumbis.

– Mas, parece assustador...

– Era filme de terror, lembra? É justo eu andar de bicicleta e você ver filme de terror!

Ela novamente fez um biquinho tentando me convencer, mas no fim acabamos levando o filme de terror.

– Ei, Lieve. –ela parou de andar e estendeu sua mão para mim, sorrindo.

A olhei um pouco constrangida, mas entendi o que ela queria. Segurei sua mão e fomos de mãos dadas até o mercado. No mercado, que andamos um pouquinho mais para chegar, levamos uma pipoca e um refrigerante. Quando saímos do mercado, Lieve insistiu para eu ir de mão dada com ela até a praça. Não sei o que ela queria, mas obedeci. Às vezes ela agia como uma criança, mas sempre me fazia rir.

– Ei, você não quer dar uma volta na praça de bicicleta? –ela sugeriu quando chegamos perto da bicicleta.

– Eu?!

– Sim, você já sabe andar! Mas ficarei ao seu lado. Que tal? Ainda está de tarde, podemos demorar um pouco até chegar a casa.

Como sempre, ela ficou insistindo até eu concordar. Droga, no fim eu sempre concordava, mas tenho que admitir que andar de bicicleta era bem divertido. Dei algumas voltas no parque, Lieve ficava me segurando e algumas vezes me deixava andar sozinha, até que eu conseguia dar umas duas voltas inteiras no parque. Dessa vez eu levava alguns tombos e culpava Lieve só para ter uma desculpa para fazer cosquinhas nela, eu gostava muito de fazê-la rir.

– Vamos, acho que já está na hora, está quase anoitecendo. –ela subiu na bicicleta.

–Nossa, o tempo passa bem rápido. –subi na garupa. – Ah, Lieve, pode passar na minha casa para eu pegar minha mochila? Esqueci-a lá.

– Ah, verdade, você vai dormir em casa. Claro! Mas você precisa ser mais responsável.

– Está me chamando de irresponsável!?

– Claro, e medrosa também. –ela riu.

– Vamos ver quem é medrosa depois do filme. –ri junto com ela.

Ela começou a pedalar e novamente fomos conversando no caminho. Como prometido, ela parou na minha casa e eu fui correndo pegar minha mochila, meus pais estavam no quarto e eles nem foram ver quem era, ainda bem, não queria enrolar. Voltei para a garupa da bicicleta e Lieve foi pedalando mais um pouco para chegar à sua casa, era na mesma rua que a minha e nem ficava tão longe. Tinha um pequeno portão na frente por onde entramos e onde ela deixou a bicicleta. Estava um pouco com vergonha de ir à casa de outra pessoa, nunca tinha feito isso. Quando entrei, logo vi o pai e a mãe de Lieve que pareciam estar nos esperando.

– Ah, olá! –a mãe de Lieve acenou para mim, sorridente.

– Seja bem vinda! –o pai dela sorriu e acenou também.

– O-Olá! Prazer em conhecê-los! –sorri para eles.

– Mãe, pai, essa é Verloren!

– Prazer em conhecê-la também! Lieve falou muito de você! –a mãe dela se aproximou. – Vou deixar as duas assistirem o filme. Lieve, qualquer coisa é só chamar, ok?

– Certo, mãe...

O pai e a mãe dela se despediram e deram boa noite para nós, indo para seus quartos.

– Falou muito de mim, hein? –olhei para ela e sorri.

– N-Não é isso! Ela só ficou perguntando sobre você e eu respondi!

– Aham, claro. –ri.

– É verdade, ok? –ela riu junto. – Vamos dormir no meu quarto, tenho uma cama de casal, mas veremos o filme aqui na sala!

– Certo. Aqui estão as coisas. –dei a sacola aonde estava a pipoca e o refrigerante para ela.

– Vamos ir lá fazer a pipoca? –ela retirou a pipoca da sacola.

Afirmei com a cabeça e fomos até a cozinha. A casa de Lieve era muito bonita, mas não tinha escadas. Havia apenas dois quartos também, o dela e o de seus pais. Que eu me lembre, Lieve era filha única, igual a mim.

Enquanto a pipoca estourava no microondas fomos por o refrigerante nos copos e ficamos conversando um pouco mais até o microondas apitar.

– Está pronta! –abri o microondas e coloquei o saco da pipoca encima da pia. – Preciso de uma bandeja.

– Certo! –Lieve me deu uma bandeja roxa.

Despejei a pipoca na bandeja e fomos direto para a sala. Sentei no sofá com a pipoca no meu colo enquanto Lieve colocava o filme.

– Pronto! Ah, trailers... Pulo? –ela sentou ao meu lado.

– Pode deixar, vai se são mais coisas de terror. –sorri para ela.

– Droga... Se eu não dormir, a culpa é sua!

Ela esticou o braço e pegou uma pipoca, lançando-a para cima e abrindo a boca, tentando fazê-la cair em sua boca. A pipoca caiu em seu olho esquerdo.

– Você é desastrada mesmo. –ri. – Veja.

Lancei uma pipoca para cima e a mesma caiu em meu nariz.

– Claro, ótima você! –ela riu.

– Mas eu errei! Eu consigo acertar! –tentei de novo, conseguindo o mesmo resultado.

– Deixe-me tentar! Abra a boca! –ela pegou mais uma pipoca.

Abri a boca e ela ficou mirando a pipoca até lançá-la e acertar. Ela começou a rir e comemorar.

– Minha vez. –sorri.

Ela também abriu a boca, mas sem querer eu acertei em seu outro olho.

– Ai! Foi de propósito! –ela riu e tacou a pipoca na minha cara.

– Não foi! –ri também. – Ah, o filme vai começar.

Ela se aproximou mais de mim, pegando uma almofada e a abraçando, quase se encolhendo. Às vezes eu ria da cara dela de medo. O filme começou e ficamos bastante atentas, principalmente Lieve. Ela pulava para trás às vezes ou dava um pequeno grito, tinha vezes que seus gritos me assustavam mais que o próprio filme.

Aproveitei em uma cena que estava tudo sério e com grande suspense e fiz cosquinhas em Lieve.

– Ei, não! –ela deu um grito e depois riu.

– Desculpe, não resisti. –ri também.

Continuamos assistindo o filme. Nas partes de susto Lieve se agarrava em mim e ficava tentando esconder seu rosto entre a almofada e meu ombro, eu apenas ficava rindo dela. Eu a chamava de medrosa frequentemente e ela ria, às vezes ela também tentava me assustar mas não dava muito certo, mesmo eu estando bem concentrada no filme.

Uma hora e alguns minutos se passaram de filme, quando estava passando os créditos no final olhei para o lado e vi Lieve dormindo. Ela estava com a cabeça deitada em meu ombro e ainda segurava a almofada. Estava com dó de acordá-la, acho que iria sobrar para eu arrumar tudo. Levantei-me com cuidado para não acordá-la e guardei o filme e desliguei a TV. Levei os copos vazios e a bandeja de pipoca para a cozinha sem acender nenhuma das luzes e indo silenciosamente, tinha medo de acordar alguém. Não acredito, a casa nem é minha e eu vou ter que levar Lieve para cama, realmente, as vezes ela parece uma criança. Mas mesmo assim, eu gosto dela, ela é minha amiga.

Fui até ela e a peguei no colo, até que ela não era tão pesada, além do mais, eu era maior que ela. Fui até o seu quarto e a coloquei com cuidado na cama e deitei ao seu lado. Puxei a coberta e me cobri, cobrindo-a junta. Sentia-me envergonhada por tudo isso, parecia que eu nem era uma visita. Lieve me paga amanhã, vai merecer uma das minhas punições! Eu sorria enquanto pensava nisso e ria sozinha, foi realmente divertido, não acredito que estou na casa de alguém. Eu estou feliz.

Esses dias estão todos sendo guardados em meu pensamento, tomando o lugar de todas as minhas antigas conclusões. A vida não parece mais tão falsa, eu só precisei enxergar um pouco mais.



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Notas finais do capítulo

Tam-tam o/ Gostaria que vocês lessem essa nota final do capítulo, pls -q
Enfim, a fic está chegando ao fim :3 Se não me engano, depois desse capítulo só haverá mais outros dois capítulos, espero que eles não sejam tão curtos. Se por acaso eles ficarem muito grandes, irei separar em mais outro capítulo.
Bem, chega de fazer tudo tranquilo e tudo feliz, né? Vou deixar um pouco mais sério nos dois próximos capítulos :3 E claro, muito drama -q
Até mais :3



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