Always Lost, Always Confusing escrita por Krieger


Capítulo 5
Uma tarde no parque.


Notas iniciais do capítulo

Yo ^-^ Como vão? Aqui está mais um capítulo da fic! É, confesso que esse foi o maior capítulo que eu já fiz para uma fic, mas também esse tem muitas falas xD
Espero que gostem! Qualquer erro, por favor, me perdoem e me avisem! Obrigada!



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Ontem foi um dia que eu não consegui esquecer nenhum momento e não consegui dormir muito bem de noite. Eu ainda estou muito surpresa e ao mesmo tempo... Muito feliz. Perdi as contas de quantas vezes eu ri e sorri sozinha ontem de noite. Aquelas minhas noites que pareciam ser tão solitárias, não são mais assim. Aquelas palavras rodeiam toda hora na minha cabeça. Eu tento lembrar-me das minhas conclusões sobre tudo, mas não as encontro mais em meu pensamento. Elas estão mudando, tudo está mudando. Eu deixei aquele meu caminho destruído por mim mesma e comecei a caminhar em outro, eu e Lieve. Sim, somos amigas. Eu mesma às vezes me estranho, isso tudo que ela disse nunca passou pela minha cabeça, eu não acreditava em nada. Além do mais, qual foi a ultima vez que eu sorri ou chorei na frente de alguém? Foi realmente estranho, mas agora parece que estou conseguindo sorrir mais.

O que aconteceu depois daquilo tudo? Bom, ficamos olhando para o céu, sorrindo. Lieve começou a observar algumas coisas e alguns formatos de nuvens, ela sempre quebrava o silêncio de qualquer local. Depois, trocamos nossos números de nossos celulares, algo que eu nunca havia feito. Ela até me ofereceu carona na bicicleta, mas eu lembrei que havia uma enorme decida e dei essa mesma desculpa para ela. Claro que ela riu de mim, mas se despediu e foi para casa. Era mentira, eu queria ficar naquele morro sozinha, foi o melhor lugar que já conheci. Ok, a parte de ter medo da descida também era verdade. Fiquei mais algum tempo naquele local e logo depois fui para casa, passando o resto do tempo trancada no meu quarto. Eu finalmente estava feliz.

Hoje era sábado, não fazia idéia de que horas eram, apenas fiquei deitada na minha cama olhando para o teto. Uma brisa gelada vinha da janela para o meu quarto, era muito bom. Até que eu acordei cedo, como de costume, mas eu preferi não levantar. De repente meu celular tocou encima da escrivaninha ao meu lado. Sentei-me na cama e rapidamente peguei o celular, atendendo.

– Alô?

– Verloren? Bom dia! –Lieve respondeu, animada.

– Ah, oi Lieve. Por que está me ligando essa hora? Não passou pela sua cabeça que você poderia ter me acordado?

– Você faz idéia de que horas são? –ela riu. – Eu sei que você acorda cedo, mas também não seria uma má idéia te acordar.

– Muito legal da sua parte. Eu só estava com preguiça de levantar, mas confesso que estava acordada. –esfreguei meus olhos e olhei para o relógio ao meu lado na escrivaninha. Já era meio dia.

– Ah, mas a preguiça passou?

– Por quê?

– Vamos sair juntas!

– Hm? Para onde?

– Que tal darmos um passeio de bicicleta? Sempre quis andar de bicicleta com uma amiga.

– Ah... Sabe, Lieve... Eu não tenho uma bicicleta... –tentei arranjar alguma desculpa.

– Sem problemas, eu te empresto a da minha mãe!

– Não, Lieve, é que... –não sabia mais que desculpas falar, e não seria bom eu enrolar. – Eu não sei andar de bicicleta.

– O que?! –ela começou a rir. – Isso é sério?

– Não ria! Eu só nunca consegui aprender e ninguém nunca me ensinou!

– Eu te ensino! Então, vamos sair para eu te dar uma aula! Pode ser?

– Ah... Não sei não... Eu não confio muito em bicicletas.

– Por favor, Verloren! Por favor, por favor, por favor! –ela ficou insistindo, como sempre.

– Ok, ok. Está bem, só não vale fazer nenhuma brincadeirinha para eu cair!

– Nossa, quanto medo você tem. - ela riu. – Me diga o número da sua casa, a rua eu já sei.

– Francamente... Às vezes você parece uma stalker. O número é 223.

– Eu? Nunca! –ela riu. – Certo, vou passar ai. Quando eu chegar, lhe envio um torpedo. Até mais!

– Até mais.

Ela desligou primeiro, logo em seguida fiz o mesmo. Primeira vez que eu saio com uma amiga... Não sei por que, mas eu estava empolgada. Parecia que ia ser divertido, menos pelo fato da bicicleta. É estranho, mas, eu morro de medo de andar de bicicleta, eu já tentei andar sozinha e levei um belo de um tombo. Ninguém nunca quis me ensinar, todos estavam ocupados demais.

Levantei-me da cama e desci as escadas levando meu celular comigo, provavelmente meus pais estavam trabalhando. Sim, eles trabalham de sábado, das 9 da manhã às 2 da tarde. Talvez se eu saísse eles iriam ficar um pouco surpresos, mas não preocupados. Olhei para a mesa e havia um macarrão como almoço, eles sempre deixavam o almoço pronto para mim quando não podiam almoçar comigo (ou seja, quase todos os dias). Peguei o prato e afastei uma cadeira, sentando enfrente da mesa e colocando meu celular ao meu lado. Comia lentamente, eu sempre tenho preguiça de manhã. Só passou alguns minutos até que meu celular vibrou. Peguei-o e li a seguinte mensagem:

“Verloren, estou enfrente da sua porta! Estou com medo de tocar a campainha e acordar alguém ^^”

O que?! Não se passou nem meia hora e ela já está enfrente da minha porta? Será que ela se apressou tanto assim? Droga, nem estou arrumada! Tentei enviar um torpedo como resposta para ela esperar, mas estava com falta de créditos. Ah, sério? Agora que eu mais preciso eu não tenho?! Francamente...

Caminhei até a porta e a abri lentamente, apenas espiando Lieve atrás dela.

– Ei, você vai ter que esperar.

– Hm? Por quê? Não posso entrar?

– Eu estou de pijama...

– Nossa, ainda? –ela riu. – Você é mesmo lerda. Mas não tem problema, eu adoraria entrar e conhecer sua casa.

– Não... Eu tenho vergonha...

– Por favor Verloren! Por favor! –ela fez biquinho.

– Ah... Droga... Ok, entre.

Abri a porta lentamente para ela, e ela deu um pulo para dentro de casa, empolgada.

– Que casa linda! –ela olhou envolta e depois olhou para mim. – Belo pijama. –ela riu.

– Não fique olhando para mim! –corei e ao mesmo tempo a olhei, irritada.

– Tem alguém dormindo?

– Não, meus pais sempre trabalham, é muito difícil eles ficarem comigo.

– Ah... Desculpe, eu não sabia... Mas não fique triste, você tem a mim! –ela deu um pulo para cima de mim e me abraçou.

– M-Me solta! –a empurrei, corando novamente.

– Está enrolando muito! Mostre-me logo o seu quarto! –ela me soltou, sorrindo.

– Você que está me enrolando!

Peguei meu celular encima da mesa e subi as escadas, indo em direção do meu quarto. Entrei primeiro que Lieve e parei na frente dela, a impedindo de entrar.

– Antes, irei me trocar. –fechei a porta.

– Vou explorar a casa! –ela riu do outro lado da porta.

Suspirei, mas sorri mesmo sem ela poder me ver. Abri meu guarda-roupa e escolhi uma calça jeans e qualquer blusa para me apressar. Fui ao banheiro do meu quarto me arrumei rapidamente, correndo em direção da porta e a abrindo.

– Pronto!

– Deixe-me entrar! –ela entrou no meu quarto sem eu abrir a porta direito. – Uau!

– É meio simples, mas... Você explora casas rápido.

– Não é bem isso, eu só dei uma olhada rápida. –ela riu. – Mas é um quarto muito bonito.

– Obrigada. –ri também.

– Então, vamos?

Afirmei com a cabeça e caminhei até a saída. Na calçada, a bicicleta estava parada. Lieve tirou o descanso da bicicleta e a segurou.

– Vamos ir até o parque! –ela subiu na bicicleta. – Já sabe o que fazer. –sorriu.

– Ah... De novo? –suspirei e subi na garupa de sua bicicleta.

– Aqui é uma descida, certo?

– É, praticamente.

Ela ficou um tempo em silêncio e sorriu, apenas fiquei a olhando e a percebi com um sorriso bem animado.

– Espera, Lieve, não!

Era tarde demais, ela começou a pedalar rapidamente até certo tempo e depois parou, deixando a bicicleta correr sozinha pela descida. Fiquei apavorada, abraçando a cintura de Lieve no mesmo momento. Escondi meu rosto nas costas dela e fechei meus olhos.

– Foi tão ruim assim? –ela começou a rir.

Quando percebi que a bicicleta já andava normalmente e não corria mais, fui me afastando dela e voltando a segurar em uma parte da garupa. Arrumei meu cabelo que ficou bagunçado por causa do vento da descida.

– Eu vou te matar.

– Ah, vamos, foi bem legal, né? –ela continuou rindo.

– Não era você que estava com medo!

– Não foi nada, era só você se segurar em mim e estaria segura. E olha só, você está intacta. –ela deu uma olhada rápida para mim, sorrindo.

– Bem... –desviei meu olhar do dela. – Foi até legal, mas não repita mais isso!

– Pode deixar! Prometo ir normalmente até a praça.

– Minhas mãos estão prontas para te fazer cosquinhas...

Nós duas rimos. Realmente, até que foi legal a descida, parecia que eu estava em uma montanha-russa. E novamente, eu me sentia segura ao lado de Lieve, mas meu medo por bicicleta sempre continuava. Eu odeio isso. Era um medo tão... Infantil.

Foram alguns minutos até chegar à praça, Lieve ia diminuindo a velocidade quando ia atravessar alguma rua com bastantes carros ou uma calçada onde muita gente estava andando. Para falar a verdade, era a primeira vez que eu via a cidade desse jeito, tão alegre... Ou era por causa da minha alegria? Eu apenas fiquei observando o movimento e as pessoas que passavam ao nosso lado. Era nessas horas que eu começava a pensar nas coisas que eu pensava antes, mas agora eu não conseguia mais pensar naquilo e fazer meus pensamentos se encaixarem nas pessoas novamente. Eu apenas estava pensando como iria ser ficar no parque com Lieve e se eu conseguiria andar de bicicleta. Estava ansiosa e com medo.

Por sorte, a praça não estava cheia. Paramos em um lugar próprio aonde as pessoas andavam de bicicleta, mas dessa vez não havia ninguém andando por lá. Era um lugar totalmente plano.

– Ok, chegamos. –Lieve parou a bicicleta e desceu primeiro, a segurando para eu descer.

– Que lugar lindo. –desci da bicicleta, olhando em volta.

Tinha muitas árvores e o gramado era bem cuidado, algumas flores se espalhavam pelo local. As poucas pessoas na praça estavam sentadas nos bancos conversando ou bebendo algo.

– Hm? Nunca veio aqui?

– Para falar a verdade, não. Eu passava de carros às vezes, mas nunca vim, não queria vir sozinha e meus pais estavam bastante ocupados.

– Então, vamos vir mais vezes aqui! –ela sorriu.

– Sim. –sorri de volta.

– Ok, chega de enrolar. –ela olhou para a bicicleta e olhou para mim. – Monte.

– Ah... Sério?

– Vamos Verloren, é fácil! Vou te segurar enquanto você tenta pegar o jeito e logo irei deixar você ir sozinha.

– Promete que não vai fazer aquela coisa de falar que está segurando e me soltar?

– Prometo. Confie em mim, ok? Só te soltarei quando você pedir.

– Certo...

Respirei fundo e fui até a bicicleta, montando nela com um pouco de dificuldade. Lieve ficou a segurando, às vezes parecia que a bicicleta ia tombar para o lado quando eu me mexia.

– Agora vá pedalando devagar para eu te acompanhar. –ela orientou.

– Ok.

Segurei no guidão da bicicleta enquanto Lieve segurava em uma das partes do guidão também, tentando não me atrapalhar. A outra mão dela ficou segurando em uma parte um pouco mais para baixo do guidão.

Ela percebeu que eu estava demorando um pouco para pedalar e meu olhar estava um pouco amedrontado.

– Verloren, eu estou do seu lado, não irei deixar acontecer nada com você, ok? –ela sorriu confiante.

– C-certo...

Aquelas palavras realmente me deixaram feliz.

Tomei coragem e comecei a pedalar fazendo finalmente a bicicleta sair do lugar. Mesmo não conseguindo me equilibrar muito bem, Lieve estava segurando bem a bicicleta e me acompanhando. No começo eu estava apavorada, mas aos poucos eu fui me acostumando, até que não parecia ser tão difícil. Fiquei pedalando até dar uma volta inteira no parque.

– Já posso soltar?

– Não! –minha tranquilidade desapareceu.

– Vamos, Verloren, eu ainda irei te acompanhar, se você estiver caindo eu vou te segurar.

– O-Ok... Se não me segurar, vai merecer cosquinhas!

– Certo. – ela riu. - Fique calma, ok? Assim você se concentra melhor.

Pedalei mais um pouco e ela me deu um pequeno impulso, me empurrando para frente e soltando a bicicleta. Respirei fundo e continuei a pedalar, a bicicleta ia andando normalmente. Consegui até virar quando cheguei à esquina! Eu queria dar uma volta novamente no parque sozinha.

– Isso, Verloren! –Lieve gritava e comemorava.

– Até que não é tão ruim... –sorri.

Em algumas partes eu até pedalei um pouco mais rápido, conseguindo correr. Eu já tinha completado uma volta inteira e estava chegando perto de Lieve.

– Lieve, saia da frente! Como eu paro isso?! –gritei.

Virava a bicicleta para todos os lados tentando desviar de Lieve. Quando tentei brecar, era tarde demais, a bicicleta já tombara para o lado. Rapidamente, Lieve segurou a bicicleta, impedindo-a de tombar. Ela me segurou pela cintura também, para eu não cair com o impacto.

– Ainda vamos treinar como parar, certo?

Sai de cima da bicicleta e nós duas ficamos nos olhando. Ela começou a rir, fazendo-me rir junto.

– Ok! Como comemoração, vamos tomar sorvete! –ela colocou o descanso da bicicleta e segurou minha mão, correndo e me puxando.

– Ei! Não corra!


Nós pegamos um picolé para nós duas e resolvemos terminá-los naquele morro. Ela pediu para que eu pedalasse, mas eu me lembrei daquela enorme subida até o morro e resolvi ir na garupa e deixá-la pedalar, como sempre. Na subida eu não senti tanto medo como antes. Eu segurava o picolé de Lieve enquanto ela ia pedalando até o morro.

Chegando lá sentamos perto daquela grade e ficamos olhando o céu. O sol estava se pondo deixando o céu com uma bela com alaranjada. Era lindo.

– Uau... O céu está lindo. –Lieve comentou.

– É verdade...

– Ei, deixe-me experimentar.

– Hm, o que?

– O seu sorvete.

Coloquei o picolé enfrente da boca dela e ela deu uma mordida.

– Ah, gelado! –ela abanou a boca.

– Sua idiota. –ri.

– Não é justo! Sua vez! –ela colocou o picolé enfrente da minha boca.

Dei uma pequena mordida sentindo apenas aquela sensação horrível nos meus dentes da frente quando se come algo gelado.

– Você é a única desastrada aqui. –a encarei.

Nós duas rimos. Era um ótimo final de tarde, era um dos melhores dias para mim. Eu nunca imaginei que eu ia passear junto com uma amiga, ou melhor, ter uma amiga. Sim, era muito divertido esquecer a solidão e aqueles pensamentos, outros estavam tomando seus lugares e esses não me incomodavam. Eles me deixavam felizes, eles eram memórias com Lieve.

– Ei, Verloren. –ela deu uma última mordida em seu picolé. – Quer ir a minha casa amanhã ver um filme?

– Ah, claro. –fiz o mesmo, terminando também com meu picolé. – Mas lembre-se, tem que ser filme de terror.

– Claro que não! –ela me olhou assustada.

– Sim, sim! Eu andei de bicicleta, então você irá ver um filme de terror.

– Bem... Ok, infelizmente isso é justo.

– E não tente dar desculpas ou irá merecer cosquinhas.

– Você é cruel. –ela riu.

– Ah, quer merecer algumas cosquinhas agora? –me aproximei dela e ri.

– Não! –ela riu, mas acabou tossindo junto.

– Lieve, está tudo bem?

– Ah, sim, estou... É apenas uma dor. –ela colocou a mão próxima ao seu peito. – Tudo bem, é apenas um problema meu.

– Tem certeza?

– Sim. –ela sorriu. –Então é melhor eu ir para casa. –a voz dela estava um pouco diferente, parecia mais cansada.

Ela se levantou e foi até sua bicicleta, eu apenas a segui.

– Certo, eu vou para a casa a pé mesmo.

– Ok, amanhã eu te ligo. Cuidado ao voltar para a casa!

– Digo o mesmo...

Ela montou em sua bicicleta e acenou para mim, pedalando e indo para sua casa. Suspirei e dei mais uma olhada para o céu e para aquele morro, caminhando até minha casa.

Foi um ótimo dia, eu iria lembrar para sempre, Lieve era realmente uma ótima amiga. Acho que todos esses anos pensando naquelas coisas e vivendo na solidão, quase desistindo de tudo, valeu a pena, no fim eu achei alguém que conseguiu mudar todas as minhas opiniões, o que era bem difícil. Ah, amizade pode fazer muitas coisas inimagináveis, né?



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Notas finais do capítulo

Hm, o próximo vai ser um filme de terror :3 -qn
Obrigada por lerem e até mais ^-^



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