Eu não estava bem, estava preocupada porque já era noite e Sebastian ainda não havia chegado.

Também estava irritada com Elisabeth e aflita pelo o que ela disse.

Louis e Sebastian têm sim sentimentos.

-Louis. –O chamei,me aproximando da porta da cozinha onde ele lavava os pratos sujos do jantar.

-Sim,Jovem Lady? –Ele respondeu. –Me desculpe, não estou totalmente apresentável. –Disse ele,olhando a roupa e as mangas que estavam molhadas.

-Ah,não há problemas nisso. –Eu disse. –Venha, sente-se aqui. –Pedi.

Louis se sentou em uma cadeira na cozinha e eu me sentei do lado dele.

-Então...O que minha Jovem Lady deseja? Que eu prepare seu quarto para dormir? Ou um banho quente? Porque depois daquela pequena discussão, deve estar tensa...Bem,é claro, não tenho que me meter nisso. Mas, é um fato.

-Louis. Quero que fique com isso. –Eu disse, chegando perto, puxando sua nuca,assim, beijando lentamente.

O beijei imaginando Sebastian,queria que esse meu presente fosse bom para Louis, que pelo menos uma vez em sua vida eterna, ele tivesse um beijo de verdade.

Quando terminei de beija-lo, Louis estava totalmente vermelho (como eu achei que demônios não ficariam) e pasmo.

-J-Jovem Lady. –Ele disse, levanto sua mão a boca.

-Isso é um presente meu para você, por favor, não conte para Sebastian. –Eu disse.

-Muito obrigado. –Ele disse, esticando os braços e me abraçando.

–Eu o libero, Louis.–Disse, sorrindo gentilmente.

-Me libera? –Ele abaixou o olhar. –Pensei que gostasse de mim como mordomo.

-Sim,mas não quero que fique comigo por obrigação...Não quero te prender. Se quiser ir, pode ir. Se quiser ficar, apenas fique. –Eu respondi.

-Obrigado, Jovem Lady...Muito obrigado. –Ele agradeceu,sorrindo, e se levantando.

Eu me levantei também, o olhei nos olhos e andei em direção a porta.

-Jovem Lady. –Ele chamou.

-Sim? –Respondi.

-Com todo o respeito... Mas, a senhorita beija perfeitamente. –Ele disse, sorrindo.

Assustei-me com o comentário dele.

-Eu tive um bom professor. –Disse, sorrindo.

Então, subi as escadas e fui para meu quarto.

Para minha surpresa, Sebastian não estava lá.

Fui ao banheiro, e depois me deitei, preocupada por ele não ter vindo esta noite.

“ -Eu acho que te amo.”

Porque ele mentiria, depois de tudo que passamos?

Eu...Amo Sebastian,mais que tudo.

Não o perdoaria,caso ele mentisse com algo tão sério.

Foi quando ouvi alguém abrir a janela.

-Sebastian? –Perguntei, me sentando na cama.

-Alice. –Ele chegou perto e posicionou-se em cima de mim,ajoelhado com uma perna de cada lado de meu corpo.

-O que está fazendo? –Perguntei,assustada.

Sebastian olhou no fundo de meus olhos, e me beijou, tão intensamente que eu mal podia respirar...

Sebastian deslizou sua mão até minha coxa, e a subiu um pouco, então, me pressionou contra a parede da cama.

Tudo que ele fazia era muito perigoso, suas intenções estavam claras e eu estava gostando.

Sebastian abriu os botões de sua blusa, e depois, alguns de sua calça.

Coloquei minhas mãos em sua nuca,abraçando seu corpo.

Sebastian parou de me beijar,me olhou, mordeu levemente meu pescoço e tirou lentamente minha lingerie.

Então, me colocou em seu colo, voltando a me beijar intensamente.

Passei minha mão em seu rosto, e depois, levei-a até a nuca, puxando alguns fios de cabelo.

O demônio pressionava seu corpo contra o meu, e quando notei, ele já estava entre minhas pernas,porém, ainda vestido com sua calça.

Mas isso não alterava o fato de que eu estava quase tendo uma relação com Sebastian.

Notei o que estávamos fazendo e que isso não poderia ir adiante, parei de beija-lo e o olhei.

-Sebastian. Não posso. –Eu disse,o empurrando,com cuidado, de cima de mim.

-Alice. –Sebastian chamou,voltando a beijar e passar sua língua em meu pescoço.

Era impossível negar o que ele queria,Sebastian estava possuído por desejo.

Levantei-me rapidamente e coloquei as peças de roupa que Sebastian havia retirado de mim.

Sentei-me na cama, e Sebastian estava com a blusa aberta, agora,sentado na outra ponta.

-Tem certeza que é virgem? Você não faz as coisas como uma virgem. –Ele disse,sorrindo maliciosamente. 

-Cale sua boca. –Disse brincando. –Achei que não viria...Veio só para isso?–Perguntei.

-Não. Quando me acalmar,vamos conversar sobre o que aconteceu hoje mais cedo. –Ele disse, fechando dois botões de sua blusa.

-Sobre Ciel? –Eu disse, levanto minha mão até minha testa. –Esqueça isso.

-Não vim brigar. –Ele disse. –Acha que se eu estivesse com raiva,quase teríamos...Você sabe.

Eu ri.

-Não,você é muito bravo pra isso,senhor Sebastian. –Brinquei.

-Eu só queria saber o porquê de você ter brigado com Elisabeth. –Ele disse.

-Ela me provocou. Me chamou de deselegante para Ciel na minha frente. E você acredita que ela veio aqui mais cedo para esfregar na minha cara que tem um contrato com um mordomo demônio? –Disse, indignada.

-Elisabeth não tem limites. –Ele disse, desviando o olhar.

-Ah! Isso me fez lembrar... Você a salvou? Quando? Porque? Como?Onde e de quem ? –Perguntei, me levantando e fechando a expressão.

Sebastian arregalou seus olhos.

-Tudo isso por ciúmes? –Perguntou ele. –Eu a salvei porque meu mestre mandou. Por mim, não a salvaria nunca. –Ele disse.

-Isso me preocupa. –Eu desviei o olhar.

-Porque? Queria que eu a salvasse? –Sebastian perguntou.

-Não. Mas se pelo menos você tivesse qualquer sentimento por ela... –Respondi.

-Ficou maluca de repente? –Indignou-se Sebastian. –Queria que eu gostasse de Lizzy?

-Não. Foi um comentário que ouvi dela... Me fez pensar. –Me sentei na cama ao lado dele.

-O que ela te disse? –Ele perguntou, passando sua mão em meus cabelos negros que caiam sobre minha testa.

- Ela disse : “Sebastian é um demônio. Demônios como ele não tem sentimentos, não amam nada além de si mesmos.” –Repeti a fala para Sebastian , que ouviu atentamente.

-Ela está enganada. –Ele se levantou e virou-se de costas para mim, apoiado na janela.

-Está? –Perguntei.

-Sim,está. Eu estou apaixonado por você,Alice. Se isso não é um sentimento, eu realmente não sei o que é... Eu nunca senti nada mais real, ou tão diferente, quanto eu sinto quando chego perto de você. –Ele respondeu. –Demônios tem sentimentos sim, eles tem afeto,amor, compaixão e qualquer outro sentimento como de um humano, porque na verdade, demônios são desejos de humanos,Ciel desejou que eu existisse, nós surgimos de algum sentimento de um ser humano, seja ele ódio, dor, raiva ou vingança. Mesmo assim, surgindo de sentimentos adquirimos eles.

-Sebastian... –Desviei o olhar. –Por um momento eu duvidei do que você falava.

Ele se virou, chegou perto e se ajoelhou de frente para mim,perto da cama onde eu estava sentada. Então,colocou sua mão em meu queixo e disse.

-Pois nunca duvide. Demônios mentem, mas eu não mentiria para você, nem que isso custasse minha eternidade,Alice. –Ele disse,me olhando. –Você significa muito para mim.

Fechei os olhos diante as palavras carinhosas de Sebastian e ele se levantou e me beijou, dessa vez, sem aquela intensidade.

-Obrigada por me fazer sentir. –Ele disse, me abraçando.

Depois de alguns minutos abraçados, me soltei delicadamente de Sebastian.

-Estou com sono. –Eu disse,passando a mão em meu rosto corado.

-Vamos dormir. –Ele disse. –Se bem que não terminamos algo que começamos. –Sorriu o demônio.

O olhei meio assustada.

-Acho que ainda não estou pronta. –Respondi.

-Ah,Alice...Assim você parece uma virgem. –Ele disse.

-Seria porque eu sou uma virgem? –Brinquei.

-Droga, falando assim me faz... Oh,Alice! –Ele disse, me jogando na cama.

-Sebastian! –O chamei rindo. –Pare com isso.

-Tudo bem, vamos dormir. –Ele disse, parando de brincar comigo. –Vou respeitar sua vontade. Quando estiver pronta, não perca tempo e me diga.

-Ai! Você faz isso parecer um contrato. –Eu disse, notando que ele trata isso como se fossem “negócios”. –É extremamente tenso.

-Não é todo dia que vou pra cama com a mulher que está mudando minha vida eterna! –Ele disse. –Não quero perder a oportunidade de te fazer...Experimentar.-Disse o demônio lambendo seus lábios inferiores.

-Nossa. –Disse, olhando-o. –Vamos dormir, você está impossível hoje.

Então,me deitei e Sebastian fez o mesmo, me abraçando enquanto eu estava de costas para ele. Apaguei a luz do abajur e desejei Boa Noite para o demônio com um simples beijo na testa.