POV Renesmee

 Eu estranhei ele falar assim.

-Você não quer... – Não terminei a frase, tinha medo da resposta.

-Não. Só quero conversar. – Ele disse e sentamos ali na cama. Assim que eu sentei, ele tirou o casaco e colocou sobre meus ombros. Por que ele estava sendo tão gentil comigo?

-Desculpa, Jacob. Eu não quero falar sobre isso. – Disse.

-Tudo bem. – Ele respondeu e ficamos em silêncio.

Depois de alguns minutos, Jacob perguntou:

-Aqui não tem TV?

-Não.

-É claro que não. Que tipo de pessoa vem para um quarto para fazer sexo e quer ver TV em vez disso? – Perguntou e riu. Acompanhei o riso dele, mesmo não achando muita graça. –Quanto tempo ainda temos?

-O quanto você quiser. Annabeth gosta de você. Mas Megan não pode saber que ficamos juntos no mesmo quarto. – Eu disse.

-Se você não contar, eu não conto. Que horas você sai daqui? – Perguntou Jacob.

-Saio às duas da manhã. – Respondi.

-Então vou ficar aqui até às duas.

-Por quê? Não precisa, Jacob. Pode ir.

-É claro que eu preciso. Vou lá ver como o Alec está. Não saia do quarto. Vão achar que vamos fazer sexo a três. Quero só ver a cara deles. – Jacob disse e saiu antes que eu protestasse.

POV Jacob

Saí do quarto e fechei a porta atrás. Parei em frente da mesma e coloquei as mãos sobre a cabeça. Tenho que pensar, pois é muita informação para ser digerida de uma vez só. Vamos lá: Renesmee Cullen, a menina mais fofa, quieta e inteligente que eu conheço trabalha em uma casa de Striptease. E Annabeth, sua madrasta e mãe de sua “irmã” Megan, que deixa e ganha dinheiro com isso. Não posso acreditar.

Quando olhei para o lado, duas outras meninas estavam me olhando e pareciam estar me chamando para o quarto delas. Só sorri e desci as escadas que há alguns minutos atrás tinham me levado ao quarto para conversar com Renesmee. Olhei em volta e achei Alec sentado em uma das cadeiras. Ele estava bebendo alguma bebida alcoólica. Sentei ao seu lado e ele me olhou com os olhos arregalados e falou:

-Onde você estava, Jacob Black? Eu já cansei de ligar para você! Já fui para o quarto com uma garota e já estou cansado também. Vamos para casa?

-Agora não dá. Você está bêbado? – Perguntei.

-Não. Onde você quer chegar?

-Venha comigo. Tenho que te mostrar uma coisa. – Peguei ele pelo pulso e o guiei até o quarto.

Assim que chegamos na porta, eu virei e disse:

-Alec, escuta. – Sussurrei. – Assim que você entrar, não se assuste e não faça nada que a assuste também, ok?

-Do que você está falando? – Perguntou ele.

-Só prometa que vai fazer isso. – Falei seriamente.

-Ok. Eu prometo, Jake. – Ele disse e entramos.

Renesmee ainda estava com o meu casaco. Ele ficara gigante nela. Cobria aquela roupa curta que ela usava. Ela etava com o casaco e mais uma coberta em suas pernas, apesar de não estar com frio.

Eu olhei para o lado e Alec tentou não parecer assustado.

-Re-ee-Renesmee? – Gaguejou Alec. Eu lhe dei uma bela de uma cotovelada em sua barriga.

Renesmee parecia envergonhada.

-É Alec, essa é a Renesmee. E eu vim propor uma coisa. – Eu disse e sentei na cama. Alec continuara no mesmo lugar. – Renesmee, você vem todos os dias para cá?

-Venho sim, mas só fico apenas duas horas aqui por causa da escola. Sexta e sábado eu fico quatro horas. – Ela respondeu envergonhada. Antes que Alec falasse alguma coisa, eu disse:

-Cala a boca, Nerd. – Depois virei-me para Renesmee e perguntei: -Com quantos caras você sai por noite?

Ela arregalou os olhos e parecia que iria chorar. Mas antes que ela respondesse, eu falei:

-Desculpa Renesmee. Mas eu preciso saber disso. – Tentei consolá-la.

-De três a cinco por noite. – Ela disse e começou a chorar.

Ela havia posto suas mãos no rosto. Eu cheguei perto e deitei-a em meu colo. Ela continuava a chorar. Alec tirou suas pernas da cama, sentou onde elas estavam e colocou em seu colo.

Renesmee chorou por uns 15 minutos.

Eu e Alec ficamos nos entreolhando o tempo todo. E eu também ficava fazendo cafuné em Renesmee.

Eu não sabia como continuar, mas eu tive.

-Que horas você sai de casa, Nessie? – Era a primeira vez que eu a chamava por seu apelido.

-Saio às 18:00.

-E chega aqui às 20:00. – Completei. –Alec, vamos alternar, ok? Eu venho um dia e você vem em outro.

-Ok. – Alec respondeu.

Não sei como pensei nisso tão rapidamente, mas pensei. O plano perfeito.

Depois da conversa nós saímos do quarto e fomos para o carro em silêncio. Assim que entramos, Alec virou e disse:

-Jacob, eu ainda não acredito.

-Imagine eu. Quando eu a vi, eu não acreditei. Até agora não acredito que aquela conversa aconteceu. Parece que foi um sonho. Na verdade, um pesadelo. – Eu falei encostando a mão no volante. –Alec, você se incomodaria se eu esperasse até a Annabeth e Renesmee saírem?

-É claro que não, Jacob.

E ficamos esperando. Depois de 10 minutos, o carro de Annabeth saiu de lá. Fomos logo atrás dele, mas não estávamos seguindo. Só estávamos indo para casa.

Depois de duas horas chegamos em casa. Havíamos parado em um Fast Food, então Annabeth chegou antes de nós.

Estacionei o carro e subimos de elevador. Eram 3 da manhã e eu não estava com sono e não pretendia dormir.

-Você está com sono, Jake? – Perguntou Alec, sentando-se no sofá.

-Não e você?

-Também não. Vamos ver algum filme de comédia?

-Não. Coloca algum de terror, por favor. – Respondi e sentamos. Alec colocou O Último Exorcismo.

Tudo estava indo bem até meu telefone tocar. Era o celular de casa.

-Alô? – Atendi.

-Jacob, seu pai precisa de você. – Era a voz de Fred. Ele parecia nervoso.

-O que houve? – Perguntei assustado.

-Seu pai, Jacob. Seu pai sofreu um acidente de avião. – Fred respondeu e pareceu que o meu mundo caiu.

-Fred, onde ele está? – Perguntei e olhei para o lado. Alec estava dormindo.

-No hospital Wammy, no centro da cidade. – Ele disse e eu desliguei o celular.

Era muita coisa para a minha cabeça.

Renesmee e meu pai.

Meu pai não pode morrer, não pode. Minha mãe já se foi e agora ele? Ambos em acidentes? Não, isso não.

Peguei a chave do carro e ouvi Alec acordar.

-Aonde é que cê vai, cara? – Perguntou sonolento.

Eu não respondi e saí.

Fui até o estacionamento, peguei meu carro e fui correndo até o hospital. Cheguei até lá, estacionei e fui até a recepcionista.

-Billy Black, por favor. – Falei.

-Você deve ser seu filho. Aqui está. – Ela olhou para o visor do computador e disse: - Jacob Black. Pode entrar. O quarto é o de número 14, no segundo andar.

Ela disse e eu não esperei por elevadores. Subi correndo até o segundo andar. Era a terceira porta. Abri e lá estava ele. Ao seu lado estava Klaus, o seu médico particular e ao lado do Klaus estava o médico do hospital, eu acho. Eles estavam falando e eu não conseguia ouvir. Só olhava para meu pai. Ele estava todo machucado e estava respirando com a ajuda de aparelhos.

-Olá Jacob. – Klaus havia me visto ali.

-Como ele está? – Perguntei já com medo da resposta. Klaus chegou perto, colocou a mão em meu ombro e disse:

-Não vou mentir para você, Jacob. Ele está mal, muito mal. Ele estava em um avião e só tinham mais cinco pessoas lá. Quatro morreram e contando com ele, dois sobreviveram. Não consegue respirar sem a ajuda dos aparelhos. Mas há esperança, Jacob.

Ele falou como se eu fosse forte o suficiente para ouvir. Não chorei, nem nada. Somente ouvi e falei:

-Me dê alguns minutos com ele.

E assim aconteceu.

Ajoelhei a seu lado, peguei sua mão e disse:

-Pai, por favor, não vai. A mamãe ainda não te quer lá em cima com ela. Fica comigo.

Fiquei assim até os médicos entrarem.

-Jacob, pode ir para casa. – Falou o outro médico. Eu li seu nome crachá, ele se chamava Ian.

-Vou até em casa, mas eu já volto.

E assim eu fiz.

► Fim do capítulo.