A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 39
Passado, Presente e Futuro


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora pessoal! Eu estive adoentada (virose gástrica é horrível!) e não pude continuar a escrever! Agradeço aos reviews das minhas leitoras lindas e fico feliz que tenham gostado do capítulo!
Espero que gostem!



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POV LEGOLAS

Abri meus olhos ainda sonolento e por infindáveis instantes fui cegado por uma célebre luz esverdeada.

Franzi as sobracelhas observando o teto de folhas escuras a meu redor, senti-me estranho pois minha visão parecia-me limitada e obtusa e por não mais estar dentro de minha tenda em Gondor.

Ergui o tronco, agarrando com as mãos nuas uma leva de folhas secas e úmidas de orvalho, algo áspero roçou contra a pele de minhas costas, reconheci como a dura casca de árvore.

Grossas peles cobriam-me as pernas e o peito, algo a meu lado mexeu-se e a menção de seu movimento lembrei-me de Marianne. Porém a bela dama a minha direita não era Marianne Greyhood e sim uma bela e alva elfa de longos e luzídios cabelos negros.

Acariciei-lhe os braços desnudos sem saber o porquê de operar tal gesto, a dama visou-me com dois orbes azuis um belo sorriso estampado nos lábios rosados. Ela ergueu-se tomando o cuidado de cobrir o corpo nu com as cobertas improvisadas.

- Harya mára arya (Bom dia) - disse-me ela com uma doce voz

- Harya mára arya Tinúviel (Bom dia Rouxinol) -
disse-lhe eu com uma voz que não possuía-me - Os pássaros cantam e a aurora já vai alta! Devemos partir Lúthien.

- Queria eu passar mais tempo em tua companhia, sabes que lhe tenho muito apreço Beren - Lúthien acariciou-me as faces com a pálida e macia mão

- Bem sabes que não podemos, teu pai nos castigaria, principalmente se Daeron viesse a encontrar-nos aqui - principiei-me em direção aos lábios da elfa dando-lhe um beijo apaixonado

- Enquanto estiver a teu lado, nada temerei - ela sorriu-me feliz - eu prometo...

POV TERCEIRA PESSOA

Legolas acordou sobressaltado, um suor frio escorria-lhe pela nuca e espasmos percorriam-lhe o corpo, pelo menos estava de volta a sua barraca.

Correu os olhos pelo local, Marianne ressonava levemente a
seu lado, um dos braços escorando a cabeça e a cabeleira castanha espalhada pelas costas.

Tocou-lhe as faces rosadas, a moça tateou as cegas a procura das cobertas, as quais o elfo puxou para cobrir o corpo desnudo da moça. Após levantou-se colocando novamente as roupas da véspera e saindo para tragar um pouco de ar puro.

Sentou-se aos pés da barraca, passando as mãos pela testa e tentando não pensar no sonho que tivera, mas era impossível esquecer-se devido à vividez das imagens que perspassavam em sua mente.

ELE era Beren e mesmo não tendo certeza se Mary sonhara ou não com o mesmo, objetava o fato de que a jovem guradiã era Lúthien.

-Chegaste a um ponto em que duas histórias confundem-se - sussurrou-lhe uma voz"

-Por quê? - questinou o elfo sentindo a aproximação de uma figura encapuzada"

-Não queria dizer-lhes nada antes, pois a verdade dos fatos poderia influenciar o fim desta épica história - principiou a explicar Galadriel postando-se ao lado de Legolas e baixando o capuz sobre os ombros - e torná-la mais sofrida e conturbada.

-O que aquele sonho significa afinal? - volveu o loiro já deduzindo ele mesmo a resposta

-Tú e Marianne são a reencarnação de Beren e Lúthien, obviamente que em papéis trocados, mas se relembrares os empecilhos pelos quais ambos passaram verás que a história de Tinúviel e Beren confunde-se com a sua e de Marianne.

Legolas deliberou, recordando-se das partes que mais haviam lhe marcado sobre o amor proibido de uma jovem elfa e um renegado homem, sem pai e sem honra. Beren sacrificara-se por Lúthien e esta o pranteara até seu renascimento, como ocorrera com Mary.

Encontrara a Srta. Greyhood no bosque, enquanto esta cantava com uma das mais belas vozes que o elfo já ouvira, ficando extasiado perante a beleza do canto de sua amada.
Assim como Beren permanecera hipnotizado pela voz de Tinúviel ao encontrá-la no bosque de Doriath.

Vários fatos que coincidiam nas duas histórias cruzaram na mente de Legolas, fazendo-o levar um choque devido a obviedade das palavras de Galadriel.

- Por Erú Illúvatar... - murmurou o loiro ao que a esposa de Celeborn sorriu

- Entendes agora o que estava implícito em teu sonho? tornou a perguntar a elfa

- Sim, mas e quanto a Mary ela já... - o filho de Thranduil olhou ao redor percebendo que estava só defornte a tenda onde dormira com Marianne - Minha senhora? - perguntou ele à procura de Galadriel

Braços macios envolveram o tronco do elfo, num abraço carinhoso. Legolas virou-se dando de trombas com Mary, que lhe sorria ainda envolta nas cobertas nas quais adormecera.

- Vamos entrar, está frio aqui fora - disse Legolas segurando os ombros da morena

- O que houve, você parece preocupado - comentou a jovem com uma voz sonolenta

- Eu...preciso falar-lhe - sussurrou ele desviando os olhos enquanto ambos voltavam ao interior da tenda

- Legolas, olhe para mim - pediu a guardiã aninhando-se no peito marmóreo do Sindar - tivemos uma noite tão bonita...

- Eu sei, sem sombra de dúvidas a mais especial de minha vida - volveu Legolas tocando calidamente os cabelos sedosos da dama - porém algo tem de ser dito.

- Está me assustando - sussurrou Marianne afastando-se e franzindo o cenho

- O que sabe sobre Beren e Lúthien?

A expressão duvidosa no rosto da jovem desvaneceu em um sorriso, enquanto ela tornava a aproximar-se de Legolas, encostando os lábios na orelha do elfo.

- Acho que sei do que está falando - sussurrava a moça
- Sabe? - perguntou Legolas rindo perante a brincadeira de Mary

- Lembra-se de que Elrond chamou-me antes de partirmos de Valfenda?

- Sim, fiquei curioso sobre o assunto do qual falaram, mas esqueci de perguntar-te - admitiu o loiro

- Bom, Elrond disse-me que nós estávamos destinados a ficar juntos - ao passo que a moça falava o Sindar volvia a esboçar um belo sorriso nossos destinos estavam traçados e em nossas almas brotara o amor de Beren e Lúthien, pois somos a reencarnação de ambos.

- Será possível que possa amar-te ainda mais? - Legolas tomou Mary nos braços depositando-lhe contínuos beijos nas faces

Entorpecidos como estavam num amor que parecia ter sido descoberto de súbito, nem ao menos notaram a aproximação de duas figuras idênticas, tanto nas feições joviais e belas quanto nas refinadas vestimentas.

Logo os dois elfos alcançaram a entrada da barraca onde o casal ainda trocava infindáveis carícias, o mais altivo e compenetrado dos gêmeos afastou o tecido macio que protegera o elfo e a jovem do sereno noturno.

- Em nome de Illúvatar! O que acham que estão fazendo! -
gritou Elladan assustando-os

- E...Elladan? - perguntou Marianne não contendo sua surpresa e vergonha

- Meu irmão, você e eu bem sabíamos que algum dia isto iria acontecer - consolava Elrohir com um sorriso maroto

- Nós não tínhamos a intenção, creio ter sido mais forte do que qualquer sentimento - explicava-se Legolas

- Poupe-me dos detalhes sórdidos! - pediu Elladan com veemência sentando-se junto de seu irmão - Espero que saibas o que vai dizer a seu pai Srta. Greyhood, após este...este...Céus! Onde vocês estavam com a cabeça?!

- Ora para de desperdiçar saliva Elladan! - repreendeu Elrohir rindo-se- Concordo com o que meu irmão lhe disse Mary, afinal vão ter de dar uma ótima explicação a seu pai e bom, a sua avó e sua amiga, que por assim dizer está procurando-te em todos os cantos possíveis.

- Não tinha pensado nisso - murmurou a guardiã parecendo preocupada o que é que vou dizer?

- Volte para seu quarto, mude as roupas e após encontre-me neste mesmo local - instruiu Legolas acalmando a companheira - vamos explicar ao Sr. Greyhood.

- Tudo bem - a jovem trocou um rápido beijo com o elfo sendo em seguida coberta por um longo manto que lhe cobria os pés

- É melhor usar isso, não queremos causar maior alarido, não é? - Elrohir parecia divertir-se à custa de ambos

- Veio para ajudar ou para me deixar mais nervosa? - questionava Mary aos sussurros enquanto os filhos de Elrond a acompanhavam de volta ao quarto

Caminharam silenciosos, tentando chamar o mínimo de atenção possível, ao chegarem à porta despediram-se brevemente, Marianne escorregou sorrateiramente para dentro dos aposentos.

- Onde você estava? - perguntou Suzan entoando cada palavra

- Suh, eu posso explicar - defendeu-se a outra encarando a loira que tinha um malicioso sorriso nos lábios

- Pode e vai - a moça puxou a morena forçando-a a sentar-se na cama - quero que diga-me tudo, não esconda-me nada.

- Suzan! Sua curiosidade às vezes me assusta!

- Coisas de jornalista, mas agora desembuche de uma vez - pedia Suh com afobação

- Passei a noite com...Legolas - murmurou baixo a jovem guardiã

- Mary! A Srta. não acha que foi longe demais? - repreendeu a amiga tomando posição de conselheira, como costumava fazer

- Foi mais forte do que eu... - Marianne buscava as palavras certas para esclarecer os fatos - eu sei que não acredita muito em destino e essas coisas, mas...

- Depois de estar aqui e conviver com este mundo fantástico, passei a acreditar em qualquer coisa. -concluiu Suzan lembrando-se do acidente com sua irmã - Talvez o que ocorreu com Ashley, tivera um motivo e...

Não concluiu a frase sendo engolfada por uma dose de soluços e lágrimas, ambas abraçaram-se de maneira carinhosa, Mary tentando novamente conter as lágrimas de uma dor que ela sabia, iria demorar a passar.

Após acalmarem-se e conseguirem manter um diálogo sensato, a guardiã contou a história de Beren e Lúthien e de como ela e Legolas encaixavam-se nesta epopeia sem medidas.

- Nossa! Realmente digno de uma matéria no jornal, ou talvez de um livro - finalizou Suzan

- Nem me fale! Mas agora tenho de dar um jeito de contar ao papai e ... - neste momento a porta do cômodo abriu-se num rompante, a figura de Margareth projetando-se na abertura

- O que tem de contar a seu pai Marianne Reinard Greyhood? - perguntou a senhora num tom de profunda repreensão

- Vovó... - balbuciou a neta sentindo-se encurralada - eu...

- Sei que não passaste a noite aqui - Dona Meg tomou as mãos da neta nas suas - isto porque encostei dois jovens elfos à parede para que me dissesem! Aqueles dois são realmente impossíveis, mesmo sendo muito confiavéis! - Mary e Suzan riram.

- Eu sei, são bons amigos. - a guardiã tentou desvencilhar-se da conversa embaraçosa

- Não fuja de mim! Se for o que estou pensando a Srta. estará muito encrencada! - continuou a filha de Tolkien de modo inquisidor

- Ai vovó! Já estou preocupada o suficiente! protestou Mary - Mas, sobre o que ocorreu, eu e Legolas...nós...

- Eles passaram a noite juntos e pronto! declarou Suzan impaciente - Não me olhe com esta cara Marianne, você estava delongando demais o assunto!

- Meu bem, está atropelando as coisas - falava-lhe a avó em tom carinhoso - tudo tem sua ordem natural embora eu saiba sobre Beren e Lúthien, atos imprudentes podem ter consequências desastrosas.

- Não pensamos nisso - desculpava-se Mary - Legolas disse que vai me ajudar a contar.

- É melhor ser rápida, seu pai está vindo para cá - alertou Suzan

Marianne trocou as roupas rapidamente, saindo fugida do cômodo onde estivera e indo encontrar-se com Legolas que a esperava de braços abertos junto de Gimli e Éomer.

- Bom dia Srta! - saudou o anão - O que há? Passa-se algo que devêssemos saber?

- Parecem ambos apreensivos - comentava o Marechal dos cavaleiros

- Não é nada - respondeu Legolas por fim - assuntos nossos.

- Ah sim, coisas de pessoas enamoradas não é? Pois para mim não passam de rusgas sem fundamento! - desdenhou Gimli

- É sério Gimli, não é uma boa hora para piadas! - falou Marianne

- Filha! Procurei-a por todos os lugares, fui ao seu quarto e Suzan disse-me que não estávas, pode explicar-me o que ocorreu? - Robert vinha aos tropeços com Alícia aconchegada nos braços, e seguido de perto por Suzan e Margareth

- Dê-me minha neta Robert - pediu dona Meg - e quanto a você dois, acompanhem-nos!

Éomer e Gimli obedeceram a ordem dada pela antiga guerreira deixando apenas Legolas, Mary e Robert naquele exótico local.

- Vocês dois estão me escondendo algo? - questionou o pai da guardiã cruzando os braços sobre o peito de expressão sizuda

- Sr. Greyhood o fato é que eu e sua filha... - embaralhou-se Legolas

- Pai, eu não dormi no meu quarto, por isso o senhor não achou-me pela manhã - explicou Mary tomando as rédeas da situação - eu passei a noite com Legolas.

Robert não era destes que deixava-se abater por pequenas picuinhas, mas as palavras da filha haviam lhe tirado o chão sob os pés, a palidez que tomara-lhe conta das faces, o estupor que tomou-lhe conta dos membros, as palavras morriam em sua garganta.

- Mas o que é que vocês dois tem nestas cabeças! No meu tempo só podia-se consumar o matrimônio após o casamneto e com o conssentimento do pai da noiva! Sei que tudo está de cabeça para baixo agora, mas isso não os dá o direito de fazerem isso deste jeito e... - fez uma pausa tomando um bom gole de ar - meu Deus que falta faz sua mãe numa hora destas!

- Eu sei pai, nós atropelamos a ordem natural das coisas - Marianne abraçou o homem a sua frente com força - peço perdão.
- Também não nego ter culpa Sr. Greyhood, peço as mais sinceras desculpas por não ter-lhe sido respeitoso com a honra de sua filha - pedia o elfo

- Tudo bem, tudo bem - olhou a filha novamente com os olhos marejados - você cresceu e eu nem ao menos percebi, não vou culpar-lhes, sei que os hormônios estão à flor da pele e estas coisas de adolescente, mas não deem um passo maior que a perna.

- Prometemos, vamos tomar mais cuidado daqui por diante - a filha abraçou novamente Robert

- Espero que sim, afinal, não quero ser avô tão cedo, hein! - os três riram

***

A sociedade do anel reuniu-se novamente para uma última e emocionante jornada, até as fronteiras que separavam o mundo de Marianne (ou o nosso mundo), da auspiciosa Terra Média.

O tempo em ambos os mundos passava-se da mesma maneira (não havendo alterações cronológicas), as mudanças climáticas sofridas durante a tirania de Sauron, propagaram-se além das fronteiras da Terra descrita por
Tolkien em seus tão famosos livros, causando estragos em nosso mundo.

Tornados assolaram a costa dos Estados Unidos, destelhando casas e desabrigando famílias. No Brasil, ocorreram diversos abalos sísmicos (alguns leigos defendiam a ideia de que a placa tectônica Sul-Americana estaria rachada no meio), assim como enchentes e tempestades destruíram a costa da África.

Aragorn ia à frente de todos, com Éomer e Faramir nos flancos, os quatro amigos hobbits vinham logo atrás, seguidos de Gimli, Legolas, Marianne e Suzan. Logo atrás, Robert, Alícia e Margareth e fechando o grupo os irmãos Elrohir e Elladan e Gandalf.

Aproximaram-se então de uma cerca de nodosas tábuas de madeira clara, transpaçadas por fios de arame farpado, mais adinate via-se um sobrado de dois andares, de aparência rústica e aconchegante.

- É aqui que nossos caminhos separam-se - declarou Aragorn tomando a jovem guardiã num abraço - não chores minha querida, ainda vamos nos ver!

- Vou sentir sua falta! - declarou a moça com embargo na voz

- Ah Srta. Anne! Prometemos visitá-la sempre que nos for possível! - falavam Meriadoc e Peregrin

- E nós sem dúvida vamos estar presentes em seu casamento! - confirmaram Frodo e Sam

- Gimli, vou sentir falta de suas brincadeiras!

- Não esqueças do meu bom-humor! - falou o anão ruivo tentando disfarçar a emoção que lhe assolava

- Boa sorte minha bela dama - desejou Faramir

- Espero que sejas feliz Marianne - objetou Éomer

- Meu bem, tú tens e sempre terás minha bênção, estarei ao teu lado quando precisares - Gandalf beijou a testa de sua afilhada de maneira carinhosa

- Não vou dizer nada que os outros não disseram - Elrohir manteve-se brincalhão até o fim - juízo hein! - aconselhou o elfo ao pé do ouvido da jovem

- Vamos voltar a nos ver, trarei alguns presentes de Valfenda quando vier - declarou Elladan - principalmente para sua adorável irmã.

- Obrigada! - sorriu-lhe Alícia com doçura

- Vou com você aonde fores - Legolas acariciava o rosto banhado de lágrimas de Mary - não vou deixá-la.

- Amo você - murmurou selando os lábios aos do elfo

- O que me trás um pouco de dúvida Gandalf, é o fato de termos tantos viajantes da Terra Média visitando o outro lado da divisa, sendo assim, como manteremos segredo? - questionava-se Margareth

- Esta é uma questão delicada, a não ser para Marianne e Legolas - deliberou o Mago Branco

- O que queres dizer com isso Gandalf? - perguntou o filho de Thranduil

- Mary, ponha seu colar em torno do pescoço de Legolas - instruiu o Istari

A moça obedeceu, porém sem notar a mínima mudança no elfo a sua frente.

- Algo deveria ter acontecido? - perguntou a guardiã

- Não enquanto estiverem do lado de cá da cerca.

O casal passou cuidadosamente os limites da fazenda de Dona Meg, Marianne exasperou-se ao virar-se para Legolas, pois este não possuía mais os longos cabelos dourados, mas sim um corte de cabelo mais curto e repicado.

As orelhas pontudas deram espaço a orelhas de formato aredondado e as ricas e bem talhadas roupas foram sibistuídas por Jeans e camiseta.

- Nossa - murmurou a morena tocando as faces do rapaz que mesmo tendo sofrido drásticas mudanças ainda mantinha o semblante nobre e belo

- O que há? - perguntou ele passando os braços pela nuca e notando que as madeixas loiras não lhe chegavam nem a altura do pescoço - Eu pareço...humano comentou surpreso e admirado

- Poderes provenientes do colar que nossa querida Mary carrega - explicou Elladan - afinal ele possui a magia dos elfos e portanto tem muito a oferecer a seu portador.

- Isso é incrível - balbuciou Merry - não teriam mais desses para nos dar?

- Pare de gozações Merry! - ralhou Pippin - Embora não fosse uma má ideia...

- Quanto a vossa aparência eu posso assegurar-lhes que darei um jeito - considerou Gandalf

- Sendo assim, posso acompanhar Marianne até em casa? - Legolas enlaçou a cintura da moça afagando-lhe as bochechas

- Pode, mas não deves demorar-se - instruiu Aragorn - seu pai o espera, pois tens assuntos pendentes com seu povo.

O elfo aquiesceu acompanhando a família de sua noiva até estarem perto o bastante da imponente casa de campo dos Tolkien, onde após a guerra John Reinald refugiara-se para escrever sua tão aclamada triologia.

Uma figura corria na direção do grupo, os cabelos negros de Mark (agora mais compridos do que antes) esvoaçavam em torno do rosto jovem e sorridente.

- Mary! - tomou a jovem nos braços girando-a no ar - Por Deus garota! Onde foi que você se enfiou? E quem era aquele cara orelhudo e que falava esquisito que esteve aqui antes de...Quem é esse? - perguntou dirigindo-se a Legolas

- É meu noivo, Legolas - apresentou a morena com naturalidade voltando a abraçar-se ao loiro

- Noivo? - desta vez quem surpreendia-se era Joe, que vinha com seu passo arrastado atrás do filho

- Que história é essa Anne? - Mark tornou-se ranzinza e emburrado

- É uma longa história, isso posso garantir-lhes, mas como qualquer boa história deve ser regada a uma heróica dose de chá - amenizou Margareth - vamos entrar.

A discussão tornou-se mais simples e amigável após todos estarem aquecidos e satisfeitos (Robert preparara petiscos e um pouco de chá de laranjeira), Legolas mostrou-se em sua forma élfica ao caseiro e seu filho.

O coração de Mary parecia mais leve, assim como sua alma tornara-se. Estava feliz por estar em casa, estava feliz por estar com sua família e com o homem que amava e deste modo tudo parecia perfeito.

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Notas finais do capítulo

Bah! Ficou um enorme capítulo! Bem, espero que gostem!
Estamos chegando ao fim, mas haverá (sem dúvidas) uma continuação para esta história!
Beijos