A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 40
Os Salões de Thranduil


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para minhas leitoras maravilhosas! Tenho duas notícias para dar a vocês que acompanham arduamente esta história:O próximo capítulo será o do casamento de Mary e Legolas (até que enfim!!!!!!), e também será o penúltimo capítulo de A Guardiã!
Espero que apreciem cada detalhe deste capítulo que se segue, ele contém algumas informações sobre a história narrada em o Hobbit, então quem quiser saber mais pode procurar no "tio Google"!
Enjoy



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Restavam exatas duas semanas até o tão esperado casamento entre a Guardiã da Terra Média e o Príncipe da Floresta das Trevas e por este motivo a grande fazenda Green Valley permanecia em um entra e sai frenético.

A cerimônia realizaria-se na propriedade de Margareth Tolkien, a decoração seria feita por Courtney (mãe de Suzan e dona de uma das melhores empresas de decoração dos Estados Unidos) com o auxílio de alguns elfos.

Legolas mantinham-se a par de todos os pomposos preparativos, especificamente os que diziam respeito a-proclamação de Marianne como Princesa da Floresta Verde, o que deveria dar-se logo após o matrimônio.

- Srta. Greyhood! Por favor pare de mexer-se antes que a espete com um alfinete! pedia Almarvarnë tentando fazer a barra de um belo vestido

- Desculpe - pediu a moça - estava apenas tentando olhar-me no espelho.

- Vai poder olhar-se depois de fazermos os ajustes - completou Turelië

- A única coisa que posso garantir é que está ficando lindo - Suzan andava em torno das três, um coque alto prendia os cabelos loiros deixando alguns poucos fios soltos caírem pelas faces, um par de fones de ouvidos pendia-lhe pelo pescoço

As jovens estavam em Valfenda, agora muito mais alegre e receptiva do que antes, principalmente pelo fato de os elfos não precisarem partir para Valinor, uma aura serena invadia o reduto élfico contagiando seus moradores.

- Pronto, agora podes admirar nosso árduo trabalho! - declarou Almarvarnë auxiliando a moça a fixar seu reflexo no adornado espelho a suas costas

Era incrível ver o resultado de dias de trabalho das duas elfas que agora esperavam ansiosas a reação de Mary, a jovem permanecia perplexa diante da obra de arte que agora cobria-lhe o corpo.

O vestido ostentava uma bela e longa cauda adornada de bordados dourados, assim como o corpete que esculpia a cintura da noiva, botões dourados desciam-lhe pelas costas (cerca de vinte e cinco diminutos botões foram usados para a confecção da peça), não tinha palavras para agradecer.

- Eu...está incrível! Exatamente como sonhei - falou Mary tomando ambas as elfas num abraço apertado - Vocês são extraordinárias!

- Não há o que agradecer - Turelië riu-se - apenas cuidado com os alfinetes!

- Marianne, você está deslumbrante! - comentava Suzan surpresa - são duas artistas!

- Dedicamo-nos ao trabalho - explicou Almarvarnë - mas agora tens de tirá-lo para podermos dar os arremates finais.

Dirigiram-se então até um pequeno espaço aberto, trepadeiras abraçavam as paredes de pedra clara criando pendentes de flores brancas que movimentavam-se ao toque silencioso do vento.

Um jovem e bem apessoado elfo conversava vigorosamente com outro, ao qual vestia típicas vestes de elfos da floresta.

- Mai omentaina! (É ótimo vê-las!) - cumprimentou Glorfindel com uma pequena vênia

- Le hannon Glorfindel (Obrigada Glorfindel) - Marianne repetiu o gesto - Mas o que fazes aqui?

- Vim receber este nobre visitante - explicou o Noldor apontando para um robusto elfo loiro a sua frente, este possuía afetivos olhos verdes - vindo diretamente das Terras de seu noivo.

- Da Floresta das Trevas? - perguntou Suzan que agora parecia mais situada quanto as localidades da Terra Média

- Exatamente Srta. Im Finwë (Eu sou Finwë) - apresentou-se numa voz forte

- E qual seria sua missão aqui Finwë? - volveu Marianne curiosa

- Vim leva-la por ordem de Thranduil, Rei da Floresta Verde, até seu palácio para que possas familiarizar-se com seu futuro reino - explicou

- E por que Legolas não veio em sua companhia? - desta vez a pergunta provinha de Suzan

- Porque sua alteza está aguardando Marianne Greyhood em seu reino.

- Sendo assim - a donzela lançou um olhar cúmplice a amiga - vai ficar aqui?

- Sim, Éomer prometeu que viria - Suzan baixou os olhos para o celular checando as horas - deve estar chegando.

- Tudo bem então, podemos ir - aquiesceu Mary ao jovem elfo Navaer (Adeus)!

- Navaer ar alwa Tári Calmcacil (Adeus e boa sorte Marianne Greyhood)! - desejou Glorfindel sorrindo

- Tchau Mary, mande um abraço a Legolas - desejou Suzan sorrindo sem graça

POV MARIANNE

Segui silenciosamente o chefe da guarda élfica da região norte de Eryn Lasgalen, seus passos eram leves e cadenciados e este mantinha a expressão fria e os olhos fixos ao solo.

- Então, a quanto tempo serves Thranduil? - perguntei tentando romper a barreira que separava-nos

- A muito mais tempo do que devo aparentar - respondeu distante parando alguns momentos para admirar o sol que se punha à linha do horizonte

- E quanto isso seria? - volvi, desta vez realmente curiosa

Finwë parou fitando-me intensamente como se seus olhos vasculhassem minha alma, esboçou um breve e radiante sorriso e após retomou o passo com um riso preso nos lábios finos.

- Desde que a rainha Wilwarin ainda vivia e que seu noivo ainda era apenas um menino. Resumindo, a muitos éons atrás, quando a felicidade ainda vibrava no peito de meu rei. - explicou o elfo enquanto descíamos uma íngreme escada que levava diretamente até os portões de Valfenda - Será bom ter sua presença para alegrar-nos os dias.

- Como Wilwarin partiu? - questionei dosando cuidadosamente as palavras

- Lembro-me como se tivesse ocorrido ontem, uma horda de Orcs invadiu-nos as fronteiras, a rainha temendo que seu filho fosse ferido foi para guerra, porém não resistiu aos ferimentos, sendo velada por seu marido - Finwë levou-me até um espaço aberto - Thranduil nunca mais foi o mesmo após este ocorrido.

- Perdeu a única coisa na qual tinha fé, acho que compreendo este sentimento - conclui seguindo o olhar atento do Sindar - o que estamos esperando?

- As águias - esclareceu-me o loiro num sorriso - não esperava que fôssemos andando até os Salões de Thranduil, levaríamos em torno de seis dias.

- É a segunda vez em que voo - comentei distinguindo então duas aves rodopiando nos céus que agora tomavam um tom alaranjado

- Então, não tens problemas com altura, melhor assim.

Não lembrava-me de ter visto as robustas e belas aves que pousaram defronte a nós, talvez por que só tivesse tido contato com Gwaihir quando este trouxe a mim e Legolas até as hábeis mãos de Elrond meio-elfo.

- Não demorem-se meus amigos! - falou-nos a águia cinzenta de maneira acolhedora - o sol já sumiu por detrás das montanhas e o tempo urge!

Obedecemos sem hesitar, segurando firme nas penas macias e alçando as nuvens que seguiam-se esparsas, sobrevoamos vales e montes até que pudéssemos divisar uma massa escura e disforme.

- Lá adiante está a Floresta Verde! - avisou-me Finwë cujos cabelos balançavam devido ao vento

- Agarrem-se firme! Não podemos pousar no interior da floresta, pois as copas das árvores são extremamente juntas, vamos ter de soltá-los nesta clareira logo abaixo! - Esclareceu Lhorond

A aterrisagem não fora tão suave quanto pensava, o terreno era bastante acidentado e a escuridão da floresta exalava uma aura de medo e insegurança.

- Muito obrigada meus irmãos - agradeceu Finwë com uma vênia - Írë lúmë tuluva (Até nosso reencontro!)

- Adeus! - disseram as aves em uníssono partindo até sua casa

POV TERCEIRA PESSOA

Os dois viajantes adentraram a imensidão verde que assomava a sua frente, uma brisa fria soprava-lhes na face causando arrepios em Marianne que esfregava os braços desnudos.

- Tome, vista isto - o elfo estendeu-lhe uma capa de linho escuro a qual a garota jogou sobre os ombros

- Obrigada Finwë - agradeceu ela - por que Thranduil trouxe seu povo até aqui?

- Não foi exatamente Thranduil que guiou os elfos até a Grande Floresta Verde, mas sim seu pai Oropher. Com a morte deste, Thranduil instalou o povo Sindar na parte norte da floresta que passou a ser povoada por criaturas malignas, diante desta ameaça os elfos construíram com a ajuda dos anões uma rede de câmaras e túneis subterrâneos onde nos refugiámos desde então. - explicou direcionando Marianne até o interior da floresta

Apertando os olhos, a jovem pôde distinguir a silhueta tênue de uma ponte que atravessava de margem a margem um caudaloso e escuro rio.

- Este é o Rio da Floresta certo? - questionou a morena

- Sim, lembro-me bem quando capturamos Thorin Escudo-de-Carvalho e o trouxemos até a presença do Rei da Floresta, onde o anão recusou-se a falar e foi preso - o loiro parecia divertir-se com a lembrança - criaturas espertas aqueles anões, escaparam dentro de barris de vinho.

- Minha avó contou-me sobre este fato, deve lembrar-se de uma moça que acompanhava o grupo de Thorin - disse-lhe Mary quando chegaram a enormes portões que ficavam em uma colina coberta por árvores

- Sim, nunca esqueceria a impertinência que a jovem Margareth mostrou para com o rei - Finwë soltou um sonoro riso fitando a guardiã - Thranduil ficou realmente ofendido com as palavras que sua avó direcionou a ele naquele dia.

- Ela tem um gênio forte, eu sei bem - aquiesceu a morena rindo junto ao elfo

Os portões do reino de Thranduil eram guardados por magia, deste modo só poderiam ser abertos pelo lado de dentro. O ranger das velhas dobradiças alertaram os récem chegados de estarem sendo aguardados.

Legolas surgiu num rompante tomando Marianne nos braços e dando-lhe um beijo apaixonado, acariciando lhe os cabelos castanhos.

- Êl síla ned lû e-govaded vín.(Uma estrela brilha na hora de nosso encontro!) - murmurou o elfo à moça

- Estava com saudades - sussurrou-lhe em resposta voltando a selar os lábios aos de seu amado

- Le hannon Finwë (Obrigado Finwë) - agradeceu o príncipe dando leves batidas no ombro do amigo

- Estarei sempre a seu dispor, alteza - respondeu-lhe o elfo adentrando os salões

- Então, o que a Srta. desejaria conhecer? - questionou Legolas passando um dos braços pela cintura de sua noiva

- Tudo, mas primeiro gostaria de perguntar-lhe por que não foi até Valfenda? devolveu Mary de modo dramaticamente acusador parando defronte ao elfo de braços cruzados

- Recebemos um visitante muito especial ao entardecer, tal visitante gostaria muito de conhece-la - esclareceu ele voltando a puxar a jovem pela cintura e tramando-lhe uma trilha de beijos pelo pescoço

- Não tente redimir-se - falava a morena entre risos

O casal passou por diversos túneis e escadarias, por vezes encontrando alguns elfos e sendo cumprimentados por tais, Marianne estava certa de que sem a ajuda de Legolas perder-se-ia dentro daquele imenso labirinto.

Por fim chegaram a grandes portas de mogno resguardadas por dois elfos trajando claras armaduras e longas lanças, forjadas em madeira e ferro. Ambos reverenciaram os dois jovens dando-lhes espaço para que galgassem a sala do trono.

O interior do cômodo (assim como toda a construção dos grandes Salões de Thranduil) era de um pálido tom de cinza, o teto erguia-se cerca de vinte metros acima de um piso feito de lajotas esverdeadas, o trono talhado em carvalho posicionava-se sobre um púlpito.

Thranduil parecia muito nervoso enquanto discutia com um jovem e magricelo elfo, o qual trajava roupas de caça e tinha alguns pequenos galhos e folhas presos aos cabelos claros.

- Como? O carregamento de vinho nunca se atrasara antes! Não há como ter-se atrasado nestes tempos de profunda paz sobre estas terras! - berrava o rei lançando as mãos ao alto Desembuche de uma vez Alagos! O que ocorreu com os barris?

- M-meu senhor, peço-lhe perdão, mas creio termos sido saqueados por ladrões... - respondeu o elfo encolhendo-se e evitando encarar o olhar abrasador do outro

- Meu rei, sejas mais contundente - pedia-lhe o estranho mago apoiando-se em seu logo cajado - o pobre jovem não vem a ter culpa.

Radagast trajava roupas em tons alternados de marrom, uma grisalha e encaracolada barba caía-lhe pelo peito, um chapéu de abas torcidas para cima dava-lhe um tom carismático e descontraído.

- Era responsável pela travessia da bebida até a fazenda de Margareth, para o casamento de meu filho, mas vejo que nem isso consegues fazer!- volveu a gritar Thranduil

- Perdão! Em nome dos Valar, peço seu perdão! - Alagos caiu de joelhos perante o rei com o rosto escondido entre as mãos sujas de terra

- Basta! - pronunciou-se Legolas irrompendo e tomando o campo de visão do pai - Meu senhor deixe-o ir embora, ele pouco tem culpa no que ocorreu.

Marianne vinha logo atrás sendo observada por Radagast que dirigia-lhe um olhar de pura curiosidade. A jovem ajoelhou-se ao lado do elfo tomando-lhe as mãos nas suas e ajudando-o a erguer-se.

- Minha senhora - balbuciou deixando ver algumas puras e brilhantes lágrimas que lhe escorriam pelas faces

- Não diga nada, pode sair - falou-lhe ela de modo doce

Alagos tampouco pestanejou, beijando desajeitadamente as mãos sedosas de Mary e saindo apressado pelas duras portas de mogno.

- Quem lhe deu autoridade de mandar aquela criatura inútil sair? - grunhia Thranduil deixando seu posto e encaminhando-se de peito inflado até a jovem

- Não faça nada que venha a arrepender-se depois - alertou-lhe o mago Castanho segurando o elfo pelo pulso

Tenho plena certeza de que se Radagast não fosse um dos poderosos (embora parecesse um pouco mais simples e humano que os outros magos) Istari, teria levado um tapa nas faces, porém o rei da Floresta das Trevas recuou, deixando-se escorregar pelo trono de carvalho.

- Ceus! Por que diabos as coisas tem de dar errado?! - tornou-se a perguntar o Sindar

- Não pode tratar nossos súditos deste modo meu pai - falou Legolas resoluto, voltando a agarrar-se a Marianne

- Pobre coitado! Parecia em estado de choque - comentou a guardiã franzindo o cenho

- Muito bem, todos aqui vão apontar-me os dedos e julgar-me? Estão no meu reino! - voltou a vociferar Thranduil

- Já basta de suas reclamações infindáveis filho de Oropher! Meus ouvidos não são penico! - protestou Radagast caminhando na direção de Marianne - Minha jovem, não sabes como fico feliz em vê-la! É um profundo prazer conhecer a Guardiã da Terra Média.

- O prazer é todo meu Radagast, afinal estou na presença de um Istari - a moça fez uma reverência

- Ora pois! Pelo menos alguém nesta sala considera-me um Mago de fato! - alfinetou o Castanho

- Pare de provocações, ou mando expulsa-lo daqui a pontapés! - ameaçou o pai de Legolas um pouco mais calmo

***

Legolas guiou Marianne por entre cavernas e escadarias, mostrando-lhe onde ficava cada pequeno pedaço de uma vasta rede de túneis construídos por mãos hábeis de anões e por pura ironia, onde um anão e seus companheiros um dia foram aprisionados.

Nas câmaras mais fundas haviam armazéns de comida e bebida além de várias celas onde eram postos os prisioneiros (permaneciam vazias naqueles dias já que não haviam motivos para se aprisionar ninguém), após havia uma pequena porta que dava acesso a um regato que iria dar no rio da floresta.

Por esta regato, os anões da companhia de Thorin Escudo-de-Carvalho escaparam das garras de Thranduil e por este local eram transportados os barris de vinho.

Jantaram na presença do rei (agora parecia mais calmo e displicente após algumas taças de vinho), Radagast permanecera bem-humorado e parecia muito curioso perante a história da jovem Guardiã.

Legolas e Mary eram os mais felizes, após jantarem foram observar as estrelas num dos galhos mais altos de um velho olmo perto dos portões de entrada de Mirkwood.

A jovem escorou a cabeça no peito do elfo enquanto este lhe acariciava as costas, o filho de Thranduil mostrava diversas constelações que uma jovem de nosso mundo nunca havia visto.

- E aquele mais além é Beorn, o grande urso - apontava o loiro

- No meu mundo temos a Ursa maior e Ursa menor - devolveu Mary rindo - consegues pensar que daqui a duas semanas estaremos casados, quero dizer, oficialmente marido e mulher?

- Mal posso esperar. - respondeu Legolas beijando os lábios da jovem suavemente e causando-lhe arrepios

Duas semanas. Tempo curto para uns e longo para outros, mas para aqueles dois amantes pareceria o tempo de longos anos que passaram-se tanto neste mundo fantástico, como num mundo mais simples, onde Mary vivia.

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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado, e não fiquem tristes por estar chegando ao fim, pois torno a dizer-lhes que haverá uma continuação.
Bjoss e vejo vocês no próximo capítulo!



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